Câncer de Pele
Em estágio inicial, todos os tipos de câncer, incluindo o mais letal de todos os tumores de pele conhecidos pela medicina _ o melanoma _ tem alto índice de cura. Embora represente 4% dos tipos de câncer de pele, mata em 75% das vezes que se manifesta, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde). Todo ano, são registrados cerca de 132 mil casos de melanoma no planeta, além de 2 milhões de outros tipos de câncer de pele. Felizmente, nos últimos anos, houve uma grande melhora na sobrevida dos pacientes com o melanoma, principalmente devido à detecção precoce. Nos países desenvolvidos, a sobrevida média estimada em cinco anos é de 73%, enquanto que, para os países em desenvolvimento, a sobrevida média é de 56%. A média mundial estimada é de 69%. A grande dificuldade é quando é descoberta a doença tardiamente, já que ela tem uma notável facilidade de dar origem a metástases, ou seja, se espalhar para outros órgãos, uma vez que uma célula cancerosa entre em contato com a corrente sanguínea ou linfática.
O outro tipo de câncer de pele, o carcinoma, é bem menos agressivo e raramente fatal. Na forma basocelular, surge em 70% dos casos, tem crescimento lento e raramente se dissemina. Na forma espinocelular ou de células escamosas (cerca de 25% das ocorrências), cresce mais rápido e as lesões maiores podem levar à metástase.
Uma questão cultural
Para descobrir as raízes da expansão da doença, é possível retroceder no tempo. Mais precisamente há 50 anos, quando o bronzeado deixou de ser um estigma social para virar moda. Ser branco como uma folha de papel, durante séculos, era um traço nobre. Segundo o dermatologista David Horne, em entrevista à revista Men’s Health, “a pele bronzeada era característica das classes baixas, que faziam o trabalho braçal sob o sol”, lembra, citando que apenas mais recentemente é que as pessoas passaram a tomar sol para “melhorar” a aparência.
O grande problema é que, mais cedo ou mais tarde, o corpo vai pedir a conta do excesso de exposição ae sol sem proteção. E não significa que quem tem a pele mais escura está livre de desenvolver a doença.
A ideia de que a pessoa bronzeada não pode ter câncer de pele é fantasiosa. Até negros estão sujeitos.
As pessoas estão cientes dos danos que o sol pode causar, mas nunca acham que podem ser atingidas.
Os efeitos do sol são cumulativos. Uma queimadura hoje pode virar um câncer amanhã. As pessoas que tiveram melanoma são propensas a terem novamente. O protetor solar é indispensável e deve ser aplicado com generosidade de duas em duas horas, e a pele deve receber o produto meia hora antes da exposição solar.
Os cremes protetores, segundo os especialistas, deve ser aplicado todos os dias, mesmo quando está nublado. Segundo a dermatologista Simone Sotto Mayor, diretora de dermocosméticos da Biolab, são frequentes queimaduras quando as nuvens predominam.
São muito comuns queimaduras em montanhas e estações de turismo com neve, por exemplo, locais muitas vezes não associados a esses riscos , quando se em Fator de Proteção Solar (FPS), refere-se à medição da proteção em relação à radiação UVB, que causa como efeito imediato queimaduras e, com o passar dos anos, lesões ligadas ao câncer. Já a radiação UVA é mais ligada ao envelhecimento cutâneo, e também ao surgimento de alguns tipos de cânceres de pele e melasmas.
POR DENTRO DA DOENÇA
Basicamente, existem três tipos de câncer de pele:
Carcinoma basocecular
É o tipo mais comum. Pode aparecer como uma área que parece uma cicatriz, com bordas mal definidas e superfície brilhante. Também pode ser um sinal avermelhado ou uma área que parece sempre irritada, ou uma superfície saliente e rosada, com uma crosta no centro.
Carcinoma espinocelular
É o segundo câncer de pele mais frequente. Pode ser um ferimento aberto que sangra e cria casca, ou uma mancha vermelha escamosa, com borda irregular, que forma casca e sangra.
Melanoma
Tipo mais letal de câncer de pele, sobretudo se não detectado na fase inicial. Pode aparecer como um pequeno caroço, de cor uniforme, simétrico e muitas vezes firme ao toque. Também pode ser uma marca achatada, levemente levantada, com bordas irregulares, ou ter diferentes cores (castanho, preto, vermelho, azul ou branco).
FATORES DE RISCO
Em ordem de importância, são: sensibilidade ao sol (queimadura pelo sol e não bronzeamento), pele clara, exposição excessiva ao sol, história prévia de câncer de pele, história familiar de melanoma, nevo congênito (pinta escura), maturidade (após 15 anos de idade a propensão para este tipo de câncer aumenta), xeroderma pigmentoso (doença congênita que se caracteriza pela intolerância total da pele ao sol, com queimaduras externas, lesões crônicas e tumores múltiplos) e nevo displásico (lesões escuras da pele com alterações celulares pré-cancerosas).
PREVENÇÃO
Como os outros tipos de câncer de pele, o melanoma pode ser prevenido evitando-se a exposição ao sol no horário das 10h às 16h, quando os raios são mais intensos. Mesmo durante o período adequado é necessária a utilização de proteção como chapéu, guarda-sol, óculos escuro e filtros solares com fator de proteção 30 ou mais.
TRATAMENTO
A cirurgia é o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio do câncer. Quando há metástase, o melanoma é de difícil cura, na maior parte dos casos. A estratégia de tratamento para a doença avançada deve ter então como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.