Uma história do Sampaio Corrêa em cordel

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sampa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Neste ano de conquistas e justas homenagens ao Sampaio Corrêa, incluo este cordel (parcialmente publicado no blog), que conta em versos a trajetória da Bolívia Querida. Que venha um ano de conquistas para o futebol maranhense e muitas alegrias para os nossos milhares de torcedores.

BOLÍVIA QUERIDA: A HISTÓRIA DO SAMPAIO CORRÊA EM CORDEL

Nestes versos conto a história
De um time campeão,
Alegria da torcida,
Orgulho do Maranhão,
Seu nome, Sampaio Corrêa,
Seu mascote, um tubarão.

O time das multidões
Em vinte e três foi fundado(1923)
Por um grupo de esportistas
No bairro do Lira chamado,
Começou humildemente,
Mas logo seria afamado.

Na sua primeira fase
Com muita raça e ousadia,
O Tricolor foi fazendo
Uma grande freguesia
Surrando sem piedade
Clubes da periferia.

Finalmente, certo dia,
Chamou p’rum desafiado
O tal Luso Brasileiro,
Time de endinheirado,
Na época o campeão
De futebol no estado.

Enquanto o Luso era
Um time de condição,
O Sampaio era um escrete
De povo pobre, sem chão,
Sua torcida era humilde,
Só de gente do povão.

Enquanto os atletas Lusos
Tinham nomes de estola,
Vandick, Guilhon, Negreiros…
Do Sampaio, a corriola,
Tinha Zezico, Mundico,
Zé Ratinho e Chico Bola.

Mesmo assim pro time chique
Foi negativo o placar,
O tricolor bateu o Luso,
Que não gostou de apanhar,
E implorando por revanche
Jogou outra vez, sem ganhar.

Com isso a fama do Luso
Aos poucos se escafedeu,
Enquanto a do Sampaio
Rapidamente cresceu,
O Tricolor merecia
Conquistar seu apogeu.

São três dezenas de títulos
No Estadual conquistados,
Nem precisa ser adivinho,
Pra saber, adiantado,
Que a Bolívia ganhará,
Mais torneios disputados.

Uma curiosidade
Na história do timão:
O seu nome é o mesmo
De um hidroavião
Que um dia fez um pouso
Na ilha do Maranhão.

Verde, vermelho e amarelo,
Lê-se na historiografia,
Eram as cores que os pilotos
Vestiam naquele dia,
Por isso foram escolhidas,
Pra estampar a camisaria.

Em 26 veio o primeiro (1926)
Titulo de campeão.
Era do Tricolor
Naquela competição
Chamada “Torneio Início”,
A primeira posição.

Mas foi só em 33 (1933)
Que o Sampaio, magistral,
Conquistou de forma invicta
Seu primeiro estadual,
Oito jogos disputados,
Só vitórias no total.

Aquele era o começo
De uma grande coleção
De títulos estaduais
Que não tem comparação,
Por aqui não tem mais time
Tantas vezes campeão.

Em breve mais versos da História do Sampaio em cordel.

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Profissão de escritor no Brasil é patética

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joao

Ser escritor no Brasil é a mais patética de todas as profissões. Não sou eu que estou dizendo. Foi o The New York Times que disse. Segundo o jornal, em reportagem publicada recentemente em seu site, mesmo participando de diversos encontros literários em países como Alemanha, Suécia e Itália, a carreira é desprezada no País. O texto adverte ainda que caso visitem o Brasil, é sensato autores de livros não declararem o ofício, pois as pessoas irão rir e ainda questionar sobre o que de fato ele faz para sobreviver. Em tempo: o episódio me fez lembrar uma historinha, que não sei se é verdade ou lenda, envolvendo João Ubaldo Ribeiro. Conta-se que um dia uma empregada doméstica do autor de Viva o povo brasileiro, vendo o patrão dia após dia em frente ao teclado da máquina de escrever (a história é das antigas), teria perguntado: Mas diga, seu João, em que o senhor trabalha mesmo?
Ainda que melindrado (a verdade dói!) e achando que a autora do texto (jornalista Vanessa Bárbara) comete um exagero sugerindo que escritores em visita ao Brasil possam ser alvo de galhofa caso declarem seu ofício, concordo em larga medida com o que diz o jornal. A profissão de escritor no Brasil chega mesmo a ser patética (ainda que o ato de escrever não o seja). Porém, mais patético ainda é conviver com a falta de escolas, com a desvalorização dos professores, com bibliotecas de acervos sofríveis e com nossas crianças e jovens, a quem é roubada a oportunidade de ser leitor, sendo cooptados, entre outros males, pelo crime organizado.

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Obama e o Capeta

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O assunto deve ter sido no mínimo tema de conversa durante a ceia de Natal entre os familiares do presidente americano. Inspirada no Livro Sagrado, a série The Bible transformou-se em fenômeno de audiência nos Estados Unidos. E, ao que parece, conta com um aditivo especial para alavancar os números ainda mais. Um dos principais personagens da história (no caso Satã), interpretado pelo ator Mohamen Mehdi Ouazanni, ficou, como diria minha avó, cuspido e escarrado a cara de Barack Obama. A confusão talvez pudesse ter ficado por isso mesmo, mas sempre tem um espírito de porco pra colocar lenha na fogueira. Glenn Beck, apresentador de rádio e TV conhecido por suas opiniões cristãs e que se refere ao presidente como “Aquele Cara”, lançou no Twitter a comparação fotográfica seguida da pergunta: ”Alguém mais pensa que o Diabo em The Bible se parece com Aquele Cara?”. Os norte-americanos levantaram o indicador e, como esperava Glenn Beck, a coisa pegou fogo.
sata-e-obama

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Dor de cotovelo

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vanessa da mata

Muita gente torce a boca (escritores em especial) para quem tendo se sobressaído numa carreira anterior, envereda pela literatura. Alguns exemplos são Chico Buarque, José Sarney e, mais recentemente, Vanessa da Mata (a cantora e compositora estreou com o romance A filha das flores, pela Companhia das Letras), e a roqueira Rita Lee, que neste final de ano lançou pela mesma editora o livro Storynhas, obra que traz minicontos da cantora extraídos do seu perfil no Twitter com desenhos do cartunista Laerte.
Parece que a ideia é mais ou menos a seguinte: fazer sucesso com livros é um tanto escandaloso quando a carreira literária for alavancada pelo sucesso pré-existente na política, na música ou seja lá no que for. E que a literatura é um panteão sagrado, para o qual só podem convergir suprassumos que passam dois terços da vida em cima de um teclado de computador e o restante lendo os clássicos no original.
Tudo bem, pode ser duro, depois de tanto investimento, nenhum título respeitoso ou prêmio relevante, dar de cara com um romance de Vanessa da Mata nas estantes das livrarias, ou engolir o Jabuti de um Chico Buarque. Porém, ao contrário da Medicina, da Engenharia e demais profissões, ninguém precisa de diplomas para produzir arte, seja quadros, poesias ou romances. Como diz o amigo Geraldo Iensen, autor dos ótimos Sêpsis, O legado de Torres e Um cachorro, um vinho, uma herança e um samba: qualquer pessoa que tenha um razoável domínio da língua e empregando algum esforço, pode muito bem dar conta de escrever um romance. E se podem, e querem, porque não escrever? Tudo o mais me parece dor de cotovelo.

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Os contos africanos favoritos de Mandela

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mandela

Uma dica: além das diversas biografias sobre o grande líder , vale a pena ler Meus Contos Africanos, obra que reune histórias tradicionais da África escolhidas por Mandela. Publicado pela Martins Fontes alguns anos atrás, o livro tem 156 páginas e tradução de Luciana Garcia.

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Os crimes que a revisão comete

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setw

Outro dia tive a grata satisfação de dar de cara com um livro de pesquisa interessantíssimo sobre cordel. Seu autor é Ribamar Lopes, maranhense de Pedreiras, e Sete Temas de cordel o título da obra que trata, como o título indica, do estudo de alguns temas recorrentes na poesia popular, entre eles Mulher, Diabo e Cachaça.
Por vários motivos o livro, publicado através do Plano Editorial Secma de 1993, me chamou a atenção. Cito dois: o primeiro, por ser de alguém natural do Maranhão, estado sem forte tradição (ou sem tradição alguma) na produção dessa linha de poesia popular e, muito menos, na produção de pesquisa acadêmica sobre o assunto. O segundo, por conta de uma historinha de fundo envolvendo a confecção do referido livro.
Reza a lenda que a revisão, esmerada em dar o merecido lustro ao trabalho de Ribamar Lopes, tirou vírgula daqui, colocou ponto ali, e convicta de que havia dado o melhor de si, mandou os originais para a impressão. Resultado: quando recebeu os livros, Lopes quase cai de costas com o que ele achou uma completa heresia perpetrada contra os versos contidos no trabalho, que agora escritos de forma “correta”, perdiam muito das nuances, ritmos e sutilezas inerentes à poesia cordelística.
Furioso, Ribamar Lopes não aceitou os volumes a que tinha direito. E apenas por sorte (alguém decidiu que o melhor seria preservar o lote), a tiragem não foi parar na fogueira, como o autor certamente queria.
Seguem uns versos do inspirado poeta Afonso Nunes Vieira (com o esmero da revisão) sobre um dos temas tratados no livro, no caso, a mulher:

A mulher é como a joia:
tem seu valor garantido.
Desde que o mundo foi feito
assim ficou definido.
Dos vivos que tem a terra
ela é o ser mais querido.

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Violonista João Pedro Borges ganha biografia

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capajoaopedroSerá lançado dia 17, na Escola de Música do Maranhão, na Praia Grande, a partir das 18h, a biografia João Pedro Borges: violonista por excelência. Publicada pela Clara Editora, a obra traz a público a rica trajetória artística do violonista maranhense João Pedro Borges, o Sinhô, escrita pelo jornalista Wilson Marques. João Pedro Borges: violonista por excelência é o primeiro volume da série Perfis Maranhenses, que tem por objetivo compartilhar com os leitores, por meio de textos leves e acessíveis, a história de vida e, sobretudo, profissional, de personagens cujas produções tenham se mostrado significativas para a cultura do estado.

No caso de João Pedro Borges a homenagem é mais do que justa. Artista talentoso, João Pedro deixou São Luís ainda muito jovem para estudar no Rio de Janeiro. Ali, construiu uma sólida amizade com outra fera da música maranhense e nacional, o também violonista Turíbio Santos, e rapidamente envolveu-se com a nata do movimento da música instrumental carioca. João Pedro foi produtor musical. Participou de capítulos fundamentais da música no país, a exemplo do fenômeno conhecido como Camerata Carioca. Viajou o país inteiro pelo Projeto Pixinguinha e levou a música brasileira a outras paragens, aterrissando, por exemplo, nos Estados Unidos ao lado de outros grandes nomes, para um inesquecível espetáculo no Carnegie Hall.

Sentindo-se impelido a alçar novos voos, João Pedro lançou-se numa carreira internacional. Antes, ele já havia tido uma permanência no Senegal, na África, onde assumiu as funções de professor de violão no Conservatório de Música e Arte Dramática de Dakar. Agora, seu pouso seria a França, onde permaneceu, ininterruptamente, por cerca de dois anos, voltando em seguida àquele país para espetáculos ocasionais.

Olhos e coração voltados para São Luís

Artista do Brasil e do mundo, João Pedro não esqueceu, no entanto, sua terra natal. Pelo contrário, sempre que foi possível, se fez presente em São Luís para oferecer sua contribuição, mais marcadamente como o professor que sempre foi. Em 1974, regressando do continente africano, o músico instalou-se na capital para ensinar violão na então recém-criada Escola de Música da Fundação Cultural do Maranhão, mais tarde Escola de Música Lilah Lisboa. Desempenhando um papel vital no desenvolvimento musical das novas gerações da época, ele foi decisivo na formação de artistas como Josias Sobrinho, Giordano Mochel, César Teixeira, Sérgio Habibe, entre outros, que iriam ser os protagonistas de uma verdadeira revolução musical da qual emergiria a moderna música maranhense. Segundo Sérgio Habibe, “João Pedro lapidou esses artistas musicalmente, abrindo a cabeça da gente para a importância do estudo e do conhecimento”.

Foi ainda resultado de um esforço seu e da decisão política do então prefeito de São Luís, Tadeu Palácio, a criação da Escola Municipal de Música, um belo projeto baseado não apenas na importância da disseminação de uma cultura musical entre os jovens, mas também na oferta de oportunidades e inclusão social.

Aventurando-se em mais um voo de longo curso, em 2009 João Pedro cruzou o Brasil de ponta a ponta fazendo dupla com o violonista Daniel Wolff pelo programa Sonora Brasil, do SESC, que teve como tema O violão brasileiro. Aliás, no repertório que apresentou, João Pedro (violonista que respeita o clássico e ao mesmo tempo tem um domínio profundo do popular, nas palavras de Turíbio Santos), teve a oportunidade de mais uma vez levar a público peças dessa outra vertente em que ele transita tão bem: a da música popular brasileira. E que certamente o fizeram viajar no tempo para quando, na sua adolescência, tomou aulas memoráveis com um mítico violonista maranhense chamado Custodinho.

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Servido o Café do Tempo, de José Maria Medeiros, e O fuuro tem o coração antigo, de Celso Borges

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borgesConhecido por capitanear, na Praia Grande, a já tradicional A Vida é uma festa, o poeta José Maria Medeiros está de livro novo na praça. Trata-se de Café do Tempo, obra apresentada pelos também poetas Celso Borges e Marcelo Chalvinski, que a respeito do trabalho escreveu: Café do Tempo é, simultaneamente, o fogão à lenha e a música de Waldik Soriano. Os óculos Ray-Ban e as trempes da memória. As emoções sublunares e toda filosofia contida naquilo que Neal Cassady chamava de Primeiro Terço, posta à mesa, num desjejum beatnik-tupiniquin.  E falando em Celso Borges, o poeta também está de livro novo. Produzido com apoio da Lei de Incentivo à Cultura do Maranhão, O futuro tem o coração antigo é uma esmerada publicação na qual o artista lança mão da fotografia que não apenas complementam os textos, mas formam com estes unidades indivisíveis.

 

 

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Poeta Lila Maia lança livro premiado na Galeria Trapiche

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lilaA poeta maranhense Lila Maia lançará seu livro de poemas “As Maçãs de Antes”, nesta quinta-feira (28), às 19 horas, na Galeria Trapiche Santo Ângelo, Av. Vitorino Freire, s/nº – Praia Grande. O livro “As Maçãs de Antes” foi vencedor do Prêmio Paraná de Literatura 2012, Prêmio Helena Kolody de poesia e semifinalista do Portugal Telecom 2013.

Lila Maia é maranhense e vive há 32 anos no Rio de Janeiro. É graduada em Pedagogia e tem dois livros de poesias publicados: “A idade das águas” e “Céu Despido”. Em 1998, teve três poemas publicados na revista Poesia Sempre, da Biblioteca Nacional. Participou de oficinas de poesia com Rita Moutinho, Suzana Vargas, Ferreira Gullar e Afonso Henriques Neto. “Essas oficinas tinham duração longa. Com a Suzana, fiquei mais de três anos. Com o Gullar, tive o privilégio de fazer por mais de um ano na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UERJ)”, comenta a poeta. Dessa oficina nasceu a antologia “Próximas palavras”, coordenada pelo poeta e publicada pela editora da universidade. Participou ainda de muitos cursos com duração menor para entender, aprender mais sobre o fazer poético e conhecer mais poetas, tendo mantido contato com autores como Affonso Romano de Sant’Anna, Ivan Junqueira, Eunice Arruda, Eucanaã Ferraz, Marco Lucchesi, Antonio Cícero, Antonio Carlos Secchin, entre outros. Também fez cursos de conto, crônica, literatura infanto-juvenil e outros. Atualmente, Lila Maia participa de dois grupos que se reúnem quinzenalmente para compartilhar ideias e trabalhos.

 

Sobre o Prêmio Paraná, a poeta deu a seguinte entrevista na página da Biblioteca Pública do Paraná na internet

 Um livro de poesia sobre a paixão e o amor. É assim que a escritora Lila Maia define As maçãs de antes, obra vencedora do Prêmio Paraná de Literatura 2012. Maranhense radicada no Rio de Janeiro, Lila participou de diversas oficinas literárias enquanto desenvolvia seu próprio estilo e produzia os primeiros escritos. Na entrevista a seguir, a autora — praticamente desconhecida antes do concurso paranaense — fala sobre seu percurso literário antes e depois da premiação.

Qual é a história por trás de As maçãs de antes? Em que circunstâncias o livro foi produzido?
São poemas feitos há três anos, mas que eu fui trabalhando ao longo do tempo. Quando tomei conhecimento do Prêmio Paraná de Literatura, comecei a fazer uma seleção para que tivesse uma certa unidade. Minha preocupação era selecionar os melhores poemas, os temas que iria abordar. Lia e relia sempre em voz alta, precisava sentir o ritmo, se havia força no verso, nas estrofes, a forma como os coloquei no papel. Cheguei mesmo a espalhar pelo chão do meu quarto as folhas, para achar a melhor ordem. Que poema viria primeiro? Quais viriam depois? Teria subtítulos (já que o título havia dado desde o começo)? Foi um trabalho árduo, solitário, mas gratificante.

Fale sobre sua carreira literária antes do Prêmio Paraná de Literatura.
Participei de oficinas de poesia com Rita Moutinho, Suzana Vargas, Ferreira Gullar e Afonso Henriques Neto. Essas oficinas tinham duração longa. Com a Suzana, fiquei mais de três anos. Com o Gullar, tive o privilégio de fazer por mais de um ano na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UERJ). Dessa oficina, nasceu a antologia Próximas palavras, coordenada pelo poeta e publicada pela editora da universidade. Fiz cursos com duração menor para entender, aprender mais sobre o fazer poético, conhecer mais poetas. Aulas de puro aprendizado com Affonso Romano de Sant’Anna, Ivan Junqueira, Eunice Arruda, Eucanaã Ferraz, Marco Lucchesi, Antonio Cícero, Antonio Carlos Secchin, etc. Também fiz cursos de conto, crônica, literatura infantojuvenil e outros. Atualmente, participo de dois grupos que se reúnem quinzenalmente.

Onde seus trabalhos foram publicados? Você venceu algum concurso antes?
Participei das antologias Amar verbo atemporal (Editora Rocco, 2012), Quando tudo acontece de repente (Editora Larousse, 2008) e Sete vozes (Editora da Palavra, 2004). Tenho três poemas publicados na revista Poesia sempre, da Biblioteca Nacional. Ganhei alguns concursos de poesia como o II Festival de Poesia do Sesc-Rio, o Concurso de Poesia da Petrobras, o II Concurso de Poesia do Jornal Panorama da Palavra (Prêmio Marco Lucches), o Concurso do Jornal Poesia Viva (Pêmio Ivan Junqueira) e o II Festival de Música e Poesia de Belo Horizonte.

Como está a repercussão de As maçãs de antes? Há plano para uma segunda edição?
A repercussão vem sendo muito boa. Recebi críticas positivas do Affonso Romano de Sant’Anna, do Marcelino Freire, da Suzana Vargas. Estou indo à luta para fazer a segunda edição. Os outros dois ganhadores já conseguiram grandes editoras para a publicação. Mas a poesia é sempre mais difícil. E dá certa tristeza por ser assim. É preciso que os donos de editoras saibam que muitas pessoas gostam de poesia.

Além da quantia em dinheiro e da publicação dos mil primeiros exemplares, o que o Prêmio Paraná de Literatura trouxe para a sua carreira literária?
Um reconhecimento melhor do meu trabalho. Daí a importância do prêmio para abrir portas, principalmente para o autor desconhecido.

Como foi ser premiada ao lado de um nome já consagrado do cenário literário, como José Roberto Torero? O que isso representa?
Fiquei muito feliz, é um escritor premiado. Adorei o livro dele, Papis et circensis. São contos com uma ironia requintada, uma leitura extremamente prazerosa. Também estou gostando muito vencedor na categoria romance, Sergio Y vai à América, do Alexandre Vidal Porto.

Você teria alguma dica ou conselho para dar aos autores que vão concorrer ao Prêmio em 2013?
Sim. Trabalhar e trabalhar os poemas. Ler em voz alta também ajuda. Você percebe quando um verso não ficou bom. E ler poesia. Antes de ser poeta, sou leitora.

O Prêmio Paraná de Literatura é um concurso da Secretaria da Cultura/Biblioteca Pública do Paraná que seleciona livros inéditos em três categorias que homenageiam figuras importantes da literatura paranaense: Romance (prêmio Manoel Carlos Karam), Contos (prêmio Newton Sampaio) e Poesia (prêmio Helena Kolody).

No último concurso o vencedor de cada categoria embolsou R$ 40 mil e teve sua obra publicada pelo selo Biblioteca Paraná, com tiragem de mil exemplares. Os premiados também receberam 100 cópias de seus livros. As obras concorrentes são avaliadas por uma comissão julgadora formada por um presidente e nove membros (três em cada categoria).

Na primeira edição do Prêmio Paraná de Literatura, em 2012, o júri elegeu Sergio Yvai à América, de Alexandre Vidal Porto, como melhor romance. Papis et circensis, de José Roberto Torero, venceu a categoria de contos. E As maçãs de antes, de Lila Maia, foi o destaque entre as obras de poesia.

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INTERNET É JANELA QUE APONTA PARA SUCESSO PROFISSIONAL DE QUADRINHISTAS

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morcego
Morcego Verde pelas mãos de Ronilson Freire

Para quadrinhistas a internet representa uma porta para o mundo. É o que lembra o desenhista Iramir Araújo, da Dupla Criação e autor da HQ Balaiada – A Guerra do Maranhão, obra bem recepcionada por escolas de São Luís e que já se encontra em sua terceira reimpressão. Segundo Iramir, mesmo morando longe dos grandes centros, quem se aventura nos quadrinhos pode estudar em grandes escolas, que oferecem cursos online, a exemplo da Quanta, Casa dos Quadrinhos e Instituto dos Quadrinhos. E, num segundo momento, tendo o artista desenvolvido suas potencialidades, buscar um agente (profissional que vai fazer a ponte entre o quadrinhista e as editoras, seja no Brasil, seja nos Estados Unidos e Europa) a fim de conquistar seu lugarzinho ao sol. Hoje, um dos nomes brasileiros mais festejados nos Estados Unidos é o de José Edilbenes Bezerra, o Ed Benes, nascido em Limoeiro do Norte, em 1972, e onde tudo indica que ainda reside, e que sem ao menos falar inglês (os roteiros que recebem são traduzidos) trabalha para a DC Comics em títulos com Superman e Liga da Justiça.

No Maranhão também temos profissionais que conseguiram furar o cerco. Ronilson Freire, por exemplo, começou a publicar lá fora inicialmente em editoras pequenas, e hoje já tem contrato fixo com uma editora de médio porte, produzindo desenhos para uma série do Morcego Verde, personagem da era de ouro dos quadrinhos.

E em São Luís, já caberia uma escola de quadrinhos? Para Iramir Araujo, sim. Em Natal (RN), já existe uma, e também em Fortaleza, inclusive representando artistas brasileiros no exterior. Na avaliação de Iramir, hoje já contamos com gente capacitada para lecionar e, o que é muito importante, um público interessado. Falta agora alguém arregaçar as mangas e escrever esse roteiro.

 

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