Congresso Americano de Diabetes.
O Congresso Americano de Diabetes realizado no período de 6 a 10 junho em San Francisco na Califórnia reuniu mais de 15 mil médicos.
Algumas novidades do Congresso:
A descontinuação do estudo Accord (The Action to Control Cardiovascular Risk in Diabetes) foi um dos temas abordados no ADA 2008 – 68th Scientific Sessions, que está acontecendo em San Francisco, Califórnia. Após 3, 5 anos, a pesquisa, realizada com mais de 10 mil pacientes, foi suspensa por não demonstrar os benefícios esperados com o tratamento intensivo do diabetes. 5.128 pacientes com diabetes tipo 2 participaram do tratamento intensivo, enquanto 5.123 com DM 2 fizeram parte da terapêutica padrão. “O objetivo era saber se pacientes com diabetes tipo 2, de meia idade ou mais velhos, que já têm um risco aumentado para doença cardiovascular, teriam um risco relativo menor de mortalidade e de eventos cardiovasculares, atingindo uma hemoglobina glicada menor ou igual a 6, se comparados aos que apresentavam hemoglobina glicada de 7 até 7.9″. No entanto, após 3,5 anos de estudo, o resultado do tratamento intensivo demonstrou aumento de mortalidade total 22% maior em comparação ao grupo padrão. Por isso, a descontinuação do estudo.
Dispositivo no duodeno-Pesquisa, apresentada no congresso da American Diabetes Association (ADA) mostrou efeitos benéficos na redução da glicemia com a utilização de um dispositivo no duodeno. O estudo evidenciou a existência de um mecanismo intestinal, envolvido no controle dos níveis de açúcar no sangue.
Tratamento com insulina– Os resultados do estudo TULIP revelaram ser recomendável iniciar a insulina nos pacientes com diabetes tipo 2, que não conseguem estabilizar a glicemia. O tratamento preventivo facilita o controle do diabetes e diminui o risco de progressão dos problemas vasculares. O principal objetivo a ser atingido é conseguir manter a hemoglobina glicosada, ou seja, o marcador do nível de açúcar no sangue, em 7%.
Várias sessões do ADA 2008 – 68th Scientific Sessions – procuram desenvolver temas que estão diretamente ligados à população e com abordagens mais sociais. Assim foi a palestra da Dra. Debbie Jones. Com o título “Se preparando para o pior”, a especialista falou sobre como sofrem as pessoas com diabetes em locais que passaram por grandes desastres naturais como furacões, enchentes, terremotos e tsunami. Na passagem do furacão Katrina (USA), por exemplo, cerca de 100 mil pessoas tinham diabetes e ficaram sem medicamento. Na realidade, em cidades que passaram por problemas como esse, ocorre um processo em cadeia muito difícil se administrar: serviços médicos fecham; a comunicação é interrompida; pacientes em tratamento precisam ser liberados dos hospitais para que outros, considerados em situação mais grave, possam ser socorridos; dietas são interrompidas e o controle da glicemia pára. A International Diabetes Federation acredita que os governos precisam ter alternativas preparadas para situações de catástofres. Uma das ações da IDF, e que já tem sido utilizada em diversos países, é a “Insulin For Life”, que vem atuando no fornecimento de insulina para países que passaram por catástrofes. Outro trabalho está sendo desenvolvido junto a WHO na produção de material básico para emergências.