Recentemente a atriz e diretora americana Angelina Jolie, de 39 anos, anunciou em um artigo no jornal “The New York Times”, que submeteu a uma cirurgia preventiva para retirar os ovários e as trompas de Falópio.
Um exame de sangue revelou que ela tinha uma mutação no gene BRCA1. Isso lhe dava uma estimativa de 87% de risco de câncer de mama e 50% de risco de câncer de ovário. Ela tinha como antecedentes a mãe, a tia e a avó que foram acometidas de câncer.”Eu queria que outras mulheres em risco soubessem das opções. Prometi dar qualquer informação útil, incluindo minha cirurgia preventiva, a remoção do meu ovário e trompas de Falópio. É uma cirurgia menos complexa que a mastectomia, mas os efeitos são mais severos. Coloca a mulher em uma menopausa forçada” diz a atriz.
Todos temos o gene BRCA1, mas quem tem essa mutação não consegue defender as células dos tumores. E, para esse grupo que tem mutação e histórico familiar da doença, a indicação é mesmo a cirurgia preventiva. No entanto, a retirada do ovário faz com que a mulher tenha que substituir o funcionamento do órgão por hormônios externos. Com a retirada do ovário, a mulher perde os benefícios relacionados à pele e ao cabelo e adquire os sintomas da menopausa, como insônia, ondas de calor e irritabilidade. Diferente da menopausa natural, quando ovário entra em falência gradativamente. O risco de osteoporose aumenta; os sintomas de fogacho aparecem; e há efeitos na tonicidade muscular, causando envelhecimento precoce. Além disso, há impacto na libido e na parte emocional.
O câncer de ovário é de difícil diagnóstico precoce, porque não há exames de screening (como mamografia para o câncer de mama).
Embora o caso da atriz desperte muito interesse, na população o índice dessa mutação é mínimo, acontece em menos de 10% dos casos, e as cirurgias de remoçao de mama e ovário servem a um grupo específico com risco altíssimo de desenvolver o tumor.
No Brasil a pesquisa de sequenciamento de genes custa entre R$ 5 mil e R4 11 mil.