Ortorexia nervosa

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A ortorexia nervosa é um novo distúrbio do comportamento alimentar caracterizado por uma obsessão para comer saudável. O termo (do grego, ortho: correto; orexis: apetite) foi criado pelo médico americano Steven Bratman, autor do livro Health Food Junkies (Viciados em comida saudável).

As pessoas com este quadro apresentam uma preocupação excessiva com a qualidade da alimentação limitando a variedade; e acabam excluindo certos grupos como carnes, laticínios, gorduras, carboidratos sem fazer a substituição adequada podendo levar a quadros de carências nutricionais ou a um quadro completo de distúrbio da conduta alimentar.

A ortorexia não foi reconhecido como diagnóstico no manual de psiquiatria, DSM-IV, porém apresenta atualmente mais de 30 trabalhos científicos e deve ser considerado com critérios diagnósticos definidos num futuro próximo.

A pessoa ortoréxica, inicia uma busca obsessiva por normas (ou regras) de alimentação saudável. As informações são obtidas através dos meios de comunicação porém são informações distorcidas e exageradas para ficar saudável. Dessa forma, acaba excluindo muitos alimentos, por exemplo, começa com aqueles considerados impuros, como corantes, conservantes, gorduras trans, açúcar, sal, com agrotóxicos, pesticidas, alimentos transgênicos, entre muitos outros. Isso leva até a exclusão de grupos de alimentos considerados importantes para uma nutrição adequada podendo levar a quadros de carências nutricionais ou subclínicos (fome oculta, déficit de vitaminas e micronutrientes, anemia, ostopenia, entre outros).

Também associa uma preocupação com a forma de preparo e os utensílios utilizados na preparação dos alimentos. Comer fora de casa é considerado um problema ,evitam reuniões sociais e jantares para não “cair na tentação” de ingerir outro tipo de produto e pesam os alimentos e sentem “grande culpa se quebrar as regras”, e pelo contrário sentem uma sensação confortável ao fazer um prato elaborado exclusivamente com produtos orgânicos,ecológicos, bio ou com determinados certificados de salubridade. Acabam se isolando para conseguir se alimentar dessa forma saudável ou com alimentos considerados “puros” em casa, não aceitando comer em restaurantes e dessa forma acabam deixando de sair com os amigos ou namoradas/os. A dieta “saudável” acaba tomando conta da sua vida.

O problema é que a pessoa ortoréxica não procura ajuda porque acredita que está fazendo a escolha certa. Na prática clínica, os pacientes com ortorexia atendidos nos consultórios ambulatoriais, foram encaminhados pelos familiares, principalmente as mães, que acreditavam que existia “algo de errado” na alimentação do familiar “ortorexico”. Nesses pacientes, na consulta nutrológica foi realizado uma anamnese alimentar abrangente para procurar determinar a omissão de grupos de alimentos, assim como no exame físico, o aparecimento de alguns sinais de falta de nutrientes (queda de cabelo, unhas quebradiças , entre muitos outros). Também foi realizada uma investigação laboratorial procurando e observando vários déficits de nutrientes que precisaram de suplementação e de adequação na dieta (de acordo ao sexo, a idade, momento evolutivo, as atividades que realiza, entre muitas outras, que precisam ser consideradas) que a pessoa ortoréxica estava realizando. Com alguns desses pacientes, também foi observada a necessidade de um encaminhamento para uma psicoterapia .

Na prática clínica também, observamos que em algumas das pacientes que tiveram um diagnóstico de anorexia nervosa ou bulimia nervosa no passado foi possível observar a passagem para um quadro com características ortoréxicas antes da sua recuperação. É importante lembrar aqui, que quando um paciente se recupera de um Transtorno Compulsívo Alimentar, comenta que está comendo “normal” e sem alimentos proibidos, participando do lado social da alimentação e sendo “flexível”.

Ainda não sabemos qual a prevalência deste distúrbio na população geral, porém alguns grupos foram identificados nos últimos trabalhos científicos. Dentro deles, aparecem os atletas, esportistas, os artistas, os médicos e as nutricionistas.

“Comportamentos nutrológicamente desequilibrados merecem toda a atenção e o aconselhamento alimentar e nutrológico adequado”

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Saber se o coração está funcionando bem é fundamental antes da cirurgia

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Por que quem vai fazer uma cirurgia, precisa saber se o coração está funcionando bem?
Os exames pré-operatórios fazem parte da rotina das cirurgias eletivas porque o risco cardíaco existe.
Os pacientes que já são cardiopatas têm mais mais risco do que uma pessoa saudável, mas é um risco controlado. As chances dos médicos serem surpreendidos e de dar alguma coisa errada na hora da cirurgia são menores.
Já para os pacientes que são cardiopatas, mas não sabem, o risco é maior. Os exames pré-operatórios rastreiam os problemas principais, como arritmia, pressão, níveis de glicemia e colesterol, mas não são capazes de avaliar tudo, então esse grupo de pacientes corre mais riscos.
Já os pacientes saudáveis correm um risco menor.
De modo geral, a mortalidade cirúrgica é baixa (<1%), e o sistema cardiovascular e o respiratório são os mais associados às complicações pós-operatórias, devendo ser os alvos principais nesta avaliação. Alguns dados mostram que o infarto agudo do miocárdio durante e após a cirurgia acomete 50.000 pessoas/ano nos EUA, estando sua incidência aumentada 10 a 50 vezes naqueles com eventos coronarianos prévios. A avaliação pré-operatória inicia a partir de informações fornecidas pela equipe cirúrgica sobre o procedimento (tipo de cirurgia, se urgente ou eletiva, possíveis alternativas menos invasivas). Então, com base na história clínica, registram-se dados sobre: doenças prévias e atuais; sintomatologia (principalmente falta de ar, dor no peito e palpitações); medicações de uso regular; alergias em geral (iodo, esparadrapo) e relacionadas a drogas; cirurgias anteriores e intercorrências associadas (anafilaxia e sangramentos); hábitos pessoais como tabagismo, etilismo, sedentarismo e uso de drogas ilícitas; e história de doenças na família. A partir dessas informações, podemos estimar a capacidade funcional; informar sobre doenças ocultas; apontar práticas que necessitem interrupção (ex.: hábito de fumar); e definir medicações que devem ser suspensas ou mantidas até a cirurgia ou no pós-operatório. Quando o paciente estiver preparado clinicamente, a equipe cirúrgica, considerando-o apto para o procedimento, deverá interná-lo. O clínico cardiologista responsável pela avaliação pré-operatória deve procurar obter informações sobre os resultados da cirurgia e, nos casos mais complexos, fazer o acompanhamento intra e pós-operatório do paciente. Assim é mais seguro

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Brasileiros são os que menos dormem

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Brasileiros, japoneses e cingapurianos têm as noites de sono mais curtas do mundo, enquanto holandeses e neozelandeses desfrutam das mais longas, segundo novo estudo publicado na revistaScience Advances .
Com base em dados coletados por meio de um aplicativo de smartphone, a pesquisa também mostrou que mulheres costumam dormir mais do que homens e que o sono de homens de meia idade tem a menor duração de todos os grupos analisados.
A equipe da Universidade de Michigan, nos EUA, diz acreditar que esses resultados possam ajudar a lidar com o que eles consideram uma “crise de sono global”.
Os cientistas disponibilizaram em 2014 um programa para celulares, o app Entrain, para ajudar as pessoas a combater o jetlag, como é chamado o conjunto de reflexos sobre o funcionamento do organismo enfrentados quando se viaja entre regiões com diferentes fusos horários.
Os usuários do aplicativo podiam compartilhar os dados de seus hábitos de sono com o grupo de pesquisadores.
A partir desse conjunto de informações, eles mostraram que os cidadãos de Cingapura têm a noite de sono mais curta do mundo, com 7h24m. Os japoneses ficaram em segundo, com 7h30m e os brasileiros, em terceiro, com 7h36m. Já os holandeses, campeões em horas de sono, costumam passar 8h16m dormindo.

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Carga glicêmica e o ganho de peso

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Mais importante que o índice glicêmico é a carga glicêmica presente na refeição, que é a velocidade que o carboidrato é absorvido. Por isso é importante saber a quantidade de carboidrato presente no alimento.
A cenoura, por exemplo, tem alto índice glicêmico, mas tem pouco carboidrato e a quantidade que se come em uma refeição é pouca, por isso a carga glicêmica é baixa.
Algumas dicas para diminuir a carga glicêmica da refeição:
– Prefira alimentos integrais. Quanto mais fibroso é o alimento, mais parte não-absorvível ele tem. As fibras do pão integral, por exemplo, ajudam na eliminação do carboidrato, então nem tudo é absorvido pelo organismo.
– Prefira alimentos crus. Quando estão cozidos, as fibras são quebradas e os alimentos ficam mais fáceis de dirigir. O índice glicêmico fica sutilmente mais alto nos alimentos cozidos.
– Prefira pratos coloridos, com todos os grupos alimentares.
– Coma salada antes ou junto da refeição. A salada ajuda a diminuir a absorção do carboidrato e a saciedade.

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Emoções positivas podem causar doença cardíaca

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Um estudo suíço concluiu que dores no peito e falta de ar podem ser causadas não apenas pelo estresse emocional despertado por momentos de raiva, tensão e pesar, mas também pela alegria.

De acordo com pesquisadores do Hospital Universitário de Zurique, pelo menos um entre cada 20 casos da cardiomiopatia de Takotsubo, uma alteração no ventrículo esquerdo do coração ligada ao estresse, é causado por alegria em excesso. As conclusões foram divulgadas na publicação científica European Heart Journal.

A condição costuma ser temporária – os pacientes geralmente se recuperam. O estudo do hospital analisou 1.750 pacientes. Os médicos descobriram que alguns deles apresentaram problemas cardíacos causados por uma série de ocasiões felizes, entre elas:

Uma festa de aniversário; o casamento de um filho; um reencontro de amigos após 50 anos; tornar-se avó; a vitória de uma equipe esportiva; ganhar em um cassino; o resultado positivo de um exame de saúde

Segundo os pesquisadores, a maioria dos casos era de mulheres que passaram pela menopausa. Jelena Ghadri, uma das cientistas, disse que o estudo revelou a existência de mais mecanismos por trás da cardiomiopatia de Takotsubo, desafiando o estereótipo de quem sofre da doença – geralmente definido como paciente da “síndrome do coração partido”.

— A doença também pode ser causada por emoções positivas. Os médicos precisam estar a par de que pacientes que chegam à emergência de um hospital também podem estar sofrendo da síndrome de Takotsubo mesmo depois de um evento feliz.

Ghadri afirma que os resultados sugerem que tristeza e alegria compartilham o mesmo “caminho emocional” que leva à doença.

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Quando devemos confiar em um medicamento?

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Quando se descobre uma substância que poderá ser usada como medicamento, ela tem que passar por várias fases de uma pesquisa clínica. A fase inicial é chamada pré-clínica, em que a substância é testada em animais. De cada 10 substâncias, apenas uma passa desta fase, ou seja, 9 substâncias que se achavam que poderiam ser um medicamento, são reprovadas. Uma vez aprovada, ela vai para a fase seguinte, que é chamada de FASE UM, em que a substância é testada em uma pequena quantidade de pessoas normais, dezenas de pessoas, para avaliar a segurança e em até que dose ela é segura. Definida que é segura e em até qual dose, ela passa para a fase seguinte, chamada FASE DOIS, que envolve uma quantidade maior de pessoas, centenas, em que é avaliado se ela é eficaz em humanos, continuando a se avaliar a segurança. Sendo segura e eficaz em humanos, ela passa para a FASE TRÊS, que envolve milhares de pessoas, em que a substâncias é comparada a melhor droga, a padrão naquela patologia. Pode ser igual, melhor ou inferior, se tem mais ou menos efeitos adversos. É claro que uma medicação inferior terá muita dificuldade de passar para a fase seguinte, já que não vai acrescentar nada, sendo geralmente de maior custo. Se é igual, mais tem menos efeitos adversos, menos interações com as outras ou é melhor, ele passará a fase seguinte, a FASE QUATRO, em que a medicação já é liberada para ser comercializada, uma fase de farmacovigilância, em que a segurança, eficácia e interações com as outras são observadas. Em qualquer uma das fases ela pode ser reprovada, mesmo na quatro. Na área da Cardiologia, temos os exemplos de cerivastatina, da família das famosas estatinas, usadas no tratamento do colesterol, todas as outras foram aprovadas, ela foi reprovada na fase quatro, por apresentar interações com outras drogas, levando a mortes de vários pacientes, o mesmo aconteceu com o mibefradil, uma medicação usada no tratamento da hipertensão. Vários antinflamatórios tiveram de ser retirados do mercado por apresentar complicações cardiovasculares.
A pergunta é: quando devemos confiar em um medicamento? Quando ele for aprovado nas quatro fases.
Ultimamente, temos tido uma polêmica, em relação a uma substância, a fosfoetanolamina, para tratamento de cânceres, que ainda não passou da fase pré-clínica. Precisa-se saber para qual tipo de câncer, pois os cânceres não são iguais, os tratamentos também não, e depois passar por todas as fases de um pesquisa clínica, pois não existe um medicamento que serve para tudo, que não tenha reações adversas, que não interajam com outros e que não tenha contra-indicação. Tudo isto tem que ser conhecido para pode ser aprovada e liberado para uso da população.No Brasil é regulado pela ANVISA, nos EUA pelo FDA e na EUROPA pela EMEA.

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Sintomas causados pelo Zica vírus

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Os sintomas do Zika vírus incluem febre, dor nas articulações e músculos, além de conjuntivite e manchas vermelhas na pele. A doença é transmitida pelo mesmo mosquito da dengue, e os sintomas normalmente surgem 10 dias após a picada.

O Zika vírus também pode passar de uma pessoa para outra através da gravidez e existe a suspeita de que também passe pelo leite materno, pela saliva e durante a relação sexual sem camisinha.

Confira todos os sintomas para saber se está com Zika vírus

Os sintomas do Zika vírus são semelhantes aos da Dengue, porém, o Zika vírus é mais fraco e por isso, os sintomas são mais leves e desaparecem entre 4 a 7 dias, porém é importante ir ao médico para confirmar se realmente está com Zika.

Inicialmente, os sintomas podem ser confundidos com uma simples gripe, provocando:

Febre, entre 37,8°C e 38,5°C;
Dor nas articulações, principalmente das mãos e pés;
Dor nos músculos do corpo;
Dor de cabeça, que se localiza principalmente atrás dos olhos;
Febre
Dor nas articulações
Dor de cabeça

Conjuntivite, que é uma inflamação do olho e que provoca cor avermelhada dos olhos, sensação de picada que leva a lacrimejar, inchaço das pálpebras e secreção amarela;
Hipersensibilidade nos olhos, e maior sensibilidade à luz do dia;
Manchas vermelhas na pele, que inciam na face e que se podem espalhar pelo corpo e, que podem ser confundidas com sarampo;
Cansaço físico e mental.
Dor na barriga
Manchas vermelhas na pele
Conjuntivite

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Além destes sintomas, também pode-se observar, com menos frequência, problemas digestivos, como dor no abdômen, náuseas, vômitos, diarreia ou prisão de ventre, aftas e conceira pelo corpo.

Transmissão do Zika vírus

O Zika vírus é transmitido aos humanos através de picadas do inseto Aedes Aegypti, que geralmente picam ao final da tarde e à noite.

Mosquito Aedes Aegypti

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O vírus pode passar de mãe para filho durante a gravidez provocando um grave doença chamada microcefalia, e também através da relação sexual com pessoas que estejam com a doença. Além disso, também existe a suspeita de que o Zika possa ser transmitido através do leite materno, fazendo com que o bebê desenvolva os sintomas de Zika e também através da saliva, mas estas hipóteses não estão confirmadas e parecem ser muito raras.

Se estiver grávida ou amamentando fale com o médico e siga todas as suas orientações. Veja como a Zika pode afetar a gravidez.

O Zika vírus é da mesma família dos causadores da Dengue e da Febre Chikungunya, causando sintomas semelhantes, porém menos intensos, mas suas consequências podem ser muito graves.

Como tratar o Zika vírus

O tratamento para Zika vírus é muito semelhante ao da dengue, no entanto, em caso de Zika vírus, o médico pode indicar:

Tomar remédios para dor e febre, como Paracetamol ou Dipirona, de 8 em 8 horas;
Tomar anti-infamatórios, como Ibuprofeno, de 8 em 8 horas, para diminuir as dores nas articulações e nos músculos;
Aplicar um colírio nos olhos 3 a 6 vezes ao dia, como os lubrificantes
Usar remédios anti-alérgicos, como Loratadina, Cetirizina ou Hidroxizina.
Além dos remédios, é importante descansar durante 7 dias e fazer uma alimentação rica em vitaminas e minerais, além de beber muita água, para se recuperar mais rápido.

Se for o seu bebê que esta com Zika, pode ser um pouco mais complicado identificar os sintomas, sendo por isso necessário ficar bem atenta se o seu bebê chora muito, se mexe muito os seus bracinhos, se a sua pele está vermelha, com manchas ou quente ou se tem os olhos vermelhos e lacrimejando, e o tratamento também é ligeiramente diferente. Veja como é feito o tratamento em Como tratar do seu bebê com zika.

Além disso, os remédios que contém ácido acetil salicílico não devem ser utilizados, assim como ocorre em caso de dengue, porque eles podem aumentar o risco de hemorragias. Veja exemplos de remédios contraindicados nessas duas doenças em: Remédios para dengue.

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Pesquisadores teriam criado luva que pode ajudar a detectar câncer de mama

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O dispositivo seria capaz de medir precisamente as variações de pressão sob a pele.

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Uma equipe de pesquisadores japoneses e americanos anunciou ter desenvolvido um material sensível e muito adaptável que poderia, futuramente, ser usado em luvas especiais para detectar anomalias mamárias e identificar um possível câncer de mama.

Esse material semi-eletrônico a base de nanotubos de carbono pode formar uma luva muito fina capaz de medir precisamente as variações de pressão. O meio científico sabe há anos que uma estrutura deste tipo pode, em teoria, constituir um excelente captor de deformações ou de pressão que aumenta a precisão dos dados com um mínimo de cálculos e recursos eletrônicos.

Os dedos sensíveis de um médico experiente são capazes de detectar um tumor de pequeno tamanho, mas o que é sentido não pode ser medido e se traduzir em dados numéricos que podem em seguida ser compartilhados, explicou o professor Takao Someya, da Universidade de Tóquio. Este dispositivo também permitiria superar a falta de experiência ou de formação adequada à palpação de muitos médicos.

— No futuro nós poderíamos assim registrar e tornar tangíveis certas sensações que só podem ser percebidas por um médico experiente — explica o professor Someya.

O protótipo quadrado de 4,8 centímetros de largura avalia a pressão em 144 pontos simultaneamente.

“Os captores de pressão convencionais são bastante maleáveis para acomodar superfícies como a pele humana, mas não podem medir precisamente as variações de pressão quando são torcidos ou enrugados, o que os torna inutilizáveis sobre superfícies complexas e moldáveis”, afirma em comunicado a equipe dos professores Takao Someya e Sungwon Lee, da Universidade de Tóquio, associados a Zhigang Suo, da Universidade de Harvard.

— Testamos o desempenho do nosso sensor com um vaso sanguíneo artificial e, assim, verificou-se que poderia medir pequenas mudanças na pressão — disse a equipe cujo trabalho é detalhado em um artigo a ser publicado nesta terça-feira no site da revista científica britânica Nature Nanotechnology.

A membrana sintética é originalmente transparente, mas uma vez montada com os transistores orgânicos, interruptores e circuitos, o todo se parece com uma folha de metal dourada, cuja espessura vai de 3,4 a 8 micrômetros (milionésimos de metro). O produto ainda deve se tornar mais durável antes que possa ser utilizado em ambientes médicos, reconheceram os investigadores.

A cura do câncer é fortemente dependente da fase em que é detectada: quanto mais cedo, melhor o prognóstico, mas o custo e a restrição colocada em alguns exames de diagnóstico precoce desencorajam muitos pacientes a passar por isso regularmente.

Em 2013, um laboratório universitário japonês apresentou um protótipo capaz de detectar uma anormalidade no fluxo sanguíneo mamário como um possível sinal de câncer. O objeto se apresentava na forma de uma bola que incorpora um sensor de díodo emissor de luz (LED) e um fototransistor para detecção de uma acumulação de sangue potencialmente relacionada com um tumor canceroso, explicou o professor Mineyuki Haruta.

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Estudo mostra maior risco de câncer entre gêmeos

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Irmãos gêmeos compartilham os mesmos genes e, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira, quando um deles desenvolve câncer, o outro corre mais risco de ter a doença. O relatório publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) analisou 200 mil pessoas.

No entanto, só porque um gêmeo fica doente não significa necessariamente que o outro terá o mesmo câncer, ou qualquer outro tipo da doença, de acordo com o levantamento.

O aumento do risco de câncer foi 14% maior em irmãos idênticos em que um dos gêmeos foi diagnosticado com câncer. Gêmeos idênticos se desenvolvem a partir do mesmo óvulo e compartilham exatamente o mesmo material genético.

Entre gêmeos fraternos (ou bivitelinos), que se desenvolvem a partir de dois óvulos diferentes e são tão geneticamente similares como irmãos biológicos normais, o risco de câncer em quem tem irmão com a doença foi 5% maior.

Os gêmeos analisados no estudo vinham da Dinamarca, da Finlândia, da Suécia e da Noruega — países que mantêm bancos de dados de saúde altamente detalhados —, e foram acompanhados entre 1943 e 2010.

O risco de câncer em um gêmeo idêntico, cujo par foi diagnosticado, foi calculado como sendo de 46%. Em gêmeos fraternos, o risco de desenvolver câncer foi de 37% caso o outro irmão tenha sido diagnosticado.

Além disso, o mesmo câncer foi diagnosticado em 38% dos gêmeos idênticos e 26% dos pares bivitelinos. Os tipos de câncer mais propensos a ser compartilhados entre gêmeos eram melanoma (58%), de próstata (57%), de pele não melanoma (43%), de ovário (39%), de rim (38%), de mama (31%) e de útero (27%).

— Por causa do tamanho do estudo, agora podemos ver efeitos genéticos fundamentais para muitos cânceres — disse Jacob Hjelmborg, da Universidade do Sul da Dinamarca e um dos principais autores do estudo.

Os pesquisadores disseram que as descobertas podem ajudar os pacientes e os médicos a entenderem mais sobre os riscos hereditários de câncer, uma doença que mata oito milhões de pessoas ao redor do mundo a cada ano.

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“Nunca tome uma decisão entre o Natal e o Ano Novo” aconselha psicanalista

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Entre festas, compromissos e viagens, olhar para os últimos 12 meses e planejar o próximo ano não deve ser uma tarefa fácil. É preciso dedicação e autoconhecimento, como avalia o psicanalista Christian Dunker. Autor de Mal-Estar, Sofrimento e Sintoma, o professor titular do Instituto de Psicologia da USP critica a forma prêt-à-porter de fazer um balanço sobre o ano que passou, apenas contabilizando bens materiais e produtividade, e propõe a desdemonização do consumo nesta época.

Veja a entrevista:

O que leva a essa angústia de final de ano? Seria a avaliação de que os últimos 12 meses não saíram como esperado?
Não sou favorável a balanços e a avaliações, pois isso exige um alto nível de elaboração e dedicação que, em geral, não estamos dispostos a empenhar. O balanço é uma prática do mundo corporativo. As empresas fazem um inventário anual que inspira a “contabilidade” do que foi a nossa vida. Mas há um erro em olhar para as nossas vidas como se fôssemos apenas máquinas produtivas, nos resumindo ao que ganhamos ou produzimos, como se nossa aplicação aos estudos fosse um “investimento”, como se nossos sonhos fossem “metas” e nossos avanços no casamento fossem medidas por “construções”. Um balanço de uma empresa nos leva a conectar comparação com competição: eu consegui X, e isso vale mais ou menos se meu vizinho conseguiu Y. E aquele que conseguiu mais é quem vai postar no Facebook, levando a um sentimento terrível de infelicidade geral. As pessoas não se contentam, daí a compulsão avaliativa que acompanha muitos durante o ano todo termina na inveja improdutiva que acompanha o sentimento depressivo de solidão. Isso tudo vem quando se olha para a própria vida como um contador. Uma vida que pode ser medida desse jeito é uma muito pobre.

Como fazer um balanço bem feito do ano que passou?
Se você não quer levar a sério, não faça. Se quiser, vai dar trabalho e não vai acontecer na mesa de jantar no dia 25. Tem gente que precisa, que está no momento para isso, que está querendo pensar para tomar decisões. Mas o balanço mal feito serve apenas para ver quanto o ego mede.

Como você avalia a tradição de criar metas para o ano seguinte?
Como parar de fumar ou emagrecer, metas são formas de objetivar os desejos, expressar o que queremos em termos tangíveis. Cada um deveria ter condições de imaginar que seus próprios desejos não se resumem apenas a metas e objetivos, eles são apenas pontos na direção disso. Quando identificamos desejos com metas, empobrecemos, como se reduzíssemos nosso sonhar ao tamanho delas. Descobrir desejos envolve um exercício maior da nossa atividade de memória e imaginação. O desejo é muito mais que querer fazer uma viagem ou alcançar um título. Mas como, em geral, não queremos um balanço que dê muito trabalho, não nos propiciamos a uma grande investigação sobre o que queremos.

Como descobrir nossos desejos?
Os desejos não nascem do nada. A pessoa que perdeu seus desejos, que não lembra ou não quer lembrar sua história, como aqueles que odeiam o próprio aniversário, em geral terá dificuldade para tecer o fio do desejo que liga quem somos ao que fomos, inventando o que seremos. Para isso, seria necessário examinar a intensidade e a qualidade do que está realmente vinculado a certas coisas que chamamos de desejo. Esse tipo de apreciação é muito importante, mas muito difícil. É por isso que muitos casais se separam nesta época do ano. Tipicamente isso não acontece porque os últimos tempos foram penosos ou porque o presente é sentido como um deserto de sacrifícios, mas porque não se consegue imaginar um futuro juntos. O problema para a nossa criação de desejos é que eles são compartilhados, sua gênese é coletiva, desejamos o desejo do outro. Por outro lado, estamos em um momento em que somos obrigados a vivê-los de uma forma estritamente individualizada. Um exemplo: o desejo de uma transformação política ou de um mundo sustentável é tido como uma coisa fraca, não um desejo real. Como se desejos reais fossem apenas de você com você mesmo.

E o consumismo nesta época?
Eu prefiro desdemonizar o consumo. No fundo, a gente sabe que vai comprar e que quer comprar. Há uma baixíssima reflexão sobre o assunto. Ficamos naquela conversa mole, de atacar o consumo ou endossá-lo como circulação de signos de amor. A arte de presentear, fazer, escolher, entregar os presentes, isso tudo envolve uma elaboração maior do que passar em uma loja e sair com um caminhão de coisas ou, como certas famílias fazem, que é dar uma quantia de dinheiro. Isso não é presentear. O objeto tem uma estrutura de palavra, é um jeito e uma forma de dizer alguma coisa como “isso pontua nossa relação de modo x ou y”. Tudo isso é consumo, mas temos de pensar se vamos nos engajar em um consumo de alta ou de baixa qualidade.

Qual seria a dica para enfrentar a época dos finais de ano?
Tome suas decisões em janeiro. Nunca tome uma decisão entre o Natal e o Ano-Novo. Neste tempo entre o fim de um ciclo familiar (Natal) e a renovação individual de nosso desejo (Ano-Novo), esteja preparado para revisitar uma síntese condensada do pior e do melhor de sua própria loucura.

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