Câncer de próstata

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No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens — atrás apenas do câncer de pele não melanoma. É considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Os exames de prevenção ainda atemorizam muitos homens, que resistem a consultar um urologista para consultas de rotina.
— Esse preconceito tem diminuído, e a mudança no comportamento dos homens vem sendo influenciada pelas mulheres. Elas se cuidam e querem cuidar da saúde sexual dos companheiros. Elas os incentivam a procurar o urologista, que tem mais chances de realizar o diagnóstico precoce de câncer de próstata, uma doença silenciosa, que pode passar vários anos sem apresentar sintomas _ esclarece o urologista Oskar Kaufmann.
Confira as respostas para algumas das dúvidas mais comuns.
Qual a função da próstata?
A próstata é uma glândula exclusiva do sexo masculino, localizada logo abaixo da bexiga, envolvendo a uretra. Ela pesa entre 25 e 30 gramas e tem formato de uma noz. Sua consistência torna-se endurecida quando apresenta câncer. Ela produz cerca de 70% do líquido seminal, substância fundamental na vitalidade e no transporte dos espermatozoides. Portanto, a próstata tem um papel fundamental na fertilidade masculina.
Como se desenvolve o câncer de próstata?
A origem é desconhecida, mas se acredita que alguns fatores possam influenciar o seu desenvolvimento. Entre eles, o fator genético, já que a neoplasia é maior em familiares portadores da doença. A presença de câncer de próstata em parentes de primeiro grau aumenta a probabilidade de diagnóstico desse câncer em 18%. De maneira geral, a doença acomete cerca de 10% dos homens após os 50 anos e, à medida que a idade avança, as chances crescem, chegando a acometer cerca de 50% dos homens aos 75 anos.
O fator hormonal é outro bastante importante, pois essa neoplasia regride de maneira significativa com a supressão dos hormônios masculinos, como a testosterona. A testosterona não é indutora de câncer, entretanto, em homens já com a neoplasia ou com predisposição, ela estimularia seu crescimento.
Fatores externos ao organismo podem influenciar?
Ultimamente, tem se dado muita atenção à alimentação. Dietas ricas em gordura predispõem ao câncer, enquanto as ricas em fibras e tomate diminuem o seu aparecimento. São conclusões baseadas em levantamentos epidemiológicos, em áreas geográficas de maior incidência de câncer de próstata. Várias outras substâncias que interferem no metabolismo dos hormônios sexuais estão sob estudos, como as vitaminas, o cádmio e o zinco. Poluição, cigarro, fertilizantes e outros produtos químicos estão sob suspeita.
Quais os principais sintomas? Como diagnosticar?
O câncer da próstata não produz sintomas nas fases iniciais. Com o decorrer do tempo, podem surgir dificuldade para expelir a urina, jato urinário fraco ou aumento do número de idas ao banheiro. Esses sintomas são comuns nos casos de crescimento benigno _ não indicam a existência de câncer, mas exigem, no mínimo, uma avaliação médica.
Os homens sabem que o toque é importante para o diagnóstico do câncer da próstata. Nesses casos, a glândula torna-se irregular e de consistência endurecida. Dois outros exames são utilizados para identificar o câncer: dosagens do antígeno prostático específico no sangue (conhecido como PSA) e ultrassom. Atualmente, definiu-se que a melhor forma de diagnosticar a enfermidade é pela combinação de toque e dosagem do PSA.
A partir de qual idade o homem pode desenvolver ou estar mais suscetível ao aparecimento do câncer de próstata?
A recomendação é que os homens acima de 40 anos e com história familiar positiva para câncer de próstata e de 45 anos, sem história familiar, façam os exames periódicos para a detecção precoce, com o toque retal da próstata e o PSA.
Há alguma estatística no Brasil que revela o numero de homens que sofrem com o problema? E destes, quantos conseguem alcançar a cura?
O câncer de próstata é a neoplasia visceral mais frequente na população masculina, representando mais de 40% dos tumores que atingem os homens acima de 50 anos. A incidência varia de acordo com o país e com a raça, sendo mais frequente nos Estados Unidos e no Brasil do que nos países orientais. Segundo a Sociedade Americana de Oncologia, estima-se uma incidência de 234.460 novos casos/ano no mundo e 27.350 mortes/ano nos Estados Unidos. No Brasil há uma incidência aproximada de 50 mil casos/ano .
Quais os tratamentos?
Para o câncer de próstata localizado, há diferentes condutas, dependendo do quadro clínico e da expectativa de sobrevida do paciente. Os tratamentos são:
— Prostatectomia radical
— Radioterapia
— Observação vigilante (é opção viável e importante no câncer de próstata localizado, mas pode ter alto risco em pacientes com expectativa de vida maior que 10 anos)
Existe algum tratamento preventivo? Alguma interferência da alimentação?
A prevenção do câncer da próstata não pode ser feita de forma eficiente, no momento, porque ainda não são conhecidos todos os fatores que modificam a maquinaria celular, tornando-a maligna. Estudos indicam que hábitos dietéticos podem ajudar na redução dos riscos. Tem-se recomendado alimentação com baixo teor de gordura animal, comum nos países onde a incidência da doença é baixa (apenas 15% do total de calorias sob forma de gordura). A ingestão abundante de tomate e seus derivados parece diminuir em 35% os riscos de câncer da próstata, segundo estudo realizado na Universidade de Harvard. O efeito benéfico do tomate resultaria da presença de grandes quantidades de licopeno, um betacaroteno natural precursor da vitamina A. Finalmente, a complementação dietética com vitamina E e selênio parece ter um efeito protetor, de acordo com dados do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, de Nova York.

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Aveia auxilia no controle de peso

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Uma pesquisa do Laboratório de Lípides da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), conduzida pela professora Ana Maria Pita Lottenberg, revela que a aveia pode auxiliar na perda de peso. Os benefícios dos cereais integrais para o controle de peso já foram tema de estudos internacionais, que demonstraram que o consumo de fibras solúveis, como a aveia, promove maior saciedade.
Agora, o estudo realizado no Brasil mostra que mulheres em dieta para emagrecer que incluem aveia no cardápio perdem, em média, 60% mais peso. A pesquisa foi realizada por 16 semanas, com a avaliação de dois grupos, em duas fases: manutenção de peso e emagrecimento.
Os resultados preliminares obtidos demonstraram que os participantes, quando consumiram aveia associada a uma dieta hipocalórica, perderam significativamente mais peso (média 2,6% do peso corporal inicial) do que quando ingeriram placebo (média 1,5%), sem qualquer outra mudança no estilo de vida.
Um dos fatores para esse efeito seria a maior sensação de saciedade relatada pelos voluntários quando consumiram o produto. Uma das explicações é a de que alimentos ricos em fibras exigem mais mastigação e maior tempo para digestão, aumentando o volume alimentar no estômago e diminuindo a velocidade de absorção dos nutrientes, regulando, entre outros mecanismos, o controle da fome e a liberação da insulina.
Dicas para aproveitar os benefícios da aveia
— Enriqueça vitaminas, sucos, salada de frutas e sorvete
— Substitua parte da farinha de trigo por farinha de aveia em receitas de bolos e tortas
— Salpique aveia sobre os alimentos, como no arroz, no feijão, na sopa etc.
— Reponha a energia com barras de cereais e cookies contendo aveia em pequenos lanches ao longo do dia
— Use sua imaginação e acrescente aveias às mais diversas receitas doces e salgadas
— Além das tradicionais farinhas (flocos regulares, flocos finos, farelo de aveia e farinha), existem diversas outras opções, como as aveias com sabor (chocolate, morango e mel, entre outros)

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Mais leveza na alimentação infantil

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A alimentação das crianças é uma constante preocupação dos pais. Com a obesidade infantil atingindo índices alarmantes — já chega a 17% o número de crianças acima do peso no Brasil —, alguns especialistas já sugerem o uso de alimentos diet e light na dieta dos pequenos, desde que com moderação. E nunca sem consultar um pediatra.

O alimento diet contém edulcorantes, substâncias que imitam o sabor do açúcar. É por causa deles que, em geral, o adoçante recebe muitas críticas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não condena os edulcorantes, o contrário da agência reguladora dos EUA, que proíbe o ciclamato. Além dele, o aspartame e a sacarina são permitidos pela agência brasileira, que tem ainda uma lista com mais 13 substâncias que podem substituir o açúcar.

A margem de segurança do uso de adoçantes por crianças varia entre 50 e 70 gotas por dia. “Se uma criança saudável pode comer açúcar, pode também usar o adoçante ou ingerir alimentos diet, desde que seja feita uma compensação, ou se faça necessário devido ao fator de risco de doença na família”, afirma a nutricionista Wilma Amorim. Embora não façam mal à saúde da criança, os alimentos diet ou light não devem substituir outros mais saudáveis “A criança deve comer frutas, pães ou cereais, alimentos praticamente sem gordura, no lugar de, por exemplo, gelatinas diet, mesmo que o doce seja o mais gostoso”.

PONTO A PONTO

CHOCOLATE
Normal, light ou diet, é uma fonte de energia. Mesmo diet, causa aumento de peso. A quantidade deve ser equilibrada.

PÃES
Diet ou light: podem ser consumidos pelas crianças com sobrepeso. Os especiais, como integrais ou de grãos, são fontes de fibras.

BISCOITOS
Os recheados não são recomendáveis, os diet são gordurosos e os light têm redução de gordura insignificante. Bolachas à base d’água têm baixo teor de gordura.

REFRIGERANTES
Diet, light ou normais, não fazem bem. Os de cola dificultam a absorção de cálcio pelos ossos.

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Mulheres com silicone não devem se desesperar

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As mulheres que usam próteses de silicone nos seios não devem entrar em desespero devido ao anunciado risco de rompimento dos implantes da marca francesa Poly Implant Prothese (PIP). O aviso é da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Na última quinta-feira, a Anvisa proibiu a venda das próteses e recomendou que mulheres que usam o produto procurem seus médicos para fazer uma reavaliação.

Segundo a Sociedade de Cirurgia Plástica, o cirurgião deve fazer mamografias digitais ou ultrassonografias para verificar se há rompimento nas próteses da marca PIP.

De acordo com a Agência Francesa de Segurança dos produtos de Saúde, que também suspendeu a venda e exportação do produto, a empresa francesa usou um “gel não autorizado pelos  especialstas sanitários”, o que aumentou o risco de ruptura das próteses.

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Sibutramina deve ser utilizada de maneira criteriosa

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Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um alerta aos profissionais da saúde sobre o uso da sibutramina – substância presente em medicamentos usados para auxiliar a perda de peso. Durante o mês de fevereiro o órgão deve fazer uma nova avaliação sobre o assunto. Estão programados debates na Câmara Técnica de Medicamentos que resultará em um parecer técnico para que sejam determinadas medidas restritivas ao uso destes medicamentos.

A decisão pode ter sido inspirada devido à suspensão da venda do medicamento na Europa, a partir da recomendação da Agência Européia de Medicamentos. Um estudo feito por um comitê da agência revelou que os efeitos colaterais da substância trazem mais danos à saúde do que se imaginava, sobretudo no desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Restrições ao uso da sibutramina no Brasil é menor

Em nota, o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Ricardo Meirelles, comentou a respeito do estudo feito pela Agência Européia. Segundo ele, a pesquisa foi feita em pacientes já portadores de doença cardiovascular ou com histórico de problemas cardíacos. Meirelles acredita que não há evidências de que a prescrição criteriosa a pacientes sem contraindicações ocasione aumento de eventos cardiovasculares.

A endocrinologista Dra. Carla Senn do Centro de Diabetes Curitiba é a favor da utilização da sibutramina, porém, com uma série de restrições que devem ser de conhecimento dos médicos. Segundo ela, a substância deve ser utilizada somente para o tratamento de pacientes que são obesos (índice inicial de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30 kg/m2 ou superior ou igual a 27 kg/m2), que não têm antecedentes de doença cardiovascular e que se mostraram incapazes de perder peso através de dieta e exercícios físicos. “Todos os pacientes que estão sendo tratados com a substância devem consultar o médico regularmente para o monitoramento da pressão arterial e frequência cardíaca”, alerta.

Restrições ao uso da sibutramina

A sibutramina não deve ser utilizada nos seguintes casos:
– Pacientes com hipertensão não controlada ou hipertensão mal controlada
– Pacientes com crises convulsivas
– Pacientes com alergia a qualquer ingrediente da sibutramina
– História de doença cardíaca (doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial obstrutiva periférica, arritmias ou taquicardias)
– Acidente vascular cerebral
– Doença hepática ou renal
– Mulheres grávidas ou lactantes
– Pessoas com obesidade devido a perturbações do metabolismo
– Indivíduos com história de transtornos alimentares
– Pessoas com doença mental (como psicose maníaco-depressiva)
– Pessoas que usaram ou abusaram de drogas, medicamentos ou álcool
– Pacientes que tem a síndrome de Tourette.
– Indivíduos com um hipertireoidismo
– Indivíduos com glaucoma de ângulo estreito
– Pacientes que apresentam tumores na glândula adrenal
– Homens com um aumento da próstata.

Efeitos colaterais da sibutramina

Os efeitos colaterais mais comuns da sibutramina são:
– Problemas para dormir
– Constipação
– Boca seca
– Batimento cardíaco rápido
– Aumento da pressão arterial
– A consciência dos batimentos cardíacos (palpitações)
– Dor de cabeça
– Ansiedade
– Tontura.

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Parar de comer não emagrece: veja sete mitos de alimentação

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Quem nunca ouviu que “queijo amarelo tem mais gordura que o branco”, “beber líquido durante a refeição aumenta a barriga”, “comer à noite engorda”, “deixar de comer emagrece”? Mas, afinal, o que realmente é verdade ou não passa de mito? Esclareça sete questões, de acordo com informações listadas pela nutricionista Alessandra Paula Nunes, professora do curso de nutrição do Centro Universitário São Camilo, de São Paulo:

1) Queijo amarelo tem mais gordura que o branco: Verdade
A cor amarela está ligada ao alto teor de gordura do leite. Sendo assim, os queijos amarelos também são mais calóricos em comparação com os brancos. Confira as calorias fornecidas por 30g de opções do produto: uma fatia do queijo minas frescal tem 79; duas colheres de sopa do cottage, 30; uma fatia de ricota, 50; uma fatia de parmesão, 118; e uma porção de gorgonzola, 144.

Rico em proteínas, gorduras, carboidratos, sais minerais (sódio, potássio, magnésio, cobre, cálcio e fósforo) e vitaminas (A, B e D), o queijo é considerado um dos alimentos mais nutritivos que se conhece. Assim como os outros derivados do leite, a recomendação, segundo o Guia Brasileiro Alimentar (2005), é de três porções ao dia, que devem ser consumidas no café-da-manhã ou nos intervalos das grandes refeições (lanche da manhã, lanche da tarde ou ceia).

2) Comida japonesa não engorda: Mito
Como qualquer comida, a japonesa pode engordar se for consumida em excesso. Pode-se saboreá-la até mesmo todos os dias, desde que fique atento às quantidades e à forma de preparo dos alimentos (fuja das frituras).

O sashimi (150g) de salmão traz 316,5 calorias, enquanto o de atum, 219. Cada oito unidades de sushi acrescentam 240 calorias à refeição. O shoyu não tem valor calórico alarmante (1 colher de sopa proporciona 9 calorias), mas isso não significa que deve se empolgar e pecar pelo excesso, até porque apresenta alto índice de sódio.

A culinária japonesa é bastante saudável por fornecer proteínas e ômega 3. É rica também em produtos feitos a partir da soja, que reduzem os níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue, evitando a formação de placas de gordura nas artérias. No entanto, é deficiente em ferro, já que o cardápio não conta com carne vermelha.

Os antioxidantes, que ajudam no combate ao envelhecimento, estão presentes em alimentos amplamente utilizados nas iguarias orientais, como no gengibre (que facilita a digestão), nos cogumelos (cujo ácido glutâmico auxilia o sistema imunológico) e no chá-verde (fonte de vitamina K, necessária à coagulação normal do sangue).

3) Beber líquido durante a refeição aumenta a barriga: Mito
Esse mito provavelmente surgiu pelo fato de que, quando se ingere alguma bebida, acontece uma dilatação momentânea do estômago. Além disso, o líquido pode comprometer a acidez gástrica necessária a uma boa digestão e absorção de nutrientes, o que leva à possibilidade de fermentação de carboidratos, processo que causa aumento na formação de gases e dá a sensação de distensão abdominal.

Para evitar problemas digestivos, não exagere na quantidade e prefira um copo pequeno de água ou de suco de frutas cítricas, que são fontes de vitamina C e ajudam na absorção do ferro presente em leguminosas e verduras escuras. Deixe de lado os líquidos gaseificados, como refrigerantes, e os sucos artificiais, porque não contêm nutrientes importantes e ainda são ricos em açúcar.

4) Deixar de comer emagrece: Mito
Quem deixa de comer com o intuito de diminuir o peso está para lá de equivocado. Pode até achar que perdeu alguns quilinhos indesejáveis com esse sacrifício, mas longos períodos sem se alimentar levam à redução do funcionamento do metabolismo e a consequência é que o corpo não queima as calorias devidamente. Portanto, o efeito é o inverso do esperado.

As pessoas que limitam drasticamente as refeições ou até mesmo acabam com elas ainda sofrem com fraqueza, cansaço, desconforto gástrico e carência de alguns nutrientes importantes ao organismo. Se quiser ficar de bem com a balança, nada melhor do que apostar em uma dieta equilibrada e exercícios físicos. Vamos lá, afaste a fadiga e mexa-se!

5) Beber água gelada em jejum emagrece: Mito
Não há comprovação de que consumir água gelada em jejum emagrece, uma vez que a água em si não tem o poder de queimar calorias e nem de reduzir medidas. O líquido, no entanto, pode contribuir com o emagrecimento de outras formas.

Ingeri-lo e realizar pequenas refeições entre as principais ajuda a se sentir mais saciado no almoço ou jantar. “Nosso estômago tem a capacidade limitada de dilatar até dois litros. Com a ingestão de líquidos ao longo do dia, é relativamente preenchido, diminuindo a necessidade de ingestão de alimentos.” Além disso, água e alimentos ricos em fibras aumentam a formação do bolo fecal, o que contribui para o bom funcionamento do intestino.

6) Alimentos diet são menos calóricos que os convencionais: Mito
Produtos diet são aqueles que restringem completamente algum tipo de nutriente, como açúcar, proteínas, gordura e sódio. O chocolate dietético, por exemplo, não tem açúcar, mas é mais calórico que o tradicional devido à maior adição de gordura. “Com a retirada de algum nutriente, o alimento pode até apresentar uma diminuição nas calorias, mas isso não quer dizer que seja menos calórico do que o convencional. Deve-se verificar se essa redução é significativa e justifica a substituição do alimento convencional pelo diet.”

7) Comer antes de deitar engorda: Mito
O metabolismo realmente fica mais lento à noite, mas isso não significa que comer nesse período vai levar a um aumento de peso. Basta tomar alguns cuidados para afastar o risco. A refeição noturna, realizada após o jantar (cerca de três horas depois), deve ser mais leve e em pouca quantidade. Esqueça salgadinhos, frituras, refrigerantes. A sugestão da nutricionista Alessandra Paula Nunes é consumir uma das seguintes opções: fruta, leite desnatado batido com fruta, iogurte desnatado natural ou de frutas, aveia com alguma fruta e mel, suco de fruta.

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Hipertireoidismo aumenta risco de AVC em adultos jovens

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Adultos jovens com hipertireoidismo têm um motivo a mais para tratar o problema. De acordo com uma pesquisa de Taiwan divulgada na publicação Stroke: Journal of the American Heart Association, apresentam risco 44% maior de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) em comparação com quem conta com função tireoidiana normal.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores utilizaram dados de 3.176 pacientes diagnosticados com hipertireoidismo entre 1° de janeiro de 1998 e 31 de dezembro de 2001, e 25.408 pessoas sem a doença. A idade média era 32 anos.

A equipe monitorou os registros dos participantes por cinco anos com o intuito de identificar aqueles que desenvolveram AVC isquêmico. Ao longo desse período, 198 tiveram o problema (0,7% do total dos voluntários), sendo 31 do grupo com disfunção na tireoide (1% do grupo de 3.176) e 167 do livre da patologia (0,6%, do total de 25.408), disse o cientista Herng-Ching Lin, da Universidade Médica de Taipei, ao site Science Daily. A probabilidade maior (44%) é o resultado dos ajustes para fatores como sexo, idade, renda, pressão arterial elevada e colesterol alto.

Segundo Lin, hipertireoidismo é um distúrbio endócrino comum, que afeta estimativamente de 0,5% (1 em cada 200 pessoas) a 2% (1 em 50) da população mundial. A condição provoca superprodução do hormônio da tireoide, que acelera o metabolismo e leva a sudorese, perda de peso, diarreia e nervosismo. Mais testes são necessários para estabelecer a sua relação com o AVC.

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10 mitos e verdades sobre a vasectomia

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A vasectomia, um método contraceptivo, é recomendado pelos urologistas para planejamento familiar. Porém, ainda é um tópico que desperta medo em muitos homens, por causa de mitos e desinformação, como o receio da impotência sexual após a cirurgia.
Oskar Kaufmann, doutor em Urologia, membro da Sociedade Brasileira de Urologia e integrante do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, elaborou uma lista com 10 mitos e verdades sobre o assunto. Confira
1. A cirurgia é muito simples
Sim, a vasectomia é um procedimento simples, principalmente quando comparada com o ligamento das trompas realizado nas mulheres. Nos homens, o cirurgião corta os canais deferentes, que são os dois canais que transportam o esperma dos testículos para a uretra. As duas extremidades são seccionadas e, então, amarradas. Com a interrupção dos dutos deferentes, o sêmen fica sem espermatozoides.
2. A vasectomia significa a esterilização definitiva do homem
Em termos, porque existe possibilidade de reversão. As opções de controle de natalidade para as mulheres são inúmeras. Elas podem escolher entre pílula, emplastros, injeções, DIU, entre outros métodos. Porém, além do preservativo, a vasectomia é o procedimento da medicina moderna que chegou mais próximo da eficiência na contracepção masculina. É uma cirurgia que tende a ter resultados definitivos, mas que, em função da evolução da técnica cirúrgica, pode ser revertida.
3. Homens submetidos a esse tipo de tratamento perderão a sua masculinidade
Essa afirmação não é verídica, porque não existe nenhuma relação entre a vasectomia e a potência e/ou performance sexual do indivíduo. A vasectomia não causa impotência sexual.
4. Após a cirurgia, o homem não ejacula mais e, por isso, perde a libido
Isso é um mito. O homem continuará a ejacular, mas o líquido seminal não conterá mais espermatozoides. Ainda hoje, esse é um dos principais mitos relacionados à vasectomia, pois dizem que os homens submetidos a esse tipo de tratamento perderão a sua masculinidade ou terão a libido diminuída. O homem precisa saber que grande parte do líquido seminal ejaculado vem das vesículas seminais e não dos ductos deferentes. Ou seja, praticamente não ocorrerá mudança na quantidade de líquido ejaculado. Não existe relação entre vasectomia e diminuição da libido.
5. A vasectomia é irreversível
A vasectomia é considerada uma forma permanente de método contraceptivo, porém alguns homens optam por revertê-la. Essa reversão é realizada por meio de um procedimento conhecido como vasovasostomia, que terá mais chances de sucesso se realizada até 10 anos após a cirurgia. Nos Estados Unidos, aproximadamente 600 mil homens fazem vasectomia a cada ano, e 5% deles retornam em busca de uma vasovasostomia. As razões por trás dessa mudança de ideia variam, mas são comuns em casos de novo casamento, morte de um filho ou melhora da situação financeira.
6. A vasectomia só é realizada quando envolve o planejamento familiar
O perfil ideal para a realização da vasectomia é o de homens que já têm família constituída e não pretendem mais ter filhos.
7. A vasectomia só é indicada para homens férteis acima dos 30 anos
Via de regra, a vasectomia pode ser realizada por homens férteis, geralmente com mais de 30 anos, que já têm família constituída (de preferência, dois ou mais filhos), tendo como objetivo o planejamento familiar, em acordo com as suas companheiras.
8. Após fazer a vasectomia, vou sentir dores no pênis nas relações sexuais
Após o procedimento, geralmente é comum o comentário da percepção de que “foi mexido”, principalmente na região escrotal, mas que não chega a configurar dor. E no momento de uma relação sexual não haverá nenhum tipo de dor peniana, prevalecendo a sensação habitual de prazer.
9. A vasectomia é igual a um processo de castração, e o órgão sexual masculino é mutilado
Isso é um mito. A vasectomia é uma operação que se faz, geralmente, com anestesia local, onde são feitos dois cortes muito pequenos no escroto (e não no pênis), que são no final fechados com pontos. Portanto, não existe a menor relação entre dor no pênis e vasectomia. Como o pênis não participa do procedimento, ou seja, a cirurgia não envolve esse órgão, não há risco de qualquer tipo de mutilação.
10. Após a vasectomia, o órgão sexual diminui de tamanho
Isso é outro receio infundado. O pênis não participa desse processo cirúrgico, por isso não ocorre nenhum corte que possa causar mutilação e muito menos qualquer alteração no tamanho ou na sensibilidade do órgão sexual masculino.

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Transtornos trabalhistas da depressão

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A pesquisa Depressão, a Verdade Dolorosa, encomendada pela Federação Mundial para Saúde Mental, avaliou 377 adultos diagnosticados com a doença e 756 médicos (clínicos gerais e psiquiatras) do Brasil, do Canadá, do México, da Alemanha e da França, revelando que 64% das pessoas deprimidas relataram ausência no trabalho (uma média de 19 dias perdidos por ano) e 80% disseram ter a produtividade reduzida em cerca de 26%.
De acordo com o psiquiatra Acioly Lacerda, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a longo prazo, sem dúvida, quadros de depressão não tratados podem resultar no afastamento das atividades, provocando até mesmo demissão, já que a baixa produtividade e o desinteresse pela rotina podem afetar a avaliação do funcionário por parte dos empregadores.
— É muito importante reconhecer os sintomas, buscar ajuda médica e seguir corretamente o tratamento indicado pelo especialista. A falta de tratamento compromete a vida social e profissional do paciente — completa.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que, até 2020, a depressão passará da 4ª para a 2ª posição entre as principais causas de incapacidade para o trabalho no mundo. No mundo, estima-se que 121 milhões de pessoas sofram com a depressão — 17 milhões delas somente no Brasil. Segundo a OMS, 75% desses portadores nunca receberam um tratamento adequado.
Ambiente do trabalho pode contribuir
Competitividade, situações de estresse, jornadas de trabalho muito longas e a busca inconstante por melhores resultados e desempenho. Todas essas situações configuram um cenário oportuno para o desencadeamento de um quadro depressivo, pois o indivíduo fica exposto a situações estressantes e cobra-se mais por metas não atingidas, além de perder muito em qualidade de vida.
As atribuições do cargo também devem ser consideradas um fator de risco para a doença, principalmente para as pessoas com predisposição genética.
— Um executivo, por exemplo, que não gosta de falar em público porque se sente desconfortável e ansioso, mas precisa fazer apresentações a grupos ou dar palestras, pode ser forte candidato a se tornar depressivo. Isso porque fica exposto a situações repetitivas de estresse psicológico — exemplifica Lacerda.
Principais sintomas
— Emocionais: tristeza, perda de interesse, ansiedade, angústia, desesperança, estresse, culpa, ideação suicida.
— Físicos: baixa energia, alterações no sono, dores inexplicáveis pelo corpo (sem causa clínica definida), dor de cabeça, dor no estômago, alterações no apetite, gastrointestinais e psicomotoras, entre outras.
Segundo Lacerda, para o diagnóstico de depressão, o paciente deve reunir pelo menos cinco dos sintomas acima:
— Sendo que um deles tem de ser tristeza ou perda do interesse em atividades antes prazerosas, com duração mínima de duas semanas — comenta.
Tratamento
O objetivo central do tratamento é melhora completa dos sintomas. Como grande parte das doenças, há sempre um risco de, mesmo tratado corretamente, o paciente apresentar recaída no futuro (cerca de 80% das pessoas que apresentaram um episódio depressivo devem apresentar um ou mais episódios adicionais). A depressão, portanto, é, na maioria das vezes, uma doença crônica, assim como diabetes e hipertensão. Quando tratada adequadamente, o paciente leva uma vida absolutamente normal.
— A prática clínica mostra que a depressão, muitas vezes (cerca de dois terços dos pacientes), se manifesta emocional e fisicamente no paciente, causando diversas dores e incômodos — explica o psiquiatra.

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Pacientes morrem de ‘hierarquia’ nos hospitais dos EUA, critica médico

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Especialista Peter Pronovost trabalha em segurança hospitalar.
Dar mais autonomia à enfermagem reduz taxa de erro, defende.

Peter Pronovost, 45 anos de idade, é diretor medico do Grupo de Pesquisa de Qualidade e Segurança do Hospital John Hopkins em Baltimore (EUA), o que significa que ele lidera a busca daquela instituição por formas mais seguras de cuidar dos pacientes. Ele também viaja pelo país, prestando consultoria em hospitais sobre medidas inovadoras de segurança.

 

NYT – O que o fez começar sua cruzada pela segurança hospitalar?

 Peter Pronovost – Meu pai morreu de câncer aos 50 anos. Ele tinha um linfoma, mas tinha recebido o diagnóstico de leucemia. Quando era estudante de medicina do primeiro ano aqui na John Hopkins, levei meu pai a um de nossos especialistas para uma segunda opinião. O especialista disse: “Se você tivesse vindo antes, seria elegível para um transplante de medula óssea, mas o câncer já está muito avançado.”

 

  •  “Tivemos uma criança que morreu de desidratação, uma doença do terceiro mundo, num dos melhores hospitais do mundo

A palavra “erro” nunca foi pronunciada, mas estava implícita. Fiquei arrasado, com raiva dos clínicos e de mim mesmo. Eu pensava: “A medicina tem de ser melhor que isso.”

 

Alguns anos depois, quando eu já era médico, depois de obter um doutorado em segurança hospitalar, conheci Sorrel King, cuja filha de 18 meses, Josie, tinha morrido no Hopkins de infecção e desidratação após a inserção de um cateter.

 

  •  “Infecções hospitalares não são como uma doença sem cura

A mãe e os enfermeiros tinham percebido que a menininha estava com problemas. Mas alguns médicos encarregados de seus cuidados não ouviam. Então, tivemos uma criança que morreu de desidratação, uma doença do terceiro mundo, num dos melhores hospitais do mundo. Muitas pessoas aqui ficaram atormentadas com isso. E a autocrítica que se seguiu fez com que fosse possível para mim realizar novas pesquisas sobre segurança e pressionar por mudanças.

 NYT – O que exatamente havia de errado?

 Peter Pronovost – Assim como em muitos hospitais, tivemos um trabalho em equipe disfuncional por causa de uma cultura excessivamente hierárquica. Quando as confrontações ocorriam, o problema raramente era enquadrado de forma a buscar o melhor para o paciente. Era assim: “Eu estou certo. Sou mais experiente que você. Não me diga o que fazer.” Com a causa da morte de Josie King (infecção após inserção de cateter), nossos índices eram altíssimos: cerca de 11 em mil, o que, na época, nos colocava entre os piores 10% do país.

 

  •  “Quando as confrontações ocorriam, o problema raramente era enquadrado de forma a buscar o melhor para o paciente. Era assim: ‘Sou mais experiente que você. Não me diga o que fazer’

Cateteres são inseridos nas veias próximas do coração antes de grandes cirurgias, na UTI, para quimioterapia e diálise. O Centro de Controle de Doenças calcula que 31 mil pessoas por ano morrem de infecções no sangue contraídas em hospitais dessa forma. Então eu pensei: “Isso pode ser impedido. Infecções hospitalares não são como uma doença sem cura. Vamos tentar fazer um check list que padronize o que os clínicos fazem antes do cateterismo.”

 Eu achava que, se pegássemos as medidas de segurança mais importantes e encontrássemos alguma forma de torná-las uma rotina, o cenário poderia ser alterado. O check list que desenvolvemos foi simples: lavar as mãos, limpar a pele com chlorhexidina, evitar colocar cateteres na virilha, cobrir o paciente e a si mesmo enquanto insere o cateter, manter um campo esterilizado, e se perguntar todos os dias se os benefícios do cateterismo são maiores que os riscos.

 NYT – Lavar as mãos? Os médicos não já fazem isso automaticamente?

 Peter Pronovost – Estimativas nacionais dão conta de que nós lavamos as mãos de 30% a 40% das vezes. Em hospitais que estão trabalhando para melhorar seu desempenho de segurança, o número chega a 70%. Mas isso significa que, em 30% das vezes, os profissionais não estão lavando as mãos.


Na média dos EUA, os médicos lavam as mãos no trabalho de 30% a 40% das vezes


No Hopkins, testamos a ideia do check list na unidade de tratamento intensivo cirúrgico. Ajudou, embora ainda seja necessário fazer mais para diminuir os índices de infecção. Precisamos garantir que os suprimentos – desinfetante, panos, cateteres – estejam próximos e à mão.

 

  • Dissemos: ‘Enfermeiros, vocês devem garantir que os médicos lavem as mãos. Se eles não lavarem, vocês estão autorizados a interromper o procedimento’

Observamos que esses itens eram armazenados em oito lugares diferentes dentro do hospital; por isso, nas emergências, as pessoas muitas vezes “pulavam” passos. Assim, reunimos todo o material necessário e o colocamos juntos num carrinho acessível. Designamos uma pessoa para ficar responsável pelo carrinho e sempre garantir que ele esteja abastecido. Também instituímos supervisores para garantir que o check list estava sendo seguido.

 Dissemos: “Médicos, sabemos que vocês são pessoas ocupadas e às vezes se esquecem de lavar as mãos. Então, enfermeiros, vocês devem garantir que os médicos o façam. Se eles não o fizerem, vocês estão autorizados a interromper o início de um procedimento.”

 NYT – E o que aconteceu?

 Peter Pronovost – Você ia achar que eu tinha começado a Terceira Guerra Mundial! Os enfermeiros disseram que não era parte do trabalho deles monitorar os médicos; os médicos disseram que nenhum enfermeiro interromperia o início de um procedimento. Eu disse: “Médicos, sabemos que não somos perfeitos e que podemos esquecer importantes medidas de segurança. Enfermeiros, como vocês podem permitir que um médico comece sem ter lavado as mãos?”

 Disse aos enfermeiros que eles poderiam me mandar mensagem de celular de dia ou de noite, que eu os apoiaria. Em quatro anos conseguimos reduzir os níveis de infecção a quase zero na UTI.

 Então, levamos isso a 100 UTIs de 70 hospitais de Michigan. Medimos suas taxas de infecção, implementamos o check list, trabalhamos para obter uma cultura de mais cooperação, para que os enfermeiros pudessem falar. De novo, reduzimos as taxas a quase zero. Estamos motivando hospitais de todo o país a implementar sistemas de check list similares.

 NYT – Você sustenta que os hospitais podem reduzir taxas de erro ao dar mais autonomia aos enfermeiros. Por quê?

 Peter Pronovost – Porque, em todos os hospitais dos Estados Unidos, pacientes morrem de hierarquia. Pela forma como os médicos são treinados, o domínio experimental é visto como ameaçador e pouco importante. Mas uma enfermeira ou membro da família pode estar com um paciente 12 horas por dia, enquanto um médico só aparece por cinco minutos.

 

  • “Uma enfermeira pode estar com um paciente 12 horas por dia, enquanto um médico só aparece por cinco minutos

Quando comecei a trabalhar nisso, observei as alegações de responsabilidade de eventos que poderiam ter matado um paciente ou que realmente mataram, em vários hospitais – incluindo o Hopkins. Eu perguntei: “Em quantos desses eventos alguém sabia que algo estava errado e não falou, ou falou e não foi ouvido?”

 Até mesmo eu, médico, já passei por isso. Uma vez, durante uma cirurgia, estava administrando anestesia e podia ver que o paciente estava desenvolvendo os sinais clássicos de uma reação alérgica com risco de morte.

 Disse ao cirurgião: “Acho que isso é alergia a látex, por favor, mude as luvas.” “Não é”, ele disparou, recusando-se a fazê-lo. Então eu disse: “Me ajude a entender como você está enxergando a situação. Se eu estiver errado, eu só vou estar errado. Mas, se você estiver errado, você vai matar o paciente.” Eu não poderia deixar o paciente morrer porque o cirurgião e eu não estávamos nos entendendo.

 Pedi à instrumentista que telefonasse para o reitor da faculdade de medicina, que eu sabia que me apoiaria. Quando ela estava prestes a telefonar, o cirurgião me xingou e finalmente tirou as luvas de látex.

 NYT – O que os pacientes podem fazer para se proteger de erros em hospitais?

 Peter Pronovost – Eu diria que um paciente pode fazer a seguinte pergunta: “Qual a taxa de infecção do hospital?” Se esse número for alto ou o hospital disser que não sabe, você deve sair correndo. Em qualquer caso, você também deve perguntar se eles usam um sistema de check list.

Quando você já for paciente internado do hospital, pergunte: “Será que eu realmente preciso desse cateter? Estou recebendo benefícios o suficiente para compensar os riscos?” A qualquer pessoa que lhe tocar, pergunte: “Você lavou as mãos?” Parece tolice, mas você tem de ser seu próprio protetor.

 * A editora americana Hudson Street Press lançou recentemente o livro “Safe Patients, Smart Hospitals: How One Doctor’s Checklist Can Help Us Change Health Care from the Inside Out”, escrito por Peter Pronovost e Eric Vohr.

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