Bom para economia, ruim para coração

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Útil para a economia, o horário de verão pode ser ruim para o seu coração. Um estudo sueco concluiu que o número de casos de ataque cardíaco aumenta logo nos primeiros dias após o ajuste do relógio em mais uma hora. Por outro lado, o atraso de uma hora nos ponteiros, ao final do horário de verão, parece ter o efeito inverso.

Apesar de despertar curiosidade, a explicação para o fenômeno pode ser mais simples do que aparenta. Os autores da pesquisa, elaborada em conjunto pelo Instituto Karolinska e pela Comissão Nacional de Saúde e Bem-estar da Suécia, acreditam que o número de ocorrências pode estar relacionado com a quantidade de horas de sono.

Após análises de dados de 9 milhões de residentes que reportaram casos de infarto entre os anos de 1987 e 2006 na Suécia, os pesquisadores concluíram que o número de ataques cardíacos aumentava em 5% na primeira semana após o início do horário de verão, com o maior número de casos observado nas terças-feiras (10%). Já após a volta do horário regular, a incidência diminuía em 5% na primeira segunda-feira e em 1,5% durante o resto da semana.

De acordo com os autores do estudo, publicado na edição desta semana da revista científica New England Journal of Medicine, as conclusões são intrigantes. “Essas transições podem atrapalhar os ritmos cronobiológicos e influenciar a duração e a qualidade do sono, e os efeitos perduram por diversos dias após a mudança”, escreveram os pesquisadores.

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Cirurgia sem cortes

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A evolução da endoscopia transluminal poderá revolucionar a cirurgia dentro de alguns anos, ao valer-se de orifícios naturais como porta de acesso a estruturas internas do corpo humano

Realizar cirurgias sem incisões ou por meio de um pequeno corte de milímetros de espessura poderá virar rotina para os cirurgiões dentro de poucos anos. Novas técnicas dão curso a uma revolução nessa área da medicina, acreditam os especialistas envolvidos em pesquisas para aperfeiçoar procedimentos que não deixam cicatrizes e reduzem significativamente a dor. Entre os avanços, está a chamada Notes, sigla do inglês para natural orifice translumenal endoscopic surgery, ou cirurgia endoscópica transluminal por orifício natural, que já é adotada em salas de cirurgia no Brasil e no mundo. Como o nome sugere, a técnica consiste em valer-se dos orifícios naturais como porta de entrada para o corpo e, assim, diminuir o número de incisões.
A operação vem sendo realizada pela vagina e pela boca, mas tudo indica que a técnica evolua e seja possível realizar cirurgias através do ânus, do nariz e dos
ouvidos. A Notes traz menos dor pós-operatória, diminui os riscos de o paciente contrair infecções e de passar por complicações cirúrgicas, ao mesmo tempo
que reduz as cicatrizes e o tempo de recuperação.

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Sexo após o infarto do miocárdio

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Os mesmos fatores de risco cardiovascular , são fatores de risco para a disfunção erétil  ,  como o tabagismo, sedentarismo, diabete melito, hipertensão arterial ,  dislipidemias ( anormalidades do colesterol e suas frações ) , depressão , entre outros. Logo , a disfunção erétil , é um marcador  de doença cardiovascular. É importante lembrarmos , que a atividade sexual deve ser considerada como qualquer outra atividade física, que condiciona e melhora a capacidade funcional do paciente e, portanto, está relacionada a um aspecto da qualidade de vida. A desinformação sobre a doença cardíaca e  o retorno à atividade sexual não está apenas relacionada ao nível de escolaridade. Muitas vezes, o sexo é visto pelos profissionais da saúde e pelos pacientes como assunto de abordagem delicada, já que em nosso meio ainda vigoram o preconceito e o tabu sobre o tema. Estima-se que, após um diagnóstico de infarto do miocárdio ou procedimento intervencionista ( angioplastia coronariana ) , cerca de 25% dos pacientes retornem à vida sexual normal, apresentando a mesma freqüência e a mesma intensidade anteriores ao evento coronariano. Metade dos pacientes retorna à vida sexual com algum grau de diminuição em freqüência e/ou intensidade, e os outros 25% restantes não reassumem sua vida sexual.

Diversos fatores estão bem estabelecidos quanto à possibilidade da redução da atividade sexual após eventos cardiológicos, dentre os quais medo da morte ou do novo infarto do miocárdio , dispnéia ( falta de ar ), angina do peito , exaustão, alterações da libido ( desejo sexual ), depressão, impotência, preocupação ou ansiedade do cônjuge, além da sensação de culpa. Esses fatores podem estar associados à falta de esclarecimento sobre a doença e sobre a necessidade de um boa reabilitação cardiopulmonar  após evento cardíaco, além da ignorância a respeito dos possíveis riscos que a prática sexual pode de fato acarretar. É sabido que  o aumento do batimento cardíaco e a elevação da pressão arterial durante a relação sexual podem servir de gatilho para outro evento cardíaco. No entanto, após avaliação adequada, o risco absoluto é muito baixo. 

O infarto do miocárdio recente , da região inferior do coração por exemplo  , nas primeiras  seis semanas, é classificado como de risco intermediário para atividade sexual. Estudos têm demonstrado aumento do consumo máximo de oxigênio e aumento da pressão arterial sistólica após exercício físico ou após a prática sexual. Dessa forma, torna-se essencial a avaliação do risco  dos pacientes, para uma orientação ótima quanto à retomada dessa prática e posterior liberação pela equipe médica. Dentro dessa perspectiva, ficam claras as dúvidas e dificuldades, tanto dos pacientes quanto da equipe de saúde, de como abordar e/ou engajar nos programas de reabilitação cardiopulmonar as orientações sobre a atividade sexual.

Nesse contexto, estratégias que possam adicionar orientações verbais e/ou escritas têm trazido resultados benéficos. É importante mencionar que o desconhecimento sobre a doença e o retorno da atividade sexual podem ser identificados no período de internação, desde que as instituições e os profissionais direcionem a atenção para esses pacientes. O aconselhamento sexual é um importante aspecto a ser abordado e discutido com pacientes e companheiros durante a internação hospitalar. As orientações dispensadas contribuirão para a redução do medo e da ansiedade dos pacientes após infarto do miocárdio , e, portanto, não irão comprometer aspectos relacionados à qualidade de vida.

As orientações para indivíduos após- infato do miocárdio  seguem as recomendações da American Heart Association, estabelecidas de acordo com a prática da atividade sexual e conforme o quadro clínico: a) pacientes de baixo risco cardiovascular : assintomáticos, portadores de menos de três fatores de risco para doença arterial coronária (excluindo gênero masculino ), aqueles com hipertensão arterial sistêmica controlada, angina do peito estável leve , aqueles submetidos a revascularização miocárdica com sucesso, pacientes com infarto do miocárdio passado não-complicado, portadores de doença valvar leve, insuficiência cardíaca sem disfunção do ventrículo esquerdo e/ou em classe funcional I ( falta de ar apenas aos grandes esforços ) – esses sujeitos podem ser encorajados para recomeçar a atividade sexual ou receber tratamento para disfunção sexual imediatamente; b) pacientes de risco intermediário: portadores de três ou mais fatores de risco para doença arterial coronária (excluindo gênero masculino ), presença de angina do peito estável moderada , pacientes com infarto do miocárdio recente (ocorrido entre duas e seis semanas), portadores de disfunção de ventrículo esquerdo e/ou insuficiência cardíaca congestiva classe funcional II ( falta de ar aos médios esforços ), seqüela não-cardíaca de doença aterosclerótica ( derrame cerebral e/ou doença vascular periférica) – esses indivíduos devem realizar uma avaliação cardiológica criteriosa antes de recomeçar a atividade sexual; c) pacientes de alto risco cardiovascular: presença de angina instável ou refratária ao tratamento, hipertensão arterial sistêmica não-controlada, insuficiência cardíaca congestiva grave ( falta de ar aos mínimos esforços ou ao repouso ), infarto recente (menos de duas semanas), arritmias de alto risco, miocardiopatias graves, doença valvar moderada a grave – para esses pacientes a atividade sexual pode constituir um risco significativo, devendo a mesma ser postergada até estabilização da condição cardíaca. A liberação do cardiologista é necessária antes de se reassumir a vida sexual ativa, pois, nessas circunstâncias, o risco pode suplementar o benefício.

Cabe salientar que, em pacientes com doença arterial coronariana estabelecida, o ato sexual , assim como a atividade física vigorosa e/ou a resposta emocional intensa, acaba por representar pequeno risco de desencadeamento de infarto do miocárdio. Além disso, comparado com METs de atividades diárias, a demanda corporal total de oxigênio e o aumento da demanda miocárdica de oxigênio durante a atividade sexual marital são modestas e a duração do aumento é breve . Esse gasto equivale a subir dois lances de escada rapidamente (a atividade sexual vigorosa pode aumentar o gasto de energia para 5 METs a 6 METs). Por fim, tem sido descrito que o risco de evento cardiovascular durante a atividade sexual é significativamente menor naqueles indivíduos que realizam atividade física de forma regular e crônica. Além disso, parece salutar lembrar que sintomas cardiovasculares durante o sexo raramente ocorrem em pacientes que não têm sintomas similares durante o teste de esforço, especialmente se o indivíduo alcançou o equivalente a 6 METs no teste e permaneceu assintomático e sem alterações eletrocardiográficas de isquemia.

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Uso de estatina reduz demência

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Uma pesquisa de cientistas americanos indicou que o uso de estatinas, substâncias utilizadas no combate ao colesterol, por um longo período de tempo pode reduzir até pela metade o risco de demência, como perda de memória e mal de Alzheimer.
O estudo acompanhou idosos de origem mexicana em Sacramento, Califórnia, desde 1997. De 1.674 que não apresentavam nenhum tipo de demência ou disfunção cognitiva no início do estudo, 27%, ou 452, tomaram estatina em algum momento da pesquisa.
Ao longo dos cinco anos seguintes, 130 desenvolveram algum tipo de demência ou disfunção cognitiva. Os pesquisadores ajustaram os resultados considerando fatores como educação, hábito de fumar, a presença de determinados genes que, acredita-se, indicam demência, e o histórico de diabetes e infartos de cada um.
“Se uma pessoa toma estatina ao longo de 5 a 7 anos, reduz pela metade o risco de demência, e essa é uma grande mudança”, afirmou a coordenadora da pesquisa, Mary Haan, professora de epidemiologia na Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan.
“Não estamos sugerindo que as pessoas tomem estatina para outras finalidades que não aquelas para as quais o medicamento é indicado. Mas esperamos que este estudo e outros abram as portas para testes envolvendo o uso de estatina contra a demência e outros tipos de disfunções cognitivas.”
As conclusões do estudo circulam na edição da revista científica Neurology, que chega ao público nesta terça-feira.

 Alzheimer

Estudos anteriores do grupo da professora Haan haviam estabelecido que certos problemas metabólicos e desordens vasculares têm relação com doenças como o mal de Alzheimer. Por exemplo, pessoas com diabetes tipo 2 têm três vezes mais probabilidade de desenvolver Alzheimer, calcularam os cientistas.
Outros fatores de risco são colesterol alto, obesidade e hipertensão.
Haan ressalvou que o estudo não considerou o uso de estatina para o tratamento de demência já existente, e sim de forma preventiva. As substâncias são utilizadas para o tratamento do chamado colesterol ruim, ou LDL.
O próximo passo, segundo ela, é determinar exatamente de que maneira a estatina atua no percurso biológico que conduz à demência. Como um dos fatores de risco é o alto nível de insulina, uma teoria é que as estatinas atuam de modo a corrigir esses níveis no cérebro.
“Em pessoas mais idosas há tantos e diferentes tipos de doenças crônicas que os efeitos de alguma intervenção tardia são limitados”, disse Haan. “Digamos que você tenha 75 ou 80 anos e seis doenças. Quanto um tratamento vai ajudar de verdade?”, ela diz.
“Nossa pesquisa mostra que se você começar tomar estatinas antes de que as demências se desenvolvam, é possível prevenir até metade dos casos.”

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Casar com fumante eleva risco de infarto

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Estudo de Harvard mostrou que fumo passivo piora saúde de cônjuges de fumantes.

Ter um cônjuge fumante pode aumentar em até 72%, no pior dos casos, o risco de sofrer ataque cardíaco, indicam os resultados de uma pesquisa conduzida na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Analisando os dados de mais de 16 mil pessoas, a investigação estimou que um ex-fumante que se casa com alguém que fuma tem até 72% mais chances de ter um infarto que se fosse casado com um não-fumante.

No caso de pessoas que nunca fumaram, ser casado com fumantes aumenta os riscos em 42%, estimou a pesquisa, que sairá na edição de setembro da revista cientifica American Journal of Preventative Medicine.

 Os pesquisadores não observaram aumentos de risco de infarto quando o cônjuge já largou o fumo, eles afirmaram. Os dados de pessoas com mais de 50 anos foram tirados do levantamento nacional Health and Retirement Study (HRS) de 1992 1993, 1998 e 2004.

A incidência de infartos foi acompanhada em cada pessoa por em média 9.1 anos. Os cientistas ajustaram os modelos anulando outros fatores de risco, como idade, genética, renda, obesidade, uso de álcool e doenças que podem prejudicar o coração.

Embora o fumo passivo seja amplamente aceito como fator de risco para doenças coronárias, poucos estudos investigam a associação entre este fator e os riscos de infartos. “Os benefícios à saúde de abandonar o fumo provavelmente se estendem para além do fumante individual”, escreveu, no artigo, a pesquisadora M. Maria Glymour, da Escola de Saúde Pública de Harvard.

“Também afeta seus cônjuges, com a potencial multiplicação dos benefícios ao se parar de fumar.”

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O mito do exercício moderado

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Um estudo conduzido por pesquisadores americanos sugere que mulheres que desejam perder peso e manter a nova forma devem se exercitar pelo menos 55 minutos durante cinco dias da semana.

Os especialistas, da Universidade de Pittsburgh, acreditam que a combinação de uma dieta alimentar baixa em calorias e a prática de exercícios físicos por quase uma hora diária é o segredo para perder 10% do peso e não voltar a engordar.

Os cientistas acompanharam um grupo de 200 mulheres obesas ou acima do peso durante quatro anos.

Elas foram instruídas a consumir entre 1.200 e 1.500 calorias diárias e foram divididas em quatro programas diferentes de exercícios, com variações na intensidade e na freqüência.

Após seis meses, os especialistas observaram que todas as mulheres dos quatro grupos haviam perdido até 10% do peso, mas apenas um quarto delas, por terem continuado a se exercitar cerca de 275 minutos por semana, não voltaram a engordar.

Recomendações
Na avaliação dos cientistas, é preciso rever as atuais recomendações médicas para ajudar pessoas a reduzir o peso.

“As recomendações atuais aconselham 30 minutos diários de atividade física moderada, um total de 150 minutos por semana. No entanto, há um consenso crescente que sugere que mais exercícios são necessários para garantir emagrecimento a longo prazo”, afirmou o coordenador da pesquisa, John M. Jakicic.

Ainda na opinião do especialista, além dos exercícios de moderada intensidade, é preciso manter a mudança nos hábitos alimentares. “A atividade física por si só não funciona se a pessoa não mudar seu comportamento na hora de comer”, acrescentou Kakicic.

Esse estudo foi publicado na edição do dia 28 de julho 2008, na revista médica Archives of Internal Medicine.

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Estudo identifica técnica que “reduz sintomas da gripe”

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Cientistas britânicos afirmam ter identificado um regulador do sistema imunológico cuja manipulação seria capaz de reduzir os sintomas da gripe. De acordo com o estudo, publicado na revista científica Nature Immunology, esses sintomas – perda de peso, febre e falta de ar – não são provocados pelo vírus da influenza em si, mas sim conseqüência de uma resposta exagerada do sistema imunológico ao vírus.

Essa resposta continua mesmo após o vírus ter sido eliminado do corpo, causando inflamações e obstrução das vias respiratórias.

“O sistema imunológico é muito sofisticado e na maior parte do tempo faz um trabalho fantástico em combater a infecção. Mas também tem capacidade de causar danos quando reage de maneira exagerada”, disse Tracy Hussell, principal autora da pesquisa.

 Tratamento
A pesquisa, realizada no Imperial College, de Londres, se concentrou na ação do receptor protéico CD200R, que atua como uma espécie de regulador das células imunológicas do pulmão.
Segundo o estudo, ao se ligar com a proteína CD200, o receptor é capaz de prevenir a reação exagerada do sistema imunológico e, desta forma, reduzir os sintomas da gripe.Entretanto, o vírus influenza inibe a molécula CD200, sem a qual o receptor não consegue atuar para controlar a resposta imunológica, diz o estudo. Na pesquisa, os cientistas testaram uma molécula artificial e um anticorpo com ação similar à da proteína CD200, que atuariam como estimulantes do receptor CD200R.Ratos infectados com o vírus da influenza e tratados com os estimulantes apresentaram menos perda de peso e reduzidas inflamações no tecido pulmonar.

Os cientistas observaram ainda que o vírus foi eliminado do corpo dos ratos dentro de sete dias, o que demonstraria que o tratamento não afeta a habilidade do sistema imunológico em combater o vírus.

Tratamento
Os pesquisadores esperam que o estudo possa ajudar no desenvolvimento de um novo tratamento baseado no estímulo ao receptor CD200R, para bloquear a resposta imunológica quando o combate o vírus já não é mais necessário.

“Nossa pesquisa ainda está nos estágios iniciais, mas esses resultados sugerem que seria possível prevenir a reação exagerada do sistema imunológico e limitar os danos desnecessários que ele pode causar”, explicou Hussell.

Robert Snelgrove, que participou da pesquisa, lembra que apesar de a gripe ser apenas uma inconveniência para algumas pessoas, pode ser perigosa e até fatal para os mais jovens e idosos.

“Esperamos que nossa pesquisa possa ajudar no desenvolvimento de tratamentos que possam combater os efeitos desse vírus que pode ser letal”, afirmou.

Os cientistas esperam ainda que a pesquisa possa ser usada em tratamentos de alergias e asma.


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Manhã é mais propensa a risco de ataques cardíacos

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Problemas cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo todo. Entre eles está o ataque cardíaco, cuja ocorrência está relacionada a fatores como hipertensão, tabagismo, obesidade, dieta não-saudável, estresse e período do dia. Sim, período do dia.

O ritmo circadiano –relógio biológico que controla todos os ciclos diários naturais do organismo– está ligado à incidência de infartos. Em determinados períodos do dia, há mais chances de sofrer um ataque do coração do que em outros.

Quem pensa que a “zona de risco” é o final do dia, após uma estressante jornada de trabalho, está errado, alerta Roberto Manfredini, professor de medicina da Universidade de Ferrara (Itália). Em entrevista à revista “Time”, ele afirma que o perigo maior se concentra entre 6h e 12h.

“Os períodos mais perigosos são a manhã e durante a última fase do sono”, diz Manfredini. No horário matutino, o risco é 40% maior para colapsos cardíacos súbitos, ruptura de aneurisma da aorta, embolia pulmonar e derrames. “Se você considerar apenas as três primeiras horas após acordar, o risco triplica.”

Isso acontece porque a maioria das funções cardiovasculares segue o ritmo circadiano, que tem um padrão naturalmente oscilatório.

“Um ataque cardíaco está ligado ao desequilíbrio entre o aumento da demanda e a diminuição do suprimento de oxigênio para o miocárdio. Infelizmente, algumas funções nas primeiras horas do dia demandam mais oxigênio, como acordar, iniciar atividades físicas e o aumento do cortisol (que eleva a pressão e os níveis de açúcar sangüíneos). Tudo isso leva ao crescimento do consumo de oxigênio e ao mesmo tempo contribui para a constrição das veias. Você então diminui o calibre dos vasos e reduz o fluxo sangüíneo para as coronárias”, explica o médico.

Durante o final do sono, outros fatores levam ao aumento do risco de ocorrências cardíacas. Quando dormimos, nossa pressão sangüínea está mais baixa e o coração trabalha menos. Mas, no último estágio do sono (REM, sigla de “rapid eye movement”, “movimento rápido dos olhos”), quando acredita-se que sonhemos mais, há uma grande alta na atividade do sistema nervoso autônomo, mais até do que no período de vigília.

Segundo Manfredini, essas alterações no organismo não trazem riscos para a maioria das pessoas saudáveis, mas podem implicar perigo para quem tem histórico de doenças cardiovasculares.

Asma e epilepsia

Um estudo do Programa Cronobiológico da Divisão da Medicina do Sono da Universidade de Harvard (Massachusetts), já tratou da influência do ritmo circadiano na ocorrência desses incidentes.

Além de problemas cardiovasculares, a pesquisa, coordenada por Steven A. Shea, demonstrou que a epilepsia do lóbulo temporal é mais comum na parte da tarde e a asma é pior à noite.

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Serotonina pode ajudar controlar agressividade

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A serotonina, um dos principais neurotransmissores do sistema nervoso central, desempenharia um papel importante no controle de emoções, especialmente a agressividade, de acordo com um estudo britânico publicado nos Estados Unidos.

O estudo ajudaria a esclarecer problemas clínicos como a depressão, as obsessões e a ansiedade, que se caracterizam por baixos níveis de serotonina.

Os psiquiatras e neurologistas estabeleceram há tempos uma relação entre a serotonina e o comportamento social, mas o papel preciso desempenhado por essa molécula na agressividade é controverso.

O estudo, publicado na revista “Science”, é um dos primeiros a mostrar uma relação entre o baixo nível de serotonina e o impulso.

Os cientistas da Universidade de Cambridge na Grã-Bretanha demonstraram que as pessoas são mais agressivas quando têm o estômago vazio.

O triptofano, um aminoácido necessário para que o corpo produza serotonina, é proveniente apenas da comida consumida. Por isso, o nível de serotonina diminui, naturalmente, quando não se come.

Os pesquisadores, ao reduzir o aporte alimentício dos participantes no estudo, diminuíram, momentaneamente, o nível de serotonina no cérebro.

Os voluntários, todos em boa condição de saúde, foram submetidos a um jogo no qual deveriam reagir ao comportamento de seus companheiros.

“Os resultados dos nossos trabalhos fazem pensar que a serotonina desempenha um papel essencial nos processos de decisão em sociedade, controlando, normalmente, as reações agressivas”, destaca Molly Crockett, do Instituto de Neurociências Clínicas da Universidade de Cambridge, co-autor do trabalho.

“As variações na alimentação e o estresse provocam variações naturais em nosso nível de serotonina”, acrescenta, destacando “a importância de compreender como isso pode afetar nossas decisões na vida diária”.

O trabalho também mostra que as pessoas que sofrem de depressão e ansiedade podem se beneficiar de terapias que as ajudem a controlar suas emoções no momento de tomar decisões, especialmente em um contexto social.

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Tem hora para tudo, até para adoecer

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Acordar cedo para correr. Em seguida, ir ao dentista. Às 14h, participar de uma reunião de trabalho. À noite, aula na faculdade. E uma consulta ao relógio à espera do último compromisso do dia: um encontro com os amigos para tomar uma cervejinha.

Agora imagine outro relógio, destinado a marcar outro ritmo: o do seu corpo. Nessa agenda interna, as coisas mudam. Quer correr? Então calce os tênis no início da noite, quando a força física aumenta e a suscetibilidade à exaustão é menor. Dentista de manhã? Só por masoquismo: à tarde, a sensibilidade à dor será menor e, caso seja necessário usar anestesia, ela terá efeito três vezes mais duradouro.

Talvez seja bom rever o horário da reunião: por volta das 14h, o corpo pede sono, e ficamos mais letárgicos. Quanto ao curso, uma dica: de manhã a capacidade cognitiva aumenta e facilita a aprendizagem. Nem a tal cerveja escapa: o fígado metaboliza melhor o álcool entre as 17h e as 18h.

Esse relógio biológico, instalado no hipotálamo e composto por inúmeros outros relógios no corpo inteiro, é invisível. 

Cronobiologia é a ciência que descreve os ciclos que regem nossa variação de força, de memória e de saúde em função do tempo.

Há dados curiosos, como as constatações de que o nariz escorre mais de manhã (às 8h). Mas também há informações sobre pesquisas que buscam estabelecer o melhor horário para remédios contra o câncer.

Nós temos pouca consciência dos ritmos sutis que nosso corpo experimenta na pressão arterial, no nível hormonal, no apetite. Graças a esses ritmos, há horas boas e ruins para atividades como revisar um manuscrito ou tomar decisões.

Esse campo de estudo, chamado cronobiologia, ocupa-se da organização temporal dos seres vivos. A área contempla os ciclos curtos, como os dos batimentos cardíacos, e os longos, como a influência das estações do ano nas alterações de humor (a depressão é mais comum no inverno, por exemplo). Mas os ciclos mais estudados são os circadianos, referentes às mudanças que ocorrem ao longo de um dia.

Esses ciclos fazem parte da herança genética e estão escritos nos chamados ‘clock genes’ (genes-relógio). Mas os aspectos ambientais são igualmente relevantes, especialmente a alternância entre luz e escuridão. É a diminuição da luminosidade no ambiente, por exemplo, que estimula a secreção da melatonina, hormônio que induz o sono. O outro principal ‘sincronizador’ do funcionamento do corpo, é o convívio social, que estabelece horários para trabalho, alimentação e exercícios.

Pesquisas mostraram que, sem a variação de luminosidade e a influência social, o corpo passa por um processo curioso: ao depender só da carga genética, o ciclo de sono e de fome aumenta para 25 horas. O que faz nossos ritmos se comprimirem em um período de 24 horas são as influências geofísicas e sociais.

O estresse crônico também pode alterar esse ritmo. Temos  como exemplo o cortisol: produzido durante o sono, esse hormônio atinge seu valor máximo por volta das 6h -é uma das substâncias envolvidas no processo do despertar. Ao longo do dia, sua concentração diminui. O estresse crônico, porém, libera jatos de cortisol fora do horário padrão. O resultado? Aumento da pressão, hiperglicemia, alteração do ritmo do sono, doenças cardíacas e até osteoporose

Saúde

Por falar em doenças, elas também seguem ciclos. As crises de asma são mais freqüentes de madrugada, quando as passagens bronquiais têm seus diâmetros reduzidos em 8% -para asmáticos, isso pode significar uma redução do fluxo de ar de 25% a 60%, o que agrava os sintomas da doença.

Já os ataques cardíacos são mais comuns de manhã, quando há uma elevação súbita da pressão arterial. Por isso, já foram desenvolvidos remédios para hipertensão que devem ser tomados após acordar  e com efeito superior a 36 horas -orientação presente na bula. Remédios de colesterol na maioria devem ser usados à noite para aproveitar o pico da elevação do colesterol, que é por volta da meia noite, com exceção dos medicamentos de meia-vida longa -rosuvastatina e atorvastatina. 
A oncologia é uma das áreas que mais estudam a relação entre o horário de administração de um medicamento e seus efeitos no organismo. ‘Há muito tempo se sabe, em experiências feitas in vitro ou em animais, que os efeitos das drogas são diferentes conforme o horário. Isso significa que um anticoagulante tem um efeito de manhã e outro à noite. ‘

Nem todas as pessoas compartilham o mesmo ritmo -é fácil observar isso em relação ao sono. Enquanto alguns têm um perfil matutino, outros se sentem mais ativos à noite.

Essa variação não implica mudanças na saúde, na capacidade cognitiva nem no sucesso profissional -ao contrário do que diz o ditado ‘Deus ajuda a quem cedo madruga’, não há indicações científicas de que os matutinos tenham qualquer tipo de vantagem.

De 10% a 12% da população são matutinos; 8% a 10% são vespertinos. A maioria, 80%, está numa situação intermediária.

Mas esse perfil muda ao longo da vida. Crianças e idosos tendem a ser mais matutinos. Na adolescência, porém, há um ‘atraso’: os jovens sentem necessidade de ir para a cama mais tarde. Mas esse aspecto nem sempre é levado em consideração: os adolescentes têm de acordar cedo para ir à escola.

Pesquisas da Universidade de Chicago mostram que a privação de sono leva a falhas no processamento da glicose, alterando os níveis do hormônio da fome e afetando o sistema imunológico.

Em um desses estudos, foi avaliada a resposta à vacina da gripe em 25 voluntários sujeitos à restrição de sono. Dez dias após a vacinação, a resposta do sistema imune dos voluntários era muito inferior à observada em pessoas com sono normal.

COAGULAÇÃO >> Para evitar sangramentos, é melhor se barbear às 8h, quando as plaquetas, que levam à coagulação sangüínea, são mais abundantes do que nas outras horas do dia -o que também ajuda a entender por que ataques cardíacos têm seu pico nesse horário

FERTILIZAÇÃO >> Nos homens, os níveis de testosterona atingem seu ápice às 8h, horário em que eles estão mais estimulados para a atividade sexual. Já o sêmen tem maior qualidade à tarde, com 35 milhões de vezes mais espermatozóides do que de manhã

DOR >> Vá ao dentista à tarde, quando a sensibilidade à dor nos dentes é menor. Além disso, a anestesia aplicada em procedimentos odontológicos dura mais à tarde do que de manhã: o efeito da lidocaína é três vezes maior quando ela é aplicada entre as 13h e as 15h

SONOLÊNCIA >> Ondas de sono nos atingem a cada 1h30 ou 2h, algo ainda mais forte em pessoas vespertinas, segundo Mary Carskadon, da Brown University. Uma delas ocorre à tarde -estudos mostram que acidentes de trânsito causados por fadiga são mais comuns entre a 1h e as 4h e entre as 13h e as 16h. Um motorista tem três vezes mais chance de cair no sono às 16h do que às 7h

ÁLCOOL >> Beba aquela cerveja ou vinho entre as 17h e as 18h, quando o fígado é mais eficiente na desintoxicação do organismo. Em um estudo feito com 20 homens, aqueles que beberam vodca às 9h tiveram um desempenho pior em testes de velocidade de reação e funcionamento psicológico do que os que receberam a mesma dose às 18h

CALOR >> A temperatura do corpo atinge seu ápice no fim da tarde. Pesquisadores de Harvard e da Universidade de Pittsburgh relacionaram a elevação da temperatura a uma maior capacidade de memória, atenção visual, destreza e velocidade de reação

EXERCÍCIOS >> Exercite-se no fim da tarde, quando a percepção da exaustão é menor, as juntas estão mais flexíveis e as vias aéreas, mais abertas. O corpo esquenta e, a cada 1oC de elevação, há uma aumento de dez batidas cardíacas por minuto. Além disso, é possível ter um ganho de massa muscular 20% maior do que de manhã. A manhã é mais propícia a exercícios que exijam equilíbrio e acuidade

CONCENTRAÇÃO >> Pesquisas de Lynn Hasher, da Universidade de Toronto, e Cynthia May, do College of Charleston, sugerem que jovens adultos se distraem mais facilmente de manhã -quando são mais propensos a soluções criativas. À tarde, ficam mais concentrados e ignoram dados irrelevantes. Já adultos mais velhos são concentrados de manhã e vulneráveis à distração à tarde

ALERGIA >> Segundo Michael Smolensky, cronobiologista da Universidade do Texas, a resposta da pele a alérgenos como poeira e pólen é mais acentuada à noite

MEMÓRIA >> Ainda segundo Hasher, a memória dos idosos diminui ao longo do dia. De manhã, eles esquecem, em média, cinco fatos. À tarde, cerca de 14. Jovens adultos tendem a ser mais esquecidos de manhã

CÂNCER >> A oncologia é uma das áreas com mais estudos em busca da relação entre o horário e a aplicação de medicamentos. Enquanto as células normais seguem um ciclo previsível de divisão celular, as dos tumores se multiplicam aleatoriamente

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