Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um alerta aos profissionais da saúde sobre o uso da sibutramina – substância presente em medicamentos usados para auxiliar a perda de peso. Durante o mês de fevereiro o órgão deve fazer uma nova avaliação sobre o assunto. Estão programados debates na Câmara Técnica de Medicamentos que resultará em um parecer técnico para que sejam determinadas medidas restritivas ao uso destes medicamentos.
A decisão pode ter sido inspirada devido à suspensão da venda do medicamento na Europa, a partir da recomendação da Agência Européia de Medicamentos. Um estudo feito por um comitê da agência revelou que os efeitos colaterais da substância trazem mais danos à saúde do que se imaginava, sobretudo no desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Restrições ao uso da sibutramina no Brasil é menor
Em nota, o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Ricardo Meirelles, comentou a respeito do estudo feito pela Agência Européia. Segundo ele, a pesquisa foi feita em pacientes já portadores de doença cardiovascular ou com histórico de problemas cardíacos. Meirelles acredita que não há evidências de que a prescrição criteriosa a pacientes sem contraindicações ocasione aumento de eventos cardiovasculares.
A endocrinologista Dra. Carla Senn do Centro de Diabetes Curitiba é a favor da utilização da sibutramina, porém, com uma série de restrições que devem ser de conhecimento dos médicos. Segundo ela, a substância deve ser utilizada somente para o tratamento de pacientes que são obesos (índice inicial de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30 kg/m2 ou superior ou igual a 27 kg/m2), que não têm antecedentes de doença cardiovascular e que se mostraram incapazes de perder peso através de dieta e exercícios físicos. “Todos os pacientes que estão sendo tratados com a substância devem consultar o médico regularmente para o monitoramento da pressão arterial e frequência cardíaca”, alerta.
Restrições ao uso da sibutramina
A sibutramina não deve ser utilizada nos seguintes casos:
– Pacientes com hipertensão não controlada ou hipertensão mal controlada
– Pacientes com crises convulsivas
– Pacientes com alergia a qualquer ingrediente da sibutramina
– História de doença cardíaca (doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca congestiva, doença arterial obstrutiva periférica, arritmias ou taquicardias)
– Acidente vascular cerebral
– Doença hepática ou renal
– Mulheres grávidas ou lactantes
– Pessoas com obesidade devido a perturbações do metabolismo
– Indivíduos com história de transtornos alimentares
– Pessoas com doença mental (como psicose maníaco-depressiva)
– Pessoas que usaram ou abusaram de drogas, medicamentos ou álcool
– Pacientes que tem a síndrome de Tourette.
– Indivíduos com um hipertireoidismo
– Indivíduos com glaucoma de ângulo estreito
– Pacientes que apresentam tumores na glândula adrenal
– Homens com um aumento da próstata.
Efeitos colaterais da sibutramina
Os efeitos colaterais mais comuns da sibutramina são:
– Problemas para dormir
– Constipação
– Boca seca
– Batimento cardíaco rápido
– Aumento da pressão arterial
– A consciência dos batimentos cardíacos (palpitações)
– Dor de cabeça
– Ansiedade
– Tontura.