Libertadores

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Tricolor terá que provar imortalidade

Em noite de Riquelme, Boca derrota time gaúcho, que precisa fazer quatro de diferença

Não existe imortalidade que resista à pulsação de uma Bombonera lotada. O Grêmio fez o que pôde, mas não suportou a força do Boca Juniors e perdeu por 3 a 0 o primeiro jogo da decisão da da América, na noite desta quarta-feira, em Buenos Aires. O resultado deixa o Tricolor longe do terceiro título continental. É hora de ser imortal. Mais imortal do que jamais foi em mais de 100 anos de vida.

Para levantar o caneco, são duas opções no duelo de volta, dia 20, no Olímpico: ou conquistar uma vitória com três gols de vantagem e ser mais competente nos pênaltis ou bater o rival argentino por pelo menos quatro gols de diferença. A decisão não tem saldo qualificado.

Nos primeiros minutos, o Grêmio foi surpreendente. A vontade de fazer um duelo histórico fez com que o time de Mano Menezes entrasse em campo mais ligado do que nunca. Em vez de se assustar, o Tricolor assustou. Controlou a bola, foi para cima, pressionou. Nem parecia estar na Bombonera.

Aos sete minutos, Carlos Eduardo recebeu pela direita de ataque e bateu torto, para fora. Dois minutos depois, Sandro Goiano coordenou triangulação com Tuta e Cadu e recebeu de frente para o gol. O problema é que o chute do volante saiu fraco. Aos 12, mais pressão. Teco acertou boa cabeçada, e Tuta, na dividida com o goleiro Caranta, perdeu o gol.

Para azar do time gaúcho, o Boca também tem uma boa dose de imortalidade. Se a situação em campo não era boa, se a torcida estava apreensiva, pouco importava. Aos 18, o trio de ouro funcionou. Riquelme bateu falta pela direita, Palermo, em impedimento, apareceu no segundo pau e rolou para Palácio, livre, desviar para o gol de Saja. A Bombonera, em um segundo, trocou o silêncio por uma euforia ensurdecedora.

E o Grêmio sentiu. Depois do gol, não foi o mesmo time. Diego Souza e Tcheco, homens de criação do time, pareciam perdidos. A marcação do Boca encaixou de repente. Morel e Clemente Rodríguez abafavam pela direita de ataque do Tricolor. Carlos Eduardo não conseguia tramar pela esquerda. Equilibrado, o time argentino soube fazer valer sua técnica. Riquelme, aos 44, quase ampliou. Deu um toquezinho da gênio na entrada da área, rente à trave esquerda de Saja.

Se o Boca terminou o primeiro tempo bem, voltou no segundo melhor ainda. Palácio, em dois lances seguidos, perdeu a chance de ampliar. Aos seis, recebeu sozinho dentro da área, sem goleiro, e mandou o chute. A torcida do Boca chegou a fazer a avalanche, mas Teco, sobre a linha, salvou o Grêmio. Aos sete, sobrou para o habilidoso atacante, impedido, uma bola desviada por Palácio. A conclusão foi na rede por fora. Aos oito, Saja defendeu bom chute de Cardozo.

Era ruim, mas ficou pior. Sandro Goiano acertou Banega em cheio e foi expulso aos 14. O Grêmio até conseguiu suportar a inferioridade por certo tempo, mas o Boca tem Riquelme. E quem tem Riquelme tem craque. Aos 28, ele mandou um petardo em cobrança de falta ensaiada. Saja nem viu.

Para dificultar ainda mais, Patrício, em confusão com Teco e Ledesma, marcou contra o terceiro do Boca – o árbitro, no entanto, deu o gol para o jogador argentino, que cometeu falta em Teco no lance, mas a bola já havia entrado. A Bombonera explodiu definitivamente diante da proximidade de mais um título para a equipe mais vitoriosa do continente.

Fonte: Globoesporte.com

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