Novas regras para os isotônicos

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 Só dar uma voltinha pelas academias da cidade para assistir à cena: certos de estarem bem hidratados, muitos atletas amadores ou praticantes de atividade física leves e esporádicas consomem isotônicos sem qualquer orientação. A bebida colorida e saborosa não chega a ser de todo nociva, mas, se consumida em excesso ou por pessoas que apresentam certas doenças, pode não ser saudável. Para deixar a população mais bem informada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está propondo, em forma de consulta pública, novas regras para os alimentos destinados aos atletas, entre eles os repositores hidroeletrolíticos.Depois da consulta, que se encerra este mês, a Anvisa se reunirá com representantes de diversos setores especializados da sociedade para discutir o tema. Se aprovada a restruturação, tais bebidas deverão apresentar em seus rótulos a seguinte orientação: “Este alimento é destinado exclusivamente a atletas sob recomendação de nutricionista ou médico e não substitui uma alimentação equilibrada. Este produto não deve ser consumido por crianças, gestantes, idosos e portadores de enfermidades”.

Mas, afinal, o que uma bebida aparentemente inofensiva pode trazer de danos? Segundo a médica nutróloga Samantha Enande, de São Paulo, como são compostos basicamente por sais minerais e vitaminas, os isotônicos devem ser ingeridos em casos de desidratação e por atletas que pratiquem atividade física intensa por pelo menos uma hora e cuja frequência cardíaca atinja 80%.

— A falta ou o excesso de eletrólitos no organismo causam sintomas parecidos, como cãibras ou aceleração dos batimentos cardíacos.

Ela acrescenta que, por terem os mesmo componentes do plasma do sangue, os isotônicos caem rapidamente na corrente sanguínea. Nesse caso, devem ser evitados pelas grávidas, já que os sais contidos nos produtos chegam ao feto, cujo coração precisa ter uma baixa concentração de eletrólitos. Outro alerta é essas bebidas contêm carboidratos para repor a energia perdida durante os treinos e, por isso, não são recomendadas para diabéticos.

A iniciativa da Anvisa será benéfica:  Toda informação preventiva é importante.

Apesar de os especialistas não serem unânimes quanto aos danos que podem provocar os eletrolíticos ingeridos sem recomendação, existe grupo que afirma que o sal presente nessas bebidas pode não fazer bem a quem tem problemas de pressão arterial ou cálculo renal. O ideal é que as pessoas que não são atletas se hidratem com isotônicos naturais, como água de coco, ou frutas com bastante água, como melancia.

Saiba mais

— Os isotônicos são compostos basicamente de água, carboidratos e minerais, como sódio e potássio

— Têm os mesmos componentes do plasma do sangue, sendo absorvidos rapidamente

— A prática de atividade física prolongada pode levar à desidratação do organismo. Por isso, é indicada a ingestão de isotônicos que, além de promover a hidratação, têm componentes que impedem a exaustão muscular e lesões nos tendões

A Anvisa ainda propõe

— Que a categoria atualmente denominada “alimentos para praticantes de atividade física” passe a ser chamada de “alimentos para atletas”

— A proibição da comercialização dos aminoácidos de cadeia ramificada, por não haver comprovação de resultados dos efeitos prometidos

— Produtos que compõem um pack deverão ser registrados individualmente

— Em relação à rotulagem desses alimentos, as empresas deverão colocar a designação do produto em tamanhos de fonte de no mínimo um terço do tamanho da marca

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Cólica pode ser combatida com exercícios e medicamentos

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Cólica pode ser combatida com exercícios e medicamentos

Os homens podem até imaginar que a TPM (tensão pré-menstrual), alvo de freqüentes reclamações femininas, é o pior sintoma enfrentado pelas mulheres durante o ciclo menstrual. Mas nem sempre é assim.Para muitas delas, as cólicas –dores na parte inferior da barriga que se repetem a cada ciclo e também são chamadas dismenorréias–, são mais incômodas do que as mudanças de humor causadas pela TPM. Para combater o problema, normalmente são usados remédios, mas exercícios físicos também ajudam a evitar os sintomas.

“As dores podem durar até dez dias, mas normalmente permanecem de três a cinco dias, no período entre o 25º dia de um ciclo menstrual e o 5º dia do seguinte”, diz o médico Fernando Moreira de Andrade, ginecologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, na capital. Segundo ele, a dor geralmente é maior nos primeiros dias e vai diminuindo com o passar dos dias.

O surgimento da cólica tem a ver com a liberação de prostaglandina e progesterona no organismo. A prostaglandina é um tipo de hormônio que estimula a compressão do músculo uterino. A progesterona é outro hormônio, este responsável principalmente por preparar o interior do útero para receber o ovo fecundado e iniciar a gestação.

Antes da primeira menstruação, é impossível prever se uma mulher terá cólicas ou não. “Não existe um perfil de pessoas mais sujeitas ao problema nem uma interferência hereditária decisiva. Muitas vezes uma mulher é vítima de cólicas terríveis e a irmã dela nunca teve esse problema”, afirma Andrade.

Solução

Para combater o problema são recomendados medicamentos, mas também é possível usar outros recursos. “Em casos mais amenos, atividade física regular, dieta rica em fibras e analgésicos comuns podem ser suficientes”, diz Roney Signorini Filho, ginecologista do Hospital Estadual Pérola Byington, na capital.

“Em caso de queixas mais importantes, pode ser necessário recorrer a antiinflamatórios mais potentes, uso crônico de pílulas anticoncepcionais e, em situações extremas, bloqueio da menstruação.”

Segundo Fernando de Andrade, se a intenção é apenas combater a cólica –sem preocupação com gravidez–, antiinflamatórios são mais indicados que anticoncepcionais.

Como a maioria das mulheres não apresenta causa aparente para a dismenorréia, é essencial haver bom senso na escolha dos exames e do tratamento, diz Signorini Filho. “É imprescindível uma relação de confiança entre o médico e a paciente.”

 

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Doping intelectual

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Pessoas saudáveis podem tomar remédios para turbinar a inteligência?

O jogador de pôquer americano Paul Phillips já acumulou mais de US$ 2,3 milhões em premiações de torneios. Boa parte desse sucesso, confessa, deve-se ao consumo regular de dois medicamentos, um para déficit de atenção, outro para narcolepsia. Phillips não sofre de nenhum desses males. É perfeitamente saudável. Os remédios apenas o ajudam a se concentrar. Essa iniciativa – o uso de medicamentos para aumentar a capacidade de memória e turbinar a inteligência – foi defendida recentemente por pesquisadores de renome de sete universidades dos Estados Unidos e da Inglaterra em artigo na revista Nature. “Esqueça o doping esportivo”, diz o Los Angeles Times. “A próxima fronteira é o doping intelectual.”

Muitas substâncias (leia no quadro ao lado) já são usadas com essa finalidade. Uma pesquisa feita em universidades americanas apontou que 7% dos estudantes já tomaram algum medicamento para melhorar o desempenho nas provas. Em enquete promovida pela Nature, um em cada cinco cientistas afirmou tomar algum remédio de forma habitual para melhorar o rendimento. Dessa parcela, 62% consomem metilfenidato, princípio ativo da Ritalina, indicada para crianças com déficit de atenção, e 69% estão dispostos a arcar com os efeitos colaterais dos remédios vendidos em embalagens com tarja preta – ou seja, vendidos apenas mediante receita médica e altamente controlados.

Não se sabe ao certo os males que esses medicamentos podem causar no cérebro. O corpo humano tem um sistema protetor que regula os patamares dos neurotransmissores dopamina e serotonina. O excesso de estimulantes pode romper esse frágil equilíbrio e levar a desvios de conduta, como euforia, depressão e surtos paranóicos. Os pesquisadores que assinaram o manifesto defendem a realização de mais testes para saber os efeitos dessas substâncias a longo prazo. “Todas as novas tecnologias sofreram resistência no início, até mesmo a máquina de escrever”, afirmou o neurocientista Michael Gazzaniga, da Universidade da Califórnia, um dos autores do artigo, à revista Technology Review. “Quando essas novas tecnologias são usadas moderadamente e no contexto social adequado, podem fazer bem.”

O manifesto dos acadêmicos também diz que é fundamental especificar em que atividades o uso dos medicamentos seria mais adequado. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos divulgou, em agosto, um informe sobre a utilidade de aditivos químicos na habilidade cognitiva dos militares, um setor com uma carga de horário bastante elevada, de longos turnos. Essa forma de consumo de medicamentos geraria novas questões éticas e morais:

  • Estudantes deixarão de concorrer em pé de igualdade a uma vaga na faculdade? Em atividades esportivas o doping é considerado ilegal justamente pelo incremento da força e da velocidade gerado por substâncias ilícitas.
  • Uma pesquisa científica terá menos reconhecimento se o pesquisador admitir ter tomado algum estimulante? Incontáveis obras de arte foram produzidas sob o efeito de drogas – e nem por isso valem menos no mercado.

É assunto incipiente que começa a ser debatido, mas que já foi até motivo de piada. Em primeiro de abril deste ano, dia da mentira, foi lançada a World Anti-Brain Doping Authority (WABDA), uma suposta agência reguladora de doping mental. Foi uma brincadeira criada pelo biólogo Jonathan Eisen, da Universidade da Califórnia. Mas será idéia tão descabida assim?

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Questão de gênero

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De um modo geral, costumamos escutar que as mulheres e os homens respondem de forma bastante diferente a dores e doenças. Enquanto as mulheres são tratadas como fortes e preparadas para suportar a dor do parto, os homens frequentemente são tomados como pouco resistentes a qualquer tipo de dor. Pensando nisso e baseando-se em um recente estudo finlandês, o jornal inglês The Guardian preparou uma ampla matéria sobre as diferenças entre homens e mulheres, quando o assunto é sentir dor e abater-se por alguma doença. Enquanto os homens sofrem mais com a catapora, por exemplo, as mulheres são mais sensíveis a doenças como artrites, reumatismos e asma. Em relação a capacidade de suportar dores, uma surpresa: as mulheres mostraram-se mais sensíveis que os homens em um estudo realizado por pesquisadores de Oxford.

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