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Em reportagem da Revista NEWSWEEK (19/12/2007) é abordado o tema.Se o uso do celular traria danos a saúde? É mostrado que os americanos acessaram seus celulares mais de um trilhão de minutos no seis primeiros meses de 2007. Situação não muito diferente dos paises outros que absorveram essa tecnologia.
Essa explosão tecnológica facilitou grandemente a troca de informações, mas ao mesmo tempo nos tornou escravo. É possível a população viver sem celular ? Os americanos, 30% deles responderam que o celular é o aparelho eletrônico que mais detestam, mas ao mesmo tempo não conseguem viver sem ele.
O sistema de telefonia celular funciona por emissão de ondas eletromagnéticas, chamadas microondas, exatamente como os fornos microondas de nossas cozinhas. Ondas eletromagnéticas classificadas numa região de espectro invisível ao olho nu, compreendida entre as freqüências de 1 a 30 GHz(gigahertz). Um forno de microondas opera na faixa de 2,45-2,50 GHz de freqüência, para poder cozinhar. Existem celulares daqueles mais modernos, que a frequência de operação que vem indicada no manual é em torno de 2,45 GHz e funciona encostado no seu ouvido. Experts dizem que as radiações com o uso de celulares, são de baixa frequência semelhante as usadas nos rádios AM/FM. Diferente das radiações de alta frequência, usadas nos exames de Rx ,que são causadoras de câncer quando expostas a altas doses. Se o uso de celular é prejudicial à saúde ainda é incerto.
O celular para funcionar necessita de uma antena no aparelho e uma antena chamada de estações rádio-base ou torres de transmissão. Essa transmissão é feita por rádio-frequência(RF). Quanto mais distante o celular de sua base receptora, maior nível de RF é necessária para estabelecer e manter a conexão. Pesquisadores apontam que pessoas que moram ou trabalham em locais de pouca cobertura ou distante da antena de base receptora, correm maior risco de radiação, da mesma forma sofrem maior radiação aqueles que se localizam muito próximos dessas torres. Especialistas apontam, que essas torres fiquem pelo menos cinco metros de distância das residências, escolas e locais de trabalho.
Pesquisadores de Israel publicaram recentemente no American Journal of Epidemiology que a exposição a longo prazo de celulares de moradores de áreas rurais apresentam risco constantemente elevado de desenvolverem tumores na glândula parótida comparado a usuários que moram em áreas urbanas e sub-urbanas.
Outros observadores, incluindo um trabalho multinacional chamado INTERFONE coordenado pela OMS, apresenta resultados conflitantes. Enquanto uns trabalhos não mostram qualquer correlação entre o uso do celular e tumores no cérebro outros mostraram que pessoas que ficaram expostas a radiação do celular por mais de cinco anos desenvolveram um tumor cerebral raro e que esses tumores eram mais freqüentes no lado da cabeça em que era usado o telefone.
O SAR(Specific Absortion Rate) é o valor correspondente a quantidade de energia que o corpo humano pode absorver sem trazer prejuízos à saúde. Este nível, calculado em 2 watts/Kg de tecido é o que é adotado pela OMS(O Estados Unidos adotaram um nível mais baixo ainda, de 1,6 W/Kg). Nos Estados Unidos, a Federal Communications Commission estabeleceu aos fabricantes de celulares que reportem aos compradores a quantidade de RF absorvida(SAR). Por aqui, antes de comprar um celular seria prudente, fazer uma pesquisa para saber qual o modêlo que tem o menor nível de SAR, ou seja, os que emitem menor radiação.
Tecnologias mais avançadas como hands-free(viva-voz),fone de ouvido, bluetooth e o sistema wireless podem minimizar a exposição a RF. Outras observações foram direcionadas a crianças e adolescentes, em que o uso de celular cresce assustadoramente. Pesquisadores entendem que o uso do celular em jovens podem aumentar o risco de desenvolverem tumor devido o sistema nervoso central ainda não estar totalmente desenvolvido e os ossos do crânio não conferirem qualquer proteção por não estarem desenvolvidos como os adultos.
Enquanto o cenário permanece indefinido, o FDA americano recomenda para minimizar algum potencial risco, adotar algumas medidas preventivas, como : usar o celular o menor tempo possível, manter o aparelho o mais longe que puder de sua cabeça, não esquecer de puxar completamente a antena antes de ligá-lo( em alguns modêlos que possuirem), usar tecnologia hands-free ou viva-voz. Não na usar o aparelho dentro de automóveis. Como os carros são metálicos, o celular opera na máxima potência. Desaconselhar o uso de celular por crianças e jovens de até 16 anos. O departamento de saúde britânico obrigou os fabricantes de celular a informar aos consumidores, por meio de folhetos, sobre esse risco.
Se não há consenso entre os especialistas sobre o assunto, o que impera na indústria da telefonia é o silêncio!
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