Novas tecnologias de equipamentos médicos e novas metodologias de diagnóstico são desenvolvidas o tempo todo. A mais recente e de maior evidência é chamada Tomografia Computadorizada Multislice. A tecnologia multislice, também conhecida como multidetectores (multifatias) vieram revolucionar a área de imagem em medicina. Os aparelhos de última geração são capazes de captar 64 cortes tomográficos simultâneos a cada giro da ampola de Rx. Imagem em três dimensões e muito mais detalhadas, que os aparelhos convencionais.
A sua aplicabilidade é destinada a várias áreas da medicina: identifica e monitora nódulos minúsculos nos pulmões, endoscopia virtual do intestino grosso, identificando pequenos pólipos, traqueobroncoscopia virtual. Além de identificar as artérias coronárias, que era previlégio apenas dos exames invasivos como a cineangiocoronariografia.
Na área da cardiologia, essa nova tecnologia gasta em média nove segundos para identificar uma artéria coronária obstruída e a presença de cálcio coronário, um indicador de aterosclerose coronáriana. A novidade tecnológica chegou rapidamente a mídia televisiva e impressa, especialmente no Brasil e Estados Unidos, como vem ocorrendo nas pesquisa médicas mais recentes. Houve um surto de indicações a busca de diagnóstico principalmente na área de cardiologia. Tecnologia rapidamente incorporada por alguns hospitais brasileiros, adquirida quase que simultâneamente aos hospitais de ponta americano.
Agora para jogar água na fervura, foi publicado recentemente na revista médica JAMA, um trabalho que avaliou o risco de câncer associado ao novo método diagnóstico cardiológico. Por utilizar radiação ionizante, o exame pode aumentar o risco de câncer de pulmão e mama em mulheres jovens. Os resultados deste este estudo sugerem que a Angiotomografia de Coronárias, deve ser usado com cautela na avaliação de indivíduos jovens, principalmente mulheres. Diferentemente da Ressonância Magnética. Os exames de tomografia são baseados na emissão de raios-X e, portanto , expõem o paciente a doses clinicamente significativas de radiação, uma angiotomografia atualmente realizada em CT de 64 detectores tem a dose de radiação muito próxima de um exame de cintilografia para pesquisa de isquemia, mas é superior ao de um cateterismo diagnóstico. A tomografia tem exposição semelhante de radiação, quando se trata um paciente com angioplastia coronária com ou sem uso stent. No congresso do Americam Heart Association realizado em novembro de 2007, nos Estados Unidos o respeitado pesquisador Dr Michael Lauer (National Heart, Lung, and Blood Institute, Bethesda) ,pede a moratória desse tipo de exame, até o desenvolvimento de novas tecnologias ou seja tomógrafos de mais detectores como os de 256 que se obtém aquisição de imagens em quatro dimensões em um único batimento cardíaco. Aparelhos esses que já estão em testes no Japão e Estados Unidos, que vão nos trazer mais segurança(reduzindo a carga de radiação) e melhor resolução espacial e que possam substituir o cateterismo cardíaco. Portanto nesse momento não deveremos estar autorizados a indicar como um exame de triagem para doença coronária ou utilizá-lo para seguimento crônico, submetendo o paciente a repetidos exames seriados ao longo de sua vida. Especula que a incorporação da AngioCT na prática clínica deverá estar associada com milhares de novos casos de câncer.
O primeiro tomógrafo com capacidade de captar imagens em quatro cortes surgiu em 1998. Ele seria sucedido em 2001 por um equipamento capaz de captar 16 cortes. O avanço tecnológico foi rápido, logo foram desenvolvidos os de 32 e 64 cortes. Como diria Albert Einstein Eu nunca penso no futuro. Ele já chega tão rápido. Não temos dúvida que a AngioCT substituirá o Cateterismo Cardíaco, é só esperar um pouco.
Parabens, Xavier! Suscinto e com conteúdo. Como tudo o que se escreve para massificar uma informação deve ser. Abraços,
Calide Gomes