Pré-diabetes existe?

1comentário

Pela primeira vez, foi realizado por um grupo de especialistas um consenso sobre pré-diabetes. Esta expressão tinha sido praticamente abandonada, mas nos últimos anos foi recuperada e, até recentemente, os especialistas não tinham um entendimento de como abordá-la. Durante dois dias, no mês de julho de 2008, a Associação Americana dos Endocrinolgogistas Clínicos reuniu um grupo de especialistas para definir, com clareza, o quê deve ser feito. O documento liberado na manhã do dia 23 somente será publicado nas revistas científicas no fim deste ano. A seguir segue um resumo dos principais pontos levantados:

           Definição

  • Trata-se de uma condição caracterizada por uma elevação nos níveis de glicose de jejum ou uma alteração, durante um teste de tolerância à glicose. Segundo o Centro de Controle de Doença dos Estados Unidos, 56 milhões de americanos estão nesta situação e podem desenvolver diabetes e/ou doenças cardiovasculares. Isto deve levar a um esforço para fazer um diagnóstico mais precoce de diabetes do tipo 2, bem como tratá-la de uma forma mais agressiva.Até o momento, nenhuma linha de tratamento estava sendo recomendada para evitar a mudança destes pacientes para o diabetes do tipo 2. O diretor do Instituto de Diabetes em La Jolla afirmou: “Nestes indíviduos, em alto risco e que representam uma minoria, as estratégias farmacológicas podem ser apropriadas, se as mudanças de estilo de vida não são alcançadas. Além disso, todos os indíviduos devem estar cientes do alto risco de desenvolveram diabetes, ou complicações cardiovasculares, se as recomendações não forem seguidas.”As pessoas são consideradas de alto risco se eles tem níveis sanguíneos muitos próximos dos pacientes diabéticos, pressão arterial elevada ou alterações lipidicas. Estes pacientes devem trabalhar com os seus médicos para obterem normalização dos seus valores.Principais Recomendações
  • graficoseta2.jpg
    • Os pacientes com pré-diabetes (glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL ou com valores entre 140 e 199 mg/dL 2 horas após uma sobrecarga de glicose) devem fazer um teste de tolerância à glicose anual, bem como um teste de microalbuminúria.
    • Glicemia de jejum, Hemoglobina glicada e lípides deverão ser medidos a cada 6 meses.
    • Como primeira recomendação no tratamento estes pacientes deverão reduzir o seu peso entre 5 e 10%, se exercitarem por 30 a 60 minutos cinco dias na semana e seguir uma dieta pobre em gordura e rica em fibras.
    • Para os pacientes em alto risco (ou sejam aqueles que pioram a sua glicemia ou têm doença cardiovascular) considerar a possibilidade de uso de metformina ou acarbose.
    • As metas de lipides são as mesmas que são consideradas para os pacientes diabéticos (LDL <100 mg/dL) e deve ser considerado o uso de estatinas.
    • As metas de controle de pressão arterial são as mesmas consideradas para os pacientes diabéticos (130 x 80 mm/Hg) e os inibidores de ECA e os bloqueadores de receptores de angiotensina devem ser considerados como a primeira linha de tratamento.
1 comentário »

Qual é o real valor da hemoglobina glicada

1comentário

O ensaio da hemoglobina glicada (A1C) tem sido considerado o padrão-ouro na avaliação do controle glicêmico de pacientes com diabetes. Constitui um preditor das complicações crônicas da moléstia, sendo que intervenções que acarretam redução ou normalização da A1C resultam em diminuição do risco de desenvolvimento de tais complicações. O seu uso prático tem sido extremamente difundido, tornando-se quase indispensável na prática clínica. É um marcador do bom ou mau controle do diabetes e, de maneira geral, reflete os níveis glicêmicos dos últimos três meses.É de fundamental importância que não tenhamos uma enorme variabilidade interlaboratorial. Realmente, clínicos e pacientes sentem dificuldade em interpretar dados laboratoriais, muitas vezes discrepantes, e transferi-los para ações que resultem em mudanças de esquemas de tratamento.

Apesar dos esforços para padronização dos métodos, ainda é elevado o número de médicos que não solicitam o teste e de pacientes que desconhecem esse exame. Obviamente a grande maioria está mais familiarizada com os níveis de glicemia expressos em mg/dl, e não com a percentagem de glicação da hemoglobina, tornando difícil a compreensão exata do que realmente expressa o exame laboratorial da A1C. É necessário esclarecer que não é exatamente a “média das glicemias dos últimos três meses“, conforme usualmente é referido, mas sim outro parâmetro que expressa o “controle dos últimos três meses”, o qual é definido em percentual e não em mg/dl.

Recomenda-se que o laudo da hemoglobina glicada(A1C) venha acompanhado do resultado da glicemia média estimada. Esse procedimento, sem dúvida, facilitaria enormemente a interpretação clínica da A1C.
O diabetes é uma moléstia em que o paciente participa ativamente do seu tratamento. Contudo, o resultado da glicemia média estimada acarretaria uma melhor compreensão para o paciente do que realmente o teste da A1C está expressando. A fórmula para cálculo da glicemia média estimada é a seguinte: 28,7 x A1C – 46.7.

1 comentário »

Está saíndo secreção do meu mamilo. Isso é normal?

0comentário

2008_11_11_artigo_clientes_secrecao_mamaria.jpg 

A descarga papilar é a saída de secreção pelo mamilo, que ocorre de forma fisiológica, ou seja, normalmente durante o período de aleitamento materno.

Quando a mulher não está amamentando e percebe a saída de secreção pelo mamilo, temos a descarga papilar não fisiológica. Essa situação merece atenção, pois pode, em alguns casos, representar alguma alteração do nosso organismo.

A descarga papilar  ocupa o terceiro lugar entre as queixas que levam as mulheres a procurarem auxílio médico, perdendo apenas para a dor e palpação de um nódulo na mama.

Para entendermos as principais causas da descarga, vale a pena conhecer um pouco da anatomia e fisiologia da mama. A mama é uma glândula composta basicamente por lóbulos, produtores de leite, e ductos que transportam o leite do local de sua produção para a saída, ou seja o mamilo. Quando a mulher amamenta, um hormônio chamado prolactina é produzido pela hipófise, no cérebro, e cai na corrente sanguínea. Ao chegar na mama, esse hormônio estimula a produção do leite e na amamentação, com a sucção do bebê, novo estímulo é gerado e o ciclo se mantém.

Cabe ressaltar que na mulher que não está amamentando, a expressão continua das mamas pode ser um estímulo para a liberação  da prolactina, com a conseqüente produção e descarga  de leite.

Na avaliação da descarga papilar que ocorre fora do período de aleitamento, é importante considerar alguns aspectos. Os mais importantes são: se a secreção é proveniente de uma ou das duas mamas (uni ou bilateral), se é ou não necessária a expressão mamilar (apertar o mamilo) para que ela ocorra, qual a coloração (clara, esverdeada, amarronzada ou sanguinolenta) e se a mulher está tomando algum medicamento, pois muitos deles ocasionam elevação da prolactina com a conseqüente produção e liberação de leite pelas mamas.

As situações clínicas mais preocupantes geralmente provocam uma descarga papilar unilateral, espontânea, persistente e seu conteúdo não costuma ser o leite. A secreção usualmente vem acompanhada de sinais de sangramento. No entanto, mesmo reunindo todas essas características, menos de 10% das vezes essa descarga decorre de um câncer de mama. A maior probabilidade é que ela seja proveniente de alguma causa benigna, sem maiores implicações.

Na investigação, além da história clínica, existem vários exames que podem ser feitos para elucidação diagnóstica. Esse processo inclui o estudo do próprio líquido secretado (citologia e cultura), a dosagem da prolactina no sangue e alguns exames de imagem da mama. Pode ser necessário associar à mamografia outras abordagens como a ultra-sonografia, a ductografia e a ressonância magnética das mamas.

Durante a mamografia pode ocorrer a saída de pequena quantidade de líquido, pois durante o exame é realizada uma compressão mamária que pode liberar a secreção acumulada nos ductos próximos ao mamilo. Esse fato não deve provocar alarde pois é uma conseqüência normal, uma vez que a mama é uma glândula que tem uma produção constante de secreção.

Autor: Débora Rejtman Missrie, Ana Paula C. C. Maia– Laboratório Fleury-SP

sem comentário »

Auto exame da mama

0comentário

Orientações: Asociação Americana de Ginecologia
Definição: O auto exame da mama é um exame mensal que a mulher pode fazer em si mesma para verificar a presença de câncer nos seios. Quando fizer o auto exame na mama, deve procurar por protuberâncias, ondulações, checar a espessura dos seios e liberação de líquidos pelo mamilo. O câncer de mama é o tipo de   câncer mais comum nas mulheres americanas. Uma em cada dez mulheres desenvolvem-no. A maioria dos casos de câncer de mama são descobertos através do auto exame. Quando o câncer de mama é descoberto cedo e tratado corretamente, as chances de cura são melhores. Toda mulher deveria fazer auto exame da mama regularmente.Qual é a melhor hora para examinar os seios?Examine seus seios uma vez por mês no fim de seu período menstrual, quando seus seios normalmente já não estão mais sensíveis ou inchados. Se você já teve a menopausa ou teve histerectomia, examine seus seios no primeiro dia do mês ou quando achar melhor, uma vez por mês.Como fazer o auto exame?O auto exame no seios consiste nos seguintes 5 passos:

Primeiro passo:Examine seus seios no chuveiro ou na banheira pois as mãos escorregam mais facilmente quando a pele está molhada. Com seus dedos esticados, mova-os em toda a área de cada seio, procurando por protuberâncias, caroços duros e verifique a espessura.

Segundo passo:Fique de pé em frente ao espelho e olhe os seios. Olhe primeiro com os braços esticados ao lado do corpo, depois com as mãos sobre a cabeça, depois com suas mãos na cintura apertando bem para que seus músculos do peito estejam flexionados. Procure por protuberâncias, diferenças em tamanho e formato e inchaço ou ondulações na pele. É normal os seios não serem exatamente iguais.

Terceiro Passo:Examine seus seios com os dedos enquanto estiver sentada ou de pé. Devagar e metodicamente aperte o seio com a mão oposta a ele. Com seus dedos esticados, trabalhe na direção circular ou em espiral, começando do mamilo e movendo gradativamente para fora.

Quarto Passo:Deite e repita o terceiro passo. Coloque um pequeno travesseiro ou uma toalha enrolada atrás de seu ombro esquerdo e ponha o braço esquerdo atrás da cabeça. Isso distribui o tecido dos seios mais igualmente no tórax. Use sua mão direita para examinar o seio esquerdo, como no terceiro passo, e então use a mão esquerda para examinar o seio direito. Sinta se existe algum caroço que não existe na mesma área do outro seio.

Quinto passo:
Aperte o mamilo de cada seio gentilmente entre o polegar e o dedo indicador. Fale para seu médico imediatamente caso ocorra alguma descarga de fluido.

Quando devo procurar o médico? Se achar alguma protuberância, ondulação ou liberação de fluido durante o seu auto-exame, vá ao médico assim que possível. Não tenha medo. A maioria dos caroços não são cancerosos, mas somente o médico pode dar o diagnóstico.

sem comentário »

A guerra contra as rugas

0comentário

rugas.jpg

Dra Lúcia Mandel – Dermatologista

        A conversa é sobre rugas. Ou melhor, sobre como acabar com elas. Discussão antiga, aliás. Riscar as rugas do mapa e ter uma pele lisinha não é nenhum desejo moderno: Cleópatra já praticava seus rituais de beleza, banhando sua pele em leite de cabra para deixá-la macia. Parece que também fazia máscaras com leite azedo, numa espécie de peeling de ácido lático.

        Hoje os recursos são bem mais numerosos, e espantosamente eficientes. Somado a uma maior expectativa de vida, eis um palco promissor para os tratamentos estéticos.

        Você já percebeu que conforme o tempo passa os volumes faciais se modificam? É que a camada de gordura que fica logo abaixo da pele do rosto diminui com a idade. Além disso, as fibras de colágeno que sustentam a pele atrofiam e ficam fragilizadas. A musculatura facial fica mais flácida. Por conta da diminuição dos volumes faciais e da mudança na sustentação da pele surgem alguns tipos de rugas. Por exemplo, o “bigode chinês”, ruga que fica entre o nariz e a boca. Ou as rugas ao redor dos lábios. A própria diminuição do volume dos lábios e das bochechas acontece pelo mesmo motivo.

       As mãos também sofrem com a diminuição da gordura sob a pele: é por isso que em algumas pessoas conseguimos observar os relevos de veias e tendões, que antes não eram vistos. É até intuitivo pensar em usar uma substância que aumente volumes, para contrabalançar essa perda natural. Justamente aí é que entra o preenchedor.

O papel dos preenchedores

       O preenchedor dérmico é um produto colocado com injeção logo abaixo da pele, e que aumenta o volume do local tratado. Simples assim. Mas será que é simples mesmo?

       Existem vários tipos de preenchedores e a escolha de qual material usar sob a sua pele é assunto delicadíssimo. O médico especialista escolhe os de sua preferência, e indica conforme o caso. O preenchedor não pode ser tóxico, não deve causar alergia e nem fazer mal ao organismo. Deve ficar fixo no local da aplicação mesmo com o passar do tempo, até ser reabsorvido pelo seu organismo. E, é claro, deve deixar um resultado natural.

       A história da procura pelo material ideal já causou estragos. Por exemplo, quando se usou a parafina. Esse material causava reações alérgicas, percebidas como nódulos na pele. Depois surgiu o silicone que trouxe muitos efeitos colaterais, fazendo com que o produto fosse abandonado também. Muito recentemente vi efeitos graves com o gel de acrilamida, que causava reabsorção da gordura facial.

Ácido hialurônico e o ácido polilático

        Hoje em dia, os preenchedores mais usados pelos dermatologistas, graças à eficiência e à segurança, são o ácido hialurônico e o ácido polilático. Vou falar um pouquinho sobre cada um deles.

        O ácido hialurônico é um excelente preenchedor, e é o mais utilizado pelos dermatologistas. É bem seguro, não causa reações alérgicas e por isso não requer teste prévio. Ele é reabsorvido com o tempo e, se a pessoa gostou do efeito, volta para um novo tratamento em aproximadamente um ano. O preenchimento pode ser feito em qualquer ruga facial, desde as mais delicadas até as mais profundas. Também é muito bom para aumentar e definir o contorno dos lábios. A aplicação é bastante rápida, leva aproximadamente 30 minutos, e em seguida a pessoa já pode retornar às suas atividades normais. O local da aplicação fica um pouco inchado e vermelho, mas isso logo passa, e eu peço que o paciente coloque compressas geladas se isso trouxer mais conforto.

        O segundo material mencionado, o ácido polilático, é um produto rapidamente reabsorvido, mas que funciona como preenchedor porque estimula a formação de colágeno da própria pessoa. Com isso a espessura da derme aumenta, e a sustentação de toda a pele do rosto melhora. São necessárias em média 3 a 4 sessões para se ter um bom efeito, com intervalo de um mês entre elas. Este novo colágeno costuma durar aproximadamente dois anos.

Outras armas contra o tempo

        As opções não param aí: existem outros materiais. É o caso da gordura do próprio paciente, quando retirada por lipoaspiração, que também é um ótimo material. A gordura é usada principalmente para corrigir o “bigode chinês”, para dar mais volume às maçãs do rosto e no tratamento das mãos. Como exige um procedimento cirúrgico antes do preenchimento propriamente dito, deve ser feito por um cirurgião experiente e capacitado. Outro material, pouco usado no Brasil, é o colágeno, que pode ser bovino ou humano.

        Seja qual for o método escolhido, o sucesso do tratamento depende de um bom profissional, que saiba somar conhecimento técnico com bom senso.

sem comentário »
https://www.blogsoestado.com/xavierdemelo/wp-admin/
Twitter Facebook RSS