Para quem tem interesse em conhecer com boa gama de detalhes a história dos primeiros anos do futebol maranhense, Terra, Grama e Paralelepípedos, do historiador Claunísio Amorim Carvalho (Café & Lápis, 2009) é obra fundamental. O livro, cujo conteúdo é a tese de monografia do autor, convida os leitores a um enriquecedor passeio pelo tempo, lá pelos idos de 1906 a 1930, quando os populares, apontados como responsáveis pelo atraso do Maranhão, eram excluídos da prática desse esporte. Mas os preconceitos e a exclusão social felizmente arrefeceram e o futebol, como é sabido, se popularizou. Os chamados times de elite de então, a exemplo do poderoso Luso Brasileiro, passaram a fazer parte da história e deram lugar a escretes como o Sampaio Corrêa, surgido nesta época como um humilde time de periferia e que rapidamente conquistou projeção, transformando-se num dos maiores clubes de futebol do Maranhão. Ler Terra, Grama e Paralelepípedos, com suas análises lúcidas de cunho social, resgates de figuras emblemáticas como Nhozinho Santos, introdutor do esporte no Estado, além de episódios fascinantes envolvendo o esporte por aqui, é tão emocionante quanto a assistir a uma boa partida de futebol.