Um novo equipamento de tomossíntese – facilita a identificação precoce de lesões mínimas da mama. Com a nova tecnologia, é possível detectá-las a partir de imagens que representam um plano de 1 mm da mama, eliminando a superposição dos tecidos, e que poderiam passar despercebidas na mamografia. A tecnologia permite uma avaliação mais precisa das características benignas ou malignas e é um preventivo contra o câncer de mama.
A inovação abre novas fronteiras no combate à doença, sobretudo para pacientes de alto risco e também para o estudo de mamas densas, nas quais mesmo a mamografia digital de alta resolução apresenta resolução diagnóstica limitada.
A dose de radiação necessária para realizar uma tomossíntese pode ser até 60% inferior a da mamografia convencional (analógica) ou com digitalização posterior, variando conforme a densidade e espessura da mama.
O avanço tecnológico melhora a confiabilidade na interpretação das imagens, abrindo espaço para que se diminua o número de biópsias desnecessárias e de incidências complementares quando surgem dúvidas na interpretação das mamografias.
A técnica, que na última década começou a ser desenvolvida no Massachusetts General Hospital (Boston, Estados Unidos) pelo doutor Daniel Kopans e foi aperfeiçoada pela doutora Elizabeth Rafferty, finalmente chegou a um estado de aplicação prática que chamou atenção de grandes fabricantes. Vários já desenvolveram seus equipamentos de tomossíntese.
De acordo com o doutor Aron Belfer, médico radiologista da unidade Premium do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, além de permitir a detecção de tumores menores, o método apresentado reduzirá de forma relevante o número de pacientes submetidas a biópsias por conta de falsos positivos.
– A tomossíntese representa um importante avanço na detecção do câncer da mama. Como o Brasil conta com centros e profissionais que são referência internacional na área de mastologia, é natural que a introdução dessa nova tecnologia para diagnóstico de câncer da mama ocorra simultaneamente a outros centros de referência mundial – diz Belfer.
Dados do Instituto Nacional do Câncer revelam que as taxas de mortalidade por câncer de mama no Brasil continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágio avançado. Em 2010, há projeção de quase 50 mil novos casos da doença, sendo que para mais de 11 mil mulheres o câncer de mama será fatal.
– É sempre importante ressaltar que mulheres com mais de 40 anos – ou mais cedo, se houver histórico familiar – devem se submeter à mamografia anualmente. O método continua sendo muito eficiente na detecção precoce de câncer da mama, podendo reduzir consideravelmente o índice de mortalidade, o custo do tratamento e, principalmente, o desgaste emocional da paciente – diz o radiologista.
Em termos de tecnologia, a mamografia digital 2D é um avanço importante em relação à mamografia analógica, convencional. Já a tomossíntese, de acordo com estudos recentes, surge como uma tecnologia capaz de detectar lesões que antes passariam despercebidas na mamografia digital 2D.
Vale lembrar que a detecção de tumores menores permite recorrer a cirurgias menos mutilantes, resulta em menor custo global do tratamento, maior sobrevida e melhor qualidade de vida das pacientes.