De acordo com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, a TV digital não deve ser interativa nem brasileira em sua estréia, prevista para 3 de dezembro de 2007. Segundo ele, os primeiros conversores, equipamentos que permitem receber o sinal digital em televisores analógicos, devem vir sem o middleware, software que garante a interatividade. A peça é uma das principais inovações propostas pelos consórcios brasileiros que participaram da pesquisa contratada pelo governo. “O middleware é obrigatório, mas ainda não teremos a ferramenta para o ano que vem”, disse Costa, durante o lançamento do Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T). “Lá na frente, ele será incorporado. O primeiro conversor será muito simples e vai garantir a qualidade da imagem”, afirmou.
Costa garantiu que este conversor mais simples custará até R$ 100. “A Samsung garantiu que pode colocá-lo no mercado por US$ 43”, contou. O ministro estima que o mercado de conversores, também chamado set-top boxes, irá movimentar R$ 9 bilhões em três anos. Os consórcios do SBTVD-T também recomendaram a adoção da tecnologia MPEG-4 para compressão de vídeo. Os sistemas internacionais, inclusive o japonês ISDB, escolhido pelo governo, usam uma versão anterior, chamada MPEG-2. Mas, na estréia, os conversores também não devem ter MPEG-4. “Existe um problema de fabricação”, explicou Costa, “os componentes com MPEG-4 só estarão disponíveis na Europa em meados de 2007.” Mas ele garantiu que o MPEG-4 será adotado posteriormente e que não haverá problema de compatibilidade.
Sem middleware e sem MPEG-4, o sistema nipo-brasileiro será praticamente igual ao japonês. Em contrapartida, o assessor especial da Casa Civil, André Barbosa Filho, garantiu que os conversores terão o middleware. “O decreto 5820 diz que as inovações brasileiras são obrigatórias”, disse, referindo-se ao documento assinado pelo presidente Lula em 29 de junho.
Fonte: Coletiva.net