Promover a leitura é dever de todos

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Uma pergunta que às vezes pais me fazem nas escolas que visito é o que podem fazer para despertar em seus filhos o estímulo pela leitura. Costumo ser sincero dizendo que tecnicamente não me sinto capacitado para responder esse tipo de questão, apontando que em alguns sites sérios na internet é fácil encontrar conselhos que podem ser de grande valia nesse sentido, entre eles um que julgo essencial: ser um exemplo para as crianças, pois se os pais não são leitores, os filhos dificilmente o serão.

De modo leigo, entretanto, e como cidadão preocupado com os baixíssimos índices de leitura verificados no país e em especial no Maranhão, penso que o problema da formação de leitores não será adequadamente solucionado enquanto não for encarado como um dever, um compromisso a ser trabalhado em conjunto por todos, cidadãos e instituições. No entanto, o que se constata é que esse pacto ainda não foi firmado. O que costumo observar é educadores apontando falta de parceria dos pais; pais apontando fragilidades no processo de formação dos filhos, e, o que parece especialmente dramático, o poder público não assume, com a força e decisão que deveria assumir, esse grande desafio que é transformar o Brasil num país de gente que lê. Prova disso?  Bibliotecas com acervos pobres ou defasados, ou, simplesmente, a ausência de bibliotecas, para citar apenas dois dos mais gritantes exemplos.

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Convite para um “rolezinho”

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Justiça seja feita: “rolezinhos”não são fenômenos da atualidade. Se for para mergulhar fundo, pode-se de dizer que suas raízes estão na pré-história, quando a turma se reunia, por exemplo, para liquidar um mamute. Mas vou me pegar a tempos mais recentes. Aos anos 80, quando a juventude dourada de São Luís se reunia nos finais de tarde em frente à Ocapana ou Edifício Caiçara, na Rua Grande, basicamente para exibir as cabeleiras tratadas (ou maltratadas) com parafina ou o bronzeado conquistado na Ponta d’Areia ou Olho d’Água a custa de sol e Náutico Bronze filado das “gatinhas” espichadas na areia. Gerentes de lojas certamente não gostavam da muvuca em frente às lojas. A turma era barulhenta, sentava-se nos capôs de carros e de vez em quando alguém entrava na“Lobras” para surrupiar chocolate Sonho de Valsa.

Quer dizer, colocando os pingos nos is, estabeleçamos que os“rolezinhos” não são méritos da juventude periférica de hoje em dia, que sai para ocupar espaços onde é sabidamente rejeitada, conversar, postar fotos no facebook, beijar e ver quem tem o boné com a aba maior. É um fenômeno continuamente reinventado, potencializado pelas redes sociais, e que pela sua própria natureza é efêmero, de maneira que lojistas e gerentes de shoppings podem se tranqüilizar, pois como qualquer onda, essa também vai passar.

Mas antes que passe, quero propor alguns “rolezinhos que fariam bem a mim, a você, a todos nós. “Rolezinho” nas bibliotecas (em nossas raras bibliotecas) para ler e falar de livros. “Rolezinhos” de equipes tapa-buracos em São Luís, para deixar nossas ruas mais transitáveis. “Rolezinhos”para pensarmos mais no próximo, na humanidade e na saúde do planeta, e menos em nossos muitas vezes excusos interesses pessoais. E por aí vai…

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Encontro com Salgado Maranhão, hoje, no Odylo

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Será aberta hoje, às 20h, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, Praia Grande, a exposição “Um Rio Salgado: a trajetória poética de Salgado Maranhão”,  mostra que conta com fotografias, poemas, premiações e outros artigos em 41 painéis, sob a curadoria do poeta Carlos Dimuro. Faz parte do evento o lançamento do livro do homenageado, O mapa da tribo e, para animar ainda mais a festa, apresentação dos artistas Chico Maranhão, César Teixeira, Josias Sobrinho, Flávia Bittencourt, Augusto Bastos, Fátima Lima e presença da atriz Zezé Motta.

Natural de Caxias, o escritor alfabetizado aos 16 anos é ganhador do prêmio da Academia Brasileira de Letras (ABL) de 2011, na categoria “Poesia”, com o livro A cor da palavra.  “Minha infância tinha muita poesia, mas estava longe da consumação, propriamente dita, do verso, porque eu estava tão longe da escola, da educação formal, do livro, porque onde eu nasci não havia sequer escola. De modo que, quando eu migrei do Maranhão para Teresina eu comecei a estudar, e isso abriu o leque para o mundo”, disse o poeta em entrevista para o Imirante.com. Considerando-se “cidadão do mundo”, Salgado Maranhão destaca a importância do contato com suas raízes. “Quanto mais somos da nossa aldeia, mais nós somos do mundo, porque mais nós temos identidade a mostrar. O mundo quer cores. Quem não tem cor para mostrar, não pode influir no grande caleidoscópio que é o mundo”.

A noite promete!

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Extraterrestres em Cururupu e Perizes: a Guerra dos Mundos em terras do Maranhão

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No dia 30 outubro de 1938 Orson Welles, então um jovem de 23 anos, levou ao ar o programa de rádio A guerra dos mundos, com roteiro baseado na obra homônima de H. G. Wells.  A transmissão, de tão realista, assustou milhares de pessoas levando pânico à população de Nova York e de cidades vizinhas. A 30 de outubro de 1971, em São Luís do Maranhão e baseado no mesmo Guerra dos Mundos, a pegadinha se repetiu: foi ao ar pela Rádio Difusora, que alcançaria picos de audiência, a versão tupiniquim do programa, que do mesmo modo causou imensa comoção na cidade. Com roteiro de Sérgio Brito, noticiava-se que extraterrestres estavam descendo na Ásia, na África, na Europa, na América e do Norte, no Brasil e no Maranhão, mais precisamente em Cururupu, atraídos, neste caso, por jazidas de areia monazítica existente naquela cidade. Dois conhecidos repórteres locais iriam a óbito durante a cobertura. Para apimentar ainda mais o clima de medo e suspense, foi dito que uma nuvem tóxica estava se aproximando da terra, após o que, por coincidência, o céu ficou nublado depois de uma sequência de dias com céu claro e tempo bom. E um cientista de passagem por São Luís, interpretado pelo ator Reynaldo Faray, dava uma entrevista, tornando a brincadeira ainda mais verossímil.

O programa foi ao ar pela manhã, quando interrompendo o programa Difusora Hit Parade, entrou uma edição extraordinária do Repórter Difusora, informando que no Observatório do Monte Palomar, na América do Norte, astrônomos haviam detectado sinais luminosos vindos de Marte em direção à terra e estavam tentando decifrar o fenômeno. O programa continuou com mais músicas até que entrou nova edição do Repórter Difusora com nova edição extraordinária, e a coisa começou. Pessoas ligavam para a rádio, apavoradas. O capitão Assis Vieira, da Polícia Militar, telefonou dizendo que iria botar as tropas na rua, sendo contido pelo próprio Sérgio, que acabo revelando tratar-se de uma brincadeira. Oficiais do Exército empunhavam binóculos, tentando localizar no céu a presença dos marcianos invasores, porque, segundo o programa, um disco voador havia pousado em Perizes. E o que deixaria as coisa mais complicadas: uma esquadrilha de jatos que ia passando de Fortaleza para Belém, em vôo de treinamento, tomou conhecimento do programa e resolveu descer no aeroporto de São Luís, fazendo um rasante sobre a cidade.

As palavras de Sérgio Brito sobre a reação do público quando o programa finalmente terminou, dão uma idéia do clima que naquele dia a cidade foi envolvida: “Não se tinha idéia da reação do público, a não ser pelas ligações recebidas. A Difusora ficava na Camboa e eu morava na Rua 14 de Julho. Quando o programe terminou era mais ou menos meio dia e pouco. Voltei pra casa e, no caminho, fui me dando conta da situação. A cidade estava toda parada, o comércio tinha fechado mais cedo, o setor da indústria fechou, bares ficaram vazios. A cidade ficou parada, hipnotizada. E, nessa hora, ao perceber o estrago que o programa tinha produzido, voltei para a Difusora. Eu e Parafuso (José de Ribamar Elvas Ribeiro) começamos a passar a fita desde o início da parte gravada. Em determinados momentos, eu entrava na fita dizendo: Estamos apresentando um programa de ficção científica baseado em H.G. Wells. A cada vinte minutos repetia essa informação. E isso foi a salvação da gente. No inquérito que a Aeronáutica abriu, em decorrência da passagem dos jatos por São Luís, o comandante da esquadrilha insistia: O pessoal que fez esse programa vai pagar cara.

Mais detalhes desse momento histórico do jornalismo maranhense, estão no livro OUTUBRO DE 71-MEMÓRIAS FANTÁSTICAS DA GUERRA DOS MUNDOS, publicado pela EDUFMA sob organização do professor Francisco Gonçalves da Conceição. A obra pode ser encontrada na Livraria Vozes.

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Conheça a capa de “City of Heavenly Fire”, último volume da série Instrumentos Mortais

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A autora Cassandra Clare liberou, para delícia dos fãs, a capa do sexto e último volume da série Instrumentos Mortais, City of Heavenly Fire, que no Brasil será traduzido como Cidade do Fogo Celestial. O livro será publicado nos Estados Unidos dia 27 de maio de 2014, mas a previsão de lançamento no Brasil ainda não foi revelada.  A série Os instrumentos Mortais é composta por seis livros: Cidade dos Ossos, Cidade das Cinzas, Cidade de Vidro, Cidade dos Anjos Caídos, Cidade das Almas Perdidas e o sexto Cidade do Fogo Celestial.

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Medo de espíritos

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Não acredito em espírito, mas tenho medo deles. E acho que é assim que funciona com muita gente. Uma coisa é falar sobre aparições ou coisa do tipo estando rodeado de amigos; outra é ficar pensando no assunto numa noite escura, chuvosa e você sozinho num casarão da Praia Grande. Mas as coisas estão mudando. O espiritismo ganhou canal de televisão, uma infinidade de livros doutrinários com jeitão de obras literárias, biografias de seus principais ícones e, de modo geral, nada parece haver nesse campo (talvez nem mesmo os espíritos obsessivos) que justifique as pessoas saírem correndo fazendo o sinal da cruz.

O fato é que outro dia, fuçando aqui e ali em prateleiras de uma livraria da cidade, descobri, imaginem, uma HISTÓRIA DO ESPIRITISMO escrita por ninguém menos que Arthur Conan Doyle, o famoso criador do Sherlock Holmes. Leitores que conhecem mais a fundo o autor talvez digam: elementar, meu caro Wilson. Mas pra mim a autoria foi completa surpresa, de modo que achei pertinente compartilhar aqui com os amigos. Publicado pela Editora Pensamento, a edição, com letras miúdas e diagramação precária não chega a ser exatamente estimulante para o leitor. No entanto, para quem se interessa pelo assunto, ler o tratado que foi fruto do labor intelectual de um dos nossos maiores escritores com certeza vale a pena. Sobre a obra, diz a orelha do livro:  “A pena de um escritor de renome mundial foi fiel aos impulsos de um grande cérebro, que não podia ficar indiferente diante de uma doutrina que, de longa data, agitava os meios religiosos, literários e científicos da Europa e América”. Elementar, meu caro Arthur.

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Leitura crítica: primeiro passo para quem quer publicar

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Quem escreve costuma cometer um desses erros nas suas primeiras produções: colocar os originais na gaveta e não mostrar pra ninguém, ou submeter o texto à apreciação de amigos e parentes. No primeiro caso, não ligamos o plug da tomada ao outro pólo do processo, que é o leitor, e aí a coisa não anda. No segundo, nos expomos aos comentários pouco construtivos de quem (apesar da boa vontade) não tem formação para produzir uma crítica consistente ou que, por não querer nos melindrar, derramma elogios infundados sobre o trabalho.

Felizmente começa a ganhar espaço no Brasil um serviço essencial para quem está procurando um lugar como autor no mundo dos livros, ou mesmo já faz parte dele: o do agente literário. O que são as agências literárias? Essencialmente são empresas que fazem a ponte entre autores e editoras na busca de publicação de obras inéditas, ou cuida dos interesses dos autores junto às editoras no caso de obras já publicadas e agenciadas. Entretanto, chamo atenção para um outro serviço das agências, que a meu ver é importantíssimo: a LEITURA CRÍTICA. Tendo como clientela autores publicados ou não, a leitura crítica oferecida pelas agências é um serviço que vai oferecer a você uma análise profissional e honesta (honestíssima!) sobre o seu texto.

O trabalho é feito por gente tarimbada que analisa a obra sobre diversos aspectos, dá um parecer sobre a adequação e potencialidades do livro junto ao mercado e, o que é muito legal, oferece sugestões a fim de que o autor possa melhorar sua história até chegar ao melhor resultado final possível. Para quem tem livros na gaveta, sugiro buscar os serviços de O AGENTE LITERÁRIO, agência que, atenção, trabalha apenas com obras INFANTIS E INFANTOJUVENIS. Sediada em São Paulo, O Agente Literário está oferecendo serviços excelentes, inclusive, de forma inédita no país, agenciando ilustradores. Eu experimentei: submeti à leitura crítica o meu livro independente QUEM TEM MEDO DE ANA JANSEN? e o resultado foi compensador.

A agência foi ainda responsável pela publicação, pela Editora SESI-SP, dos meus A MENINA INHAME e OS DOIS IRMÃOS E O OLU, contos africanos que transpus para versos de cordel. Os livros, com ilustrações de Taisa Borges, nos aproximam do imaginário de um povo irmão, que habita um continente muito próximo e ao mesmo tempo muito distante. Suas características se encaixam em nossa ancestralidade da mesma forma que a África se encaixa ao nosso continente, como podemos perceber no mapa-múndi. Recontada em formato de cordel, esta lenda nos mostra o poder das palavras e por que devemos pensar antes de tomar algumas atitudes ou manifestar certos pensamentos em relação aos outros, pois, ao agirmos de modo injusto, as consequências podem ser definitivas. Ambas as obras fazem parte da COLEÇÃO QUEM LÊ SABE POR QUÊ, que visa a promover o estímulo à leitura e o desenvolvimento de acervos, melhorando o desempenho escolar. É composta por livros paradidáticos voltados a crianças e jovens, além de livros sobre temas relacionados à leitura e à formação de um público leitor.

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Resultado de concurso literário da FUNC sai em breve

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A Fundação Municipal de Cultura (FUNC) da prefeitura de São Luís, definiu para os primeiros dois meses de 2014 o anúncio do resultado do 35º Concurso Literário Cidade de São Luís, o primeiro da gestão do novo prefeito, Edvaldo Holanda Júnior. E, vale dizer, certa expectativa entre os participantes justifica-se. Além de ser o único concurso literário da chamada Atenas Brasileira, o concurso passa por um momento de resgate da sua credibilidade, que foi ao nível do chão nas suas últimas edições. Recordando: ao deixar o cargo o então presidente da FUNC, na gestão de Tadeu Palácio, deixou em aberto o pagamento dos premiados. Quando João Castelo assumiu, o novo presidente da entidade não reconheceu a dívida, aconselhando os escritores contemplados a procurem a justiça. Era isso ou nada e obedientemente foi feito o que o presidente sugeriu. Porém os valores só foram mesmo pagos quase cinco anos depois, quando o atual presidente da instituição, Francisco Gonçalves, decidiu, numa atitude respeitosa e digna, fazer um acordo com os artistas, que finalmente foram ressarcidos inclusive com danos morais.  Boa sorte aos participantes em mais esta edição do concurso, no qual vejo apenas uma falha: a premiação apenas para os primeiros colocados em cada categoria (com dez salários mínimos e publicação da obra), ao contrário do que tradicionalmente vinha acontecendo, quando o segundo lugar também era agraciado, no caso com cinco salários mínimos.

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A voz de Zelda Fitzgerald

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Muita coisa se ouviu falar por terceiros do casal Zelda e F. Scott Fitzgerald. Agora o leitor tem a oportunidade de saber boa parte da história pela boca, ou melhor, pela pena da própria esposa do escritor que, diga-se de passagem, nunca se conformou em ser apenas mulher do célebre autor de Suave é a noite.

Esta Valsa é minha é um texto autobiográfico, um relato de época e um passeio instigante por um universo feminino alegre, sensível, mas também carregado de desilusões. A obra foi escrita em um hospital psiquiátrico em seis semanas e nela a voz da autora se faz ouvir por meio da personagem Alabama Knight, que fala da infância transcorrida à sombra de um pai austero, dos namoros e da adolescência no sul dos Estados Unidos no período entreguerras, da vida com um artista da era do jazz e do sonho de se tornar uma bailarina profissional. Fala ainda das viagens à Europa, das festas e, é claro, de álcool. Sobre Zelda, registrou Caio Fernando Abreu: Zelda escrevia para se justificar, para se compreender, para se salvar. Para orientar a si própria dentro daquele poço onde tinha caído e que, até hoje, por falta de outra palavra mais adequada, chamamos de ‘loucura’.

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Conselho para quem vai casar

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Pensando em casar? Ouça antes o conselho (dirigido especialmente aos homens) que o príncipe Andrei, personagem do romance Guerra e Paz do escritor russo Liev Tolstoi, dá ao amigo Pierre. Deprimido com a futilidade da vida que está levando e desencantado com a vida de casado (da qual pretende fugir o mais rápido possível), o príncipe mostra-se disposto a trocar o conforto e segurança do lar pelos campos de batalha. Em muitos a passagem causa náuseas, e por essas e por outras, feministas torcem a boca para o escritor. sua obra, no entanto, é grandiosa e merece ser lida e relida. Vamos ao conselho:

– Nunca, nunca se case, meu amigo; eis o conselho que lhe dou: não se case senão depois que você disser a si mesmo que fez tudo o que podia, senão depois que tiver deixado de amar a mulher que escolheu, depois que a tiver visto  com toda a clareza; do contrário, vai enganar-se de modo cruel e irremediável. Case velho, quando não prestar para mais nada… Senão perderá tudo o que há de bom e elevado em você. Tudo vai ser consumido em ninharias. Sim, sim, sim! Não me olhe com essa cara de espanto. Se esperar algo de si no futuro, então cada passo vai sentir que tudo está acabado para você, tudo está fechado, exceto o salão de festas, onde você ficará em pé de igualdade com os lacaios e com os idiotas… É isso mesmo.

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