Pesquisadores da China, França, Itália e Inglaterra desvendaram porque grande quantidade de ocitocina – hormônio responsável pelo prazer feminino é liberada no sangue materno durante a amamentação.
Segundo o estudo publicado quinta-feira na revista PLoS Computational Biology, amamentar estimula não só as células normais do cérebro a produzir ocitocina, mas também excitam seus dendritos – prolongamentos ramificados que agem como canais de comunicação entre as células cerebrais.
” Produzido no hipotálamo, a ocitocina também é responsável pelas contrações uterinas que ocorrem durante o trabalho de parto normal. A amamentação tem duas principais funções: causa a contração de glândulas que produzem o leite, estimulando a sua liberação, e reforça o vínculo afetivo entre mãe e filho.” As ciências biológicas desde os anos 90 , mostravam em pesquisas que a primeira hora seguinte ao parto é um período crítico no desenvolvimento de capacidade de amar. Enquanto a mãe e seu recém nascido estão próximos um do outro após o parto, eles ainda não eliminaram de seu sistema os hormônios que ambos secretaram durante o processo do parto. Estes hormônios estão envolvidos em qualquer aspecto do amor. Dados recentes da literatura científica apresentam uma nova visão da sexualidade. Há um hormônio do amor, e também um sistema de recompensa que opera cada vez que nós, animais sexuais, fazemos alguma coisa que é necessária para sobrevivência da espécie. Agora sabemos que ocitocina é um hormônio que está envolvido em qualquer aspecto do amor. Até recentemente, se pensava que a ocitocina fosse um hormônio feminino cuja única função fosse estimular as contrações do útero durante o parto e expulsão, e as contrações dos seios durante a lactação. Agora ela é vista como um hormônio feminino e masculino envolvido em todos os diferentes aspectos da vida sexual.O papel da ocitocina durante a excitação sexual vem à tona. É claro que uma liberação de ocitocina é necessária durante o parto; os obstretas já sabem disso há muito tempo. Mas até agora eles não tinham se interessado no pico de ocitocina que é liberada logo após o nascimento do bebê. A importância deste pico é aumentada quando ligada ao conhecimento de que a ocitocina pode induzir um comportamento maternal. Foi recentemente demonstrado que assim que a mãe ouve um sinal de seu bebê com fome, seu níveis de ocitocina aumenta. Um paralelo pode ser feito com a excitação sexual que começa antes que haja qualquer estimulação da pele. Quando bebê suga, os níveis de ocitocina liberados pela mãe são quase os mesmos que durante o orgasmo.
A ocitocina, o hormônio do amor, e as endorfinas, os hormônios do prazer, são parte de um equilibrio hormonal complexo. Por exemplo, num caso de uma súbita liberação de ocitocina, a necessidade de amar pode ser direcionada de diferentes maneiras de acordo com o equilibrio hormonal. Por exemplo, se uma mãe que está amamentando tem uma taxa elevada de prolactina, ela tende a concentrar sua habilidade de amar no bebê. Se uma mulher tem uma baixa taxa de prolactina, que é normal quando ela está amamentando, ela têm uma tendência a direcionar seu amor a seu parceiro sexual. A prolactina, o hormônio necessário para a secreção de leite, diminui o desejo sexual. Quando um homem tem um tumor que libera prolactina, o primeiro sintoma é impotência sexual. Drogas anti-prolactina podem induzir a sonhos eróticos. É bem sabido que entre muitas espécies de mamíferos, uma fêmea amamentando não é receptiva ao macho. Na maioria das sociedades tribais, fazer amor e amamentar são consideradas atividades incompatíveis. Desde o advento do modelo Greco-Romano de estrita monogamia, há uma tendência em se reduzir a amamentação materna, usando-se escravas, amas de leite ou leite animal.
Em resumo diriamos que pessoas que produzem menor quantidade de ocitocinas têm dificuldade em permanecer muito tempo apaixonadas. Liderada por essas moléculas, a química sexual dura em média 2 anos. Esse é o tempo da paixão(segundo a ciência). O amor surge quando a ocitocina toma o lugar das endorfinas. O desejo dá lugar à ternura. Mas, os psicológos afirmam que a bioquímica não faz tudo sozinha. Manter a relação depende também da razão, compreensão, habilidade e até do contexto histórico.
Seria a ciência a comprovar o amor eterno?