A ferritina é uma proteína de reserva do ferro localizada essencialmente no fígado. Sua dosagem é solicitada para avaliar as reservas de ferro do corpo. O exame costuma ser solicitado com a dosagem de ferro e do índice de saturação da transferrina para detectar e avaliar a gravidade da deficiência ou excesso de ferro.
A deficiência de ferro pode ser suspeitada através de um hemograma, o qual pode mostrar uma redução da taxa dos glóbulos vermelhos (hematócrito). Estes glóbulos vermelhos costumam ser descorados e menores (anemia hipocrômica e microcítica). Os sintomas são raros antes que a hemoglobina caia abaixo de certo nível (cerca de 10,0 g/dL). A taxa de hemoglobina costuma corresponder a um terço do valor do hematócrito.
Entretanto, com o progresso da carência de ferro, começam a surgir os sintomas, e o médico poderá pedir a ferritina e outros exames que avaliam o metabolismo do ferro. Os sintomas mais comuns de deficiência de ferro incluem: fadiga crônica, fraqueza, tontura e dores de cabeça.A progressão da redução das reservas de ferro poderá acarretar falta de ar, sonolência e irritabilidade. Se a anemia se tornar acentuada, poderá ocorrer dor torácica, dores nas pernas, choque (queda da pressão arterial) e insuficiência cardíaca (enfraquecimento do coração). As crianças podem apresentar dificuldades de aprendizagem.
A ferritina pode também ser solicitada quando há suspeita excesso de ferro no organismo. Neste caso, os sintomas variam e tendem a piorar com o tempo. São resultado do acúmulo de ferro nos tecidos e podem incluir: dores articulares, fadiga, fraqueza, falta de energia, dor abdominal, diminuição da libido e problemas cardíacos.
Para confirmar a sobrecarga de ferro, também podem ser pedidos outros exames (ferro, índice de saturação da transferrina, etc.) e um teste genético para hemocromatose hereditária, uma doença caracterizada por um acúmulo anormal de ferro em orgãos como o fígado e o coração.
Os níveis de ferritina são em geral avaliados em conjunto com outros exames do ferro. Estão baixos em pessoas com deficiência de ferro e elevados quando há hemocromatose ou outros distúrbios com excesso de reservas de ferro ou que receberam múltiplas transfusões de sangue. A maioria dos pacientes que apresentam uma ferritina elevada não apresentam excesso de ferro (nesses casos, o índice de saturação da transferrina não estará elevado).
A ferritina é uma proteína de fase aguda, e também poderá aumentar com inflamação, doença hepática crônica, infecção crônica, distúrbios autoimunes e alguns tipos de câncer. Nesses casos, por ser um exame inespecífico, não é usada para o diagnóstico ou monitoração do paciente. A esteatose hepática, ou seja, o acúmulo de gordura no fígado, é uma causa comum de ferritina elevada. Níveis muito elevados de ferritina levantam a suspeita da presença de hemocromatose, uma doença genética ou adquirida caracterizada por um acúmulo anormal de ferro em orgãos como o fígado e coração.