Estudo indica aumento de até três vezes no risco de problemas cardíacos durante os jogos da Copa do Mundo. A Copa do Mundo é um fator de risco cardíaco. Intitulada Cardiovascular events during World Cup soccer a pesquisa foi publicada em 2008, dois anos após a Copa do Mundo da Alemanha, no New England Journal of Medicine. Foi avaliado a incidência de angina, infarto e arritmias na população alemã durante a Copa. Compararam o número de casos nos dias de jogos da seleção local com os dias de jogos de outras seleções e o período fora da Copa, Houve aumento de quase três vezes no número de emergências cardiovasculares nos dias de jogos da Alemanha.
Outra pesquisa realizada no Brasil, Copa do Mundo de Futebol Desencadeador de Eventos Cardiovasculares, analisou dados de internações e mortalidade do Sistema Único de Saúde (SUS) entre os anos de 1998 e 2010 (período que contempla quatro mundiais). O estudo também mostrou o aumento na incidência de infarto agudo do miocárdio em dias de jogos da Copa, em especial, em dias de jogos do Brasil, concluindo que esse evento esportivo poderia atuar como um “gatilho” no desencadeamento de infarto em brasileiros. É preciso deixar claro, porém, que o futebol não causa infarto em ninguém. Ele é apenas um fator de estresse que serve de “gatilho” para, por exemplo, o aumento da pressão arterial, frequência cardíaca e de outras complicações cardíacas.
Fatores de risco
Além do estresse provocado pelas partidas de futebol, a hipertensão arterial, o diabetes, colesterol e/ou triglicérides aumentados, sedentarismo, obesidade ou sobrepeso, tabagismo e histórico familiar são fatores de risco para o coração e sistema circulatório. No estudo realizado na Copa da Alemanha o número de eventos cardíacos foi maior nos indivíduos que já relatavam ter o diagnóstico prévio de doença cardiovascular.
A análise de ambas as pesquisas deve, ser cautelosa. Os estudos têm limitações, pois alguns fatores podem confundir a análise dos resultados. Sabemos que nos dias de jogos o consumo de álcool, tabaco, refeições pouco saudáveis (alimentos ricos em gorduras saturadas e trans) é maior. E isso sabidamente pode funcionar como gatilhos de eventos cardíacos.