Os ricos são os que menos vacinam os filhos

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Esperava-se que as pessoas com melhores condições econômicas fossem as que mais vacinassem os filhos. Não é assim. Um levantamento feito no Brasil e financiado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana de Saúde mostrou que apenas duas em cada três crianças de até 18 meses, da classe A da região Sudeste, receberam todas as vacinas do calendário oficial – contra doenças como tuberculose, meningite, paralisia infantil e hepatite B. O chefe das famílias desse extrato ganha no mínimo 20 salários mínimos e tem 17 anos de escolaridade. O índice obtido na pesquisa, de 68,9%, ficou bem abaixo da meta esperada, de 95%. A média nacional foi de 81%, informa O Estado de S. Paulo.

Agora a segunda parte da pesquisa levantará os motivos para o baixo índice. Uma das razões, acreditam os pesquisadores, é o medo das reações adversas do organismo. Outro motivo pode ser a orientação de médicos homeopatas e antroposofistas, que em muitos casos sugerem deixar de lado as picadas. O presidente da Associação Paulista de Homeopatia, Ariovaldo Ribeiro Filho, diz que a especialidade recomenda seguir o calendário oficial, mas lembra que cada médico tem autonomia para orientar as famílias a tomar ou não determinadas vacinas. Nesse ponto associam-se as recomendações à boa condição social das famílias e o resultado pode ser a acomodação. “É mais fácil para pais de uma classe social mais favorecida recusar as vacinas pois seus filhos têm condições de ser atendidos logo depois dos primeiros sintomas”, disse Ariovaldo à Folha de S.Paulo.

Já a medicina antroposófica considera a vida emocional do paciente e leva em conta sua relação com a natureza. Para os médicos dessa linha, reconhecida como prática médica no Brasil desde 1993 e atualmente com 600 médicos filiados, as doenças infantis têm uma função importante: fortalecer o sistema imunológico.

Para os médicos favoráveis à imunização, que são a grande maioria, a vacinação não é apenas uma escolha pessoal, mas uma questão de cidadania. Muitas doenças só foram erradicadas devido à imunização em massa, como a varíola, em 1973, e a poliomielite, em 1989. Se muitas crianças deixarem de ser vacinadas há o risco da deflagração de moléstias até agora controladas. Segundo a Organização Mundial da Saúde a imunização salva anualmente 3 milhões de crianças no mundo – e 2 milhões morrem no mesmo período por falta de vacina.

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