Na dúvida entre se é jacaré ou tronco, melhor deixar quieto.
Quem deseja um bonsai mas não tem paciência de esperar uma eternidade para vê-lo se desenvolver pode recorrer a um atalho: produzir as peças artificialmente, com materiais que vão do papelão ao plástico. Os resultados obviamente não serão os mesmos. Mas vale a dica para quem se interessa mais pela atividade artesanal e pelo potencial terapêutico dessa prática, que tem ajudado pessoas a superaram traumas, controlar o stress e ainda ganhar um dinheirinho com as vendas. “Depois que meu marido faleceu eu andava muito jururu dentro de casa. Então me convidaram pra fazer a oficina, acabei aceitando e estou no oitavo dia de atividade”, diz a aluna Isabel Trovão, de 72 anos. A oficina de bonsai é ministrada pelo coordenador da Casa Brasil no Anjo da Guarda, José Antônio Ribeiro. “Aprendi de forma autodidata e hoje compartilho com as pessoas”, diz. A instituição fica na rua China, Q-49, S/N. É remanescente do projeto Casa Brasil, criado pelo governo Lula e desativado por Dilma, tendo sobrevivido ao ser adotado pela prefeitura de São Luís em seguidos mandados, numa parceria que teve início com Tadeu Palácio, continuou na gestão de João Castelo e segue agora com Edivaldo Holanda Júnior. Além da oficina de bonsai a Casa oferece diversos outros cursos, todos eles, segundo o coordenador, inteiramente gratuitos.
O pesquisador Antônio Guimarães lança na próxima feira do livro de São Luís uma novidade editorial de peso. São dois volumes de seiscentas páginas, cada um com cerca de duas mil fotos acompanhadas de legendas, que levam o título de “Pregoeiros e Casarões”. Os livros reúnem imagens de personalidades locais, personagens populares, instituições e paisagens da São Luís num alentado registro iconográfico da capital maranhense em décadas passadas. E traz curiosidades deliciosas, que resgatam momentos no mínimo curiosos da história e de figuras que por motivos diversos se tornaram emblemáticas da sociedade local.
O livro traz, por exemplo, imagens da chamada Operação Gavião, ocorrida em 1974. Tratou-se, segundo recorda Guimarães, de uma ação militar determinada pelo general Florismar Campelo, a fim de garantir a posse do Nunes Frente ao governo do estado. “A questão é que correu em São Luís um boato de que Nunes Freire não iria assumir. Então, sendo Freire amigo do general Campelo, este intercedeu em favor do colega, fazendo chegar à ilha quatro aviões Hércules e mais de dois mil soldados”, conta Guimarães.
Já o conhecido empresário do ramo hoteleiro, Moacir Neves, é visto em seus tempos de operário quando trabalhava segundo Guimarães, como estivador na Fábrica Carioca. Indústria de processamento de coco babaçu, a fábrica ficava onde hoje funciona o hospital Sarah Kubitschek, tendo funcionado até 1972. Mais tarde, Moacir Neves se tornaria cantor e proprietário de hotel. Porém o que talvez tenha tornado seu nome mais conhecido, foi sua qualidade de supersticioso de carteirinha, rezando a lenda que o ex-presidente José Sarney não dava um passo na vida e na política sem antes ouvir seus aconselhamentos.
A obra traz registros de cantores, artistas plásticos, grupos de corais, ginásios, clubes sociais, como Lítero e Jaguarema. E faz uma justa homenagem àqueles personagens que dão à cidade uma marca toda própria. Cito dois: o Homem do Tempo e Pelé.
O Homem do Tempo, ou Bigode, era vigia da Feira da Praia Grande e ganhou o apelido em função da resposta que tinha na ponta da língua para quando lhe perguntavam a hora: Não sou o Homem do Tempo, dizia. Pelé era um guarda de trânsito carioca, que de acordo com Antônio Guimarães radicou-se em São Luís. Era guarda de trânsito e sua fama (teria sido patrocinado pela ESSO para viajar pelo Brasil), veio graças às performances que fazia quando estava trabalhando.
Segundo Guimarães, que coleciona imagens desde os nove anos de idade, sessenta por cento das imagens constantes no livro são do seu arquivo pessoal. O restante foram cedidas por outros colecionadores ou são oriundas de arquivos de família, gentilmente cedidas para o projeto.
Saiu meu novo livro, “Jonas no ventre do grande peixe” em cordel, releitura em versos da aventura do profeta que ao desobedecer a Deus, quase perde a própria vida. O conto, como se sabe, vem da Bíblia, livro que relata a trajetória do povo hebreu. Fonte inesgotável de histórias, ela nos traz um patrimônio riquíssimo que faz parte da nossa cultura geral, influenciando nossa maneira de ser e de pensar. E desperta fascínio não apenas em quem dela se aproxima por questões de fé, mas qualquer leitor sensível que descobre em suas páginas o fascínio de uma literatura de alto nível.
Encontramos de tudo na Bíblia. Ensinamentos morais transmitidos por meio das parábolas, narrativas aonde o leitor tira conclusões por si só. A força poética dos Salmos. E, é claro, as inúmeras histórias, encontradas sobretudo no Antigo Testamento, e que continuam encantando adultos e crianças: A arca de Noé, José e seus irmãos, Sansão e Dalila, e tantas outras que ouvi contar e recontar na infância. Sendo que a de Jonas no ventre da baleia, ou do grande peixe, me fascinava mais que as outras.
Segundo o relato, Jonas recebeu de Deus ordens para pregar ao povo de Nínive. Por achar que aquela gente pecadora não merecia tamanha atenção, o profeta desvia seu rumo e embarca com destino a Tarsis. Porém, o que acontece em seguida é terrível: ao descobrir a desobediência do seu servo, Deus faz enfurecer o mar levando tamanho perigo à embarcação na qual Jonas viajava, que ele termina sendo lançado nas águas e devorado por um grande peixe.
E ainda assim vive.
Como? Eu me perguntava, num exercício que era mais intelectual do que de fé.
Alimentar-se, eu pensava, não seria exatamente um problema. Daria para comer porções que o bicho comia; e para beber da água que ele bebia.
Mas de que modo manter-se imune, por exemplo, ao fulminante poder digestivo do estômago do animal?
Esse pensamento talvez atrapalhasse a percepção do que havia de beleza no caráter fantástico da história. E também comprometesse o entendimento do seu propósito doutrinário. Mas, seja o que for, Jonas e outras histórias bíblicas permaneceram na minha memória narrativa. Tanto que agora os faço reviver em rimas populares com as belas ilustrações de Naomy Kuroda.
Felix Alberto é assim: fica quieto em seu canto, na lide diária exigida pelo seu trabalho como empresário nos campos da publicidade e jornalismo, e de repente aparece com um livro de poesias, ”O que me importa agora tanto” (Editora 7 Letras).
Para quem conhece o cara um pouquinho mais de perto, sabe que nisso não há, na verdade, grande surpresa. Porque o interesse de Félix pela palavra, bendita e bem dita, vem de muito tempo. No mínimo de quando fizemos, há mais de duas décadas, uma oficina de contos com o escritor Caio Fernando Abreu. Félix é ainda autor de uma biografia do igualmente poeta José Chagas, e assina letras de músicas gravadas por Betto Pereira, Alessandra Queiroz, Anna Torres, Thiago Paiva, Alê Muniz e Luciana Simões.
O que talvez surpreenda, não pondo em questão o talento, mas o fato do artista não ser exatamente um militante do ofício, é a qualidade do trabalho que agora vem a público. E sobre o qual o cantor e compositor Zeca Baleiro, numa síntese brilhante do que vem a ser a Grande Arte, diz: “Lendo os poemas de Félix, eu os achei tão familiares que era como se já os tivesse lido. Mas senti também aquele frescor de coisa nunca dantes vista. Essa sempre foi a arte da melhor estirpe, que é reconhecível e nova, que parece pertencer ao imaginário coletivo mas traz consigo a estranheza do ineditismo e da originalidade”.
Para quem ainda não sabe, a 9ª Feira do Livro de São Luís voltará a acontecer na Praia Grande, no centro histórico da cidade. Com o tema “Cidade Livre-Cidade do livro”, o evento será realizado de 2 a 11 de outubro, com o propósito de valorizar e preservar o patrimônio histórico e arquitetônico da cidade, e propor um repensar sobre o uso dos nossos espaços urbanos.
Voltando-se mais para o acadêmico que o literário (pelo menos no que diz respeito aos homenageados), o evento terá como patrona a professora Maria de Lourdes Lauande Lacroix. Segue-se a também professora e pesquisadora Mary Ferreira; in memoriam o historiógrafo (como ele próprio, humildemente, se definia) Mário Meireles; o escritor Alberico Carneiro, responsável pelo Guesa, único suplemento literário em circulação em São Luís, e a poeta popular Raimunda Frazão. O poeta e jornalista Fernando Abreu e o jornalista Eduardo Júlio serão os curadores, substituindo o poeta Celso Borges que até ano passado contribuiu para a Felis com sua larga experiência no campo literário.
As maiores expectativas da Feira este ano parecem girar em torno da parceria inédita entre estado e município. E, pelo menos aparentemente, um primeiro e bom sinal já foi notado: a definição da Praia Grande como palco da Felis, sem que para isso fosse preciso polêmicas e confusões. Ano passado, por exemplo, a idéia é que a feira acontecesse na Praia Grande, sendo o evento, de última hora, transferido para o Convento das Mercês porque supostas obras do PAC iriam ser realizadas no local. Resultado, o PAC empacou e o público amargou, no entender de muitos profissionais ligados à Felis, a pior feira do livro de São Luís de todos os tempos.
Diante do descaso com o meio ambiente e da destruição implacável dos manguezais da ilha de São Luís, que cada vez mais se transforma numa chapa quente de concreto e asfalto, as garças, os guarás e outros bichos parecem se constituir na principal resistência. Mas até quando?
Um cão lisboeta, um tanto descansado, vigia cartões postais no centro antigo da capital portuguesa. A imagem foi feita quando fotografava aquela cidade para o projeto São Luís-Lisboa, que buscava estabelecer por meio de registros fotográficos, semelhanças e diferenças entre as duas cidades sobretudo no que dizia respeita à arquitetura remanescente dos séculos XVIII e XIX, que tem muitas características em comum. O projeto foi realizado através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, que há vários anos está desativada. E que, até onde estou informado, deverá retornar ainda este ano.
Algumas imagens dependem de sorte. Tipo estar no lugar certo, na hora certa e, é claro, com o equipamento no ponto. Nesse fim de tarde, por exemplo, onde a natureza fez a maior parte do trabalho, juntou-se a mansidão do rio, os raios de sol filtrados pelas nuvens incidindo sobre a embarcação, a silhueta da margem oposta delimitando céu e terra. Ao embasbacado fotógrafo, restou apenas o clic final.
Já estão abertas as inscrições para o Edital de Seleção Pública de Projetos Esportivos e Culturais da Cemar 2015. A Companhia adotou esta metodologia desde 2013 para garantir a transparência do processo e possibilitar que mais pessoas conheçam as linhas de investimentos que a ela possui.
Os patrocínios são destinados a projetos esportivos e culturais aprovados por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte e à Cultura, via ICMS, pelo Governo Estado do Maranhão que estiverem em conformidade com as condições e exigências estabelecidas no Edital da CEMAR que está disponível no site nowww.cemar116.com.br.
Todos os projetos selecionados deverão ter o Certificado de Mérito Esportivo (Lei nº 9.436), ou Certificado de Mérito Cultural, (Lei 9.437) de acordo com a área do projeto, para que sejam efetivamente patrocinados pela Companhia.
A Cemar receberá os projetos já com certificado de mérito seja por e-mail ou por entrega física de 07 a 22 de maio de 2015. O Projeto deverá seguir o modelo deixado nas Secretarias de Estado da Cultura e Esporte para aprovação com planilhas orçamentária, descritiva e certificado. Depois desse período, os projetos passarão pelo Comitê interno da Companhia para seleção e avaliação final.
O edital é aberto para todo Maranhão, não há limite de aprovação de projetos. A participação no processo de seleção é totalmente gratuita.
Em 2014, a CEMAR investiu mais de R$ 10 milhões em projetos incentivados. Foram mais de 40, que só puderam ser realizadas em função desse investimento.
“A CEMAR mostra mais uma vez de forma transparente seu lado social, para assim garantir desenvolvimento social para todo o Maranhão. Investir em esporte e cultura é proporcionar esta transformação”, afirmou o Gerente de Comunicação e Marketing da Companhia, Carlos Hubert.
Assessoria de Imprensa Cemar