Problemas de saúde causados pela roupa apertada

0comentário

16315267

Usar roupa muito apertada não aumenta só a retenção de líquidos e toxinas, mas também o risco de ter celulites e depósitos de gorduras em algumas partes do corpo. Quem tem o hábito de usar calça jeans muito justa ainda pode ser vítima de outros problemas de saúde. Muitas vezes a pessoa sente uma dor na coluna com frequência, tem dificuldade de respirar e algumas mulheres ainda notam um corrimento vaginal. Se não houver uma mudança desse hábito, esses sintomas podem se agravar e desencadear uma série de doenças.

Segundo o cirurgião vascular Fernando Bacalhau, a vaidade pode custar caro para a saúde.

— Esse tipo de roupas, especialmente as jeans, não só atrapalham a circulação como também contribui para o surgimento de coágulos sanguíneos que pode até desencadear infartos pulmonares — afirma.

Além da calça jeans, muitas mulheres ainda usam cinta modeladora muito apertada que pode machucar a pele e impedir a passagem do sangue na região abdominal, podendo gerar problemas de circulação.

— Uma boa parte das mulheres acreditam que o uso diário da cinta modeladora irá emagrecer, mas elas estão muito enganadas. O principal objetivo da cinta é pós-operatório, pois auxiliam na cicatrização, reforçam a musculatura, diminuindo o inchaço e impedindo sangramentos ou o deslocamento da pele — ressalta Bacalhau.

Se o médico recomendar o uso de cinta modeladora, evite comprar um número menor para não obter um resultado indesejado. E os malefícios das roupas apertadas não param por aí.

O cirurgião vascular listou cinco problemas de saúde decorrentes desse hábito, veja quais são:

1 – Varizes

As varizes são temidas por todas as mulheres que almejam pernas bonitas. Entretanto, se elas mantêm o hábito de usar a calça jeans justas, as varizes podem aparecer com o tempo. — A progesterona, hormônio feminino, provoca uma dilatação das veias, o que favorece o surgimento das varizes. E com o uso frequente de roupas apertadas a circulação fica prejudicada e contribui para os primeiros vasinhos nas pernas. Além disso, quem tem predisposição genética ou toma algum tipo de contracepção hormonal tem mais chances de desenvolver o problema — diz o médico.

2 – Respiração

A falta de ar causada de uma hora para outra pode estar associada ao uso de roupas justas.

— Não só a calça jeans, mas cintos apertados impedem a passagem do ar pelo corpo, sem contar que o ar só consegue chegar à parte alta do tórax. Esse processo é chamado de respiração curta, pois deixa o cérebro sem oxigênio, além de provocar consequências como a diminuição de concentração e ansiedade — ressalta o especialista.

3 – Celulite

As roupas justas, cinta modeladora e cintos apertados podem ser os responsáveis por agravar o quadro da celulite.

— A celulite já prejudica a circulação sanguínea e com o uso desses acessórios a passagem do sangue fica ainda mais comprometida, o que pode contribuir para a evolução do grau da celulite. Ou seja, quem tem celulite de grau 1 pode passar a ter o grau 2 ou 3 — esclarece.

4 – Dores nas costas

— Camisas que impedem o movimento dos braços ou uma combinação de roupas justas, sobrecarrega os músculos e as vértebras, o que exige um maior esforço na hora de realizar um movimento. Por isso, muitas vezes a pessoa reclama de dor na coluna, sensação de peso, ardência e formigamento nos ombros — explica o cirurgião vascular.

5 – Má digestão

Os acessórios que apertam muito o estômago dificultam a digestão.

— A pressão dessas roupas pressionam o estômago, causando azia e refluxo — comenta.

Agora que você conhece todos os malefícios da roupa apertada, procure evitar ao máximo para garantir uma boa qualidade de vida e longe de problemas de saúde.

sem comentário »

Perigos de ignorar a dor

0comentário

16314933

As dores aparecem em algum momento da vida. Meus amigos e eu, todos na terceira idade, muitas vezes brincamos que se nada estiver doendo, devemos estar mortos. Mas, na verdade, os especialistas indicam que a dor não é uma parte normal do envelhecimento e não deve ser ignorada.

Ainda assim, estudos revelam que pacientes mais velhos costumam relatar dores aos médicos com menos frequência do que jovens adultos. Em vez de falarem a respeito, muitos sofrem em silêncio, à custa de sua qualidade de vida.

— A boa notícia é que pessoas mais velhas conseguem lidar melhor com a dor, mas a má notícia é que lidam com a dor diminuindo cada vez mais a atividade física e aceitando-as como uma consequência da idade — escreveu o médico Bruce A. Ferrell, geriatra da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, ao lado dos demais autores do Primary Issues, um site voltado para médicos especializados em cuidados primários.

— Infelizmente, tudo isso pode levar a um círculo vicioso de cada vez menos atividade física, piora na saúde e negligência de condições tratáveis e remediáveis, resultando, por fim, em sofrimento desnecessário — acrescentou.

Dores que não recebem cuidados podem levar à morte de adultos mais velhos, ao interferir na capacidade de fazer exercícios, comer corretamente e manter contatos sociais. Dores constantes podem levar à imobilidade, a problemas no sono, perda de apetite e isolamento.

Principal causa de dores pode ser tratada em idosos

Segundo o estudo de uma equipe geriátrica, envolvendo 124 pessoas (com idades entre 71 e 90 anos) em um asilo na Carolina do Norte, apenas 10% relatavam não ter sentido dores no mês anterior. As causas variam de juntas com artrite a doenças crônicas. Ainda assim, a principal causa pode ser corrigida ou, caso contrário, tratada, gerando grande alívio da dor. Quase sempre existem tratamentos seguros e eficazes para reduzi-la.

Algumas semanas antes do Natal, Dale Bell, um senhor ativo de 75 de Santa Monica, na Califórnia, relatou que seus ombros e quadris começaram a doer:

— Tomei ibuprofeno, fiz uma massagem e diminuí o ritmo dos exercícios na academia.

Quando o tratamento não foi eficaz, ele recorreu a um médico, que sugeriu uma fisioterapia. Entretanto, antes que Bell pudesse começar, ele e a família fizeram uma viagem a Nova York, durante a qual a dor se intensificou, atingindo ombros e joelhos.

— Era quase impossível levantar da cama e me arrumar pela manhã — afirmou.

Depois de receber o diagnóstico de polimialgia reumática em janeiro, ele obteve a receita de um esteroide, um relaxante muscular e um analgésico de efeito prolongado, além de fisioterapia.

Bell já está de volta à academia, e está aumentando gradualmente a intensidade dos exercícios. Ele conseguiu diminuir a intensidade da dor que sentia e passou a controlar seu problema.

Medicação

A crença falsa de que a dor é inevitável é só mais uma das muitas barreiras ao tratamento correto para os idosos. Uma vez que a dor seja reconhecida em um paciente mais velho, o desafio seguinte é realizar o tratamento adequado. Assim como as crianças não são adultos em miniatura, do ponto de vista médico, os idosos também não são versões enrugadas dos mais jovens. Mudanças na compleição física, no funcionamento dos órgãos e no metabolismo afetam a maneira como os mais velhos reagem ao uso de medicamentos.

Os rins e o fígado perdem capacidade com o passar dos anos, por isso, para evitar os efeitos colaterais tóxicos dos medicamentos, às vezes é necessário usar doses mais baixas de analgésicos. Medicamentos potentes, nas doses comuns, podem se acumular na corrente sanguínea dos idosos.

Outras formas de tratamento

Com grande frequência, os pacientes mais velhos sabotam os tratamentos eficazes por demorarem tempo demais para tomar o medicamento recomendado — é mais fácil controlar a dor quando ela começa, do que quando se torna severa demais — ou parando de tomar o medicamento abruptamente, tão logo deixem de sentir a dor. Os medicamentos contra a dor funcionam melhor se tomados de forma regular, especialmente quando a dor é crônica.

Embora os medicamentos muitas vezes sejam essenciais, existem outras formas eficazes de tratar a dor. Medidas que podem ajudar — sejam sozinhas ou acompanhadas de medicamentos — são a fisioterapia, massagens, treinamentos de fortalecimento, exercícios de relaxamento, ioga, acupuntura, hidroginástica, aplicações alternadas de calor e frio na superfície dolorida, meditação, auto-hipnose e até mesmo ouvir música e brincar com animais de estimação e crianças.

As dores artríticas são a reclamação mais comum entre os idosos que vivem em casa. A reação típica é a falta de atividade, que o relatório da equipe geriátrica descreveu como uma resposta irresponsável, já que “as consequências da falta de atividade física podem resultar em ainda mais problemas para o idoso”.

Além de procurar uma forma apropriada de lidar com a dor, escreveram os autores, as pessoas mais velhas devem tentar “manter atividades do dia a dia mesmo com a dor, para tentar evitar problemas ainda maiores ligados à falta de atividade física”.

Se você é idoso ou cuida de uma pessoa mais velha, esteja certo de que o médico pergunte sobre as dores a cada consulta — sobre frequência, duração e intensidade — e então, faça o necessário para resolver o problema. Como as enfermeiras costumam dizer: “Todo mundo, independentemente da idade, tem o direito de viver livre das dores”.

sem comentário »

Tratamento com cosméticos pode abrir portas para bactérias

0comentário

16298451

Muitas pessoas têm injetado substâncias no rosto para deixar os lábios mais grossos ou para suavizar as rugas. Infelizmente, um grande número de pacientes de tratamentos cosméticos apresentam efeitos colaterais desagradáveis na forma de nódulos subcutâneos que são difíceis de tratar e que – em casos isolados – levam a lesões que simplesmente não irão curar. Pesquisa publicada recentemente pela Universidade de Copenhagen afirma que, apesar dos mais elevados níveis de higiene, estes efeitos colaterais indesejados são causados por infecção bacteriana.

— Antes, a maioria dos especialistas acreditava que os efeitos colaterais eram causados por uma reação auto-imune ou alérgica ao gel injetado. Pesquisas envolvendo tecidos de pacientes e ratos já mostrou que as lesões desfigurantes ocorrem devido a bactérias injetadas em conexão com o procedimento cosmético. Além disso, nós demonstramos que os próprios enchimentos agem como incubadores de infecção, e tudo o que precisa são somente 10 bactérias para criar uma lesão feia e um filme de material bacteriano – conhecido como biofilme – o que é impossível de tratar com antibióticos — disse Morten Alhede, pós-doutor do Departamento de Saúde Internacional, Imunologia e Microbiologia da Universidade de Copenhague.

O biofilme é resistente a antibióticos

O tratamento com agentes de enchimentos é muito comum. De acordo com a Sociedade Americana de Cirurgia Plástica e Estética (ASAPS), o tratamento com produtos à base de ácido hialurônico constitui o segundo procedimento cosmético não-cirúrgico mais popular nos Estados Unidos.

— Porque um monte profissionais se recusam a aceitar que os efeitos colaterais de procedimentos de preenchimento são causados por bactérias, alegando que tais problemas são causados por reações alérgicas, o procedimento usual tem sido o de tratar com esteróides. Porém, este é realmente o pior tratamento possível, porque injeções de esteróides agravam a situação e deixam as bactérias livres. Felizmente, muitos dos produtores de enchimentos já se conscientizaram do risco das bactérias e reconhecem que o gel pode atuar como uma incubadora delas — disse Thomas Bjarnsholt, professor adjunto do Departamento de Saúde Internacional, Imunologia e Microbiologia.

Ele continua:

— Os especialistas recomendam manter a pele facial livre de maquiagem por um mês antes de sofrer um tratamento que envolva preenchimentos. Uma boa higiene é sempre importante. Mas mesmo quando você obedece a todas as regras e regulamentos, é difícil evitar completamente as bactérias, pois elas estão, muitas vezes, muito abaixo da superfície da pele.

Beleza com conseqüência

Os pesquisadores estimam que uma entre cem pessoas ou uma entre mil – dependendo do tipo de preenchimento – desenvolve uma infecção bacteriana lamentável que, no pior dos casos, pode deixar a pessoa com um rosto desfigurado permanentemente.

— A maioria das pessoas são suscetíveis a ter problemas quando submetidas a um tratamento de preenchimento para suavizar sua pele. No entanto, é um pouco como dirigir um carro: não há nada de errado em não usar o cinto de segurança, enquanto você não acertar nada. Se você tiver um acidente, no entanto, é quase impossível andar ileso — afirmou Thomas Bjarnsholt.

O biofilme que pode se desenvolver em consequência de um tratamento de enchimento é resistente a antibióticos.

— A boa notícia é que as infecções podem ser prevenidas por tratamento antibiótico profilático, ou seja, injeção de antibióticos em conjunto com o próprio enchimento durante o processo de tratamento cosmético. Nossa pesquisa enfatiza o quanto é importante para todos os praticantes seguir este procedimento para evitar as complicações indesejadas — explica Morten Alhede.

sem comentário »

Alimentos apresentam agrotóxicos acima do recomendado

0comentário

morango

Você já se perguntou quantas vezes nossos avós ficaram doentes? Certamente, muito menos do que ficamos hoje. Na época deles, os alimentos não tinham agrotóxicos, bem diferente dos dias de hoje, quando grande parte das frutas, verduras e legumes é pulverizada com tais substâncias. O uso de aditivos agrícolas em alguns deles, como pimentão, pepino, morango e alface, é tão disseminado que o desafio é encontrar uma amostra livre de contaminação.Há alguns anos, a forma mais comum de plantio era manual e em policultura, o que preservava a microflora e a fauna do solo. Assim, a terra mantinha-se rica em oxigênio e nutrientes, terreno ideal para os alimentos crescerem saudáveis e resistentes. Na agricultura moderna, faz-se arado do solo em monocultura, o que destrói o ecossistema do local. A cadeia alimentar fica desbalanceada e abre-se espaço para as pragas, tornando-se enfim necessário o uso de pesticidas.

O consumo frequente de produtos com agrotóxicos ao longo da vida pode trazer riscos graves à saúde. Nomeados de “disruptores endócrinos”, esse tipo de veneno tem substâncias que alteram o funcionamento dos hormônios e o DNA das células, provocando oxidação e inflamações no organismo. Segundo uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, da Fiocruz, eles ainda facilitam o desenvolvimento de câncer, antecipam a primeira menstruação e podem diminuir a fertilidade.

Em geral, alimentos que sofreram ação de agrotóxicos são maiores, mas com pouco sabor e cheiro. Já os orgânicos têm cor mais viva, costumam ser menores e há presença marcante de aroma e sabor. A regra, porém, não pode ser seguida à risca.

Como diminuir a ingestão de agrotóxicos

Segundo a especialista em nutrição Evie Mandelbaum, existem agrotóxicos modernos menos nocivos. “Na agricultura há uma classificação dos diferentes tipos de agrotóxicos e sua segurança para uso nos alimentos. Porém, trazer menos danos à saúde não é o bastante. O ideal é a busca de alimentos ricos em nutrientes que ofereçam benefícios nutricionais e clínicos. Isso é possível com o consumo de orgânicos, cada dia mais disponíveis a preços justos”.

Ainda assim, é grande a quantidade de alimentos com agrotóxicos acima do recomendado. Segundo a pesquisa mais recente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre a quantidade de resíduos de aditivos, mais da metade das amostras de morango analisadas possuía níveis acima do recomendado.

Fonte: Anvisa

Fonte: Anvisa 2012

Lavar bem folhas, legumes e frutas retira as impurezas, mas não diminui a quantidade de agrotóxico, porque o veneno penetra nas células do alimento. Naqueles de casca dura e grossa as substâncias nocivas podem ter mais dificuldade para chegar à polpa, mas ainda assim a contaminação do interior dos alimentos é frequente devido ao mau uso dos pesticidas. Infelizmente, a única forma de garantir que se está consumindo um produto isento de pesticidas é adquirir produtos certificados como orgânicos.

sem comentário »

Ocorrência de pintas é sinal de desordem na pele

0comentário

16290479

Nevos, do latim, defeito. Ou seja, antes de achar uma pinta (ou, como dizem os médicos, nevo) charmosa, tenha bem claro que ela é um alerta sobre uma deformidade, uma malformação. Apesar de a maioria ser realmente uma vantagem estética — basta pensar em Cindy Crawford e Marilyn Monroe —, Marcus Maia, coordenador do Programa Nacional de Controle do Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), avisa:

— A mancha vermelha no rosto, o hemangioma,é um nevo vascular, defeito da célula do vaso. Há falhas de outros tipos de células, manchas de cores diferentes,mas as que mais preocupam são os nevos melanocíticos, que são as pintas escuras.

Os nevos escuros podem ser congênitos ou adquiridos. Os primeiros estão presentes ao nascer ou próximo do nascimento.

— Trata-se de uma fatalidade. Não é genético, mas um defeito intrauterino. De tamanhos variáveis, podem ser pequenos, médios ou grandes. O grande, como se fosse um calção de banho, é raríssimo. O médio, de 3cm a 20cm, também é considerado raro. A maior incidência são os menores, de 3cm ou menos — explica Maia.

Já os nevos adquiridos que aparecem durante a vida são pequenos, as chamadas pintas comuns. E o que há de errado com elas?

— Elas surgiram a partir de um defeito nas células-tronco. De repente, as células-tronco são atingidas pela radiação ultravioleta solar e dão origem a pintas comuns, benignas. Mas, por circunstâncias que desconhecemos, podem causar a pinta maligna, o melanoma (câncer de pele) — explica Marcus Maia.

— Quem toma sol demais pode vir a desenvolvê-lo — complementa.

Pele clara indica maior risco de tumor da pele

De acordo com o dermatologista, é fundamental que todos tenham consciência de que “é marcador de risco quem tem mais de 50 pintas pelo corpo”. Ele acrescenta que pessoas de pele, cabelo e olhos claros estão dentro de um grupo com maior propensão a desenvolver o tumor da pele, assim como quem tem histórico familiar.

— A pinta faz parte de um contexto maior. Quem tem mais de cem pintas estatisticamente apresenta maiores chances de desenvolver câncer de pele, principalmente o melanoma. Pinta é sinal de pele fraca e sensível por tomar sol com pouca ou nenhuma proteção.

O melanoma pode vir sozinho, do nada, ou dentro da pinta.

— Por isso,é importante examinar o território com o dermatologista periodicamente — complementa o especialista.

Maia conta que a regra ABCD é usada para detectar os indícios clínicos de uma pinta que pode fazer mal à saúde. Então, preste atenção na assimetria (A), na borda irregular (B), na cor diferente (C) e no diâmetro (D) do sinal e se ele está crescendo. A sarda é a pinta que surge por queimadura de sol. Não é nevo. Trata-se de um distúrbio de pigmento em cima da queimadura solar, mas que também requer cuidado.

Cuidados generalizados

Apesar da atenção redobrada com as peles claras, as pessoas morenas e negras também têm de se cuidar.

— A fotossensibilidade é o quanto a pele aguenta de sol, se é ou não resistente. Apesar de cor dos olhos, da pele e número de pintas indicarem mais preocupações, é bom lembrar que a pele morena também tem riscos — acrescenta o dermatologista Marcus Maia.

Segundo o especialista, o sol tem três etapas. A luz, que enxergamos e não faz mal, o infravermelho, calor que não é prejudicial, e o ultravioleta.

— Esse não vemos nem sentimos, mas é o grande problema. Temos de nos proteger e bloqueá-lo — explica.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), a estimativa para 2012 era do diagnóstico de 134.170 casos de câncer de pele não melanoma e 6.230 de câncer de pele melanoma. Especialistas dizem que o aumento de casos recai sobre a longevidade de uma geração que tomou sol a vida toda e pouco se protegeu.

— É um dado para pesquisar. As novas gerações têm mais consciência e já não se expõem tanto ao sol — compara Maia.

A luta da classe médica é pelo uso do filtro solar. Há pouco tempo, a recomendação tem sido adotar protetores com filtros mais altos.

— Um filtro de 30 só será de 30 se a pessoa passar 2mg por cm. Um adulto de 70kg terá de passar praticamente metade de um tubo do produto. E se pensar na mulher, nos filhos e na reaplicação a cada uma hora e meia, quanto a família vai gastar com o filtro solar? — pondera Maia.

Óculos, chapéu, guarda-sol e até camisetas ajudam na proteção contra os raios ultravioleta.

Regra ABCD Para saber se há indícios clínicos de que uma pinta pode fazer mal à saúde, preste atenção em quatro pontos (A)ssimetria (B)orda Irregular (C)or diferente (D)iâmetro do sinal e se está crescendo

Tumores distintos

> Existem dois tipos de câncer de pele. O mais frequente no Brasil é o não melanoma, que corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados. Tem baixa mortalidade, sendo que a maioria dos casos é tratada com cirurgia. Há o risco de, após esse procedimento, ficarem grandes cicatrizes, geralmente, na face, no pescoço ou no tronco, as áreas do corpo mais expostas ao sol. Não é apenas o nascimento de pintas que podem indicar algum problema. Basta observar a pele irritada, inflamações, sangramentos e o crescimento de lesões na pele.

> Já o melanoma cutâneo normalmente ocorre nas pintas da pele. Ele pode invadir outros órgãos e causar metástase, e surgir em lugares “escuros”, como as mucosas, a boca, a língua e os olhos. Representa apenas 4% das neoplasias malignas do órgão, apesar de ser o mais grave devido à alta possibilidade de metástase. O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom quando detectado nos estágios iniciais.

DÚVIDAS

Como é a remoção das pintas?

> Cirúrgica. Ela é tranquila e com anestesia local. Depois da incisão da pinta, o material vai para a biópsia a fim de que tenhamos um diagnóstico. Se a margem não for adequada, precisa-se recolher novo material em uma nova intervenção.

A pessoa tem várias pintas e não sente nada, nenhum incômodo ou não percebe alteração. Mesmo assim é preciso consultar o médico?

> A orientação da American Academy of Dermatology (Academia Americana de Dermatologia) é que o paciente faça uma visita anual ao dermatologista. Pinta todos têm e é nossa obrigação prestar atenção nelas. Se for congênita ou adquirida no decorrer da vida, não importa. É preciso observar sempre. A maioria é benigna, apenas um agrupamento de melanina, mas acompanhá-la para ver se há alteração é fundamental. Se possível, filme ou fotografe para comparar a evolução das pintas. Todos precisam se cuidar porque, apesar de o câncer de pele não ser o que mais mata, é o de maior incidência.

Fonte: Bruno Côrtes Aragão, oncologista

sem comentário »

Diagnóstico precoce salva 98% dos aneurismas

0comentário

16284008

 

O aneurisma surge por causa de uma fraqueza na parede das artérias, ou seja, existem alguns pacientes que não nascem com o aneurisma, ele se desenvolve no decorrer dos anos. Para que o aneurisma se desenvolva é necessário vários fatores agirem ao mesmo tempo, entre eles, o tabagismo, a hipertensão, a presença de malformação arteriovenosa e o histórico familiar.

Os vasos sanguíneos possuem uma parede muscular bem resistente que é capaz de suportar a pressão com que o sangue passa dentro das artérias. Mas por algum motivo essa artéria pode ser tornar fraca e pode ceder lentamente, formando uma área dilatada e causando o aneurisma.

O cigarro e a hipertensão arterial são fatores que estão associados à ruptura do aneurisma. Vale ressaltar que estatisticamente as mulheres na faixa etária de 40 a 50 anos são mais acometidas.

Segundo estudos da Academia Brasileira de Neurocirurgia a prevalência de aneurismas cerebrais na população adulta varia de 2% a 5%, com taxa de ruptura de aproximadamente 0,7% a 1,4 % por ano.

Alguns aneurismas podem ser muito pequenos, não sangram e também não proporcionam problemas ao paciente. Além disso, ele pode ocorrer em qualquer parte do cérebro.

Os sintomas podem incluir dor acima do olho, fraqueza, paralisia de um lado do rosto, alterações na visão, dor de cabeça súbita, náuseas, vômitos e rigidez do pescoço.

Uma dor de cabeça pode ser resultado de um aneurisma, portanto, ao sentir uma dor muito forte acompanhada de todos esses sintomas, procure um médico para que seja feito o diagnóstico.

Prevenção

O paciente pode mudar alguns hábitos para evitar que o aneurisma ocorra.

Quem tem hipertensão e fuma deve parar de fumar e mudar os hábitos para manter a pressão no controle. Além disso, é importante avisar o médico sobre o uso de qualquer medicamento, incluindo aspirinas e contraceptivos.

A partir do momento que há hemorragia cerebral por aneurisma, 70% dos pacientes morrem ou ficam com sequelas. Mas se ele for diagnosticado antes da hemorragia e tratado, a cura é de 98%.

A melhor forma de fazer o diagnóstico do aneurisma é procurar um médico ao sentir uma dor de cabeça súbita e intensa, para que seja feitos exames como angiografia, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (MRI).

Esses exames podem diagnosticar o aneurisma e indicar o melhor tratamento.

sem comentário »

Os caminhos da fome

0comentário

16263547

Chega o final de semana e, com ele, a velha desculpa de iniciar a dieta na segunda-feira. No sábado e no domingo, excessos estão liberados. Mas eis que começa a semana e, junto à motivação para emagrecer, a angústia: será que vou conseguir manter a dieta até perder os quilos indesejados? A contar pela animação do primeiro dia, sim. Conforme o tempo passa, vai ficando cada vez mais difícil. Aquele cheiro de pão recém saído do forno começa a parecer tão irresistível, que logo a força de vontade cede à tentação.

A eterna luta contra os quilinhos a mais não é nova, e as dietas rápidas há muito se mostraram ineficazes para ajudar a manter o peso ideal. Somente no Brasil, mais de 27 milhões de pessoas estão acima do peso. No esforço para reduzir a epidemia de obesidade no mundo, a ciência tem se dedicado a descobrir por que é tão difícil emagrecer. Alguns culpam a preguiça, outros, a gula. Mas os estudos indicam que os mecanismos da fome são tão complexos que nenhuma dieta mágica é capaz de controlá-los. Entender os hormônios que atuam na regulação do apetite e conhecer melhor o seu corpo ainda é, conforme especialistas, a melhor forma de fazer as pazes com a balança.

Assim como um carro precisa de combustível para andar, o corpo humano necessita de energia para funcionar. A analogia pode parecer simples, mas se pensarmos na complexidade do motor de um veículo, podemos ter uma ideia da complicada rede de sinalizadores, canais e receptores que envolvem o mecanismo da fome. Vários ógãos do corpo avisam o hipotálamo, região do cérebro onde é regulada a fome e o apetite, se precisamos ou não de comida. A identificação da leptina, hormônio secretado pelas células de gordura, foi um marco na pesquisa da obesidade. Conforme a endocrinologista Helena Schmid, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS, a quantidade de leptina indica o quanto temos de gordura acumulada. Altas concentrações deste hormônio avisam o cérebro que nossas reservas energéticas estão altas e, assim, sentimos menos fome. Isso funciona bem para alguns, mas não para todos. Pessoas que estão acima do peso, na maioria das vezes, apresentam resistência à ação da leptina, que não é reconhecida pelo cérebro. Logo, comem mais do que precisam.

Você acaba de almoçar e está se sentindo tão satisfeito que deixa de lado o resto de feijão e arroz no prato. Mas, lá da cozinha, começa a vir aquele cheiro de bolo com cobertura de chocolate. Mesmo de barriga cheia, o desejo pelo doce é tamanho que você não resiste. Enquanto saboreia a guloseima, experimenta uma forte sensação de felicidade. Poucos minutos depois do prazer, é invadido pela sensação de ter comido mais do que deveria.

O que nos leva a comer mesmo sem fome tem sido estudado por pesquisadores de todo o mundo. Ao que tudo indica, o cérebro é um dos principais vilões nessa história, já que associa a comida não somente à fonte de energia, mas também de conforto, alívio do estresse e até de felicidade.

– O alimento pode ser um refúgio, uma carícia, um vício. A vontade de comer pode estar associada à “fome emocional”, em que há dificuldade em identificar e reconhecer estados emocionais, como frustrações, sentimentos de fracasso, raiva, tristeza, como atenuante da solidão, entre outros – explica a psicóloga Rosemary Viana, da equipe de cirurgia bariátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Entender a diferença entre a fome e o desejo de comer pode ser o primeiro passo para manter o peso ideal. Conforme a nutricionista Mariana Steffen Holderbaum, do Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da PUCRS, existe uma grande diferença entre estas duas sensações. Enquanto a fome é instintiva e desencadeada pela ação de hormônios que são estimulados quando o corpo sente falta de nutriente, o desejo de comer pode ser provocado por diferentes estímulos, como o olfato e a visão.

– A vontade de comer pode dar-se independentemente da necessidade de nutrientes do organismo. A busca pelo consumo de açúcar, por exemplo, ocorre porque ele induz o corpo a produzir serotonina (o hormônio responsável pela sensação de prazer), o que resulta em uma sensação de bem-estar temporário, trazendo uma falsa ideia de conforto e satisfação – complementa a especialista.

Uma forma de identificar o que sentimos quando temos vontade de comer é pensar em outras comidas. Para saciar a fome, qualquer alimento serve, inclusive aqueles que não nos apetecem tanto. Na próxima vez que você se deparar com aquele cheirinho irresistível de pastel frito, antes de abocanhar a guloseima, não esqueça de se perguntar: estou realmente com fome, ou apenas com vontade de comer?

OS CULPADOS

> Nem sempre aquele ronco na barriga é sinal de fome. Mas é o estômago, sim, quem dá o primeiro alerta da hora de abrir a boca. E quem vai comandar essa jogada no organismo é o cérebro, mais especificamente, o hipotálamo

PRIMEIRO AVISO

> Imagine que você acorda atrasado. Aperta o soneca, cai da cama e pula o desjejum para não se atrasar. O estômago, por estar vazio, começa a produzir um hormônio chamado grelina

A NECESSIDADE

> A grelina será a responsável por estimular áreas do hipotálamo que, ao receber a informação de que o estômago está vazio, mandarão o recado para que células nervosas espalhem a SENSAÇÃO DE FOME, nome da necessidade fisiológica por alimentos que trarão energia para as funções vitais do corpo

SEM PRESSA

> Hora do lanche! A distenção gástrica do estômago é o primeiro sinal de que, pelo menos por enquanto, o órgão está cheio. O sistema nervoso leva em torno de 20 minutos para entender isso. Coma devagar!

TCHAU, APETITE

> Depois de ingerida, a comida ruma ao intestino. No duodeno, a presença de proteínas e gorduras estimula a ação da colecistoquinina (CCK) que, junto à distensão abdominal, é a maior responsável pela inibição da ingestão alimentar em curto prazo

RECADO ENTENDIDO

> Quando os alimentos chegam ao intestino grosso, os hormônios PYY e GLP-1 ajudam a reforçar a mensagem de que é hora de fechar a boca

FALHA NA COMUNICAÇÃO?

> Além disso, um hormônio produzido pelas células de gordura desempenha um papel importante no apetite. Quanto mais alta a concentração de leptina, mais alta a reserva energética. Nesse caso, comemos menos. Os mais cheinhos apresentam maior resistência à ação da leptina e acabam comendo mais

FIM OU RECOMEÇO?

> Os hormônios da saciedade ficam na circulação sanguínea por cerca de três horas. E lá vem a fome. De novo!

 

NÃO SE ENGANE PELO RONCO

Comer a cada três horas ajuda a manter o peso estável. VERDADEIRO

– Conforme a endocrinologista Helena Schmid, comer pequenas porções de alimentos com baixas calorias a cada três horas faz com que o alimento seja reconhecido no intestino, e o centro da fome, no hipotálamo, é inibido antes que o indivíduo coma em excesso.

Sentimos mais fome no inverno. VERDADEIRO

– No inverno, o corpo tem de produzir mais calor para ficar aquecido e, por isso, necessita buscar fontes extras de energia. Estas serão supridas por uma maior ingestão calórica, explica a endocrinologista.

Já nascemos com paladar definido. FALSO

– Conforme a nutricionista Mariana Holderbaum, o paladar é bastante adaptável, e é formado a partir das experiências que temos desde a infância. Se nos acostumamos a comer saladas e frutas, apreciaremos estes alimentos mais do que alguém que tem por hábito comer doces e frituras, por exemplo. Quem quer mudar a forma de se alimentar deve acostumar aos poucos o paladar ao que é mais saudável. Com o tempo, eles vão se tornando cada vez mais prazerosos.

Quando o estômago ronca, quer dizer que estamos com fome. FALSO

– O famoso ronco na barriga ocorre quando líquidos e gases se movimentam no trato intestinal, e isso não necessariamente quer dizer fome. Estamos acostumados a associá-lo à fome porque quando a pessoa está em jejum e o organismo percebe que está precisando de alimento, o estômago começa a produzir um ácido que estimula contrações musculares do intestino, o que pode provocar ruídos.

Depois de comer, temos de esperar cerca de 20 minutos para ver se ainda estamos com fome. VERDADEIRO

– Para ocorrer a sensação de saciedade, as células do íleo intestinal necessitam receber a informação de que quantidades suficientes de nutrientes estão atingindo as suas bordas. Estas células secretam, então, um hormônio que informa o hipotálamo que já ingerimos calorias o suficiente. O alimento demora cerca de 20 minutos para chegar ao íleo.

Pular uma das refeições ajuda a perder peso. FALSO

– Para perder ou manter o peso, especialistas recomendam evitar ao máximo pular refeições, já que, quando comemos, damos permissão ao corpo para gastar parte da energia que temos acumulada. Quando ficamos muito tempo sem comer, o corpo reprograma o metabolismo para funcionar mais devagar e acumular o máximo de energia possível.

sem comentário »

Dieta da Moda

0comentário

Basta uma pessoa famosa adotar uma estratégia nutricional para um determinado fim que a ideia se dissemina rapidamente e vira moda. Se estudiosos descobrem propriedades nutricionais interessantes nas

frutas vermelhas, muitos passam a adotá-las em todas as refeições do dia, muitas vezes desprezando vários outros alimentos importantes.

O fato de uma fruta conter antioxidantes ou outros compostos bioativos não significa que vá fazer milagre, principalmente se você não mudar outros hábitos alimentares. Já foi assim com o chá verde, com a quinua, com a chia, o gojee berry, o suco verde e será assim com muitos outros alimentos.

Nenhum deles tem a capacidade, isoladamente, de curar ou prevenir doenças. O que é possível de ocorrer é que a inclusão de alimentos ricos nutricionalmente podem melhorar a oferta de substâncias antioxidantes, anti-inflamatórias, minerais e vitamínicas que, em conjunto, trazem diversos benefícios para quem os consome. Assim como algumas restrições de alimentos prejudiciais também colaboram com o processo.

Nossa saúde é consequência de hábitos, e não de exceções. Portanto ou você tem bons hábitos ou não tem! Nada adianta tentar mascarar um mau hábito com uma fruta milagrosa ou um dia de jejum etc.

Precisamos de nutrientes, não comer não é a solução. Deixar de comer só é válido quando falamos de alimentos não nutritivos e prejudiciais. Muitas vezes, a expectativa de resultados rápidos leva os indivíduos a condutas extremas e desequilibradas, além da compra de produtos caros que muitas vezes são mal utilizados. Como muitas vezes os resultados são frustrantes, esses alimentos caem em descrédito e, apesar de excelentes para a saúde, deixam de ser consumidos.

A menos que o indivíduo não tenha restrições, todos os alimentos citados acima, apenas como exemplos, poderiam ser incluídos em um plano alimentar saudável, sem excessos, com uso regular. Mas sem a expectativa de que a pele melhore ou que a hipertensão desapareça rapidamente apenas com esta conduta.

Sinto cada vez mais a necessidade de retrocedermos ao consumo de alimentos simples, não muito elaborados e não industrializados, se quisermos melhorar a oferta de nutrientes.

Dieta da moda? Normalmente é adotada no desespero de quem andou muito desregrado e hoje sofre as consequências indesejáveis e, obviamente quer resultado rápido. Sugiro que pensemos em resultados seguros e duradouros. Ou você acredita em milagres?

sem comentário »

Mitos e verdades sobre cãibras

2comentários

16206520

As cãibras surgem nos momentos mais inesperados. De repente, começa uma dor intensa nos membros inferiores que causa contrações involuntárias de um ou mais músculos. Há quem acredita que as cãibras atingem somente os atletas, pelo contrário, qualquer pessoa que esteja com as funções metabólicas comprometidas, falta de cálcio e desidratação pode sofrer uma contração.

As causas da cãibra são multifatoriais.  Ela pode ser provocada pelo uso exagerado da musculatura durante os exercícios físicos, má circulação e mudanças de temperatura. No calor, a pessoa tende a transpirar mais e desidratar facilmente, facilitando para a perda de sais minerais. E no frio, ocorre uma compressão das raízes nervosasa.

A cãibra pode ocorrer em qualquer músculo do corpo, principalmente na parte inferior, como coxa e panturrilha.  O problema é muito comum em gestantes, atletas, diabéticos e também em pacientes com insuficiência renal.

Fim dos mitos

Se você já sentiu alguma vez na vida uma cãibra, com certeza já deve ter ouvido alguém falar, come banana que passa. Esse é apena uma das teorias que rodeiam o problema. Para esclarecer sobre o que é mito e verdade vamos discutir  algumas questões:

1) Beber bastante água ajuda prevenir as cãibras?

Mito. Não adianta beber só água, o seu consumo excessivo pode baixar o nível de sódio no sangue, sendo uma das causas das cãibras.

2) As cãibras noturnas estão associadas a posição na hora de dormir?

Mito. A maioria das cãibras noturnas não está relacionada à posição. A explicação para as contrações involuntárias noturnas pode ser efeito colateral de algum remédio, exercícios em excesso durante o dia ou deficiência de vitaminas na alimentação.

3) Medicamentos podem estimular as cãibras?

Verdade. Alguns remédios auxiliam na perda de minerais e água em excesso, como por exemplo, o diurético.

4) As cãibras só atinge as pernas?

Mito. Dependendo da causa e da intensidade, ela pode surgir no músculo no meio das costas ou ocorrer no arco do pé.

5) Alongar e massagear a área durante uma crise é recomendado?

Verdade. Massagear o local afetado não só alivia a dor como também estimula a circulação sanguínea.

6) A banana não previne o problema?

Verdade. De fato, ela sozinha não irá evitar as cãibras. A banana é uma ótima fonte de potássio, porém, a cãibra não está associada à falta do mesmo. A laranja, por exemplo, pode ser mais eficaz do que a banana por conter sódio.

7) Não há como evitar as cãibras?

Mito. Algumas medidas podem ajudar a prevenir, como manter uma alimentação balanceada e um treinamento adequado durante os exercícios físicos, fazer alongamentos e repor os níveis de sódio durante os intervalos da atividade física com uma bebida isotônica.

2 comentários »

Delírios de traição: são sintomas de ciume patológico

1comentário

16207629

Itália do século 15. Na literatura, um general que serve o reino de Veneza, chamado Otelo, casa-se com Desdêmona, bela filha de um importante senador. Um de seus subordinados, Iago, inveja o poder do comandante. Para destruir sua felicidade, começa a insinuar uma possível traição da esposa com o jovem tenente Cássio. Ao imaginar Desdêmona com o amante, Otelo enlouquece de ciúme. Sem controle, mata a inocente mulher. Brasil do século 21. Na televisão, o músico Laerte se apaixona pela prima Helena. O amor une o casal desde a infância, mas o ciúme o separa antes do casamento. Transtornado pela ideia de uma possível traição de Helena com Virgilio, Laerte tenta assassinar o rapaz.

Seja pelo lendário Otelo de Shakespeare ou pela novela Em Família, exibida às 21h na Globo, o ciúme já rendeu assunto para a ficção. E muita tragédia na vida real. Ainda que seja considerado por muitos como o tempero do amor, especialistas alertam: quando em excesso, pode ser considerado uma doença. Em muitos casos associado a outros transtornos neurológicos, o ciúme patológico é normalmente baseado em delírios de traição e desejo obsessivo de controle sobre o parceiro.

Conforme o psiquiatra Paulo Belmonte de Abreu, chefe do departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFRGS, o ciúme pode ser entendido como o medo de perder uma pessoa amada para um terceiro. Ainda que complexo, o sentimento afeta pessoas de todas as idades. Estudos indicam que até bebês sentem ciúme em determinadas situações, como no período de nascimento de um irmão. O receio de perder a atenção da mãe pode gerar essa tensão, mesmo que a criança não consiga elaborar bem o sentimento que a aflige.

Apesar de ser desagradável, o ciúme cumpre um papel importante no amadurecimento emocional, pois faz parte do processo de formação e manutenção dos vínculos afetivos, explica o especialista:

— Ele provoca uma tensão, um mal-estar frente à ideia de perder uma pessoa importante para outro. É uma etapa que todos passam quando estabelecem uma relação mais íntima com alguém, seja naquelas de trabalho, familiares ou amorosas.

Carga genética pode determinar a intensidade do sentimento

A intensidade do ciúme e se vai gerar consequências no afeto ou ser apenas uma tensão passageira depende de cada indivíduo.

— Temos uma carga genética que determina se somos mais ou menos ciumentos e aprendemos a lidar com isso ainda quando crianças, quando percebemos que não existe somente aquela dupla eu-mamãe, mas também existem outras duplas: mamãe-papai, mamãe-irmãozinho. Isso gera um forte sentimento de exclusão com o qual temos de lidar, também em outras relações, durante toda a vida — comenta o psiquiatra e psicanalista Marco Antonio Pacheco, chefe da Unidade de Psiquiatria do Hospital São Lucas da PUCRS.

Embora existam pessoas com mais ou menos tendência para serem ciumentas, a verdade é que ninguém está imune. E se há algum aspecto da vida em que esse sentimento é mais recorrente, com certeza é na esfera amorosa.

O rival imaginário

Na relação a dois, o espaço reservado para o ciúme pode abrigar desde o nível saudável até o descontrole doentio. Para a psicóloga Marina Vasconcellos, especialista em terapia familiar e de casal, o sentimento é considerado normal quando transitório e baseado em fatos reais. Laerte nunca teve provas da traição de Helena com Virgilio, que se torna o rival imaginário que prevalece no ciúme patológico, assim como o desejo obsessivo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos do outro — Laerte chega a proibir Virgilio de chamar a amada de “Leninha”.

Esse tipo de ciúme caracteriza-se por ser exagerado, sem motivo aparente que o provoque, deixando o ciumento absolutamente inseguro.

— Dúvidas se transformam em ideias supervalorizadas, levando a pessoa a checar celulares e ligações recebidas constantemente, a querer saber quem enviou mensagens, que e-mails recebeu e por qual motivo, com quem falou e sobre o que, onde está e a que horas voltará. Por mais que tente aliviar seus sentimentos, nunca estará satisfeito, permanecendo o mal-estar da dúvida. Enfim, a vida a dois transforma-se num verdadeiro martírio — descreve a especialista.

Casos como esse são conhecidos como Síndrome de Otelo — remetendo à obra de Shakespeare — e podem estar associados à esquizofrenia, demências ou doença de Parkinson. Se não tratados corretamente, podem resultar em desfechos trágicos.

 

Antes da catástrofe

Para descobrir a fronteira entre o ciúme dito normal e o patológico, é preciso prestar atenção no comportamento do parceiro, e colocar limites desde o início da relação. Conforme a psicóloga Marina Vasconcellos, muitas vítimas de ciumentos ou ciumentas acabam cedendo às pressões para evitar brigas momentâneas, o que pode, a longo prazo, alimentar ainda mais este comportamento doentio:

— O resultado é catastrófico, pois quando menos imaginar perceberá o quanto está agindo em função do outro e se deixando de lado, submetendo-se, anulando-se por completo.

A recomendação é sempre conversar com o companheiro ou a companheira, mostrar o quanto as cobranças podem afetar a relação e destacar a importância de cada um ter seu espaço, seus amigos e sua liberdade. Caso o ciúme permaneça e continue perturbando o relacionamento, pode estar na hora de buscar ajuda profissional.

Já para os ciumentos, especialistas recomendam sempre parar para refletir quando o sentimento aparecer. Tentar entender a origem do ciúme pode ajudar a controlá-lo. Neste momento, o ciumento deve se perguntar se a tensão foi desencadeada por insegurança, por um fato real, ou até por alguma experiência de traição anterior.

— Quando o individuo ciumento reconhece que o problema tem origem interna, a ajuda profissional pode ser extremante útil. Quando o sujeito acredita que a origem é só externa, isto é, que ele tem razão para ter ciúme, geralmente não aceita ajuda profissional e a relação tende a degastar e até terminar — resume o psiquiatra e psicanalista Marco Antonio Pacheco.

O ciúme é demais quando…

— Começa a trazer problemas para a rotina de quem o sente (como dificuldades de concentração no trabalho, no estudo e nas relações sociais)

— A pessoa se sente mobilizada e limitada apenas para e pelo ciúme (quando deixa, por exemplo, de ir a lugares ou fazer coisas apenas em função desse sentimento)

— Passa a ter ideias que não correspondem à realidade (como fantasias de traição com o parceiro)

— Torna a pessoa capaz de agredir o parceiro (verbal e fisicamente)

— Deixa o relacionamento insuportável pela tentativa de controle do parceiro em tudo o que ele faz: a pessoa checa as mensagens do celular, quer saber quem enviou e-mails, não permite que o outro frequente qualquer evento social sem sua presença, afasta o parceiro de seus amigos por desconfiar de toda e qualquer relação de amizade que ele possa ter

Como lidar

Quando o ciumento é o parceiro…

— Deixe claro que está percebendo o ciúme

— Informe, de maneira clara, porém gentil, que isso está prejudicando a relação de vocês

— Lembre-o de situações ou afirmações nas quais ele demonstrou ciúmes e mostre porque ele estava equivocado ao sentir isso

— Peça que ele fale com outras pessoas sobre suas atitudes

— Se achar necessário, sugira que ele procure ajuda psicológica

— Diga o que está sentindo em conversas periódicas sobre a relação

— Preste atenção no que seus familiares e amigos dizem sobre suas atitudes em relação a seu parceiro

— Converse com seu parceiro e veja como ele está se sentindo diante de suas crises de ciúme

— Tente controlar seus impulsos e pense em por que está sentindo isso

— Pense sobre suas relações anteriores e procure identificar se era ciumento antes da relação atual

— Considere a possibilidade de buscar ajuda profissional para aprender a lidar com seus sentimentos

 

Além da ficção*

“Tenho 72 anos e sou casada há 50. Quando jovem, fui morar no interior do Rio Grande do Sul, onde conheci meu marido. Namoramos por dois anos. Ele era atencioso, me dava presentes e era apaixonado. Logo depois que casamos, comecei a notar comportamentos estranhos. Ele era muito ciumento, não me deixava ter amigos, nem mesmo conversar com o marido de colegas de trabalho. Tentei cursar faculdade, mas ele entrava na sala e gritava comigo, me carregava de volta para casa.

Tive de largar o trabalho também, pois não podia ter contato com ninguém. Chegou a acreditar que eu tinha um caso com a nossa empregada. Ele ficava violento, já chegou a quebrar minhas costelas, me arrastar pelo cabelo. Como eu tinha vergonha de contar para a minha família, escondia de todo mundo. Fiquei muito sozinha e deprimida, não saia mais de casa. Lá pelos 40 anos, comecei a procurar ajuda para entender o que acontecia. Tivemos três filhos que, até hoje, têm sequelas psicológicas pelo comportamento do pai.

Meu marido já foi retirado de casa pela Brigada Militar, internado algumas vezes e ainda toma muitos medicamentos para controlar a doença. Hoje eu entendo que fui vítima de um ciumento patológico.”

“Eu me achava normal até os 17 anos, quando comecei a namorar um rapaz de 20. Ele estudava à noite e eu comecei a imaginar as gurias dando em cima dele e ele correspondendo. Sofria calada, mas, aos poucos, fui extravasando meu ciúme, perguntava sobre as colegas, o que conversavam, telefonava sem parar e, se ele não atendia, eu ligava para os amigos dele. Brigávamos muito, ele cansou e rompeu o namoro. Só voltei a namorar aos 20 anos e tudo se repetiu. Entrava no computador dele e não achava nada de concreto, mas tudo me irritava, até um alô simpático de uma amiga. Ele também rompeu comigo. Procurei ajuda profissional. Quando era criança, minha mãe seguia meu pai de carro e levava eu e minha irmã. Ela jurava que ele tinha uma amante, assisti muitos escândalos e, somente com a terapia, comecei a questionar se ela também não tinha ciúme patológico. Hoje tenho 26 anos e ainda sofro. Estou num relacionamento sério há dois anos, converso muito com meu terapeuta sobre meu ciúme. Aprendi a primeiro desconfiar da minha desconfiança.”

*Os nomes foram omitidos para preservar a privacidade das entrevistadas

1 comentário »
https://www.blogsoestado.com/xavierdemelo/wp-admin/
Twitter Facebook RSS