Chamado de `cefaléia orgástica`, o problema é causado por alterações hormonais
Já se foi o tempo em que a famosa dor de cabeça era considerada uma desculpa esfarrapada para recusar uma relação sexual com o parceiro
É fato cientificamente comprovado a existência da cefaléia orgástica, a dor de cabeça que acontece durante o contato sexual. Tudo começa três minutos antes da sensação de prazer, evolui rapidamente, atinge o auge no momento do orgasmo e persiste nas horas seguintes. A situação incômoda pode atrapalhar bastante a vida de um casal, já que a vítima da dor começa a evitar as relações sexuais com o parceiro, gerando insatisfação entre ambos.
A cefaléia orgástica benigna, como é chamada, pode acometer homens e mulheres, mas as vítimas mais comuns são aquelas que já sofrem de enxaqueca. A situação é decorrente do mau gerenciamento das informações dolorosas no cérebro, cujos neurotransmissores interpretam, indevidamente, a sensação de prazer como uma sensação de dor. Trata-se de um desequilíbrio químico cujas razões podem estar nos hábitos pouco saudáveis e no estilo de vida de cada um.
O estresse é um dos fatores que contribuem para o desenvolvimento do problema. A maioria dos pacientes que procuram os consultórios médicos com os sintomas da cefaléia orgásmica está passando por alguma situação estressante em sua vida, seja no trabalho, em casa, ou no âmbito afetivo. A qualidade do sono, a alimentação e o equilíbrio hormonal do indivíduo também podem ter grande peso no diagnóstico da doença.
Uma pessoa que só dorme tarde, só come açúcar, doces, pães e alimentos industrializados apresenta, como conseqüência, alterações hormonais. Isso significa estar sujeita aos malefícios da cefaléia orgástica. O tratamento consiste justamente em modificar esses hábitos a longo prazo. O ideal, por exemplo, é ir dormir cedo, e não subordinar esse hábito à programação televisiva noturna ou ficar até tarde da noite na internet. Dormir tarde demais influencia no equilíbrio químico cerebral.
Não é incomum esse tipo de queixa no consultório do cardiologista, devido a ligação de cefaleia e hipertensão. Uma vez descartada essa possibilidade ele sempre volta ao seu Neurologista.
Já o uso de medicamentos deve acontecer a curto prazo. Se o paciente se acostumar a ficar tomando remédio por tempo demais, a medicação corre o risco de não fazer mais efeito. Aqueles que se acomodam e ficam só com os medicamentos também podem sentir os efeitos colaterais dessa medicação. A depender de cada remédio, a impotência sexual, a sonolência, as complicações gastrointestinais e a tontura podem estar na lista desses efeitos.
Além da cefaléia orgástica benigna, existe a chamada cefaléia orgástica maligna. Mais grave e mais rara, a patologia é provocada por um aneurisma cerebral que pode levar à morte. Nesse caso, o acompanhamento médico é fundamental e os exames são mais detalhados. Não há estatísticas confiáveis a respeito da cefaléia orgástica no Brasil. Não é difícil, entretanto, imaginar o porquê.
As pessoas, geralmente, preferem se calar e não comentar o assunto, já que o problema causa um forte desentendimento na relação. Outro dado curioso é que não são todos os médicos que conhecem a cefaléia orgástica com profundidade. Alguns pacientes ouvem de médicos que eles não têm problema nenhum e só estão inventando para chamar a atenção do parceiro ou da parceira.
Enxaqueca atinge 20% da população mundial
Enquanto não há dados numéricos referentes à cefaléia orgástica, estima-se que algo em torno de 20% da população mundial sofra de enxaqueca, o tipo mais comum de dor de cabeça. No Brasil, calcula-se que 35 milhões de pessoas sejam acometidas pelo problema. A enxaqueca é caracterizada por crises de dor de cabeça que duram entre três horas e três dias, seguidas por períodos sem dor.
A causa da enxaqueca também está ligada a um desequilíbrio químico dos neurotransmissores do cérebro.
O que está por trás de tudo isso, mais uma vez, são os hábitos de vida nada saudáveis. As pessoas devem deixar de lado os alimentos de processamento industrial. Uma caixa de biscoito, por exemplo, nada mais é do que açúcar disfarçado. Da mesma forma, deve-se evitar o excesso de café, refrigerante e bebidas alcoólicas.
Considerada uma dor migratória, a enxaqueca pode acometer qualquer lugar da cabeça. Geralmente, a sensação de peso no crânio pode ser desencadeada por uma série de ‘gatilhos’. Entre eles, estão cheiros, barulhos, uma claridade um pouco forte demais, a própria menstruação (no caso das mulheres) ou uma simples contrariedade que a pessoa enfrenta no momento.
As dicas de tratamento incluem mudar determinados hábitos de vida. Os medicamentos, por sua vez, contribuem para aliviar os sintomas da enxaqueca, mas quem vence a doença, realmente, é a força de vontade de cada um. O problema também atravessa períodos normais, quando a dor não aparece. Nesses momentos, um exame pode não detectar anormalidade alguma, causando desespero no paciente.