As mulheres têm maior dificuldade de resistir à fome do que os homens. A descoberta, feita por cientistas americanos, pode ajudar a explicar a incidência de maiores taxas de obesidade no sexo feminino. As informações são do jornal britânico Telegraph.
A equipe de pesquisa, do Laboratório Nacional de Brookhaven, em Nova York, selecionou voluntários e pediu que eles listassem os alimentos de que mais gostam, para em seguida passarem 17 horas sem comer. Bolo de chocolate, pizza e hambúrgueres foram as comidas que mais figuraram na listagem.
Os cientistas acompanharam a manifestação de mecanismos do cérebro que controlam a necessidade de ingestão de alimentos em homens e mulheres, que apresentou diferenças acentuadas no controle do apetite após um dia de jejum entre os sexos.
As 13 mulheres e os 10 homens participantes do estudo também foram orientados sobre uma técnica cognitiva para auxiliar na inibição do apetite para ajudá-los a reprimir pensamentos de fome.
Ambos os sexos relataram que a técnica de inibição do apetite ajudou a diminuiu sua fome, mas exames demonstraram que, enquanto nos homens a atividade cerebral ligada à vontade de comer havia diminuído, nas mulheres a parte que responde pela insaciedade permanecia ativa.
Gene-Jack Wang, médico que liderou a pesquisa, declarou que o controle inibitório em mulheres estaria ligado diretamente ao sucesso na perda de peso, diferente do efeito da dieta nos homens.
“O baixo controle do cérebro na estimulação alimentar em mulheres pode ajudar a explicar a diferença entre os sexos nas taxas de prevalência de obesidade e outros distúrbios alimentares”, explicou o estudioso.
“É uma observação muito interessante, mas ainda não sei porque os homens são melhores do que as mulheres em inibir seu apetite. Temos de compreender que áreas do cérebro estão envolvidas nesta diferença entre os sexos para poder explicar isso cientificamente”, complementou Wang.
“Vimos em estudos clínicos que os homens são capazes seguir uma dieta para perder cerca de 10% do seu peso, em média, durante um período de três meses, enquanto as mulheres conseguem uma diminuição de apenas 5% do seu peso no mesmo período”, constatou.
As conclusões foram publicadas na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Redação Terra