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Ligo o rádio, toca a primeira música… E não consigo ouvir.
Mudo de estação e não gosto da outra também.
Tento uma terceira emissora e… Não resta outra saída. Tenho que colocar o CD no carro.
Têm sido assim nos últimos meses ao tentar ouvir uma FM. Ou melhor, ao tentar ouvir uma boa música no rádio FM em São Luís.
Isso me fez procurar alguns colegas das emissoras para tentar descobrir o que estaria acontecendo. Pelos depoimentos que ouvi, alguns já jogaram a toalha: “Aqui não tem mais jeito não”. Será? – Pergunto.
Se isso for verdade já posso começar a imaginar então que a música mudou para pior. Seria esta uma verdade? Ou cada vez mais conhecemos menos aquilo que estamos fazendo? Estou buscando resposta para também não jogar a toalha.
Poderia passar aqui dias e mais dias lembrando de músicas e cantores que começei a ouvir através das ondas do rádio. Muita gente que hoje faz sucesso; muita gente que já se foi e gente nova que sempre surge no cenário musical. Alguns viraram até meus amigos. Incrível não?
Faço rádio desde 1985 quando entrei para a faculdade de jornalismo. Recordo-me que, ainda quando estudante do ginásio ganhei vários brindes (discos, principalmente) das promoções que eram feitas pelas emissoras. Hoje, eles estão guardados e fazem parte da minha discoteca ou se quiser cdteca. Foi assim que comemeçei a ouvir rádio e a entender aquilo que o ouvinte gostava ou não. Vivi os dois lados da moeda.
Não tenho nenhuma fórmula mágica, mas entendo que, como em toda e qualquer profissão no rádio não é diferente e diria o seguinte:
“É preciso gostar daquilo que se faz. É preciso ter uma motivação nova a cada dia. É preciso esquecer dos problemas, dificuldades… É preciso ouvir quem está do outro lado do radinho. É preciso sentir o gostinho e o desejo de fazer sempre algo melhor, enfim… É preciso fazer sempre mais, mais e mais…”
Como ouvinte e amante do rádio de qualidade fico na torcida para que as coisas mudem para melhor. Do jeito que está, cada vez mais um número menor de pessoas vai ligar o rádio. E sei que ninguém quer isso. Tenho certeza que esse não é o desejo de nenhum profissional e também de nenhum artista.
Zeca,
Muito oportuna essa reflexão sobre o presente do rádio FM maranhense. Sem dúvida, o passado foi bem melhor. Queira Deus que o futuro não seja o caos. Um exemplo? saudades da São Luís FM genuinamente ludovicense….dos tempos de Maira Nogueira, Darlan Andrade, Jonald Pimenta, Renald Torres, Jô Farias…sem falar da Mirante e da Difusora nos tempos de Camelier e Cristina Tinoco…Atualmente, com tanta gente boa que temos aí em São Luís na ativa, entre os mais jovens e os mais experientes, tenho certeza que o rádio agradeceria muito se os empresários deixassem o rádio ser, de fato, rádio…mas isso é outra história…
Um abraço
Jonas Vianna
Correspondente INT – International New Television
European division – Londres