Dieta da Moda

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Basta uma pessoa famosa adotar uma estratégia nutricional para um determinado fim que a ideia se dissemina rapidamente e vira moda. Se estudiosos descobrem propriedades nutricionais interessantes nas

frutas vermelhas, muitos passam a adotá-las em todas as refeições do dia, muitas vezes desprezando vários outros alimentos importantes.

O fato de uma fruta conter antioxidantes ou outros compostos bioativos não significa que vá fazer milagre, principalmente se você não mudar outros hábitos alimentares. Já foi assim com o chá verde, com a quinua, com a chia, o gojee berry, o suco verde e será assim com muitos outros alimentos.

Nenhum deles tem a capacidade, isoladamente, de curar ou prevenir doenças. O que é possível de ocorrer é que a inclusão de alimentos ricos nutricionalmente podem melhorar a oferta de substâncias antioxidantes, anti-inflamatórias, minerais e vitamínicas que, em conjunto, trazem diversos benefícios para quem os consome. Assim como algumas restrições de alimentos prejudiciais também colaboram com o processo.

Nossa saúde é consequência de hábitos, e não de exceções. Portanto ou você tem bons hábitos ou não tem! Nada adianta tentar mascarar um mau hábito com uma fruta milagrosa ou um dia de jejum etc.

Precisamos de nutrientes, não comer não é a solução. Deixar de comer só é válido quando falamos de alimentos não nutritivos e prejudiciais. Muitas vezes, a expectativa de resultados rápidos leva os indivíduos a condutas extremas e desequilibradas, além da compra de produtos caros que muitas vezes são mal utilizados. Como muitas vezes os resultados são frustrantes, esses alimentos caem em descrédito e, apesar de excelentes para a saúde, deixam de ser consumidos.

A menos que o indivíduo não tenha restrições, todos os alimentos citados acima, apenas como exemplos, poderiam ser incluídos em um plano alimentar saudável, sem excessos, com uso regular. Mas sem a expectativa de que a pele melhore ou que a hipertensão desapareça rapidamente apenas com esta conduta.

Sinto cada vez mais a necessidade de retrocedermos ao consumo de alimentos simples, não muito elaborados e não industrializados, se quisermos melhorar a oferta de nutrientes.

Dieta da moda? Normalmente é adotada no desespero de quem andou muito desregrado e hoje sofre as consequências indesejáveis e, obviamente quer resultado rápido. Sugiro que pensemos em resultados seguros e duradouros. Ou você acredita em milagres?

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Mitos e verdades sobre cãibras

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As cãibras surgem nos momentos mais inesperados. De repente, começa uma dor intensa nos membros inferiores que causa contrações involuntárias de um ou mais músculos. Há quem acredita que as cãibras atingem somente os atletas, pelo contrário, qualquer pessoa que esteja com as funções metabólicas comprometidas, falta de cálcio e desidratação pode sofrer uma contração.

As causas da cãibra são multifatoriais.  Ela pode ser provocada pelo uso exagerado da musculatura durante os exercícios físicos, má circulação e mudanças de temperatura. No calor, a pessoa tende a transpirar mais e desidratar facilmente, facilitando para a perda de sais minerais. E no frio, ocorre uma compressão das raízes nervosasa.

A cãibra pode ocorrer em qualquer músculo do corpo, principalmente na parte inferior, como coxa e panturrilha.  O problema é muito comum em gestantes, atletas, diabéticos e também em pacientes com insuficiência renal.

Fim dos mitos

Se você já sentiu alguma vez na vida uma cãibra, com certeza já deve ter ouvido alguém falar, come banana que passa. Esse é apena uma das teorias que rodeiam o problema. Para esclarecer sobre o que é mito e verdade vamos discutir  algumas questões:

1) Beber bastante água ajuda prevenir as cãibras?

Mito. Não adianta beber só água, o seu consumo excessivo pode baixar o nível de sódio no sangue, sendo uma das causas das cãibras.

2) As cãibras noturnas estão associadas a posição na hora de dormir?

Mito. A maioria das cãibras noturnas não está relacionada à posição. A explicação para as contrações involuntárias noturnas pode ser efeito colateral de algum remédio, exercícios em excesso durante o dia ou deficiência de vitaminas na alimentação.

3) Medicamentos podem estimular as cãibras?

Verdade. Alguns remédios auxiliam na perda de minerais e água em excesso, como por exemplo, o diurético.

4) As cãibras só atinge as pernas?

Mito. Dependendo da causa e da intensidade, ela pode surgir no músculo no meio das costas ou ocorrer no arco do pé.

5) Alongar e massagear a área durante uma crise é recomendado?

Verdade. Massagear o local afetado não só alivia a dor como também estimula a circulação sanguínea.

6) A banana não previne o problema?

Verdade. De fato, ela sozinha não irá evitar as cãibras. A banana é uma ótima fonte de potássio, porém, a cãibra não está associada à falta do mesmo. A laranja, por exemplo, pode ser mais eficaz do que a banana por conter sódio.

7) Não há como evitar as cãibras?

Mito. Algumas medidas podem ajudar a prevenir, como manter uma alimentação balanceada e um treinamento adequado durante os exercícios físicos, fazer alongamentos e repor os níveis de sódio durante os intervalos da atividade física com uma bebida isotônica.

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Delírios de traição: são sintomas de ciume patológico

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Itália do século 15. Na literatura, um general que serve o reino de Veneza, chamado Otelo, casa-se com Desdêmona, bela filha de um importante senador. Um de seus subordinados, Iago, inveja o poder do comandante. Para destruir sua felicidade, começa a insinuar uma possível traição da esposa com o jovem tenente Cássio. Ao imaginar Desdêmona com o amante, Otelo enlouquece de ciúme. Sem controle, mata a inocente mulher. Brasil do século 21. Na televisão, o músico Laerte se apaixona pela prima Helena. O amor une o casal desde a infância, mas o ciúme o separa antes do casamento. Transtornado pela ideia de uma possível traição de Helena com Virgilio, Laerte tenta assassinar o rapaz.

Seja pelo lendário Otelo de Shakespeare ou pela novela Em Família, exibida às 21h na Globo, o ciúme já rendeu assunto para a ficção. E muita tragédia na vida real. Ainda que seja considerado por muitos como o tempero do amor, especialistas alertam: quando em excesso, pode ser considerado uma doença. Em muitos casos associado a outros transtornos neurológicos, o ciúme patológico é normalmente baseado em delírios de traição e desejo obsessivo de controle sobre o parceiro.

Conforme o psiquiatra Paulo Belmonte de Abreu, chefe do departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFRGS, o ciúme pode ser entendido como o medo de perder uma pessoa amada para um terceiro. Ainda que complexo, o sentimento afeta pessoas de todas as idades. Estudos indicam que até bebês sentem ciúme em determinadas situações, como no período de nascimento de um irmão. O receio de perder a atenção da mãe pode gerar essa tensão, mesmo que a criança não consiga elaborar bem o sentimento que a aflige.

Apesar de ser desagradável, o ciúme cumpre um papel importante no amadurecimento emocional, pois faz parte do processo de formação e manutenção dos vínculos afetivos, explica o especialista:

— Ele provoca uma tensão, um mal-estar frente à ideia de perder uma pessoa importante para outro. É uma etapa que todos passam quando estabelecem uma relação mais íntima com alguém, seja naquelas de trabalho, familiares ou amorosas.

Carga genética pode determinar a intensidade do sentimento

A intensidade do ciúme e se vai gerar consequências no afeto ou ser apenas uma tensão passageira depende de cada indivíduo.

— Temos uma carga genética que determina se somos mais ou menos ciumentos e aprendemos a lidar com isso ainda quando crianças, quando percebemos que não existe somente aquela dupla eu-mamãe, mas também existem outras duplas: mamãe-papai, mamãe-irmãozinho. Isso gera um forte sentimento de exclusão com o qual temos de lidar, também em outras relações, durante toda a vida — comenta o psiquiatra e psicanalista Marco Antonio Pacheco, chefe da Unidade de Psiquiatria do Hospital São Lucas da PUCRS.

Embora existam pessoas com mais ou menos tendência para serem ciumentas, a verdade é que ninguém está imune. E se há algum aspecto da vida em que esse sentimento é mais recorrente, com certeza é na esfera amorosa.

O rival imaginário

Na relação a dois, o espaço reservado para o ciúme pode abrigar desde o nível saudável até o descontrole doentio. Para a psicóloga Marina Vasconcellos, especialista em terapia familiar e de casal, o sentimento é considerado normal quando transitório e baseado em fatos reais. Laerte nunca teve provas da traição de Helena com Virgilio, que se torna o rival imaginário que prevalece no ciúme patológico, assim como o desejo obsessivo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos do outro — Laerte chega a proibir Virgilio de chamar a amada de “Leninha”.

Esse tipo de ciúme caracteriza-se por ser exagerado, sem motivo aparente que o provoque, deixando o ciumento absolutamente inseguro.

— Dúvidas se transformam em ideias supervalorizadas, levando a pessoa a checar celulares e ligações recebidas constantemente, a querer saber quem enviou mensagens, que e-mails recebeu e por qual motivo, com quem falou e sobre o que, onde está e a que horas voltará. Por mais que tente aliviar seus sentimentos, nunca estará satisfeito, permanecendo o mal-estar da dúvida. Enfim, a vida a dois transforma-se num verdadeiro martírio — descreve a especialista.

Casos como esse são conhecidos como Síndrome de Otelo — remetendo à obra de Shakespeare — e podem estar associados à esquizofrenia, demências ou doença de Parkinson. Se não tratados corretamente, podem resultar em desfechos trágicos.

 

Antes da catástrofe

Para descobrir a fronteira entre o ciúme dito normal e o patológico, é preciso prestar atenção no comportamento do parceiro, e colocar limites desde o início da relação. Conforme a psicóloga Marina Vasconcellos, muitas vítimas de ciumentos ou ciumentas acabam cedendo às pressões para evitar brigas momentâneas, o que pode, a longo prazo, alimentar ainda mais este comportamento doentio:

— O resultado é catastrófico, pois quando menos imaginar perceberá o quanto está agindo em função do outro e se deixando de lado, submetendo-se, anulando-se por completo.

A recomendação é sempre conversar com o companheiro ou a companheira, mostrar o quanto as cobranças podem afetar a relação e destacar a importância de cada um ter seu espaço, seus amigos e sua liberdade. Caso o ciúme permaneça e continue perturbando o relacionamento, pode estar na hora de buscar ajuda profissional.

Já para os ciumentos, especialistas recomendam sempre parar para refletir quando o sentimento aparecer. Tentar entender a origem do ciúme pode ajudar a controlá-lo. Neste momento, o ciumento deve se perguntar se a tensão foi desencadeada por insegurança, por um fato real, ou até por alguma experiência de traição anterior.

— Quando o individuo ciumento reconhece que o problema tem origem interna, a ajuda profissional pode ser extremante útil. Quando o sujeito acredita que a origem é só externa, isto é, que ele tem razão para ter ciúme, geralmente não aceita ajuda profissional e a relação tende a degastar e até terminar — resume o psiquiatra e psicanalista Marco Antonio Pacheco.

O ciúme é demais quando…

— Começa a trazer problemas para a rotina de quem o sente (como dificuldades de concentração no trabalho, no estudo e nas relações sociais)

— A pessoa se sente mobilizada e limitada apenas para e pelo ciúme (quando deixa, por exemplo, de ir a lugares ou fazer coisas apenas em função desse sentimento)

— Passa a ter ideias que não correspondem à realidade (como fantasias de traição com o parceiro)

— Torna a pessoa capaz de agredir o parceiro (verbal e fisicamente)

— Deixa o relacionamento insuportável pela tentativa de controle do parceiro em tudo o que ele faz: a pessoa checa as mensagens do celular, quer saber quem enviou e-mails, não permite que o outro frequente qualquer evento social sem sua presença, afasta o parceiro de seus amigos por desconfiar de toda e qualquer relação de amizade que ele possa ter

Como lidar

Quando o ciumento é o parceiro…

— Deixe claro que está percebendo o ciúme

— Informe, de maneira clara, porém gentil, que isso está prejudicando a relação de vocês

— Lembre-o de situações ou afirmações nas quais ele demonstrou ciúmes e mostre porque ele estava equivocado ao sentir isso

— Peça que ele fale com outras pessoas sobre suas atitudes

— Se achar necessário, sugira que ele procure ajuda psicológica

— Diga o que está sentindo em conversas periódicas sobre a relação

— Preste atenção no que seus familiares e amigos dizem sobre suas atitudes em relação a seu parceiro

— Converse com seu parceiro e veja como ele está se sentindo diante de suas crises de ciúme

— Tente controlar seus impulsos e pense em por que está sentindo isso

— Pense sobre suas relações anteriores e procure identificar se era ciumento antes da relação atual

— Considere a possibilidade de buscar ajuda profissional para aprender a lidar com seus sentimentos

 

Além da ficção*

“Tenho 72 anos e sou casada há 50. Quando jovem, fui morar no interior do Rio Grande do Sul, onde conheci meu marido. Namoramos por dois anos. Ele era atencioso, me dava presentes e era apaixonado. Logo depois que casamos, comecei a notar comportamentos estranhos. Ele era muito ciumento, não me deixava ter amigos, nem mesmo conversar com o marido de colegas de trabalho. Tentei cursar faculdade, mas ele entrava na sala e gritava comigo, me carregava de volta para casa.

Tive de largar o trabalho também, pois não podia ter contato com ninguém. Chegou a acreditar que eu tinha um caso com a nossa empregada. Ele ficava violento, já chegou a quebrar minhas costelas, me arrastar pelo cabelo. Como eu tinha vergonha de contar para a minha família, escondia de todo mundo. Fiquei muito sozinha e deprimida, não saia mais de casa. Lá pelos 40 anos, comecei a procurar ajuda para entender o que acontecia. Tivemos três filhos que, até hoje, têm sequelas psicológicas pelo comportamento do pai.

Meu marido já foi retirado de casa pela Brigada Militar, internado algumas vezes e ainda toma muitos medicamentos para controlar a doença. Hoje eu entendo que fui vítima de um ciumento patológico.”

“Eu me achava normal até os 17 anos, quando comecei a namorar um rapaz de 20. Ele estudava à noite e eu comecei a imaginar as gurias dando em cima dele e ele correspondendo. Sofria calada, mas, aos poucos, fui extravasando meu ciúme, perguntava sobre as colegas, o que conversavam, telefonava sem parar e, se ele não atendia, eu ligava para os amigos dele. Brigávamos muito, ele cansou e rompeu o namoro. Só voltei a namorar aos 20 anos e tudo se repetiu. Entrava no computador dele e não achava nada de concreto, mas tudo me irritava, até um alô simpático de uma amiga. Ele também rompeu comigo. Procurei ajuda profissional. Quando era criança, minha mãe seguia meu pai de carro e levava eu e minha irmã. Ela jurava que ele tinha uma amante, assisti muitos escândalos e, somente com a terapia, comecei a questionar se ela também não tinha ciúme patológico. Hoje tenho 26 anos e ainda sofro. Estou num relacionamento sério há dois anos, converso muito com meu terapeuta sobre meu ciúme. Aprendi a primeiro desconfiar da minha desconfiança.”

*Os nomes foram omitidos para preservar a privacidade das entrevistadas

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Conheça cinco alimentos que “escondem” açúcar

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É consenso entre médicos e pacientes que a ingestão excessiva de açúcar é extremamente prejudicial para a saúde. Porém, o que pouca gente sabe é que alimentos que aparentemente são vendidos como ‘saudáveis’, na verdade, contêm altas doses da matéria-prima.

Segundo uma pesquisa realizada por cientistas americanos e publicada em 2012, o consumo mundial do açúcar triplicou nos últimos 50 anos e está ligado a inúmeras doenças, como obesidade, diabetes e câncer. Uma nova campanha da ONG Action on Sugar, divulgada pela BBC, elaborou uma lista em que figuram alguns alimentos que ‘escondem’ grandes quantidades de açúcar.

O objetivo, além de conscientizar o público, é pressionar os fabricantes a reduzir a quantidade do subproduto da cana.

Confira alguns alimentos industrializados que “enganam” os consumidores:

Alimentos com 0% de gordura

Não possuem, necessariamente, 0% de açúcar. Este é o caso dos iogurtes. Nesses alimentos, o açúcar normalmente é adicionado para dar sabor e cremosidade ao produto quando a gordura é removida.

Um iogurte de 150 gramas com 0% de gordura pode ter, por exemplo, até 20 gramas de açúcar – o equivalente a cinco colheres de chá, alerta a Action on Sugar. Esse valor equivale à metade da quantidade diária de açúcar recomendada para mulheres, que é de 50 gramas. Nos homens, a taxa diária é um pouco superior, de 70 gramas.

Polpa de tomate

Aquelas compradas em mercados, normalmente enlatadas, podem ser cheia de açúcar, diferentemente da polpa de tomate caseira que possui muitos nutrientes e é feita com frutos frescos. O carboidrato é as vezes adicionado para que a polpa fique menos ácida. Um terço de uma lata de 150 gramas, por exemplo, pode ter até 13 gramas de açúcar, valor equivalente a três colheres de chá.

Maionese

Inimiga de quem quer combater o consumo excessivo de açúcar, uma única colher de maionese pode conter até quatro gramas do ingrediente, assim como outros molhos em geral.

Água

Depende do tipo. Alguns tipos de “águas vitaminadas” têm adição de açúcar. Um copo de 500 ml de algumas marcas pode conter até 15 gramas de açúcar, o equivalente a cerca de quatro colheres de chá, diz a Action on Sugar.

Pão

É um dos alimentos que mais ‘escondem’ açúcar, destaca a ONG. Uma fatia de pão processado pode ter, em média, até três gramas de açúcar. O açúcar presente no pão, aliás, é normalmente formado no processo natural de fermentação, mas também pode ser adicionado durante a fabricação do alimento. O fato de um alimento ser salgado não influencia no teor de açúcar, o qual ainda pode ser elevado.

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Palavra de Médico: a largura da vida

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Estabelecido que a nossa chance de longevidade depende de como vivemos e, em muito, do que comemos, deparamos com uma ciranda de culpados num infindável revezamento. Assim, o pobre ovo já foi considerado o execrável fomentador do infarto, anos depois transferido para uma prisão albergue e, há pouco, completamente inocentado. Agora, a gema já pode escorrer outra vez entre os grãos de arroz sem sentimento de culpa.

Mas a controvérsia não termina por aí. As demonstrações, consideradas inequívocas do dano provocado pela carne vermelha, por exemplo, nunca explicaram por que a incidência de coronariopatias não é maior na Argentina, o país com o mais alto índice de consumo de churrasco por milhão de habitantes do planeta.

No colesterol, todo mundo bateu muito, e ele só não foi acusado de formação de quadrilha. Depois, houve certo constrangimento entre os médicos que impunham restrições e entre os pacientes que abdicavam de muitos prazeres da gula para manter o colesterol abaixo de 200 mg/dl, quando se descobriu que os esquimós, com dieta riquíssima em gordura animal, desfilam frajolas com um índice médio de 1.000 mg/dl. A propósito, ficou claro que colesterol alto, desacompanhado de estresse, é quase inofensivo. Como parecia impensável um esquimó estressado olhando a monotonia daquelas geleiras, tudo se explicava.

Nos anos 70, ainda se fumava nos hospitais, e o seu Osório, internado na velha enfermaria 29, piorava a cada dia. Apesar da insistente recomendação médica, não conseguia parar de fumar. O estagiário responsável por ele pediu socorro ao professor Rigatto, grande mestre, e ferrenho opositor ao fumo. O professor, do alto de sua sapiência, ensinou: “Convencer o paciente depende do nosso grau de convicção. Venha comigo!”.

Quando se acercaram do leito, o velho dava mais uma pitadinha. O professor foi enfático: “Seu Osório, será que o senhor não percebe que este maldito cigarro está reduzindo a extensão da sua vida?”. O pobre paciente, um pouco constrangido pelo fogo cerrado, argumentou: “Me desculpe, professor, mas nunca ouvi dizer que a vida tivesse extensão. Sempre achei que fosse só largura!”.

O Reinaldo tem 70 anos e é um italianão meio tosco, com a simplicidade de quem sempre viveu na colônia. Quando sentou para ouvir as recomendações do clínico que, lhe alertaram, era um grande especialista, nem imaginava o rosário de restrições: “Seu Reinaldo, sua saúde não está nada bem. Quatro coisas precisam ser modificadas. Primeiro, com o colesterol em 400, o senhor não pode mais comer queijo, salame. E copa, nem sonhar. Segundo, os exames do fígado impedem que o senhor tome vinho. Terceiro, com uma glicose de 390 mg/dl, o senhor está diabético e não poderá mais comer massa, pão, esses carboidratos. E quarto…”

O gringo saltou da cadeira e, em pé, encheu a sala de sotaque: “Pode parar. Não quero saber da quarta proibição. Com as três primeiras, já prefiro morrer”. E foi embora com alguma curiosidade pela última, que devia ser a mais terrível, senão não teria ficado para o fim. Pelo menos estava livre do quarto sentimento de culpa. Sozinho, riu desta sensação.

J. J. Camargo

Professor de cirurgia torácica na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Doutor em pneumologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde se formou em 1970, fez especialização na Clínica Mayo (EUA).

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Comissão Europeia propõe mudanças em perfumes para evitar alergias

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As grandes empresas de perfumaria europeias deverão reformular a composição de suas fragrâncias para ajudar na luta contra as alergias cutâneas que afetam 15 milhões de europeus, anunciou nesta quinta-feira a Comissão Europeia.

Com base em uma revisão de dados científicos, o executivo europeu visa proibir três ingredientes altamente alergênicos, o sintético HICC e duas essências naturais extraídas de musgos, usadas em perfumes como Chanel nº 5. Estes compostos estão relacionados a milhares de casos de reações alérgicas, especialmente eczemas.

As perfumarias também deverão limitar a concentração de 12 outros ingredientes, tais como rosa e limão, e serão obrigadas a indicar no rótulo a presença de 106 compostos capazes de provocar uma reação alérgica.

— Não apontamos nenhum perfume em particular, não é uma questão de proibir o Chanel nº 5 — indicou o comissário de Política do Consumidor, Neven Mimica.

Se a UE aprovar a proposta da Comissão, a composição de alguns perfumes, incluindo clássicos da indústria, terão de “reformular” até 2015 suas composições, disse Mimica.

As medidas propostas pelo executivo europeu também afetam a indústria de biocosméticos que, “de acordo com estimativas do setor, deverá modificar mais de 90% dos seus produtos”, segundo uma fonte europeia.

De acordo com Mimica, uma vez aprovadas estas medidas, as empresas terão um período de dois a cinco anos para se adaptar a elas, a fim de “preservar sua liderança global”.

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Anvisa proíbe venda de quatro suplementos alimentares para atleta

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Resoluções da ANVISA suspendem, a partir desta segunda-feira a distribuição e a venda, em todo território nacional , de 4 suplementos alimentares para atletas. 

O primeiro deles, Alimento para Atletas da marca ISOFAST-MHP, fabricado por Maximum Human Performance Inc. e importado por Macroex Comercial Importadora e Exportadora Ltda, foi suspenso por apresentar BCAA (aminoácidos de cadeia ramificada) e por não se enquadrar em nenhuma das classificações previstas pela agência.

Já o Suplemento de Cafeína para atletas, marca ALERT 8-HOUR-MHP, fabricado por Maximum Human Performance Inc. e importado por Macroex Comercial Importadora e Exportadora Ltda, foi suspenso por conter taurina em sua composição.

O produto Carnivor, fabricado por MuscleMeds e distribuído por Nutrition Import Comércio Atacadista de Suplemento Ltda, foi suspenso por apresentar teores de vitamina B12 e B6 acima da ingestão diária recomendada e por apresentar as substâncias glutamina alfa-cetoglutarato (GKC), ornitina alfa-cetoglutarato (OKG), alfa-cetoisocaproato (KIC), que não foram avaliadas quanto à segurança de consumo como alimentos.

Por fim, o produto Probolic-SR-MHP, fabricado por Maximum Human Performance Inc. e importado por Commar Comércio Internacional Ltda, foi suspenso por não haver comprovação de segurança de uso.

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Exercício moderado reduz risco de derrame nas mulheres

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As mulheres não precisam correr maratonas ou fazer aeróbica intensa para reduzir o seu risco de AVC. Exercícios de intensidade moderada – como caminhada rápida ou jogar tênis – são o suficiente, de acordo com pesquisa apresentada na International Stroke Conference.

— Fiquei surpresa quando a atividade física moderada foi fortemente associada com um risco reduzido de acidente vascular cerebral. Os exercícios mais extenuantes como correr, por outro lado, não proporcionam o mesmo efeito— diz a cientista Sophia Wang.

Os pesquisadores analisaram informações de 133.479 mulheres para ver quantas haviam sofrido um acidente vascular cerebral entre 1996 e 2010. Aquelas que relataram fazer atividade física moderada nos três anos antes de se candidatar à pesquisa tiveram uma probabilidade de 20% a menos de sofrer AVC do que as mulheres que relataram nenhuma atividade.

Mulheres na pós-menopausa que faziam uso de hormônios tiveram um risco de 30% a mais de sofrer AVC do que aquelas que nunca administraram medicamentos. Depois que as mulheres pararam de tomar os hormônios, o risco começou a diminuir.

— Você não tem que fazer um campo de treinamento extremo. Os tipos de atividades que estamos falando são acessíveis para a maioria da população— afirma Sophia, recomendando que as mulheres incorporem algum tipo de atividade física em sua rotina diária.

O estudo também descobriu que as mulheres com diabetes apresentaram risco elevado de sofrer AVC, embora este grupo abrangia as mulheres que também estavam com sobrepeso.

— Exercícios físicos, obesidade e diabetes estão altamente correlacionados um com o outro. A prevenção de AVC entre os diabéticos é, portanto, uma questão científica particularmente importante para se resolver— declarou a cientista.

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Remédio vencido pode perder eficácia e até causar doença nos rins

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Existem medicamentos que se transformam em substâncias tóxicas à medida que envelhecem?

Embora os maiores riscos do uso de medicamentos vencidos sejam outros, uma doença rara que afeta os rins, chamada acidose tubular renal foi descoberta como resultado do uso do antibiótico tetraciclina velho o bastante para que se degradasse em outras substâncias químicas.

O caso inicial reportado, envolvendo uma forma do medicamento que não é mais utilizada, foi publicado na revista científica “Annals of Internal Medicine”, em 1963.

Desde então ocorreram uma série de incidentes subsequentes, que levaram ao alerta constante sobre o uso de medicamentos com o prazo de validade vencido.

Um estudo publicado em 2004, que revisava a literatura sobre a tetraciclina e antimicróbicos similares, sugeriu que pode ser difícil determinar quando uma doença nos rins é causada por um medicamento desse tipo.

Eficácia menor

Um problema considerável com o consumo de medicamentos com o prazo de validade vencido é o fato de que eles talvez não sejam capazes de fornecer uma dose suficiente do princípio ativo para que sejam eficazes. Alguns medicamentos são tão instáveis que eles precisam ser refrigerados ou misturados pelo farmacêutico pouco tempo antes de serem utilizados.

Todavia, um programa do Departamento de Defesa em parceria com a FDA revelou que muitos medicamentos permanecem eficazes por muito tempo depois do fim de seu prazo de validade, desde que armazenados em condições ideais.

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Pesquisa mostra queda no número de fumantes

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O tabagismo é um problema de saúde pública, entretanto recente pesquisa mostra uma queda de 42% em 32 anos do consumo da droga entre mulheres. A parcela de homens fumantes caiu de 41% para 31%; a de mulheres foi reduzida de 10,6% para 6,2%.

O estudo foi publicado pela revista da Associação Médica Americana e realizado entre 1980 e 2012, em 187 países.

A redução do número de fumantes foi expressiva nesse período, em especial entre 1996 e 2006, quando a taxa anual de queda do tabagismo foi mais alta. 

A pesquisa encontrou três fases nessa redução do tabagismo: um progresso só modesto entre 1980 e 1996, uma aceleração nos dez anos seguintes e uma queda mais lenta de 2006 a 2012, com uma aparente alta da fatia de fumantes entre homens a partir de 2010.

Essa desaceleração na redução das taxas de fumantes pode ser explicada, em parte, pelo aumento do número de fumantes a partir de 2006 em países grandes como Bangladesh, China, Indonésia e Rússia.

No Brasil, dados da pesquisa telefônica Vigitel, do Ministério da Saúde, mostram queda de 20% na proporção de fumantes no país entre 2006 e 2011, quando 14,8% dos brasileiros fumavam.

A maior redução tem sido entre os homens, e a população com menos anos de escolaridade é a que mais fuma por aqui: o percentual chega a 18,8% entre os brasileiros com até oito anos de escolaridade e cai para 10% entre os que têm 12 anos ou mais de estudos.

Ainda que o percentual de fumantes no mundo tenha caído, o aumento da população com mais de 15 anos de idade fez o número absoluto de homens e mulheres que fumam diariamente crescer.

Em 1980, o mundo tinha 721 milhões de fumantes; em 2012, já eram 967 milhões.

Nesses 32 anos, o número de cigarros consumidos por ano aumentou 26%.

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