Atenção ao Ronco
Uma boa noite de sono é quesito fundamental para quem deseja ter saúde e qualidade de vida. Muitas pessoas, no entanto, não conseguem usufruir deste bem e sofrem com os chamados distúrbios do sono. Os principais sintomas são apneias, ranger (apertar) de dentes, dispneia, sensação de sufocamento, agitação, cefaleia, movimentos de membros superiores e inferiores, sudorese e até enurese.
Apesar do avanço de estudos médicos relativos ao sono, as informações voltadas para o público leigo ainda são escassas. Por esse motivo, o problema ainda pouco compreendido por muitas pessoas que, quase sempre, ignoram um sinal que pode ser o prenúncio de problemas graves: o ronco.
O ronco ocorre quando há uma obstrução da orofaringe, uma região da faringe. Quando a entrada de ar é parcialmente obstruída temos o ronco. Quando o bloqueio é total ocorre a apneia. O ideal é que pessoas com mais de 40 anos passem pelo exame de polissonografia (PSG) em que especialistas, por meio de sensores especiais e câmeras de vídeo acompanham uma noite de sono do paciente. A aparelhagem permite o monitoramento e a análise das atividades cerebrais, respiratórias e musculares fora da normalidade.
Com base no diagnóstico, o médico pode escolher um dos vários tipos de tratamento disponíveis atualmente. O mais recente foi criado este ano por uma equipe médica do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). É uma série de exercícios musculares para fortalecimento do tônus da língua e da orofaringe. Isso evita que, durante o sono, esses músculos relaxem excessivamente e “caiam para trás” sobre a entrada da faringe, fechando a entrada de ar.
Existem outras opções de tratamento mais antigas, mas também com ótimos resultados. É possível fazer intervenção cirúrgica, ou utilizar as máquinas CPAP – compostas por uma máscara que injeta ar no nariz, com pressão continuada e positiva – e ainda os aparelhos intrabucais, que reposicionam a mandíbula e a base da língua, o que mantém a entrada da faringe livre.
Todos esses dados e informações provam que não há razão para que não se procure ajuda. Quem não busca tratamento, pode sofrer com sintomas como sonolência excessiva, irritabilidade, mau humor, fadiga crônica, sintomas de cansaço e depressão, dores de cabeça, acidentes ao dirigir, falta de memória e de concentração e até perda de libido.
Então, se você ou algum parente ronca muito quando dorme, procure um especialista. Com certeza, suas noites de sono serão muito melhores, assim como seus dias serão mais agradáveis.