Está saíndo secreção do meu mamilo. Isso é normal?

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A descarga papilar é a saída de secreção pelo mamilo, que ocorre de forma fisiológica, ou seja, normalmente durante o período de aleitamento materno.

Quando a mulher não está amamentando e percebe a saída de secreção pelo mamilo, temos a descarga papilar não fisiológica. Essa situação merece atenção, pois pode, em alguns casos, representar alguma alteração do nosso organismo.

A descarga papilar  ocupa o terceiro lugar entre as queixas que levam as mulheres a procurarem auxílio médico, perdendo apenas para a dor e palpação de um nódulo na mama.

Para entendermos as principais causas da descarga, vale a pena conhecer um pouco da anatomia e fisiologia da mama. A mama é uma glândula composta basicamente por lóbulos, produtores de leite, e ductos que transportam o leite do local de sua produção para a saída, ou seja o mamilo. Quando a mulher amamenta, um hormônio chamado prolactina é produzido pela hipófise, no cérebro, e cai na corrente sanguínea. Ao chegar na mama, esse hormônio estimula a produção do leite e na amamentação, com a sucção do bebê, novo estímulo é gerado e o ciclo se mantém.

Cabe ressaltar que na mulher que não está amamentando, a expressão continua das mamas pode ser um estímulo para a liberação  da prolactina, com a conseqüente produção e descarga  de leite.

Na avaliação da descarga papilar que ocorre fora do período de aleitamento, é importante considerar alguns aspectos. Os mais importantes são: se a secreção é proveniente de uma ou das duas mamas (uni ou bilateral), se é ou não necessária a expressão mamilar (apertar o mamilo) para que ela ocorra, qual a coloração (clara, esverdeada, amarronzada ou sanguinolenta) e se a mulher está tomando algum medicamento, pois muitos deles ocasionam elevação da prolactina com a conseqüente produção e liberação de leite pelas mamas.

As situações clínicas mais preocupantes geralmente provocam uma descarga papilar unilateral, espontânea, persistente e seu conteúdo não costuma ser o leite. A secreção usualmente vem acompanhada de sinais de sangramento. No entanto, mesmo reunindo todas essas características, menos de 10% das vezes essa descarga decorre de um câncer de mama. A maior probabilidade é que ela seja proveniente de alguma causa benigna, sem maiores implicações.

Na investigação, além da história clínica, existem vários exames que podem ser feitos para elucidação diagnóstica. Esse processo inclui o estudo do próprio líquido secretado (citologia e cultura), a dosagem da prolactina no sangue e alguns exames de imagem da mama. Pode ser necessário associar à mamografia outras abordagens como a ultra-sonografia, a ductografia e a ressonância magnética das mamas.

Durante a mamografia pode ocorrer a saída de pequena quantidade de líquido, pois durante o exame é realizada uma compressão mamária que pode liberar a secreção acumulada nos ductos próximos ao mamilo. Esse fato não deve provocar alarde pois é uma conseqüência normal, uma vez que a mama é uma glândula que tem uma produção constante de secreção.

Autor: Débora Rejtman Missrie, Ana Paula C. C. Maia– Laboratório Fleury-SP

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