A vasectomia, um método contraceptivo, é recomendado pelos urologistas para planejamento familiar. Porém, ainda é um tópico que desperta medo em muitos homens, por causa de mitos e desinformação, como o receio da impotência sexual após a cirurgia.
Oskar Kaufmann, doutor em Urologia, membro da Sociedade Brasileira de Urologia e integrante do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, elaborou uma lista com 10 mitos e verdades sobre o assunto. Confira
1. A cirurgia é muito simples
Sim, a vasectomia é um procedimento simples, principalmente quando comparada com o ligamento das trompas realizado nas mulheres. Nos homens, o cirurgião corta os canais deferentes, que são os dois canais que transportam o esperma dos testículos para a uretra. As duas extremidades são seccionadas e, então, amarradas. Com a interrupção dos dutos deferentes, o sêmen fica sem espermatozoides.
2. A vasectomia significa a esterilização definitiva do homem
Em termos, porque existe possibilidade de reversão. As opções de controle de natalidade para as mulheres são inúmeras. Elas podem escolher entre pílula, emplastros, injeções, DIU, entre outros métodos. Porém, além do preservativo, a vasectomia é o procedimento da medicina moderna que chegou mais próximo da eficiência na contracepção masculina. É uma cirurgia que tende a ter resultados definitivos, mas que, em função da evolução da técnica cirúrgica, pode ser revertida.
3. Homens submetidos a esse tipo de tratamento perderão a sua masculinidade
Essa afirmação não é verídica, porque não existe nenhuma relação entre a vasectomia e a potência e/ou performance sexual do indivíduo. A vasectomia não causa impotência sexual.
4. Após a cirurgia, o homem não ejacula mais e, por isso, perde a libido
Isso é um mito. O homem continuará a ejacular, mas o líquido seminal não conterá mais espermatozoides. Ainda hoje, esse é um dos principais mitos relacionados à vasectomia, pois dizem que os homens submetidos a esse tipo de tratamento perderão a sua masculinidade ou terão a libido diminuída. O homem precisa saber que grande parte do líquido seminal ejaculado vem das vesículas seminais e não dos ductos deferentes. Ou seja, praticamente não ocorrerá mudança na quantidade de líquido ejaculado. Não existe relação entre vasectomia e diminuição da libido.
5. A vasectomia é irreversível
A vasectomia é considerada uma forma permanente de método contraceptivo, porém alguns homens optam por revertê-la. Essa reversão é realizada por meio de um procedimento conhecido como vasovasostomia, que terá mais chances de sucesso se realizada até 10 anos após a cirurgia. Nos Estados Unidos, aproximadamente 600 mil homens fazem vasectomia a cada ano, e 5% deles retornam em busca de uma vasovasostomia. As razões por trás dessa mudança de ideia variam, mas são comuns em casos de novo casamento, morte de um filho ou melhora da situação financeira.
6. A vasectomia só é realizada quando envolve o planejamento familiar
O perfil ideal para a realização da vasectomia é o de homens que já têm família constituída e não pretendem mais ter filhos.
7. A vasectomia só é indicada para homens férteis acima dos 30 anos
Via de regra, a vasectomia pode ser realizada por homens férteis, geralmente com mais de 30 anos, que já têm família constituída (de preferência, dois ou mais filhos), tendo como objetivo o planejamento familiar, em acordo com as suas companheiras.
8. Após fazer a vasectomia, vou sentir dores no pênis nas relações sexuais
Após o procedimento, geralmente é comum o comentário da percepção de que “foi mexido”, principalmente na região escrotal, mas que não chega a configurar dor. E no momento de uma relação sexual não haverá nenhum tipo de dor peniana, prevalecendo a sensação habitual de prazer.
9. A vasectomia é igual a um processo de castração, e o órgão sexual masculino é mutilado
Isso é um mito. A vasectomia é uma operação que se faz, geralmente, com anestesia local, onde são feitos dois cortes muito pequenos no escroto (e não no pênis), que são no final fechados com pontos. Portanto, não existe a menor relação entre dor no pênis e vasectomia. Como o pênis não participa do procedimento, ou seja, a cirurgia não envolve esse órgão, não há risco de qualquer tipo de mutilação.
10. Após a vasectomia, o órgão sexual diminui de tamanho
Isso é outro receio infundado. O pênis não participa desse processo cirúrgico, por isso não ocorre nenhum corte que possa causar mutilação e muito menos qualquer alteração no tamanho ou na sensibilidade do órgão sexual masculino.