Perder peso nem sempre é uma tarefa fácil. Mas, acredite: ela já foi menos trabalhosa em décadas anteriores. Fatores como estilo de vida, poluição, genética e até uso de medicamentos são cruciais para essa mudança, aponta um estudo realizado pela Universidade de Nova York.
Para realizar a pesquisa, foram analisados dados de cerca de 34,4 mil americanos coletados entre 1971 e 2008.
— Observamos que, para uma determinada quantidade de comida ingerida, as pessoas estavam 10% mais pesadas em 2008 em comparação a 1971 — concluiu uma das autoras da pesquisa, Ruth Brown.
O resultado não surpreende a nutricionista Joselaine Strumer. Com 25 anos de experiência, ela percebe que, apesar da infinidade de recursos disponíveis atualmente, nunca foi tão difícil perder peso:
— As pessoas estão muito sedentárias, elas não saem mais por medo. Além disso, nunca se tomou tanto antidepressivo como hoje, e sabemos que esses medicamentos estimulam a comer mais doces e carboidratos.
Além desses fatores, a especialista ainda aponta o estresse e a ansiedade como desencadeadores da compulsão alimentar — quando o indivíduo procura na comida um antidepressivo “natural”.
Dietas radicais e modismos também são motivos dessa alteração
— As pessoas fazem dietas da moda e não se reeducam. Sabemos que isso não emagrece. Elas voltam a comer e acabam engordando novamente. No entanto, o efeito rebote é muito maior.
Outra questão levantada pelo estudo está relacionada à dobradinha mais comum do emagrecimento: comer menos e se exercitar mais.
— É como dizer que um investimento se resume a depósitos e retiradas, sem considerar as flutuações do mercado, do câmbio e taxas do banco — resume a professora Jennifer Kuk.
Pesquisadores acreditam que, a longo prazo, a combinação se mostra ineficiente. Isso porque a conta não é tão simples como somar e subtrair calorias, é preciso levar em conta uma série de variáveis do estilo de vida de cada pessoa.