Há muitos anos, as pessoas tinham medo de doar sangue porque achavam que a doação poderia transmitir doenças como Aids e hepatite. Com o tempo, esse receio passou e o mito foi esclarecido, mas hoje ainda faltam doadores no Brasil. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) Dimas Tadeu Covas, isso acontece porque falta uma cultura de doação no país e geralmente as pessoas só doam quando há um parente ou amigo precisando ou quando há alguma campanha em andamento.
No Bem Estar desta quinta-feira (27), o especialista desvendou mitos e verdades sobre a doação e deu dicas para quem quer se tornar um doador.
No Brasil, existem cerca de 3 milhões e meio de doações ao ano e há ainda uma rede de hemocentros que os doadores podem procurar.
Como o sangue não é fabricado, os hospitais dependem muito de doações para ajudar principalmente quem tem leucemia, anemia hereditária ou outras doenças do sangue, quem fez cirurgias grandes ou quem teve algum traumatismo.
Apesar de o doador universal ser o sangue tipo O negativo, todos os tipos sanguíneos são necessários nos hemocentros, como alertou o especialista. De maneira geral, a regra para ser um doador é que a pessoa esteja em bom estado de saúde e que a doação não faça mal a ela.
Mas existem ainda algumas recomendações: é preciso ter mais de 50 kg, ter entre 18 e 68 anos (os pais devem autorizar a doação de menores de idade) e não estar em tratamento com antibióticos.
Em caso de tatuagens, é preciso esperar pelo menos 6 meses antes de doar para ter certeza de que não houve contaminação.
A doação é proibida apenas para quem tem alguma doença inflamatória crônica ou teve hepatites B ou C – quem teve hepatite A pode doar porque não há sequelas. Grávidas ou mulheres no pós-parto também não podem doar, como lembraram os médicos.
Ao optar pela doação, o paciente não precisa fazer nenhum agendamento – basta chegar e doar. Não é preciso também estar em jejum e a recomendação é que o doador faça um lanche leve. Vale lembrar ainda que doar não transmite doenças.
O especialista explica que homens podem doar até 4 vezes ao ano em intervalos de 2 meses e mulheres até 3 vezes, em intervalos de 4 meses.
Em um procedimento que dura de 40 a 60 minutos, o doador doa cerca de meio litro de sangue e consegue ajudar de 2 a 3 pessoas.
O sangue doado possui duas partes – a parte celular, utilizada imediatamente em procedimentos médicos; o líquido, que é o plasma, utilizado no tratamento da hemofilia