Crise afeta pesquisa com células-tronco no Japão

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O Japão está construindo o que será o maior centro de pesquisa celular do mundo, apesar da crise econômica, justamente quandos os Estados Unidos resolveram também correr atrás do tempo perdido e liberar o investimento de recursos públicos para este campo.

As aplicações médicas das células-tronco são a última tendência da medicina do futuro, e o Japão quer se transformar em referência mundial na área, embora a crise tenha obrigado o país a reduzir as doações públicas a algumas universidades e centros de pesquisa.

Na maior das três ilhas artificiais do porto de Kobe, centro do país, o Japão está construindo um grande centro de pesquisa médica e em células-tronco, onde o instituto de pesquisa Riken e um dos computadores mais potentes do mundo serão os grandes protagonistas.

No entanto, a redução das verbas públicas destinadas a muitas das áreas de pesquisa médica nos dois últimos anos poderia colocar em dificuldades centros de desenvolvimento japoneses como o Riken, especializado em células-tronco.

O diretor do laboratório para o tratamento com células-tronco somáticas, Akifumi Matsuyama, disse que “as mais afetadas (pela redução do orçamento) serão as empresas privadas, não tanto os públicos”.

Um total de 139 companhias farmacêuticas e médicas japonesas e internacionais se instalou ao redor do Riken, enquanto outras muitas esperam que o supercomputador, que conta com um orçamento de US$ 1,1 bilhão, entre em funcionamento em 2012, como previsto.

O Japão iniciou uma corrida lado a lado com seu principal concorrente neste campo, os EUA, para conseguir nos próximos anos a aplicação terapêutica das células-tronco em humanos, o que, segundo Matsuyama, será conseguido em pouco tempo.

Nos últimos dois anos, o Japão cortou em 12% as verbas públicas a um dos principais departamentos do Riken, o Centro de Desenvolvimento Biológico (CDB), mas, no último ano, as doações privadas aumentaram 16%.

Para Douglas Sipp, pesquisador americano do CDB, “se o orçamento governamental continuar descendo mais de 5% ao ano durante mais de três anos, teremos um problema, mas, por enquanto, o ritmo de pesquisas não diminuiu”.

Sipp, que publicou vários estudos na revista britânica Nature, disse que o complexo da ilha artificial de Kobe tem um grande futuro, e ressaltou que o Governo japonês quer se concentrar na pesquisa com células-tronco não-embrionárias, que não geram tantos dilemas morais.

Em testes com animais, estas técnicas conseguiram reparar danos no sistema nervoso e criar órgãos para transplantes.

No entanto, o pesquisador americano lembra que as leis japonesas sobre o uso de tecido embrionário para tratamentos com células-tronco são “restritivas”.

A nova política dos EUA, onde Barack Obama retirou na segunda-feira o veto sobre os fundos públicos para apoiar a pesquisa com células-tronco embrionárias, não afetará significativamente o Japão, que decidiu apostar no uso das células não-embrionárias.

No entanto, o mais importante pesquisador japonês em células-tronco, Shinya Yamanaka, teve que transferir o trabalho com células embrionárias a seu laboratório na Califórnia, pois a regulação americana barateia o custo de seu trabalho com estas células.

Yamanaka, professor da Universidade de Kioto, é considerado o cientista com mais avanços neste campo no Japão, após ter conseguido reprogramar células não-embrionárias para gerar outros tecidos e órgãos.

A corrida pela obtenção de uma técnica eficaz e barata que possa curar doenças como o alzheimer ou a paralisia é uma pedra angular da política científica do Japão e dos EUA, mas os dilemas morais da pesquisa com células-tronco embrionárias frearam muitos estudos.

A forte aposta do Japão por tratamentos não-embrionários deu resultados positivos e poderia ser aplicável em humanos a curto prazo, embora a crise econômica, que afeta especialmente o Japão, tenha chegado na hora errada.

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Fatores de risco para a depressão materna

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Jefferson Botega

Uma dissertação de mestrado defendida em novembro na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) mostra os fatores de risco para a ocorrência de depressão durante a gravidez e o pós-parto. Na gestação, os fatores de risco são estar grávida pela primeira ou segunda vez e não desejar a gestação. Já na depressão pós-parto, os fatores são: não ter religião, ter um companheiro desempregado, ter tido depressão na gestação, não receber suporte do Sistema Único de Saúde (SUS), não receber ajuda para cuidar do recém-nascido e não receber ajuda do companheiro.

— A gestação e o pós-parto são os períodos da vida da mulher em que ela mais sofre de depressão — explica Valéria Feitosa, autora da pesquisa e enfermeira especialista em psiquiatria. — A rotina da mulher muda, muitas vezes ela não tem condições financeiras ou apoio da família. E ainda há as dificuldades com os hormônios.

Das 47 participantes avaliadas, 43% tiveram depressão durante a gestação e 30% durante o pós-parto. O levantamento foi feito com mulheres de baixa renda de uma maternidade em Uberaba (MG) e, segundo a pesquisadora, os dados refletem a realidade do país.

Para chegar às informações, Valéria comparou informações dadas pelas mães com dados médicos. Durante a gestação e o pós-parto, as mulheres responderam questionários sobre sua situação socioeconômica e de saúde e sobre a saúde do bebê. A pesquisadora entrevistou as mulheres para saber se elas recebiam ajuda nas tarefas diárias e tinham apoio emocional e perguntou se eram bem tratadas pelo SUS. Por fim, Valéria pediu para as mulheres preencherem dois questionários que avaliavam se elas tinham ou não depressão e a intensidade da doença.

A pesquisa aponta que as gestantes com depressão apresentaram menos problemas na gestação e seus filhos nasceram com melhores pesos e estaturas. Elas também alimentavam seus bebês de forma mais apropriada à idade. Para a enfermeira, as gestantes com depressão mais leve ficariam mais ansiosas, o que as levaria a visitar mais vezes o médico. Por outro lado, as mulheres com depressão na gestação fizeram mais cesáreas e partos com maior duração. Elas e seus filhos tiveram mais doenças.

Todas as gestantes que não desejaram a gravidez tiveram sintomas de depressão durante a gestação, mas não depois do parto. A depressão durante a gestação também foi mais frequente do que no pós-parto.

— Talvez isso aconteceu porque ainda não existe uma lista de perguntas específicas para depressão durante a gestação. Mas já existe uma para depressão pós-parto.

O estudo também revelou que não receber apoio do SUS e do companheiro são fatores de risco. As mulheres depressivas faziam todas as consultas sozinhas. Por outro lado, aquelas que diziam receber apoio do sistema de saúde adoeciam menos de depressão. A pesquisadora afirma que é fácil identificar a paciente em situação de risco, pois os hospitais costumam pedir as informações necessárias. Porém, os profissionais de saúde não as usam para prevenir ou tratar a depressão.

— Para minha surpresa, muitas pacientes me ligavam para chorar. Elas procuravam o sistema de saúde e as pessoas achavam que era bobeira ou mentira — ressalta.

Para mudar esse quadro, Valéria sugere que os médicos utilizem as escalas de medir depressão, façam grupos de acolhimento para as pacientes doentes e encaminhem as gestantes para profissionais especializados em saúde mental.

— O assunto daria uma outra dissertação. Mas, para começar, essas soluções já estariam de bom tamanho.

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Tire suas dúvidas sobre a dengue

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A chegada do verão traz de volta o medo de novas epidemias de dengue. De acordo com dados do Ministério da Saúde, algumas cidades brasileiras têm índices alarmantes de infestação pelo mosquito causador da doença nas residências. O Levantamento do Índice Rápido do Aedes (Lira) mostra que o Rio de Janeiro tem o maior índice de infestação no país.

Enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda uma taxa inferior a 1%, a taxa na capital carioca é de 2,92%. Em algumas localidades, como o Complexo do Alemão, um total de 14% das casas foi tomado pelo mosquito. Apesar do alto índice de infestação, o risco de epidemia é menor neste ano devido ao grande número de casos da doença registrados em 2008. Isso torna grande parte das pessoas imunizadas contra o vírus. Mas, se não forem tomadas medidas de controle dos focos, não está afastada a possibilidade de surtos nos próximos anos.

Outras regiões brasileiras também encontram-se com risco de epidemia da doença. Minas Gerais, Bahia e Maranhão têm cidades com alto índice de casos nos primeiros meses do verão, podendo evoluir para surtos nos próximos meses. Os próximos meses serão cruciais.

 Fevereiro e março são o período que ocorre maior incidência de chuvas. Isso favorece a proliferação da doença porque a fêmea do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, deposita seus ovos em poças de água limpa.

Sob a coordenação e financiamento do Ministério da Saúde, Estados e municípios têm investido em ações para combater a doença que consistem, principalmente, na eliminação dos focos de proliferação do transmissor. Como o mosquito vive dentro das casas e tem hábitos diurnos, pequenas poças acumuladas em pneus velhos, vasos de plantas e garrafas vazias passam a ser reservatórios potenciais para ovos e larvas, o que facilita a proliferação. Ao picar uma pessoa infectada pelo vírus da dengue, o mosquito se torna transmissor ao picar outras pessoas, passando o vírus que se aloja em suas glândulas salivares.

Além das campanhas de conscientização e das ações de controle, outras iniciativas, como a implementação de saneamento básico, devem ser priorizadas em áreas carentes, inclusive com a oferta de água encanada e tratamento adequado de esgoto e lixo.

Como prevenir a proliferação da doença

— Cobrir qualquer local em que haja água acumulada, como caixas d’água e tonéis

— Não guardar pneus em áreas abertas

— Manter as lajes cobertas, sem poças d’água, e varrê-las diariamente

— Guardar as garrafas de cabeça para baixo

— Manter os pratos de vasos de plantas sem água ou com um pouco de areia

— Esfregar, com bucha, recipientes com plantas aquáticas

Sintomas

A partir da picada do mosquito infectado, o período de incubação da doença é de sete a 10 dias. Os primeiros sinais são febre, dor de cabeça e incômodo atrás dos olhos. Na sequência, surgem vermelhidão e coceira pelo corpo.

Vírus

Existem quatro sorotipos diferentes do vírus. No Brasil, estão em circulação os sorotipos 1, 2 e 3. Quem já contraiu um sorotipo não se infecta novamente pelo mesmo, mas ainda está suscetível aos outros.

A dengue é mais grave quando uma pessoa que já contraiu anteriormente um sorotipo apresenta a doença pela segunda vez, causada por um sorotipo diferente, o que pode levar à dengue hemorrágica. Neste caso, há possibilidade de manifestações hemorrágicas, como pequenas manchas avermelhadas por todo o corpo, hematomas e queda da pressão arterial, aumentando a gravidade do quadro. Quando isso ocorrer, deve-se, imediatamente, procurar atendimento médico.

O sorotipo 4 do vírus ainda não foi detectado no Brasil, mas está presente em vários países vizinhos, como Venezuela, Peru e Guiana Francesa.

Exames para o diagnóstico da doença

— Hemograma

— Sorologia, para determinar se a pessoa possui anticorpos contra o vírus da dengue

— Tipagem do vírus, que determina o sorotipo pelo método de PCR

Tratamento

O tratamento depende da gravidade da doença, variando desde um simples repouso e administração de analgésicos até a internação para a reposição de líquidos na veia por soro. A pessoa com suspeita de dengue não deve utilizar medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (AAS, aspirina etc.), pois as substâncias podem aumentar o risco de hemorragias.

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Manicure e hepatite

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Arivaldo Chaves

Um estudo inédito feito pela Secretaria da Saúde de São Paulo aponta que uma em cada 10 manicures ou pedicuros tem hepatite. De acordo com a pesquisa, essas profissionais não adotam medidas de biossegurança e higiene necessárias para evitar o contágio e sequer sabem dos riscos de saúde relacionados à atividade que exercem. A contaminação acontece por meio dos instrumentos usados pelas profissionais (alicates), que elas dividem com as clientes.

Foram avaliadas cem profissionais — metade trabalhava em shopping centers e a outra em salões de beleza localizados em ruas de bairros da cidade de São Paulo. O trabalho de campo foi feito ao longo dos anos de 2006 e 2007, incluindo coleta de sangue e aplicação de questionário. Dez profissionais deram positivo para hepatite, das quais oito para o vírus do tipo B da doença e outras duas para o tipo C.

A pesquisa verificou também que só 26% das manicures entrevistadas faziam esterilização dos instrumentais com autoclave (desinfecção por meio do vapor a alta pressão e temperatura), método considerado o mais seguro, mas que nenhuma sabia utilizar o equipamento adequadamente. Outras 54% utilizavam estufa, mas a grande maioria não sabia o tempo e a temperatura corretas para esterilizar os materiais. Outros 8% usavam forninho de cozinha, o que é totalmente inadequado, e 2% simplesmente não utilizavam nenhum método de esterilização. Somente 8% faziam a limpeza dos instrumentais antes de esterilizá-los, e mesmo assim de forma inadequada.

Das profissionais entrevistadas, 74% afirmaram que sempre lavam as mãos antes e depois de fazer mão e pé das clientes. No entanto, foi constatado que ninguém adotou esse procedimento enquanto a pesquisadora permaneceu no salão observando o atendimento. Das entrevistadas, 20% disseram que usam luvas no trabalho, mas só 5% foram observadas utilizando a proteção.

Das cem manicures entrevistadas, 72% desconheciam as formas de transmissão de hepatite B, e 85% não sabiam como se pega hepatite C. As formas de prevenção contra o tipo B eram desconhecidas por 93%, e por 95% contra o tipo C. E 45% acreditavam que não transmitiriam nenhuma doença a seus clientes. O estudo apontou, ainda, que 74% das manicures não estão imunizadas contra a hepatite B, embora a vacina esteja disponível para esta categoria profissional, gratuitamente, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

— O grande problema é que essas profissionais usam o mesmo instrumental para tirar a própria cutícula. Como em geral não adotam os cuidados de biossegurança, é bem provável que estejam se contaminando com a hepatite e transmitindo o vírus também as suas clientes — afirma Andréia Cristine Deneluz Schunck de Oliveira, enfermeira do Instituto Emílio Ribas, responsável pela pesquisa.

A pesquisadora sugere que as clientes dos salões de beleza procurem observar as condições de higiene e esterilização dos materiais e, se possível, levem seus próprios instrumentais quando forem fazer as unhas dos pés e das mãos.

Evite doenças na manicure

O que um salão deve ter?

— Kits individuais de lixas e palitos

— Germicidas e sabão para a limpeza dos materiais cortantes

— Autoclave (espécie de forno usado para esterilizar as ferramentas cortantes)

— Materiais descartáveis

Dicas para a cliente

— Leve sua própria toalha

— Leve seu próprio alicate

— Leve seu próprio esmalte

— Exija que a manicure use luvas o tempo todo

Para as manicures

— Aprenda esterilizar corretamente os objetos cortantes do salão

Na estufa

— Temperatura de 170ºC por uma hora ou de 160ºC por duas horas

No autoclave

— Varia de acordo com o fabricante. A média é 135ºC por meia hora

— Peça para suas clientes trazerem os materiais que serão usados na sessão

— Vacine-se contra a hepatite B

Sobre a hepatite

— Uma em cada 10 manicures de São Paulo tem hepatite

— Na população total, a relação é de uma para cada cem pessoas

— 85% dos pacientes que têm hepatite C terão a doença para o resto da vida

— 10% dos infectados por hepatite B carregarão a doença para sempre

— Existe vacina para a hepatite B

— A hepatite é uma doença do fígado provocada por um vírus. É assintomática (não tem sintomas: é preciso fazer exame para detectá-la). Em alguns casos, pode evoluir para cirrose ou até câncer de fígado

Fonte: Laboratório de Infectologia do Hospital das Clínicas de São Paulo

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Terapia preventiva com antibióticos salva vidas

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Administrar antibióticos a pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI) como medida preventiva pode salvar muitas vidas e supera os riscos de a pessoa desenvolver resistência ao medicamento, concluiu um estudo holandês publicado no New England Journal of Medicine.

Os pesquisadores acompanharam 6 mil pessoas em situação crítica que ficaram em unidades de cuidados intensivos por ao menos dois dias, sob ventilação mecânica, em 13 hospitais holandeses. Voluntários que imediatamente tomaram antibióticos por via oral tiveram probabilidade 11% menor de morrer, e os que receberam uma combinação de medicamentos por vias oral e intravenosa correram 13% menos riscos que pessoas que não receberam essas drogas.

No Brasil, médicos têm opiniões diferentes sobre a descoberta. Para Ederlon Rezende, membro da diretoria da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, a pesquisa é uma das mais relevantes já feitas sobre o tema e pode causar grande impacto sobre o modo como é feita a descontaminação dos pacientes que vão para a UTI.

— Estes resultados deverão ser discutidos nos próximos congressos da especialidade a fim de estimularmos esta conduta para a grande maioria dos pacientes.

Já a supervisora da UTI de doenças infecciosas do Hospital das Clínicas de São Paulo, Ho Yeh Li, acredita que, aparentemente, essas conclusões não são válidas no Brasil, onde o perfil das bactérias é diferente do daquelas encontradas no hemisfério Norte.

— Primeiro, temos que melhorar os recursos básicos das UTIs e depois fazer um estudo para ver se é possível aplicar essa medida no Brasil — diz.

Na pesquisa holandesa, o número de infecções por bactérias resistentes a antibióticos não sofreu elevação entre as pessoas que estavam usando os remédios.

— Podemos afirmar que, nos pacientes de maior gravidade, o surgimento de bactérias resistentes não é expressivo e é suplantado pelos benefícios de melhor controle das infecções que surgem na UTI e pela redução do risco de morte — afirma Rezende.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, infecções hospitalares estão entre as principais causas de morte.

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Má higiene bucal associada a doenças cardíacas

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Cientistas descobriram que existe uma  proteína associada à arterosclerose, chamada PCR US, é elevada em pessoas com risco de ter doenças no coração. Mas de onde a inflamação vem?

Uma nova pesquisa feita por cientistas da Itália e do Reino Unido, mostra que gengivas infectadas podem ser um lugar de origem. Uma adequada higiene dental pode reduzir o risco de aterosclerose, derrame e doenças no coração, independentemente de outras medidas, como controle do colesterol.

 Há muito tempo se suspeita de que a aterosclerose é um processo inflamatório e que a doença periodontal tem um importante papel na aterosclerose. O estudo sugere que esse é o caso e indica que algo tão simples como cuidar da saúde dental e da gengiva pode reduzir muito o risco de desenvolver sérias doenças.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas examinaram as artérias carótidas de 35 diferentes pessoas saudáveis, com média de 46 anos, e com moderada doença periodontal antes e depois de receberem tratamento para os dentes. Um ano depois do tratamento, os cientistas observaram uma redução da bactéria oral, da inflamação imune e do aumento dos vasos sanguíneos associados a aterosclerose.

 Pesquisas recentes indicam que processos inflamatórios produzem uma proteína que entra ou favorece a formação dos ateromas, que levam à aterosclerose. E essa inflamação poderá ser das gengivas. Em pacientes portadores de doenças cardíacas, quando sofrem intervenções odontológicas, principalmente problemas periodontais (doença que envolve os tecidos que suportam os dentes), as bactérias poderão entrar na corrente sanguínea e fixar-se em áreas de fragilidade, podendo gerar problemas sérios.

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Óculos de sol precisam de selo de qualidade

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Mauro Vieira

Os óculos de sol comercializados no Brasil não têm nenhum selo de qualidade que ateste que possuem o filtro de proteção contra os raios ultravioletas. Por isso, representantes da Associação Brasileira de Produtos e Equipamentos Ópticos (Abiótica) se reuniram com membros da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) recentemente para discutir a criação e a aplicação de um selo, que seria a garantia do consumidor de que o produto está dentro das normas.

De acordo com Bento Alcoforado, presidente da Abiótica, já existem normas técnicas para os produtos ópticos, mas não há nenhum órgão fiscalizador, por isso, o consumidor não tem a quem recorrer quando quer comprar óculos escuros.

— Os óculos são vendidos de qualquer maneira. Quando você introduz um selo de garantia, o fabricante precisa provar que cumpriu todas as normas, por isso ele será obrigado a se adaptar — disse.

Segundo Alcoforado, a aplicação do selo seria importante porque existem óculos “de marca” que não possuem o filtro e óculos “sem marca” que estão de acordo com as normas. De acordo com ele, só em 2007, a Receita Federal apreendeu 7,7 milhões de óculos de sol e, desse total, somente 80 mil foram considerados adequados para uso por estarem de acordo com as normas da ABNT. Neste ano, foram apreendidas 6,5 milhões de unidades que ainda estão em análise técnica.

— O que nós queremos é que as normas que existem sejam aplicadas de forma compulsória. A gente quer que todo óculos seja fiscalizado antes de chegar ao mercado.

Se a criação do selo for aprovada, a medida deve ser colocada em prática pelos fabricantes gradualmente e, em cinco anos, a exigência passará a ser plena.

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Os ricos são os que menos vacinam os filhos

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Esperava-se que as pessoas com melhores condições econômicas fossem as que mais vacinassem os filhos. Não é assim. Um levantamento feito no Brasil e financiado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana de Saúde mostrou que apenas duas em cada três crianças de até 18 meses, da classe A da região Sudeste, receberam todas as vacinas do calendário oficial – contra doenças como tuberculose, meningite, paralisia infantil e hepatite B. O chefe das famílias desse extrato ganha no mínimo 20 salários mínimos e tem 17 anos de escolaridade. O índice obtido na pesquisa, de 68,9%, ficou bem abaixo da meta esperada, de 95%. A média nacional foi de 81%, informa O Estado de S. Paulo.

Agora a segunda parte da pesquisa levantará os motivos para o baixo índice. Uma das razões, acreditam os pesquisadores, é o medo das reações adversas do organismo. Outro motivo pode ser a orientação de médicos homeopatas e antroposofistas, que em muitos casos sugerem deixar de lado as picadas. O presidente da Associação Paulista de Homeopatia, Ariovaldo Ribeiro Filho, diz que a especialidade recomenda seguir o calendário oficial, mas lembra que cada médico tem autonomia para orientar as famílias a tomar ou não determinadas vacinas. Nesse ponto associam-se as recomendações à boa condição social das famílias e o resultado pode ser a acomodação. “É mais fácil para pais de uma classe social mais favorecida recusar as vacinas pois seus filhos têm condições de ser atendidos logo depois dos primeiros sintomas”, disse Ariovaldo à Folha de S.Paulo.

Já a medicina antroposófica considera a vida emocional do paciente e leva em conta sua relação com a natureza. Para os médicos dessa linha, reconhecida como prática médica no Brasil desde 1993 e atualmente com 600 médicos filiados, as doenças infantis têm uma função importante: fortalecer o sistema imunológico.

Para os médicos favoráveis à imunização, que são a grande maioria, a vacinação não é apenas uma escolha pessoal, mas uma questão de cidadania. Muitas doenças só foram erradicadas devido à imunização em massa, como a varíola, em 1973, e a poliomielite, em 1989. Se muitas crianças deixarem de ser vacinadas há o risco da deflagração de moléstias até agora controladas. Segundo a Organização Mundial da Saúde a imunização salva anualmente 3 milhões de crianças no mundo – e 2 milhões morrem no mesmo período por falta de vacina.

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Proibição do fumo não emplaca China

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PEQUIM – um homem bem vestido entra no elevador de um prédio de alto nível com um cigarro aceso numa manhã recente e algo inesperado acontece. Uma mulher de meia-idade com um pequeno Maltês no colo abana as mãos diante do rosto e tosse forçosamente para obter o desejado: o homem pisa sobre o cigarro e murmura desculpas.

Em um país em que uma em cada quatro pessoas é fumante e onde médicos acendem cigarros em corredores de hospitais e ministros da saúde tragam durante reuniões, esse foi um pequeno sinal de que uma década de fracas campanhas públicas contra o fumo pode ter conquistado algum espaço.Em maio, o governo municipal proibiu o fumo em escolas públicas, estações de trem, prédios de escritório e outros espaços públicos. Atletas chineses já não podem aceitar o patrocínio de companhias de tabaco. Propagandas de cigarros em outdoors serão restringidas durante as Olimpíadas. O primeiro-ministro Wen Jiabao declarou que os jogos serão “livres de fumaça”.

Apesar das novas leis e regulamentações, o impacto pode ser imperceptível para os visitantes que chegarem à capital no próximo mês. A maioria dos restaurantes permanece envolta em fumaça, o ar em boates e bares pode ser asfixiante e uma proibição de um ano contra o hábito de se fumar nos táxis de Pequim teve pouco efeito.

Autoridades do governo dizem que 100,000 inspetores foram treinados para multar os fumantes, mas a taxa de US$1.40 oferece pouco incentivo.

Li Baojun, gerente de um popular restaurante da Rua Ghost, explicou porque não se atreve a dizer aos clientes que parem de fumar durante as refeições. “Meus clientes iriam preferir não comer do que não fumar e eu iria à falência”, ele disse, e uma densa nuvem tomava conta do local. “Na China, não se pode beber, comer ou sociabilizar sem um cigarro”.

Cerca de 350 milhões de pessoas, da população de 1.3 bilhões da China, são fumantes regulares, mais do que toda a população dos Estados Unidos e mesmo que 1.2 milhões de pessoas morram todos os anos por causas relacionadas ao fumo, há uma crença generalizada de que os cigarros fazem algum bem à saúde.

Um cigarro pela manhã é energético, muitos fumantes declaram, e mesmo quando confrontados com dados científicos eles citam Deng Xiaoping, um fumante inveterado que viveu 92 anos, e Mao Zedong, que viveu 82.

Fumando com uma mão e segurando um par de hashis com a outra, Li Na, 26, secretária, não parece se envergonhar por seu filho de dois anos estar sentado a seu lado no restaurante envelopado em uma nuvem de fumaça. “Se você superprotege seus filhos eles não criam imunidade própria”, ela explicou. “Respirar um pouco de fumaça quando pequena torna a criança mais forte”.

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Câncer será a principal causa de mortes em 2010-OMS

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O câncer será a principal causa de óbitos em 2010

Nunca houve tantos avanços no combate ao câncer, desde novos métodos de detecção até tratamentos com menos efeitos colaterais e mais eficazes, como vacinas e combinações de medicamentos. Apesar das boas notícias, a doença não pára de assustar, em decorrência do aumento progressivo do número de casos diagnosticados. Um levantamento da Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (Iarc, na sigla em inglês), ligada à Organização Mundial da Saúde, mostra que o crescimento desordenado e maligno das células deve superar em 2010 as doenças cardíacas como principal causa de morte no mundo.

A CULPA É DO CIGARRO
O aumento do tabagismo é um dos principais fatores da expansão do câncer

  • Em 2007 a doença matou 7,6 milhões de pessoas. Foram registrados 12 milhões de novos casos.
  • Em 2030 serão 17 milhões de óbitos. Devem surgir 27 milhões de novas ocorrências.
  • Os casos de câncer dobraram entre 1975 e 2000. Devem dobrar novamente entre 2000 e 2020.
  • Em 1970 apenas 15% dos casos foram registrados em nações em desenvolvimento. Hoje duas em cada três mortes acontecem nos países em desenvolvimento. A principal causa é o fumo.
  • 40% dos fumantes vivem em apenas dois países, China e Índia.

As estatísticas crescem principalmente nos países pobres. “Há quatro décadas o câncer era uma doença de nações com muitos recursos e altamente industrializadas, apenas 15% das ocorrências eram registradas em países de pequeno e médio desenvolvimento”, disse Peter Boyle, diretor da Iarc, ao site WebMD. Existem duas razões para esse fenômeno, uma boa e outra ruim. A boa: o aumento da expectativa de vida, já que o câncer é mais comum em idosos. As populações, de maneira geral, vivem cada vez mais tempo. O Brasil é bom exemplo. O tempo médio de vida do brasileiro era de 67 anos em 1991. Em 2006 já estava em 72,28 anos – um aumento de cinco anos. Neste mês saiu a última estimativa: 72,57 anos, um ganho de três meses e 14 dias.

O motivo ruim da expansão do câncer é o tabagismo. Ele atinge mais homens que mulheres. Entre eles a forma mais comum, e mais letal, é o de pulmão. O motivo – homens fumam mais. (Entre as mulheres a incidência maior é de câncer de mama.) Com o cerco aos fumantes nos países mais ricos, as empresas de cigarro começaram a mudar suas linhas de montagem para as nações em desenvolvimento, onde a cultura das tragadas também é forte. Apenas dois países, China e Índia, concentram 40% dos fumantes do mundo. São esses também os dois países mais populosos. No total, uma em cada cinco pessoas fuma no mundo.

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