Palavra de Médico: o descompasso

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Muitos anos de atividade médica intensa levaram-me a acreditar que podemos entender de gente mesmo sem formação psicanalítica. Basta que aprendamos a ouvir e, assim, descobrir o que pensam as pessoas doentes. Com isso, abrem-se as fechaduras das frases entrecortadas, dos suspiros e das metáforas que são sempre mais do que isso.

Com este exercício diário de humanidade, descobrimos que a nossa lide é um jogo de sedução e conquista de confiança, e nada atrai mais o paciente do que a identidade de afetos e sentimentos. Por outro lado, não há instrumento de aversão mais eficiente do que a desconsideração. Uma cara risonha no velório do meu avô fez com que, durante anos, eu lembrasse daquele primo, o da contramão da minha dor, cada vez que tinha uma náusea ou uma dor de barriga qualquer.

Depois de um tempo, acabamos perdoando esses descompassos estúpidos, mas as farpas ficam lá, e qualquer distraído roçar de insensibilidade vai pô-las, outra vez, a latejar. O Artêmio era um homem enfarruscado, que economizava gestos e palavras, mas havia uma franqueza naquele olhar vertical que evocava autenticidade.

Classificado assim, foi fácil me tornar amigo e interlocutor da sua solidão e desencanto quando os exames confirmaram a disseminação de um tumor que operáramos três anos antes. Alguém precisava ouvi-lo, e a família estava ocupada com outras coisas. Essas coisas que só descobrimos insignificantes depois que perdemos as outras. Nossas conversas tinham sempre dois estágios: o da inquirição técnica, em que ele respondia perguntas que lhe fazia ao pé da cama, e o da conversa pessoal, naquela interação que exige que sentemos, porque não há interface afetiva com os olhares desnivelados.

Ouvi dele as histórias de uma vida dura, em que a infância fora negligenciada em nome do trabalho precoce para substituir o pai desaparecido e quase justifiquei a sua inflexibilidade como retribuição pelo que a vida lhe presenteara. Próximo do fim, encontrei-o deitado, com aquele vão entre as pernas que resulta do sumiço da musculatura das coxas. As queixas de dor contínua e a sua declarada rebeldia pelo sofrimento sem destino me comoveram. Pensei nele como o cadáver adiado de Fernando Pessoa, e saí. A morfina nos ajudaria a enfrentar o fantasma da morte.

Quando voltei mais tarde, ele fez uma confissão: “O senhor me confortou quando pareceu consternado me ouvindo falar da minha dor, e depois me destruiu quando ao sair, com a sua voz inconfundível, saudou alegremente um colega no corredor. A tristeza dos amigos verdadeiros costuma ser mais duradoura”.

Tendo acreditado, depois de décadas de aprendizado, que alcançara a condição de um médico pronto, de repente me descobri um mero estudante em construção. Havia ainda muita vida por viver.

J. J. Camargo

Professor de cirurgia torácica na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Doutor em pneumologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde se formou em 1970, fez especialização na Clínica Mayo (EUA).

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Mastectomia Bilateral

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Mastectomia bilateral

As mulheres com câncer de mama de origem hereditária têm mais chances de sobreviver se forem submetidas a uma dupla mastectomia, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira.

Segundo os resultados da pesquisa, 87 em cada 100 mulheres que se submetem a uma dupla mastectomia imediatamente após a detecção precoce de um câncer de mama continuam vivas 20 anos depois. No caso da retirada de apenas um seio, a proporção é de apenas 66 em cada 100, segundo os resultados do estudo de cientistas americanos e canadenses publicado pelo British Medical Journal (BMJ).

Cerca de 0,2% das mulheres têm duas mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 que aumentam entre 60% e 70% as possibilidades de ter um câncer de mama e favorecem o aparecimento de um segundo câncer. Estas mutações levam todos os anos milhares de mulheres a se submeterem a mastectomias preventivas, como foi o caso no ano passado da atriz americana Angelina Jolie, que não tinha câncer quando foi operada.

— Chegamos à conclusão de que é razoável propor mastectomias bilaterais como tratamento inicial às mulheres com um câncer em estado precoce e que têm as mutações BRCA1 e BRCA2 — escrevem os cientistas.

O estudo foi realizado entre 1975 e 2009 com 390 mulheres. Do total, 44 se submeteram a uma dupla mastectomia imediatamente depois de terem um câncer diagnosticado e as outras 346 só retiraram um seio. Destas últimas, 137 precisaram retirar o outro seio posteriormente.

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Palavra de Médico: o jeito de dizer

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O jeito de dizer.

Quase todos os tumores curáveis são assintomáticos e representam achados ocasionais de revisões programadas.

Nesses casos, a notificação do diagnóstico e a condução do tratamento exigem do médico uma abordagem serena e madura, sem eufemismos e metáforas, em que a apresentação do problema ao paciente, num nível de entendimento facilmente compreensível, deve manter vívida a esperança de cura.

A escolha das palavras adequadas e o jeito determinado de anunciá-las facilitam a comunicação do que deve ser feito, sem discussão de dados estatísticos inúteis e sem a transferência da escolha do melhor procedimento para o paciente, que se não bastasse ser leigo no assunto, ainda está assustado com a ideia da morte.

O cirurgião sabe que escolheu as palavras corretas quando o paciente, munido das informações básicas, se antecipa, dizendo: “Então temos que operar, não é doutor!?”

Quando a proposta de tratamento recomendado é a verdade sem maquiagem, a conversa é tranquila para os dois lados.

Muito mais difícil quando se debate alternativas de tratamento que servem apenas para fazer o futuro menos tormentoso.

A escola americana, focada na medicina defensiva, (o que é bom reconhecer), não é fruto de geração espontânea, mas nasceu de milhares de processos médicos por qualquer coisa que parecesse má prática, anuncia a verdade em toda a extensão, num cruel exercício de independência com o sofrimento do doente, que, afinal, é o proprietário da sua doença.

A razão desse comportamento hostil? Muitos desses processos são desencadeados pela acusação de informações omitidas do paciente e que poderiam, no tempo adequado, ter resultado em melhor planejamento econômico de sua família.

Ninguém pode negar que, com a proliferação de ações indenizatórias, os médicos devem adotar uma atitude mais autoprotetora, mas sempre haverá espaço para a generosidade e a candura.

E, neste terreno pantanoso, antes de ser catastrófico, o médico deve submeter-se a duas premissas:

– Nem sempre a verdade lavada é a melhor coisa que se pode oferecer a alguém.

– A negação é um elemento fundamental no nosso kit da sobrevivência.

Por outro lado, o médico que se deu ao encanto de gostar do seu paciente como pessoa, passa a protegê-lo e, instintivamente, a economizar notícia ruim.

Num final de um agosto muito frio, o Waldemar estava outra vez internado, agora com várias lesões ósseas que lhe provocaram o colapso de uma vértebra torácica e uma dor de difícil controle.

Com o desfecho se aproximando, falávamos de tudo e do futuro, como se houvesse.

Uma noite, ajustada a dose do analgésico e encontrada uma posição de apoio com um travesseiro entre os joelhos, a dor passou, e ele contou da volta prevista do neto querido, que estudava em Londres, e da alegria que seria o Natal com todos em casa.

Depois de encarar o vazio por um tempo, se animou a perguntar: “Você acha que eu vou estar vivo em dezembro?”

Como o “claro que sim”, saiu muito rápido, ele se aproveitou: “Meu querido! Passe para este outro lado da cama, sente na minha frente e, por favor, me minta mais!”

J. J. Camargo

Professor de cirurgia torácica na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Doutor em pneumologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde se formou em 1970, fez especialização na Clínica Mayo (EUA).

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Compartilhando conhecimentos

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Origem das palavras “cheeseburger” e “trensalão”

Aparentemente, as palavras do título não têm nada a ver uma com a outra. Mas logo veremos que uma propriedade as aproxima.

Segundo o Houaiss, hambúrguer é uma “bife ger[almente] de forma redonda, aglomerado com carne moída e outros elementos, que costuma ser servido dentro de um pão também redondo; bife à alemã, bife de carne moída ou picada, hamburguesa”. “É também o sanduíche deste bife”, isto é, o conjunto, que pode conter diversos outros ingredientes.

Sabemos, à custa de ver propagandas ou mesmo de frequentar lanchonetes, que há uma variante desse sanduíche, que é o cheeseburguer, ou um hambúrguer com queijo – em inglês, “cheese”. Ainda por causa das propagandas, sabemos que este sanduíche é também referido como X-burguer; para os íntimos, apenas X (nunca se pronuncia TCHIS, mas XIS mesmo).

“Mensalão”, como se sabe, é uma palavra (aumentativo de “mensal”, originalmente um adjetivo) criada por Roberto Jefferson para designar pagamentos que parlamentares da base do governo receberiam. Os acusados negam a existência do fenômeno, como também se sabe.

“Trensalão” é palavra mais recente (mas já tem 82 000 ocorrências registradas no Google), surgida quando das denúncias de que teria havido pagamento de propina a gente do governo, predominantemente do estado de S. Paulo, por parte de empresas (a Siemens foi a que mais apareceu) que, com isso, teriam evitado concorrências. Haveria acordos entre elas, uma espécie de cartel.

Não vou analisar nenhuma notícia, favorável ou contrária, seja sobre o mensalão, seja sobre o trensalão. O que une mais claramente os dois casos é a acusação de corrupção. E também o famoso “não sabia”, declaração repetida tanto de um lado quanto de outro.

O que quero comentar são as palavras do título. Embora “ham” seja uma palavra do inglês e esteja no campo das carnes que se comem (presunto), “burguer” não é nada, ou seja, “cheese” não está ocupando o lugar de “ham” para formar um composto (se “ham” e “burquer” fossem palavras, o hambúrquer seria um sanduíche de presunto). Assim, “cheeseburguer” é um composto peculiar, porque junta “cheese” com uma falsa palavra. A junção das duas partes é um exemplo de palavra-valise, ou portmanteau, que é exatamente uma palavra formada a partir de duas, mas que não resulta de um processo gramatical regular, como a justaposição. “Aguardente” não é uma palavra valise; “portunhol” é, “motel” também.

“Trensalão” é do tipo “cheesburger”. Embora o começo (“tren”, com “n” por questões de grafia) tenha a ver com trens, porque as maracutaias teriam ocorrido na compra de equipamentos para trens e metrôs, “-salão” não tem nada a ver com salão, ou seja, não se trata de salão de trens, nem dos eventualmente existentes em vagões especiais, nem de exposições de trens e acessórios (compare com “salão do automóvel”). “Salão” é o resto da palavra “mensalão”, assim como “-burguer” é de “hambúrguer”.

A carne tem a ver com a cidade de Hamburgo. Deve ser um tratamento da carne inventado lá, ou que é típico de lá.

A sequência “salão” funciona como se significasse corrupção ou pagamentos indevidos. Num caso, seria mensal; no outro, relacionados a trem.

Há outros casos semelhantes: “gate”, por exemplo, por causa de Wattergate, tornou-se produtiva. Funciona para designar escândalos. Por exemplo, “clintongate” e “climagate”.

Deve haver muitas mais.

Artigo de Sírio Possenti. Linguista. Professor da UNICAMP.

 

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Escoliose atinge preferencialmente as mulheres

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Dores nas costas sempre causam muito incomodo na vida de qualquer pessoa e são originárias de diferentes motivos como a má postura no trabalho e o sobrepeso corporal. Porém, em alguns esses incômodos podem ser provenientes da escoliose, um problema que afeta, em sua maioria, o público feminino.

Sabemos que a coluna vertebral, também denominada de espinha dorsal, estende-se do crânio até a pelve. Sua finalidade é dar sustentação para outras partes do esqueleto e, mediante disto, ela possui algumas curvaturas que são consideradas normais. No caso de pessoas que sofrem de escoliose, a coluna vertebral apresenta um encurvamento anormal no meio ou nos lados.

Devido a essa deformidade na coluna, os ombros ou quadris apresentam um desnível ou inclinação para o lado esquerdo ou direito. Diante disso, normalmente um dos ombros fica mais alto do que o outro.

Esse desalinhamento da coluna está presente em até 3% da população, podendo ser classificado como curva simples, quando está para a direita ou esquerda (escoliose em “C”) ou curva dupla (escoliose em S”).

Esse desvio é progressivo. Desta forma, a curvatura da escoliose varia, principalmente, em relação à idade. Sendo que o mesmo ocorre com maior velocidade no período da adolescência – explicam os médicos neurocirurgiões.

A escoliose é classificada em quatro tipos:

Escoliose congênita: Decorrente de um problema com a formação com os ossos da coluna vertebral no nascimento. Essa má formação ocorre durante o desenvolvimento do feto no útero da mãe.

Escoliose neuromuscular: é causada por uma anormalidade dos músculos ou nervos ocasionando fraqueza e descontrole dos músculos em crianças que tem o sistema neurológico em desordem ou decorrente de paralisia cerebral, distrofia muscular, espinha bífida e pólio.

Escoliose sindrômica: seu acometimento é associado a outras doenças como síndrome de Marfan e síndrome de Rett.

Escoliose idiopática: é o tipo mais comum que acomete as pessoas, principalmente, em adolescente do sexo feminino. Sua causa é desconhecida. Ela normalmente é dividida em quatro grupos:

1)  Do nascimento aos 3 anos de idade – escoliose infantil;

2)  De 3 a 9 anos de idade – escoliose juvenil;

3)  De 10 a 18 anos – escoliose do adolescente;

4)  Após 18 anos – escoliose do adulto.

A avaliação médica precoce é essencial para que o tratamento seja eficaz.

Normalmente pessoas com histórico familiar de escoliose têm mais chances de desenvolver a deformidade da coluna. Por este motivo, somente com intervenção precoce é possível evitar a progressão do problema. Para isso, o uso de colete ortopédico é o primeiro tratamento indicado. Mas se a curvatura ainda estiver em um estágio muito avançado, a indicação é o procedimento cirúrgico.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA

 

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Saiba como evitar câimbras

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Doloridas e temidas por atletas amadores e profissionais, as câimbras costumam ser comuns durante a prática de atividade física no verão, principalmente ao ar livre.

Isso acontece porque no calor transpiramos mais e desidratamos facilmente, além de água, neste processo há perda de sais minerais. As câimbras possuem diversas causas, e a desidratação é uma das explicações sobre o que acontece no organismo.O o suor gera perda de água, que é essencial no funcionamento das fibras musculares. As funções de contração e relaxamento precisam de água, sua falta implica em espasmos, o que explicaria as câimbras. Durante a transpiração excessiva, também se perde certa quantidade de eletrólitos (sais). A falta deles pode comprometer o equilíbrio dos fluídos corporais, desencadeando também as dolorosas câimbras.

Normalmente essas contrações involuntárias afetam os membros inferiores, mas braços, mãos e pescoço também podem ser acometidos. Assim como as altas temperaturas, o frio (por deixar a musculatura mais tensa), a compressão das raízes nervosas, a carência de sais minerais na alimentação e uso excessivo de diuréticos, que fazem com que as pessoas percam maior quantidade de potássio, também podem ser causas transtorno.

Além disso, as câimbras são comuns em gestantes, diabéticos, pacientes com insufiência renal, entre outros. Como se prevenir e atenuar a dor Com a falta de potássio, cálcio ou magnésio na dieta também podem explicar essas contrações, é importante dar atenção especial à alimentação. O ideal é seguir um cardápio balanceado dando atenção para a ingestão regular de frutas e verduras, que são alimentos ricos em vitaminas e sais minerais, nutrientes importantes para o funcionamento dos músculos e do organismo em geral.

A teoria metabólica também é usada para explicar esse tipo de espasmo muscular. Neste caso, as câimbras ocorreriam quando o músculo fica “intoxicado” por metabólitos provenientes da atividade contrátil, como por exemplo, o ácido láctico. Outras maneiras de prevenção inclui a hidratação, principalmente antes, durante e depois da atividade física. Quem se exercita de forma intensa e regular pode recorrer aos isotônicos ricos em sais minerais. Para quem pega mais leve, a água já é suficiente para repor a quantidade de líquido perdida.

E como atenuar o desconforto? A massagem na área afetada em movimento circulares consegue promover o relaxamento da musculatura, aliviando a dor. Outra dica: quando as câimbras acontecem nas pernas, a pessoa deve ficar em pé e colocar o peso sobre a perna acometida, dobrando o joelho para estirar os músculos. Se não conseguir ficar em pé, deve sentar-se, esticá-la e puxar os pés para trás com as mãos. As câimbras não acometem somente os atletas. Uma contração involuntária desse tipo enquanto a pessoa estiver nadando no mar pode ser perigosa e resultar em afogamento.

Leia mais dicas de como evitar as câimbas:  Na hora de se hidratar, evite recorrer a chás, refrigerantes, café ou álcool. São bebidas com efeito diurético que acabam por nos desidratar. Dependendo da distância da corrida, performance do atleta e da umidade do ar, a quantidade de água a ser ingerida é maior . Não continue correndo ao sentir dor provocada por câimbras. O ideal é parar, ingerir líquidos e usar compressas geladas de água (toalhas molhadas) para resfriar o corpo. Uma condição séria é a exaustão pelo calor. Entre os sintomas: tonturas, arrepios, enjoos, dores de cabeça, falta de coordenação de movimentos, perda de força muscular, câimbras e aumento da frequência cardíaca. Não ignore também os sintomas da insolação que são semelhantes ao da exaustão pelo calor

Outra condição que merece atenção é a hiponatermia, que ocorre quando a pessoa apresenta nível muito baixo de sódio no organismo. A pessoa parece até estar embriagada

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Ilustrações mostram a beleza da arte médica

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Artistas médicos ainda se inspiram em trabalhos como os de Leonardo Da Vinci – que realizou estudos detalhados sobre o corpo humano há mais de 500 anos. No entanto, o trabalho de um ilustrador da medicina mudou muito com o avanço das tecnologias.

Alguns desses artistas contam à BBC Brasil como trabalham e o que mudou no campo da arte médica atual.

‘Uma simples ilustração pode levar de 2 a 3 horas para uma simples linha a até muitas horas ou semanas, no caso de um trabalho mais detalhado’, diz a artista Ann Holden, especializada em trabalhos em aquarela. ‘É preciso fazer pesquisas significativas antes de começar uma ilustração.’

O veterano Richard Neave começou a trabalhar como artista médico em Manchester, na Inglaterra, há mais de 50 anos. Ele afirma que, apesar das mudanças, a ilustração anatômica está retornando a seu antigo lugar de importância.

‘Os avanços na tecnologia e as mudanças nas atitudes em relação aos espécimes médicos e ao material nos últimos 50 anos foram tão profundas que restou muito pouco da profissão que eu conheci.’

‘No entanto, ainda há a necessidade de revitalizar alguns dos velhos talentos – com o declínio da dissecação humana, a dependência dos modelos médicos e anatômicos está voltando’, diz o artista.

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Saiba como evitar e tratar a artrose nos joelhos

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 Região é a mais afetada pela doença, que não tem cura
Saiba como evitar e tratar a artrose no joelhos Szekeres Szabolcs/Deposit Photos

Foto: Szekeres Szabolcs / Deposit Photos

A artrose, também conhecida como osteoartrite, tem caráter degenerativo e já faz parte da vida de 10 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED). O local que a doença mais afeta é o joelho, uma das partes do corpo que mais suporta carga e tem muitas articulações, por isso acaba sendo muito afetado pela artrose.

A artrose é uma doença degenerativa das articulações. As causas podem ser fatores genéticos, sobrepeso, falta de exercício físico, exagero no uso da articulação, sobrecarga em esportes e desgaste das cartilagens. Joelhos com desvios do eixo (mal alinhamento, por exemplo) e traumas de repetição também podem resultar na doença.

A artrose na região causa dor no paciente e pode levar a uma perda considerável de qualidade de vida, chegando a ocasionar danos irreversíveis, como a deformação e enrijecimento de membros. Alguns dos principais sintomas da patologia podem ser facilmente percebidos em um rápido exame clínico, como uma articulação com dores, inchada, com falta de firmeza ou rangidos. Dificuldades ou reduções na capacidade de movimento também podem ser indícios da artrose. Quando a pessoa percebe sintomas da doença, deve procurar um especialista.

Terceira idade é a mais afetada

A faixa etária mais afetada é a terceira idade, por conta do envelhecimento natural do corpo.

Recomenda-se perda de peso, exercícios de fortalecimento e alongamento, dieta balanceada, diminuir a sobrecarga desnecessária e fazer uso de medicação disponível no mercado, sempre prescrito por um especialista.Além da questão física, o surgimento da doença pode ser vinculado a outros fatores.

A obesidade é um grande problema na osteoartrite, não só pela sobrecarga mecânica. Sabe-se que a gordura funciona como uma glândula, produzindo uma substância chamada adipocina, que piora a inflamação e provoca artrose. O cigarro pode piorar a qualidade do colágeno das articulações, levando a formação de artrose.

Principais sintomas: — Dor no joelho após esforços e melhora com o repouso — Rigidez ao se levantar da cama de manhã ou após longos períodos de repouso. Geralmente, a dor passa após 30 minutos ou quando começam as atividades normais do dia — Presença de estalos ao movimento ou “crepitações” — Inchaço e calor, sentidos geralmente na fase inflamatória — Sensação de aumento de tamanho do joelho, devido ao crescimento dos ossos ao redor — Movimentos mais limitados, especialmente para esticar o joelho totalmente — Dificuldade em apoiar a perna no chão — Músculos da coxa mais fracos e atrofiados

Causas da artrose: — Desgaste natural das articulações, devido à idade — Estar muito acima do peso — Traumatismo direto, como cair de joelhos, por exemplo — Doença inflamatória associada ao uso indevido da articulação

Tratando a artrose no joelho

A artrose é uma doença sem cura conhecida. Algumas iniciativas podem amenizar os sintomas de dor e limitação causados.

Um tratamento pode ser eficaz em controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Medicamentos adequados e exercícios podem evitar cirurgias e aliviar e controlar os sintomas.

Exercício físicos são fundamentais

Ao contrário do que muita gente pensa, exercícios são fundamentais para manter uma boa articulação.

Os melhores são os exercícios resistidos (aqueles realizados contra alguma forma de resistência à contração muscular) que fortalecem os músculos, e os de alongamento, que permitem um ângulo de movimentos adequado. O tratamento cirúrgico só é recomendado quando o tratamento medicamentoso associado aos exercícios falha e o paciente tem uma dor incapacitante.

Há exercicíos que são contraindicados. Se a região afetada for a rótula, os exercícios que dobram e esticam os joelhos, como agachamento ou bicicleta, não devem ser feitos, principalmente se provocarem dor. Quando a doença está entre os ossos do fêmur e da tíbia, a corrida não é aconselhável.

Alguns exercícios simples podem ser eficazes para amenizar as dores e melhorar a qualidade de vida. “Ao se deitar e antes de levantar, o paciente pode esticar uma perna de cada vez, alongando a parte posterior da mesma, fazendo duas séries de 10x cada perna. Essa simples ação ajuda a lubrificar a articulação e alongar a musculatura”.

O acompanhamento médico é muito importante para tratar a artrose. Para o diagnóstico, deve-se observar os sintomas que o indivíduo apresenta e o médico poderá solicitar um raio-x ou ressonância magnética da articulação.

 

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Tontura pode ser alerta para outros problemas

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Sentir tontura é um sintoma bastante comum. Ela é caracterizada por uma sensação rotatória do corpo em relação ao ambiente ou vice-versa, podendo durar segundos ou persistir por vários dias. Apesar de normalmente ser ignorada, é bom ficar atento ao sintoma, pois pode ser um alerta para outros problemas.

As causas são diversas, incluindo condições médicas gerais como anemia, hipertensão arterial, infecções, além de causas otorrinolaringológicas, neurológicas e até psiquiátricas.

Um tipo de tontura muito comum acontece quando levantamos rápido demais. Neste caso, pode ocorrer o que chamamos de hipotensão postural, relacionada a uma queda brusca da pressão arterial.

Outra situação que gera o sintoma é a vertigem paroxística posicional benigna, quando movemos a cabeça para algum lado e sentimos uma rápida tontura, que se alivia a seguir. Nestes casos, o problema está dentro do ouvido interno.

É é importante consultar um médico quando a tontura for persistente, quando aparecer subitamente ou quando estiver associada a sintomas neurológicos ou traumas cranianos.

Cabe aqui ressaltar a significativa quantidade de idosos fazendo uso, de maneira indiscriminada e por longo tempo, de antivertiginosos (medicações para tontura) e que podem, em alguns casos, levar a sintomas que sugerem doença de Parkinson. Por isso, o uso crônico de qualquer medicação, em particular, os antivertiginosos, deverá ser feito apenas sob orientação médica.

 

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Dicas para evitar surgimento de quelóides

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As queloides são lesões fibroelásticas, salientes, rosadas, avermelhadas ou escuras, que podem ocorrer na cicatrização de qualquer lesão da pele. Geralmente crescem, e apesar de inofensivas (benigno), não contagiosas e indolores, podem se tornar um problema estético importante.

Para que elas não apareçam após a cirurgia plástica, alguns cuidados devem ser tomados. O cirurgião deve, por exemplo, avaliar o risco do paciente de desenvolver a cicatriz por meio de um histórico clínico. Dessa forma, poderá tentar diminuir o risco, inclusive sugerindo medidas profiláticas.

Veja o que fazer para evitar o surgimento das queloides

— Assim como as bandanas, as fitas de silicone comprimem a região operada, reduzindo o fluxo sanguíneo e evitando a formação de queloide. As primeiras devem ser utilizadas por até três meses, e as segundas, que são ricas em óleo mineral, o que ajuda a manter a hidratação, devem ser aplicadas por, no mínimo, 12 horas

— Quem corre o risco de desenvolver queloides pode também recorrer ao uso de cremes com corticoides, que inibem a produção de colágeno na cicatriz

— Atualmente, existem várias opções de géis ou pomadas específicas para tratar ou evitar o surgimento dessas cicatrizes, ou reduzi-las quando ainda estiverem no início

— A infiltração de corticoide intralesional pode ajudar a evitar o problema. Quando a lesão já se instalou, ou há grande risco que isso aconteça, indica-se a aplicação da beta terapia, uma espécie de radioterapia localizada, que diminui a formação da patologia

— Nos casos em que a cicatriz já apareceu, pode ser realizada uma nova intervenção cirúrgica após um ano e meio (tempo médio para haver a resolução das cicatrizes), que é feita somente nas partes hipertrofiadas

— Evitar a exposição solar, pois provoca inchaço nas cicatrizes, estimulando a produção de melanina na região, o que deixa a área escurecida. Portanto, cuide com o sol entre 10h e 16h e não deixe de passar o protetor solar.

 
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