Álcool,estudantes e coração

0comentário

lgupta_0507.jpg 

Jovens em idade universitária que fazem uso abusivo de álcool podem ter maior risco de desenvolver doença cardíaca no futuro, anunciaram pesquisadores na  Conferência Anual sobre Aterosclerose, Trombose e Biologia Vascular, da Associação Americana de Cardiologia.

Em um pequeno estudo, pesquisadores de Minnesota observaram que um grupo de universitários que consumia grandes quantidades de álcool apresentava níveis elevados da proteína C reativa (PRC), um marcador inflamatório associado a um aumento do risco de doença cardíaca.

“Estes estudantes podem estar aumentando seu próprio risco de doenças cardiovasculares”, afirma a Dra. Elizabeth Donovan, principal autora do estudo e estudante da Faculdade de Saint Benedict, em Minnesota. “Este é mais um motivo para nos preocuparmos com o consumo exagerado de álcool entre os jovens”. Enquanto a maioria das pesquisas sobre a relação entre álcool e níveis de PCR avaliou indivíduos mais velhos, este estudo incluiu apenas adultos jovens.

Vinte e cinco universitários preencheram questionários sobre fatores que podem afetar os níveis de PCR como consumo de álcool, uso de medicamentos, tabagismo e perda de peso recente. Os pesquisadores classificaram os participantes em três grupos: os que não consumiam ou consumiam pequena quantidade de álcool, os que consumiam níveis moderados e os que consumiam níveis elevados.

A média dos níveis de PCR dosado no total dos estudantes foi de 0,9 mg/L, valor associado a um baixo risco para doenças cardiovasculares. Valores entre 1 e 3 mg/L representam risco moderado e níveis acima de 3 mg/L estão relacionados a um risco elevado.

Os pesquisadores identificaram que os estudantes que consumiam álcool em quantidades moderadas apresentavam níveis significativamente menores de PCR (em média 0,58 mg/L), comparados aos que consumiam quantidades elevadas (em média 1,25 mg/L). O grupo de indivíduos que não consumiam ou consumiam pequena quantidade de álcool apresentou um valor de PCR médio de 0,85 mg/L, uma diferença pouco significativa em relação ao grupo de bebedores moderados.

“Enquanto a ingestão moderada de bebidas alcoólicas parece ser benéfica à saúde, nós devemos alertar quanto aos riscos do consumo pesado de álcool”, diz a Dra. Donovan.

Os dados deste estudo devem ser interpretados com cautela, uma vez que os resultados foram obtidos de um estudo não randomizado, realizado em um pequeno grupo de estudantes. Os autores afirmam que novos estudos serão necessários.

Outra pesquisa foi desenvolvida pelo Dr Robert Bonow da Northwestern University e membro da American Heart Association, onde foi obtido os mesmos resultados do estudo anterior. A Proteina C Reativa é um forte marcador inflamatório e um bom preditor de eventos cardiovasculares.

sem comentário »

incontinência: um grande problema entre as mulheres

0comentário

 pelvic_floor_0916.jpg

      Uma entre quatro mulheres podem ser afetadas por incontinência no assoalho pélvico.

      Um estudo publicado esta semana pela revista JAMA mostra que a incontinência é um grande problema  de saúde mulheres:16% experimemtam incontinência urinária, 9% incontinência fecal e 3% tiveram sintomas de prolapso do assoalho pélvico.

     Esses números aumentam com a idade. São desordens que afetam 10% das mulheres entre 20 a 39 anos, 7% entre 40 a 59 anos,37% das mulhres de 60 a 79 anos e mais da metade das mulheres acima dos 80 anos.

sem comentário »

Conheça a pele

0comentário

conheca-sua-pele.jpg

         A pele é formada por três camadas, bem unidas entre si. São elas: epiderme, derme e hipoderme. Todas são importantes para o corpo, e cada uma tem características e funções diferentes. A epiderme é a camada mais externa da pele, aquela que você pode ver. A principal função da epiderme é formar uma barreira protetora do corpo, dificultando a saída de água do organismo e a entrada de substâncias e de micróbios no organismo.

         Em seguida vem a derme, a camada do meio da pele. É formada por fibras e por grande quantidade de vasos sangüíneos e terminações nervosas. Essas terminações recebem os estímulos do meio ambiente e os transmitem ao cérebro, através dos nervos. Estes estímulos são traduzidos em sensações, como dor, frio, calor, pressão, vibração, cócegas e prazer.

         A hipoderme é a terceira e última camada da pele. Essa camada é formada basicamente por células de gordura. Sendo assim, sua espessura é bastante variável, depende se a pessoa é gordinha ou magrinha. Ela apóia e une a epiderme e a derme ao resto do seu corpo. Além disso, a hipoderme mantém a temperatura do seu corpo e acumula energia para o desempenho das funções biológicas.

        Mesmo com toda esta proteção, a pele é permeável e absorve substâncias – muitas vezes usamos remédio de aplicar na pele com ação interna. Assim, cuidado com o que se usa nela! Esse cuidado deve ser maior na criança e no idoso, pois a sua pele é mais fina e tem maior capacidade de absorção.

        A cor da pele é conferida por um pigmento chamado melanina, que em maior ou menor quantidade determina a variação da pele branca a negra. Esse pigmento ajuda na proteção ao sol, assim a pele clara é mais desprotegida e tem maior risco de queimaduras por ter menor concentração de melanina. Você sabia? Esses pigmentos estão na pele, no cabelo e nos olhos. Com o passar dos anos, o organismo diminui a produção de melanina e surgem então os cabelos brancos!

sem comentário »

Crianças com gene da obesidade ”não sabem a hora de parar de comer”

0comentário

360_obese_0808.jpg 

Um estudo conduzido por pesquisadores britânicos apontou que crianças com duas cópias do gene da obesidade têm mais dificuldades de saber a hora de parar de comer.
A equipe, do University College of London e do King’s College, acompanhou 3 mil crianças entre 8 e 11 anos para avaliar o impacto do gene FTO – um dos primeiros a serem apontados como o vilão da obesidade – na queima de calorias e no apetite.
Os especialistas consideraram o tamanho, peso e circunferência da cintura das crianças e aplicaram um questionário aos pais com perguntas sobre o comportamento dos filhos durante as refeições.
Eles observaram que as crianças que carregam o gene FTO duplicado tendem a comer demais, e a apresentar dificuldades em perceber quando já estão satisfeitas.
Os cientistas afirmaram que os efeitos do gene no apetite independem de idade, sexo, condição sócio-econômica e índice de massa corporal.

 Gene

Estudos anteriores mostraram que adultos com duas cópias do gene FTO estão, em média, 3 quilos acima do peso, enquanto os que carregam uma cópia do gene são, em geral, 1,5 quilo mais pesados.
A coordenadora da pesquisa, Jane Wardle, disse que as crianças com o gene FTO duplicado têm mais tendência a comer além do necessário.
“Essas pessoas são mais vulneráveis ao ritmo de vida moderno, que nos confronta com grandes porções de comida e várias oportunidades para comer o tempo todo”, disse a pesquisadora.
A especialista ponderou que a ação do gene FTO isoladamente pode ser relativamente pequena.

sem comentário »

Inglaterra enviará carta de alerta para pais de crianças obesas

0comentário
  
Informações sobre o peso dos alunos já são coletadas para estatísticas do governo.
Escolas não usarão o termo ‘obeso’ para não traumatizar as crianças.

Para tentar controlar a epidemia de obesidade infantil, a Inglaterra vai enviar cartas aos pais de alunos acima do peso, informa o jornal britânico “The Guardian”. A proposta polêmica foi anunciada  pelo Departamento de Saúde do governo inglês. Dados de 2006/2007 mostraram que 22,9% das crianças inglesas entre quatro e cinco anos estava obesa –- entre os 10 e 11 anos, a taxa sobe para 31,6%.

O peso e a altura de todas as crianças do país já é medido por enfermeiras nas escolas no primeiro e no último ano da educação primária (a não ser que os pais não queiram). Com as informações, o Índice de Massa Corporal de cada criança é calculado e enviado para o Departamento de Saúde ser informado das taxas de obesidade em cada região do país. O governo agora acredita que as famílias também devem ter acesso a esses dados.

O material deve tomar cuidado para não usar as palavras “gordo” ou “obeso”, para não traumatizar as crianças nem irritar seus pais. Segundo o governo, existe uma tendência a associar essas palavras com pessoas que pesam “meia tonelada”. O temor é que ler uma coisa dessas vai fazer os pais não levarem o alerta a sério. A decisão, no entanto, foi criticada pelo Fórum de Obesidade Nacional, que chamou de “frescura” a atitude de evitar usar esses nomes.

As cartas começarão a ser enviadas no próximo mês, com conselhos sobre o que fazer se a criança está acima do peso.

sem comentário »

Dieta mediterrânea está agonizante em sua área de origem

0comentário
Estudo mostra que obesidade aumentou na região do mar Mediterrâneo.
Embora tenha seguidores no mundo todo, dieta é ignorada onde nasceu.

O uso da dieta mediterrânea, baseada em frutas e verduras frescas, caiu nos últimos 45 anos “e se encontra em estado agonizante” em sua própria área, segundo um estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O estudo afirma que o sobrepeso e a obesidade aumentaram na região.
O estudo do economista da FAO Joseg Schmidhuber assinala que a dieta mediterrânea tem seguidores no mundo todo, mas “é cada vez mais ignorada na região onde se originou”.
O relatório de Schmidhuber foi apresentado em um seminário organizado recentemente pelo Califórnia Mediterranean Consortium, formado por sete instituições acadêmicas dos EUA e pela União Européia a fim de acompanhar os produtos mediterrâneos no mercado mundial, assinalou hoje a FAO em comunicado.
Diante da dieta mediterrânea, “elogiada pelos especialistas por manter as pessoas magras, saudáveis e longevas”, a população às margens do Mediterrâneo utiliza a maior parte de sua renda para somar “grande quantidade de calorias” procedentes de carnes e gorduras a uma dieta pobre em proteínas animais.
O maior consumo de calorias e uma menor despesa das mesmas, fizeram com que a Grécia se tornasse no país da União Européia (UE) com a média mais alta de Índice de Massa Corporal (IMC). Grande parte dos gregos tem sobrepeso ou são obesos.
Mais da metade dos italianos, espanhóis e portugueses sofrem igualmente com sobrepeso, ao mesmo tempo em que foi produzido um notável aumento de calorias e carga glicêmica nas dietas dos moradores do norte da África e do Oriente Médio.
O relatório assinala que nenhum dos países da UE segue a recomendação de que os lipídios não ultrapassem 30% do total da contribuição energética da dieta.
Espanha, Grécia e Itália ultrapassam “amplamente” este limite e se transformaram nos maiores consumidores de gorduras na Europa, acrescenta o estudo.

sem comentário »

Alerta de risco de uso de celular

0comentário

cell_hospital_0905.jpg

O diretor de um dos principais centros de pesquisa sobre o câncer dos Estados Unidos emitiu um alerta aos seus funcionários sobre os riscos do uso de telefones celulares.
O comunicado foi elaborado por Ronald Herberman, diretor do Instituto de Câncer da Universidade de Pittsburgh.
Herberman afirmou que, apesar de nenhum estudo acadêmico confirmar a relação entre o uso de celulares e o risco de tumores no cérebro, os usuários não devem esperar uma pesquisa conclusiva para começar a tomar certas precauções.
“Dada a falta de provas definitivas sobre os efeitos cancerígenos da radiação magnética emitida pelos celulares, não podemos falar em medidas preventivas, mas em simples medidas de precaução”, diz o alerta.
Além do alerta, Herberman emitiu ainda um comunicado, assinado por 20 especialistas internacionais com algumas precauções sobre o uso dos telefones celulares.
Entre as ações aconselhadas pelos especialistas está a de permitir o uso de celulares por crianças apenas em casos de emergência, tentar manter o aparelho longe do corpo enquanto guardado e usar o viva-voz sempre que possível.
Herberman alerta ainda para que as pessoas usem o celular apenas para conversas rápidas, já que os efeitos biológicos estariam “diretamente relacionados ao tempo de exposição”.

 Estudos

O diretor afirma que decidiu emitir o alerta com base em informações ainda não publicadas sobre os efeitos do uso dos aparelhos celulares.
As informações preliminares seriam do estudo internacional Interphone, que envolve 13 países.
“Apesar das provas ainda causarem controvérsia, estou convencido de que há informações suficientes para emitir um alerta para que tomemos precauções sobre o uso do telefone celular”, disse Herberman.
No ano passado, um estudo realizado durante seis anos afirmou que o uso dos celulares não causava nenhum efeito, a curto prazo, no cérebro ou no funcionamento das células.
No entanto, o Programa Britânico de Pesquisa em Telecomunicação Móvel e Saúde, afirmou que havia um indício de um risco maior a longo prazo e que sua pesquisa iria avaliar os efeitos durante um período de 10 anos.
Segundo o diretor do Programa, Lawrie Challis, “não podemos eliminar a possibilidade, neste momento, de que o câncer pode aparecer em alguns anos”.
Um outro estudo realizado na Grã-Bretanha em 2005 sugeriu que o uso dos celulares por crianças deveria ser limitado como precaução. Além disso, a pesquisa aconselhava que menores de oito anos de idade não deveriam usar os aparelhos.
Os telefones celulares emitem radiações eletromagnéticas que podem penetrar o cérebro humano e a preocupação de alguns ativistas é a de que isso poderia causar sérios danos à saúde.
Uma análise realizada neste ano pela Universidade de Utah, nos EUA, observou milhares de pacientes com tumor no cérebro e não identificou nenhum aumento no risco como resultado do uso dos aparelhos celulares.
No entanto, o estudo afirmou que os efeitos do uso a longo prazo ainda aguardam a confirmação de pesquisas futuras.
Estudos recentes na França e Dinamarca também não identificaram aumento no risco de câncer pelo uso dos aparelhos.
Entretanto, uma pesquisa feita com 500 israelenses neste ano aponta que o uso dos celulares pode estar vinculado a um aumento no risco de desenvolver câncer nas glândulas salivares.

sem comentário »

Crianças e alimentação saudável

0comentário

food_labels_0715.jpg

O excesso de guloseimas, chocolates e bolachas recheadas. Balas e chicletes. Hoje faz parte da alimentação das crianças. Tudo bem que as crianças estão sempre na ativa e gastam muito energia mas nem por isso que elas podem comer besteirinhas sempre que quiserem. Erros alimentares na infância são muito difíceis de serem revertidos e ainda podem se agravar no futuro. Você mesmo pode perceber certos vícios alimentares que não consegue largar. E certamente você os tem desde criança. Por isso, devemos fazer tudo que está ao nosso alcance para ensinar hábitos mais saudáveis às crianças.

sem comentário »

Anvisa tem novas normas para obstetrícia e neonatal

0comentário

 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anuncia nesta terça-feira, 22, as mudanças nos padrões de serviços de atenção obstétrica e neonatal.  A idéia com a resolução RDC 36 e a Instrução Normativa 02 é de que haja uma harmonização e sistematização nos padrões em serviços de maternidades. 

Dentro da campanha do ministério da Saúde em prol do parto normal, as novas normas prevêem que os estabelecimentos de saúde tenham condições para atender a mulher em situação de emergência em um ambiente humanizado e descontraído. 

Tanto os hospitais públicos, privados, civis e militares têm 180 dias após a data de publicação para adotar as mudanças de fluxo de trabalho. Contudo, as mudanças estruturais devem ocorrer quando houver reforma, ampliação ou construção do serviço. Desta forma, não há a obrigatoriedade de um investimento imediato estrutural.

 Entre as principais alterações culturais estão: – Adotar a presença de acompanhante de livre escolha da mulher no acolhimento, trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
– Proporcionar acesso a métodos não farmacológicos e não invasivos de alívio à dor e de estímulo à evolução fisiológica do trabalho de parto.
– Possibilitar que os períodos clínicos do parto sejam assistidos no mesmo ambiente.
– Garantir à mulher condições de escolha das diversas posições no trabalho de parto, desde que não existam impedimentos clínicos
– Estimular o contato imediato, pele a pele, da mãe com o recém-nascido, favorecendo vínculo e evitando perda de calor.
– Estimular o aleitamento materno ainda no ambiente do parto.
– Adotar o Método Canguru, quando indicado.

 As mudanças estruturais são: – Adotar o Quarto para partos normais. Este ambiente tem capacidade para um ou dois leitos com banheiro anexo.
– Prever área para movimentação ativa da mulher, desde que não existam impedimentos clínicos.
– Prever soluções para alívio não farmacológico da dor e de estímulo à evolução fisiológica do trabalho de parto, tais como: barra fixa ou escada de Ling; bola de Bobat ou cavalinho.
– Garantir a adoção de alojamento conjunto desde o nascimento.
– Garantir a privacidade da parturiente e seu acompanhante.

sem comentário »

Auto-exames das mamas pode fazer mais mal do que bem, diz estudo

0comentário

breast_exam_07152.jpg

Prática não tem impacto no número de mortes e aumenta biópsias desnecessárias. Médicos brasileiros, no entanto, afirmam que, no país, ela fundamental para salvar vidas  

O auto-exame das mamas pode fazer mais mal do que bem, de acordo com um levantamento feito pela organização não-governamental Colaboração Cochrane, que faz revisões periódicas sobre o conhecimento na área de saúde. Mas médicos brasileiros alertam que em um país onde a mamografia ainda é um luxo, o auto-exame pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

A revisão feita por Jan Peter Kosters e Peter Gotzsche verificou o resultado de dois grandes estudos, feitos com 388.535 mulheres ao todo, na Rússia e na China, divididas em dois grupos: aquelas que examinavam suas mamas regularmente e aquelas que não tinham essa prática. Os trabalhos mostraram que o exame não alterou o número de mortes por esse tipo de tumor. Na verdade, a única coisa que o auto-exame fez foi aumentar em quase duas vezes o número de biópsias desnecessárias.

“Não há provas para recomendar o acompanhamento pelo auto-exame regular das mamas, mas há provas de danos [causados]”, disse Kosters . “É preciso lembrar que o acompanhamento regular de uma população saudável é bem diferente de consultar um médico por causa de sinais que podem ser câncer. Se você detectar possíveis sintomas, deve ver um médico imediatamente”, afirma.

Kosters acredita que as mulheres muitas vezes confundem alterações completamente normais do tecido das mamas com nódulos possivelmente cancerosos. E, segundo ele, ensinar sobre isso não adianta muito. “As mulheres nesses estudos da Rússia e da China receberam treinamento”, diz o especialista. “Apesar de terem sido treinadas, mais cedo ou mais tarde, uma grande proporção de mulheres vai encontrar um nódulo sobre o qual não têm certeza e que as faz pensar que podem ter câncer”, explica.

  Realidade brasileira

No Brasil, os médicos reconhecem que a polêmica existe. “Em resumo, para quem tem acesso à mamografia, o auto-exame pouco acrescenta. O mais importante mesmo é fazer a mamografia anualmente a partir dos 40 anos”, afirma o mastologista Luís Gebrim.

O problema é que a população brasileira como um todo não tem esse acesso. Por isso, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) afirma que a realidade do país é diferente e que, aqui, o auto-exame é uma necessidade vital.

“Se tivéssemos condições melhores, talvez pudéssemos abrir mão do auto-exame. Mas o Brasil possui poucos mamógrafos, principalmente fora dos grandes centros. Aqui, o auto-exame é fundamental”, afirma Ângelo do Carmo Matthes, vice-presidente para a região Sudeste da diretoria nacional da SBM.

Segundo dados divulgados pelo IBGE em 2003, 50,3% das mulheres brasileiras com mais de 50 anos nunca tinha feito uma mamografia na vida. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que o primeiro exame do tipo seja feito aos 35 anos; aos 40, ele precisa ser feito uma vez a cada dois anos; a partir dos 50, anualmente.

O presidente da SBM em São Paulo, Ivo Carelli, também afirma que é preciso levar o contexto do país em conta. “Temos uma grande carência na área de diagnóstico de imagem”, disse ele, que publicou neste ano em estudo na revista especializada “Breast” afirmando que as mulheres de países em desenvolvimento precisam ser melhor informadas sobre os benefícios de examinar os seios regularmente.

O médico ressalta que há casos em que o auto-exame pode ser essencial. “Próteses de silicone atrapalham a mamografia. Muitas vezes o exame aparece normal, mas a mulher consegue sentir o caroço e quando vamos ver o câncer está lá”, diz o especialista.

Pelo sim, pelo não, os médicos da Sociedade pedem que as brasileiras façam o exame. “Quanto mais cedo o câncer for detectado, maior é a chance de cura. Em um país onde não há mamógrafos suficientes, é melhor pegar um tumor aos dois centímetros com o auto-exame, do que quando ele já está com oito e os sintomas aparecem”, diz Carelli.

sem comentário »
https://www.blogsoestado.com/xavierdemelo/wp-admin/
Twitter Facebook RSS