O Carnaval – uma eterna mutação
O Carnaval, festa que ninguem sabe ao certo quando começou. Historiadores e pesquisadores afirmam que não tem como provar quando nasceu o carnaval. Existe apenas uma estimativa que seu ponto inicial tenha sido na Grécia entre 605 a 527 A.C. Várias histórias são contadas de povos diferentes, o que dificulta a descoberta de uma data exata. O Carna-val brasileiro é descendente do entrudo português. No século XVII, os foliões se armavam de baldes e latas cheios de água, todos acabavam molhados. Até d. Pedro II se divertia jogando água nos nobres. O Carnaval é marcado em nosso calendário pela igreja católica que se baseia na data da páscoa. No inicío nem era aceito pelo Cristianismo devido as caracteristicas libertinas e pecaminosas. Aqui no Brasil o carnaval tem caracteristicas e formas próprias e distintas em cada região. Existe o carnaval do Rio, com escola de samba, que agora São Paulo também o imita. Existe o frevo de Recife e Olinda. O axé da Bahia, que é o ano todo e agora no país todo.
Na nossa cidade de São Luis já tivemos um dos melhores carnavais do país, já foi ponto referencial no País. Lembro ainda criança, que tinhamos os corsos na Praça Deodoro onde as familias usavam seus carros para se divertir. Montados nos capôs e nas capotas dos veiculos, homens e mulheres mascarados e fantasiados se atiravam confetes e serpentinas. Os blocos com originalidade e únicos, só no Maranhão. Dizem que todos os blocos foram inspirados num sapateiro português- o Zé Pereira. Tinhamos Tribos, blocos de sujo, casinha da roça e escolas de samba,etc.
Esss Carnaval do Maranhão vive em eterna mutação, mas não perde seu brilho. Já tivemos época de baixa, chegamos até imitar o Carnaval dos Paraenses com as danças do Carimbó e sirimbó. O Pinduca era grande estrela.
O nosso carnaval perdeu a identidade? Não, ele vive se reciclando. Lembro dos blocos de sujos na Rua do Sol e Praça João Lisboa. Época que os fabricantes de Maizena viviam em alta. Hoje essas brincadeiras foram trocadas por espumas. Carnaval de clube, Lítero, Jaguarema, Casino, Montese, California. Tiveram épocas áureas, onde eram permitidos até o uso de lança-perfume. Os salões tinham sempre um cheiro agradável. Ai veio Jânio Quadros, baixou uma lei proibindo o seu uso.
Quando adolescente o meu carnaval se iniciava no bairro do Monte Castelo e tomava rumo aos clubes ou ao centro da cidade. Mais recentemente ganhou novamente o caminho das ruas. Rua do Passeio, Madre Deus e Projeto Reviver. Aí passaram a ter destaque nacional. Foi o início dos blocos elétricos. Eles(carnaval,promotores e o povo) sempre se reinven-tam.
Agora se direciona para as grandes e pequenas cidades do interior do Maranhão. Toma um novo rumo, porém com a mesma alegria.
Eu que sempre fui um folião assumido, esse ano voltei as minhas origens, tomei o caminho de Codó. Alí desfrutei de um Carnaval organizado, sem violência, perto de meus familiares e dos amigos.
Parabenizo aqui o Prefeito Zito Rolim, o empresário Francisco Oliveira(FC Oliveira). O secretário de Indústria e Comércio de Codó(Francisco Nagib Buzar) e sua Adjunta(Ana Carla Sereno Maranhão) pelo sucesso na organização desse grandioso evento, que foi considerado o Carnaval das Multidões.
Codó ficou muito parecido com Salvador, sem perder o Carnaval de raiz.
Abraçar meus anfitrões Carlinhos e Shirley Sereno pela magnifica acolhida.
Parabenizar o espirito momesco dos 14 anos do bloco comandado por Acy Brandão. Uma das lendas vivas da cultura do Maranhão.
O carnaval é isso aí, sofre eternas tranformações, mas não perde o seu brilho. Parece até que recebeu os ensinamentos de Charles Darwin(vive em eterna evolução).
Uma coisa é certa, o carnaval é a alegria estampada na cara das pessoas, sejam jovens ou os mais velhos. Se não houvesse altos níveis de violência, o que é comum nos dias atuais, seria a comemoração mais salutar do planeta.
O carnaval é a arte da improvisação. Vejam as escolas do Rio de Janeiro, como é perfeito as alas, comissão de frente, carros alegóricos, bateria. Enfim são 3 a 4 mil pessoas a brincar ordenadamente em pouco mais de uma hora. As coreografias dos jovens nos blocos da Bahia. O frevo de Pernambuco e as dançarinas com os passos sem errantes. Até os blocos de sujo do Maranhão são organizados, sem precisar de organizadores. O carnaval é o improviso. A única coisa que não precisava ser improvisada era a violência. Mas ela vai passar, pode ser apenas uma chuva de verão. Nós vamos voltar a ser terceiro ou até mesmo o segundo carnaval do país.
Isso é o Carnaval do Maranhão.