Aquele desconforto que é sentido quando você faz viagens mais longas, com mudança de fuso horário, tem um nome específico: “jet lag”. Os sintomas mais comuns são sonolência, falta de atenção, irritabilidade e alterações do hábito intestinal.
As mudanças ocorrem porque o corpo está acostumado ao horário das refeições e de dormir, por exemplo, que são alterados.
O “jet lag” é mais acentuado quando a diferença de horário entre o ponto de partida e o destino é superior a quatro horas. A cada hora de diferença, é necessário, em média, um dia para a adaptação completa. Isso significa que, por exemplo, em uma viagem do Brasil a Bancoc (mudança de dez horas), a sensação de desconforto só desapareceria completamente após o décimo dia na cidade tailandesa.
Uma maneira de driblar em parte o “jet lag” é começar a adaptação antes mesmo do embarque. Na medida do possível, calcule os horários nos quais deveria estar almoçando e jantando no país para onde viajará e passe a seguir essa rotina.
Outra dica é tentar marcar a viagem proporcionando o desembarque durante o dia, para poder expor-se ao sol e começar a adaptação ao fotoperíodo (tempo ao qual o corpo fica exposto à luz natural) o mais rápido possível.
Um tratamento com tasimelteon, equivalente ao hormônio melatonina, é capaz de alterar o relógio biológico e, assim, evitar a insônia transitória produzida pelos plantões noturnos ou o “jet lag”.
Em artigo publicado hoje pela revista médica britânica “The Lancet”, cientistas do Brigham and Women’s Hospital – pertencente à Harvard School of Medicine de Boston – e da Monash University, da Austrália, explicam que esta substância ajuda a dormir melhor e a mudar os ciclos circadianos.
As desordens do ritmo circadiano são a causa mais comum da insônia e afetam milhões de pessoas, incluindo aquelas que trabalham de noite ou que atravessam vários fusos horários quando viajam.
O tasimelteon, a substância utilizada pelos pesquisadores para lutar contra a insônia transitória, é um equivalente da melatonina, um hormônio sintetizado pela glândula pineal que está relacionado com o sono e a vigília.
Os cientistas, que já finalizaram as fases II e III da pesquisa do medicamento, asseguram que é eficaz e que poderia ser a primeira linha terapêutica para as pessoas que acusam os efeitos de viajar através de fusos horários ou que trabalham à noite ou muito cedo pela manhã.
bitual, o tasimelteon reduziu o tempo que demoraram para conciliar o sono e aumentou o tempo que passaram deitados em comparação com o grupo placebo.
Além disso, o ritmo do plasma da melatonina mudou antes graças à substância e os efeitos adversos foram similares no grupo controle e no qual o medicamento foi usado.
Assim, o tasimelteon mudou os ciclos circadianos de modo que se evitou a insônia transitória derivada de modificações no sono.
Os cientistas destacam que o desenvolvimento de equivalentes da melatonina não só ajudará a combater a insônia, mas também contribuirá para entender melhor o papel desse hormônio na regulação do sono.