Muita coisa se ouviu falar por terceiros do casal Zelda e F. Scott Fitzgerald. Agora o leitor tem a oportunidade de saber boa parte da história pela boca, ou melhor, pela pena da própria esposa do escritor que, diga-se de passagem, nunca se conformou em ser apenas mulher do célebre autor de Suave é a noite.
Esta Valsa é minha é um texto autobiográfico, um relato de época e um passeio instigante por um universo feminino alegre, sensível, mas também carregado de desilusões. A obra foi escrita em um hospital psiquiátrico em seis semanas e nela a voz da autora se faz ouvir por meio da personagem Alabama Knight, que fala da infância transcorrida à sombra de um pai austero, dos namoros e da adolescência no sul dos Estados Unidos no período entreguerras, da vida com um artista da era do jazz e do sonho de se tornar uma bailarina profissional. Fala ainda das viagens à Europa, das festas e, é claro, de álcool. Sobre Zelda, registrou Caio Fernando Abreu: Zelda escrevia para se justificar, para se compreender, para se salvar. Para orientar a si própria dentro daquele poço onde tinha caído e que, até hoje, por falta de outra palavra mais adequada, chamamos de ‘loucura’.