Os resultados de um recente estudo , indica que pacientes que param de usar as estatinas ( drogas redutoras de colesterol ) ,após um episódio de infarto do miocárdio ( ataque cardíaco ) , apresentam um risco duas vezes maior de morte durante o ano seguinte , em comparação aos pacientes que nunca utilizaram estatinas antes do infarto do miocárdio.
A Dra. Stella S. Daskalopoulou , de Montreal ( Canadá ) e seus colaboradores , avaliaram diferentes padrões do uso das estatinas , após um episódio de infarto do miocárdio e, a sua relação com o risco de morte. Esse estudo foi realizado com base em informações de 2002 a 2004, da base de dados do United Kingdom General Practice Research.
Os 9.939 pacientes , que sobreviveram aos 90 dias após o primeiro episódio de infarto do miocárdio , foram classificados de acordo com o tratamento com estatina durante os 90 dias prévios e após o evento: 2.124 não estavam sob o tratamento, 2.026 estavam sob o tratamento durante os dois períodos, 5.652 o iniciaram após o evento e 137 o interromperam após o evento.
Segundo os pesquisadores canadenses, foi demonstrado um importante efeito nocivo relacionado com a interrupção do tratamento com estatina após um episódio de infarto do miocárdio. Em comparação aos pacientes não submetidos ao tratamento, houve um aumento do risco relativo de morte em 1 ano , na ordem de 88% , entre os infartados que interromperam a terapia com as estatinas.
A explicação mais provável, de acordo com os autores do estudo , é um fenômeno de rebote após a interrupção da terapia com estatina, embora erros de correlação entre risco e tratamento não possam ser excluídos, no qual o tratamento é interrompido em pacientes cuja doença é muito grave. Após um episódio de infarto do miocárdio, os pacientes apresentam um alto risco de novos eventos ( como re-infarto e morte ) e , devem ser tratados com estatinas na ausência de contra-indicações . Além disso, é necessário informar aos pacientes sobre a importância da não interrupção dos medicamentos prescritos.