O que diferencia nosso cabelo em cada fase da vida? Assim como há perfis metabólicos nas devidas faixas etárias, não podemos nos esquecer que quando se fala em cabelos – uma estrutura que se coloca sem capacidade de regeneração quando está fora da pele – os hábitos de cada um tem um efeito significativo.
Nas mulheres, as principais diferenças capilares nas faixas diferentes etárias estão relacionadas a questões hormonais. O uso de métodos anticonceptivos hormonais, alimentação, exposição dos cabelos aos raios UV, prática de esportes em meio aquático (piscina ou praia), cigarro e químicas diversas também influenciam a velocidade do envelhecimento dos fios.
Veja o que ocorre aos:
20 anos
No que diz respeito ao metabolismo feminino, é esperado que a mulher na faixa dos 20 anos, que tenha hábitos saudáveis e que não se submeta a químicas diversas e frequentes, apresente uma produção significativa e equilibrada de substâncias que hidratam os fios de cabelo. Nestes casos, o brilho dos cabelos é mais uniforme e a tendência é a de que os fios sejam bonitos.
Exceções ocorrem nas que produzem excesso de oleosidade pelo couro cabeludo, quando os fios ficam ensebados, pesados e apesar do brilho, este não se mostra realmente com um brilho bonito. Isto por conta ainda da proximidade com a adolescência que promove modificações importantes nos perfis hormonais destas mulheres.
30 anos
Com 30 anos as secreções femininas tendem a ser mais equilibradas e os cabelos tendem a ser mais bonito e saudáveis.
40 anos
A proximidade com a menopausa e a entrada de muitas mulheres nesta fase da vida feminina já nesta década de vida faz com que os cabelos tenham uma tendência a serem mais secos, sem brilho e fragilizados.
Apesar destes parâmetros, a juventude dos fios está intimamente ligada à qualidade de vida – e, portanto, à maneira como se cuida da vaidade. É claro que a canície – nome científico do aspecto grisalho – é, sim, um sinal importante, que denuncia a perda de células produtoras de pigmentos. Outros aspectos, porém, merecem atenção: fios ralos, perda de textura, diâmetro e densidade, quebras, pontas partidas e, em casos extremos, queda.
Assim como acontece na indústria de cosméticos faciais e corporais, as empresas de produtos capilares têm concentrado esforços em retardar, ao máximo, os efeitos do tempo sobre os fios. Ainda não se chegou a nenhuma fórmula mágica capaz de deter o surgimento dos brancos, mas várias novidades podem ajudar a preservar a saúde e a aparência bonita das madeixas. Antes de conhecer tais novidades, é preciso entender como acontece o envelhecimento capilar.
À medida que os anos passam, segundo o tricologista Ademir Jr., de São Paulo, as raízes não trabalham produzindo o crescimento adequado dos fios e seus componentes, principalmente as proteínas, ficam mais fracos e suscetíveis a danos.
– O resultado é o aparecimento de cabelo quebradiço, arrebentado, fino, sem brilho, desidratado e menos maleável e macio – diz o especialista.
Fatores externos como alterações climáticas, sol, poluição, água do mar, cloro e uso inadequado ou excessivo de pranchas, secadores, modeladores de cachos e químicas acabam prejudicando a saúde dos fios. Também é possível citar fatores internos como stress, tabagismo, má alimentação, doenças, problemas hormonais e ingestão de medicamentos.
O passar dos anos também faz com que haja diminuição da atividade das glândulas sebáceas, deixando o cabelo e o couro cabeludo ressecados. Há o enfraquecimento do manto hidrolipídico (camada de gordura que reveste a pele e o couro cabeludo), resultando na perda de vitalidade e de nutrição da raiz, que passa a fabricar um fio mais fino e frágil, com menos brilho e beleza. É por essa razão que as empresas de cosmética capilar se empenham cada vez mais em lançar produtos que atuem no couro cabeludo.
Felizmente, de um tempo para cá as pesquisas científicas avançaram muito no que diz respeito ao cabelo. Filtros de proteção solar podem ajudar a evitar o desbotamento, perda de brilho, entre outros problemas. Agentes oleosos, como os ácidos graxos essenciais, ajudam a corrigir problemas capilares pré-existentes e previnem novos prejuízos. Há também silicones que diminuem a perda de água do cabelo e promovem elasticidade e maleabilidade.
Já os ativos que normalmente costumam fazer parte das fórmulas cosméticas antiaging são aqueles que aceleram o metabolismo celular, reconstroem e protegem o fio ou, ainda, combatem os radicais livres, que por sua ação oxidante, são responsáveis pelo envelhecimento da pele e do cabelo. VBitaminas como a C e a E ou extratos naturais como o de chá verde costumam ser bastante eficazes. Outras substâncias muito empregadas são os aminoácidos como a serina, arginina, prolina e cisteína, principais componentes da fibra capilar, que melhoram a resistência dos fios, conferem hidratação, brilho e maleabilidade. Alguns produtos, como o óleo de oliva, aumentam a elasticidade, enquanto o d-panthenol, por exemplo, previne sua desidratação e mantém a vitalidade.