Quando o cigarro prejudica a beleza feminina

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Quem gosta de assistir a filmes clássicos certamente já reparou em cenas de glamour e elegância nas quais os protagonistas consumiam cigarros ou charutos. O cigarro era um acessório – quase obrigatório – do charme de atores e atrizes. As personagens femininas de personalidade marcante acendiam um cigarro para ressaltar sua feminilidade imponente e sedutora. Não por acaso, elas tinham peles e cabelos irretocáveis e sorrisos extremamente brancos.

Essa associação do cigarro à imagem da mulher forte e charmosa prevaleceu até a década de 1980. Desde então, a percepção que se tem dos fumantes, tanto homens quanto mulheres, vem mudando. No cinema, por exemplo, são menos frequentes as cenas usando o cigarro como elemento de glamour. Isso se deve em grande parte à consciência que se estabeleceu com as evidências dos efeitos indesejáveis do tabaco no organismo. Muitos desses efeitos prejudicam intensamente a aparência do fumante e, por isso, são ainda mais indesejáveis para as mulheres, em geral mais vaidosas.

Além de gerar dependência, a nicotina diminui a capacidade de oxigenação de todos os órgãos, entre eles a pele. O uso continuado de tabaco também reduz a produção de colágeno (responsável pela sustentação e elasticidade da pele) e, ao mesmo tempo, aumenta a produção de enzimas que o destroem. Com menor irrigação sanguínea e menos colágeno disponível, o resultado é o surgimento de rugas e flacidez precoces em mulheres fumantes, especialmente nas regiões dos olhos e da boca. O hábito de fumar ainda prejudica todo o processo de regeneração e cicatrização da pele, o que aumenta o risco de formação de queloides – cicatrizes “mal-formadas”, dolorosas e esteticamente incômodas.

A saúde bucal também é intensamente afetada pela ação do cigarro. Além do já conhecido efeito de amarelar os dentes, provocado pelo alcatrão, o calor e as substâncias tóxicas liberadas pela fumaça agridem lábios, mucosas e gengiva, tornando-os mais escurecidos e vulneráveis a doenças periodontais e a lesões que podem se tornar malignas. A gengiva também sofre retração, expondo uma área maior dos dentes e tirando o equilíbrio estético do sorriso. Com essas agressões às mucosas da boca e do esôfago, fica impossível evitar o mau-hálito que é característico ao tabagista.

Esse vício ainda causa a formação de radicais livres no organismo, inclusive na pele. Quanto mais veloz a produção desses radicais, mais rápido o envelhecimento do indivíduo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma categoricamente que o cigarro contribui significativamente para o envelhecimento precoce, e que fumantes podem aparentar ter até 10 anos a mais que a sua idade real.

Como se não bastasse o impacto negativo sobre a saúde da pele e do sorriso dos fumantes, o antigo charme da mulher que fuma vem sendo desconstruído pelas evidências da ciência. Os estudos têm relacionado o hábito de fumar a traços de personalidade mais ligados ao perfil ansioso ou ansioso-depressivo, principalmente nas mulheres. Portanto, fumar pode denunciar uma dificuldade de lidar com algumas situações mais do que ser um sinal de segurança e glamour.

Desse modo, o antigo estereótipo da mulher fumante, tantas vezes retratada no cinema e na mídia em geral, definitivamente não existe na realidade. Nenhuma atriz, modelo ou apresentadora tabagista conseguirá impedir os prejuízos precoces à sua beleza. E, ainda que a maquiagem e os cosméticos ajudem a disfarçar os prejuízos por um tempo, o impacto sobre a saúde, mais cedo ou mais tarde, causará descontentamento e transtornos físicos e sociais, já que diversos locais públicos proíbem o tabagismo. A melhor solução, então, é pensar em abandonar esse hábito o quanto antes.

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