Nova dieta da moda – Detox Diet

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        Byonce  Knoles                                  Gwgneth Paltrow

 Dieta da Lua, de Beverly Hills, do dr. Atkins, dos pontos, da sopa, dieta, dieta, dieta… Cada época tem a sua. Afinal, entra ano, sai ano e a preocupação é eliminar os quilos a mais, que estragam a silhueta e afetam a saúde. Nos Estados Unidos só se fala na detox – dieta de desintoxicação que promete “queimar” até cinco quilos em poucos dias, com sucos, chás e medicamentos fitoterápicos. O princípio: em três dias tomando suco que combina frutas (romã e açaí) e vegetais (brócolis, espinafre e cenoura) é possível eliminar a influência das toxinas, dando descanso ao fígado e ao sistema digestivo. Seus defensores afirmam que, com sucos, é possível ingerir mais nutrientes da cenoura, por exemplo, do que comendo-a. Além disso, consumir alimentos na forma tradicional traria mais tentações para burlar a dieta.A detox deve ser feita só por poucos dias e é proibida a grávidas, mães em fase de lactação e portadores de doenças cardiovasculares ou diabetes. Mas o que os médicos recomendam para quem quer emagrecer é a velha e conhecida dobradinha: alimentação saudável e atividade física.

O cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração (SP), é categórico ao afirmar que a detox pode até ser perigosa. “Não tem qualquer validade científica. Uma dieta balanceada, com pouco consumo de gorduras saturadas, sal e açúcar não vai sobrecarregar o corpo com toxinas”, diz. “Fazer uma alimentação à base de sucos, por tempo prolongado pode ser perigoso para a saúde, acarretando até mesmo sérios problemas metabólicos.”

O especialista destaca a necessidade de acompanhamento médico durante os regimes, pois algumas pessoas até precisam de medicação auxiliar, o que é exceção. Magnoni recomenda um programa de avaliação nutricional antes de iniciar dietas, como a do Instituto de Metabolismo e Nutrição (SP). “O paciente passa por avaliação nutricional e metabólica completa”, conta. É inquérito alimentar, com tomada de medidas, da massa magra (músculos, ossos e órgãos), gordura corpórea e verificação do gasto metabólico no período de 24 horas. “A partir das respostas é feito um programa de mudança nos hábitos alimentares.” Chegar ao peso ideal é projeto a longo prazo. A perda deve ser gradativa, em média 1,5 quilo a 2 quilos por mês.

Chás da Amazônia E da Amazônia, nova proposta para o emagrecimento. É o programa Saúde Bilateral, do Instituto Natural da Amazônia, em Belém, que há mais de 15 anos estuda o uso de plantas da região para a perda de peso. Tem duração de dois meses e pode-se eliminar, segundo a botânica Joanna Frommer Leal, até 20 quilos. O tratamento é individualizado “Nosso objetivo é promover a saúde e o bem-estar, tanto que atendemos apenas pessoas com mais de dez quilos acima do peso. Quem precisa eliminar três ou quatro quilos ou apenas quer ficar mais bonito tem outros caminhos a percorrer”, diz.

A avaliação é feita via e-mail, fax ou telefone e o atendimento começa com questionário preenchido pelo paciente .”Temos mais de 2 mil plantas catalogadas, e para cada pessoa, em média, usamos cerca de 20 ervas metabólicas, que vão promover a desintoxicação do organismo, atuando no pâncreas, nos rins e no fígado.” Depois de determinadas as plantas, o paciente recebe as doses desidratadas.

De acordo com a botânica, além do chá com as ervas – devem ser tomados dois litros diários – é preciso cuidado com a alimentação, evitando o fast-food. “Não proibimos nada, mas o próprio organismo, com o uso dos chás, passa a rejeitar certos alimentos”, destaca. A cientista garante que não há risco de overdose no uso dos chás, pois prescrição e doses são individualizadas. O programa, conforme Joanna, ajuda ainda na redução enzimática das taxas de colesterol, triglicérides e glicose. Retira os resíduos tóxicos acumulados nas moléculas de gordura dos tecidos O programa prevê acompanhamento constante. A cada 15 dias, o paciente deve se pesar e entrar em contato com o instituto, por meio de linha direta que lhe será fornecida no início do tratamento. Se a redução de peso não estiver ocorrendo dentro do esperado, novas formulações poderão ser indicadas. Após os dois primeiros meses, se o peso ideal ainda não foi alcançado, uma nova avaliação será feita.

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Index de acesso aos medicamentos

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Um ranking das companhias farmacêuticas que atuam para melhorar o acesso de populações pobres ao diagnóstico e ao tratamento das doenças negligenciadas

A idéia é simples e poderosa: classificar as 20 maiores indústrias farmacêuticas que realizam esforços para prover as populações dos países em desenvolvimento de medicamentos, tecnologias de diagnóstico e vacinas e divulgar a lista resultante
num site da internet. O objetivo é incentivar as indústrias que já fazem o bem a fazer ainda mais e motivar outras companhias a seguirem o exemplo. A iniciativa, da organização holandesa sem fins lucrativos Access to Medicine Foundation, dá ênfase à informação, preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de que o acesso aos medicamentos adequados poderia salvar 10 milhões de vidas a cada ano nos países pobres. Para a Organização Não-Governamental (ONG) holandesa, as
proporções tão grandes da tarefa exigem a participação de todos: governos, organizações não governamentais e iniciativa privada.Para garantir a independência, a imparcialidade e a confiabilidade do ranking, a ONG captou os recursos necessários ao projeto com um grupo de organismos financiadores internacionais, que não inclui qualquer representante da indústria farmacêutica. O Access to Medicine Index, como foi nomeado o ranking, que
exibe a britânica GlaxoSmithKline em primeiro lugar, foi obtido por meio de uma metodologia baseada em mais de duas dezenas de indicadores e oito critérios,
entre eles a gestão de acesso a medicamentos; política pública de influência e lobby; pesquisa e desenvolvimento em doenças negligenciadas; patentes e licenças;
avanços na capacidade de produção e distribuição de drogas; precificação justa; doação de medicamentos; e atividades filantrópicas.
Para a Novartis, que aparece em quarto lugar no index, ampliar o acesso de populações pobres a medicamentos é assumir uma responsabilidade que extrapola os aspectos puramente comerciais do negócio, como explica Renard Aron, diretor de
Comunicação e Relações Públicas da companhia. “O critério de sucesso empresarial inclui hoje a promoção da igualdade social e do direito à saúde
Em 2003, a empresa de origem suíça inaugurou em Cingapura o Instituto Novartis para Pesquisa em Doenças Tropicais, em uma parceria com o Comitê para o Desenvolvimento Econômico do governo deste país. O objetivo do instituto tem se concentrado na pesquisa para fornecer medicamentos a preço de custo a pacientes de países em desenvolvimento. Nos últimos cinco anos, o Instituto produziu e distribuiu gratuitamente 500 mil tratamentos DOTS (Directly Observed Therapy Short Course) para tuberculose, por meio da Aliança Global para Tuberculose, desenvolveu dois
dos três produtos usados na multidrogaterapia da hanseníase recomendada pela OMS e desenvolveu um tratamento ao custo de um dólar para malária, à base
de artemisinina (artemeter + lumefantrina).
A GlaxoSmithKline, primeira colocada, destacou- se por investimentos em pesquisa de medicação para doenças negligenciadas como tuberculose, malária, doença de Chagas, leishmaniose e dengue, desenvolvidos em colaboração com organismos internacionais. A divulgação do index de acesso a medicamentos, em meados de junho último, teve ampla repercussão na imprensa internacional e especial
destaque em jornais como o Financial Times e o The Guardian, britânicos, o francês Le Monde e o norteamericano New York Times. Veja abaixo a relação:

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Cirurgia sem cortes

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A evolução da endoscopia transluminal poderá revolucionar a cirurgia dentro de alguns anos, ao valer-se de orifícios naturais como porta de acesso a estruturas internas do corpo humano

Realizar cirurgias sem incisões ou por meio de um pequeno corte de milímetros de espessura poderá virar rotina para os cirurgiões dentro de poucos anos. Novas técnicas dão curso a uma revolução nessa área da medicina, acreditam os especialistas envolvidos em pesquisas para aperfeiçoar procedimentos que não deixam cicatrizes e reduzem significativamente a dor. Entre os avanços, está a chamada Notes, sigla do inglês para natural orifice translumenal endoscopic surgery, ou cirurgia endoscópica transluminal por orifício natural, que já é adotada em salas de cirurgia no Brasil e no mundo. Como o nome sugere, a técnica consiste em valer-se dos orifícios naturais como porta de entrada para o corpo e, assim, diminuir o número de incisões.
A operação vem sendo realizada pela vagina e pela boca, mas tudo indica que a técnica evolua e seja possível realizar cirurgias através do ânus, do nariz e dos
ouvidos. A Notes traz menos dor pós-operatória, diminui os riscos de o paciente contrair infecções e de passar por complicações cirúrgicas, ao mesmo tempo
que reduz as cicatrizes e o tempo de recuperação.

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Testículos podem ser fonte de células-tronco, indica estudo

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As células do testículo humano podem ser capazes de produzir mais do que espermatozóides – elas podem vir a ser usadas para produzir qualquer tipo de célula do corpo do homem.

Um estudo realizado por cientistas alemães e britânicos sugere que as células do testículo podem ser transformadas em células-tronco com características semelhantes às encontradas em embriões.

A pesquisa foi divulgada na revista Nature.

Qualquer possibilidade de transformar células retiradas de um adulto em células-tronco que, depois, podem se converter em uma variedade de tecidos, oferece a oportunidade de um “tratamento personalizado” para pacientes, eliminando as chances de rejeição pelo sistema imunológico.

A utilização de células dos testículos para este fim traz a vantagem de evitar a polêmica ética que surgiu em torno da utilização de células de embriões.

Pesquisa

A pesquisa, envolvendo cientistas do King’s College, em Londres, usou 22 amostras retiradas de biópsias ou de castrações cirúrgicas.

Dessas amostras, os pesquisadores extraíram um tipo de célula chamada de “célula de espermatozóide precursora” – um tipo de célula-tronco adulta com função definida – e a transformaram em uma célula de esperma.

Esta foi manipulada em laboratório para adquirir as características de uma célula de embrião, capaz de produzir qualquer tipo de célula do corpo humano.

Mas ainda não se sabe se essas células produzidas em laboratório poderão ser mesmo usadas em humanos.

“O DNA das células-tronco dos testículos carece de modificações importantes que regulam a atividade de certos genes, e isso pode afetar a habilidade de produzir determinados tipos de tecidos maduros”, diz Robin Lovell-Badge, especialista do National Institute for Medical Research, na Grã-Bretanha.

“As mesmas células também são a origem provável dos tumores de testículos, então será que essas células reprogramadas serão totalmente normais?”, indagou.

Ele disse que respostas a essas perguntas ainda levarão algum tempo para serem respondidas e ressaltou que os únicos beneficiários da nova técnica seriam os homens.

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Cigarros “light” não têm nada de light

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Uma recente pesquisa da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), revelou que tudo que os chamados cigarros “light” têm de leve é a palavra em inglês no nome. Segundo a pesquisa,    estes cigarros, que teriam menos substâncias tóxicas levam tanta nicotina ao cérebro quanto os cigarros convencionais.

O psiquiatra da UCLA que liderou o estudo, Dr. Arthur L. Brody, descobriu que uma mínima quantidade de nicotina no organismo de uma pessoa ativa uma porcentagem significativa dos receptores cerebrais da substância. São esses receptores no cérebro que causam a dependência.

Brody e seus colegas observaram o efeito do tipo de cigarro com menor teor de nicotina , que contém apenas 0.05 miligramas da substância. A descoberta foi que, mesmo com níveis menores, há o suficiente para ocupar uma porcentagem razoável de receptores.

“As duas mensagens são que é preciso muito pouca nicotina para ocupar uma grande porção dos receptores cerebrais, e que cigarros com menos nicotina ainda ocupam a maior parte dos receptores de nicotina do cérebro”, disse Brody.

O estudo da UCLA foi publicado no Jornal Internacional de Neuropsicofarmaciologia.

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530 milhões têm herpes genital no mundo

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Cerca de 536 milhões de pessoas, entre 15 e 49 anos, estão contaminadas com herpes genital no mundo. A cada ano, 20 milhões de indivíduos são infectados pelo vírus da doença, transmitido através do contato sexual. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A pesquisa ressalta também que a doença é mais comum em mulheres do que em homens. O vírus se manifesta através de úlceras dolorosas na zona genital. Entretanto, muitos sintomas não são visíveis, o que torna comum a omissão de pessoas em relação à enfermidade.

“As conseqüências mais graves do vírus (da herpes) chegam ao ponto de tornar mais fácil o contágio e transmissão da aids”, afirmou o Dr. George Schmid, do departamento do vírus HIV da OMS, em entrevista para o “El Mundo”.

A herpes genital também pode ser transmitida pelas mães aos seus filhos durante o parto, o que pode causar danos cerebrais nos bebês, ou até mesmo levá-los à morte. O vírus permanece no organismo do ser humano durante toda a vida, e até agora não foi achado uma cura.

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Vencedor do Prêmio Nobel acredita que vacina para Aids está próxima

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Um dos vencedores do Prêmio Nobel de Medicina de 2008, Luc Montagnier ,em seu discurso de agradecimento, dedicou a recompensa aos pacientes que sofrem da doença e fez uma previsão acerca da vacina. Para Montagnier, é possível que dentro de quatro anos já tenhamos resultados positivos em relação a esse tipo de tratamento para a Aids.

De acordo com o cientista, no entanto, esses resultados só poderão ser observados no caso de um tratamento de vacina “terapêutica” e não preventiva. Montagnier reiterou ainda que o andamento da pesquisa dependerá também dos recursos financeiros disponíveis para o estudo.

Luc Montagnier e Francoise Barre-Sinoussi dividiram o Prêmio Nobel de Medicina 2008. Os dois foram responsáveis pela descoberta do vírus da imunodeficiência  – o HIV, vírus da Aids. O alemão Harald zur Hausen foi o terceiro vencedor do prêmio, pela descoberta do HPV, papilomavírus humano, causador do câncer de cólo de útero.

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Interrupção da estatina aumenta o risco de morte

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Os resultados de um recente estudo , indica  que pacientes que param de usar as estatinas ( drogas redutoras de colesterol ) ,após um episódio de infarto  do miocárdio ( ataque cardíaco ) , apresentam um risco duas vezes maior de morte durante o ano seguinte , em comparação aos pacientes que nunca utilizaram estatinas antes do infarto do miocárdio.

A Dra. Stella S. Daskalopoulou , de Montreal ( Canadá ) e seus colaboradores , avaliaram diferentes padrões do uso das estatinas , após um episódio de infarto  do miocárdio e, a sua relação com o risco de morte. Esse estudo foi realizado com base em informações de 2002 a 2004, da base de dados do United Kingdom General Practice Research.

Os 9.939 pacientes , que sobreviveram aos 90 dias após o primeiro episódio de infarto  do miocárdio , foram classificados de acordo com o tratamento com estatina durante os 90 dias prévios e após o evento: 2.124 não estavam sob o tratamento, 2.026 estavam sob o tratamento durante os dois períodos, 5.652 o iniciaram após o evento e 137 o interromperam após o evento.

Segundo os pesquisadores canadenses, foi demonstrado um importante efeito nocivo relacionado com a interrupção do tratamento com estatina após um episódio de infarto  do miocárdio. Em comparação aos pacientes não submetidos ao tratamento, houve um aumento do risco relativo de morte em 1 ano , na ordem de 88% , entre os infartados  que interromperam a terapia com as estatinas.

A explicação mais provável, de acordo com os autores do estudo , é um fenômeno  de rebote após a interrupção da terapia com estatina, embora erros de correlação entre risco e tratamento não possam ser excluídos, no qual o tratamento é interrompido em pacientes cuja doença é muito grave. Após um episódio de infarto  do miocárdio, os pacientes apresentam um alto risco de novos eventos ( como re-infarto e morte ) e , devem ser tratados com estatinas na ausência de contra-indicações . Além disso, é necessário informar aos pacientes sobre a importância da não interrupção dos medicamentos prescritos.

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Europeus ganham Prêmio Nobel de Medicina

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O Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina deste ano parece ter sido talhado especialmente para recompensar as idéias que vão contra o senso comum e, quem sabe, corrigir uma injustiça histórica. O prêmio vai ser dividido pelo alemão Harald zur Hausen, responsável por mostrar que o HPV (papilomavírus humano) é capaz de causar câncer no colo do útero, e pelos franceses Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier, por sua descoberta do HIV, o até hoje temido e invicto vírus causador da Aids.

Contrariando o dogma de que os vírus não tinham relação nenhuma com tumores, Hausen, pesquisador do Centro Alemão de Pesquisa do Câncer nascido em 1936, mostrou que o HPV era responsável por alterações genéticas nas células, as quais levavam à doença (entenda melhor no infográfico animado abaixo). Hoje já existem vacinas que podem prevenir o câncer ligado ao HPV impedindo a infecção pelo vírus.

A prova dos noves para flagrar o vilão microscópico veio da percepção de que o DNA do vírus havia se fundido às células cancerosas extraídas do colo do útero humano. A integração do material genético do vírus às células humanas é justamente o primeiro passo para a cadeia de reações que levam à formação do tumor.

O pesquisador alemão também identificou as variantes de HPV que são mais prejudiciais — os tipos 16 e 18, que juntos estão ligados a 70% das formas de câncer do colo do útero no mundo. O problema é o segundo tipo mais comum em mulheres, perdendo apenas para o de mama, atacando a cerca de 500 mil vítimas anualmente. 

Epidemia desconhecida 

Já Barré-Sinoussi, do Instituto Pasteur e nascida em 1947, e Montagnier, da Fundação Mundial de Pesquisa e Prevenção da Aids e nascido em 1932, deram os primeiros passos para entender a misteriosa epidemia que aterrorizou o mundo no início dos anos 1980.

Os trabalhos da dupla francesa mostraram que a doença, caracterizada por devastar o sistema de defesa do organismo de suas vítimas, era causada por um vírus que invadia os linfócitos T — justamente células importantes para as defesas do corpo contra invasores. Os dados obtidos sobre o HIV, como o vírus acabou sendo batizado, levaram à capacidade de detectar rapidamente o patógeno (causador de doenças) e de combater sua multiplicação no organismo, embora a erradicação completa do vírus da Aids ainda seja um sonho distante.

É significativo que o prêmio tenha ido para a dupla francesa e não para o americano Robert Gallo, normalmente considerado um dos co-descobridores do HIV mas sobre quem já pairaram suspeitas de ter se apropriado indevidamente das descobertas de Montagnier. Coincidência ou não, a contribuição de Gallo nem chegou a ser mencionada no material distribuído à imprensa pelo Instituto Karolinska, órgão sueco que gere o Prêmio Nobel. De sua parte, o pesquisador francês deixou de lado qualquer conflito com Gallo há anos, e os dois têm trabalhado juntos na tentativa de incentivar mais recursos para as pesquisas sobre a Aids.

O alemão receberá metade do prêmio, enquanto a dupla francesa dividirá a outra metade. O valor total da premiação é de 10 milhões de coroas suecas (pouco menos de US$ 1,5 milhão).

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