Wilson Marques
Autor de livros infanto-juvenis com mais de uma dezena de títulos publicados. É publicitário, jornalista profissional e leitor contumaz, sendo alguns dos objetivos do blog compartilhar experiências, alegrias literárias e aproximar leitores de todas as idades de escritores, ilustradores e outros profissionais ligados ao mundo das letras.
Nesta quinta-feira, às 19h00, no auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, acontece abertura da exposição “Narrativas e Alteridade – O outro de nós”, reunindo fotógrafos dos nove estados do Nordestes contemplados pelo edital Encontros de Agosto, numa realização da Imagem Brasil e Anima.Cult. As narrativas visuais têm como fundamento a alteridade, traduzida e discutida pelo olhar de 54 fotógrafos, sendo 23 deles cearenses. Como chamam a atenção os organizadores, tratar-se de “uma oportunidade única dos espectadores verem essa rica produção nordestina em um só local, em que os artistas foram além das próprias fronteiras, trazendo e potencializando imagens de lugares e sujeitos imaginados”. Participam da exposição os fotógrafos maranhenses Hellyson Layo de Jesus, Jane Maciel e Wilson Marques. Exposição reúne.
A feira do livro de São Luís é só em novembro, mas já tem escola municipal se preparando para participar do maior evento literário da cidade. A criançada da UEB Elpídio Hermes, no Angelim, por exemplo, preparou um belo trabalho sobre lendas, com destaque para uma da mais famosas que temos aqui, a da Serpente Encantada. Para embasar o trabalho, um dos livros utilizados foi A menina levada e a Serpente Encantada, que conta em versos as aventuras de Aninha durante uma visita com seus colegas de escola à Fonte do Ribeirão. Local onde, segundo dizem, mora o terrível animal. Na foto, os alunos com a ilustra personagem, a Serpente Encantada, confeccionada por eles com muita criatividade.
Impossibilitado de ir a São Paulo durante a Bienal do Livro, acompanhei pelo facebook o lançamento de A canção do Tio Dito (Paulus), do amigo e parceiro Marco Haurélio. Assim que foi possível, tratei também de adquirir um exemplar da obra aqui em São Luís.
Trata-se de um livro de memórias, e, ao mesmo tempo, de manifesto em favor da natureza. Uma delícia de leitura, que dá prazer e nos faz refletir, e onde Marco alia suas qualidades de poeta e de narrador para contar em versos uma história envolvente, carregada de sentimentos, que nem de perto beira a pieguice na qual textos que abordam o tema podem resvalar.
As ilustrações são de Nireuda Longobarde, que publicou também pela Paulus os livros Mitos e lendas do Brasil em cordel e A abelhinha.
A história que vou contar,
Dos meus tempos de criança,
Mesmo parecendo triste,
É uma alegre lembrança.
O texto começa assim. E quando a gente começa, seja criança ou adulto, não para mais de ler.
Maravilhoso livro esse, Cuentos Macabros (Editora Edelvives), que reúne narrativas do escritor fantástico Edgar Allan Poe. Maravilhoso pelos textos (é claro!), pela edição primorosa, pelas ilustrações fantásticas de Benjamin Lacombe. E, detalhe que faz imensa diferença: pela tradução para o espanhol assinada pelo argentino Julio Cortázar, autor de obras primas da literatura sulamericana a exemplo de O jogo da amarelinha e Bestiário. Sobre a tradução, o livro traz a seguinte nota: “Desde 1956, ano em que foram publicados pela primeira vez, não se conhecem em nosso idioma melhores traduções dos contos de Edgar Allan Poe que estas realizadas por Julio Cortázar, um dos maiores escritores em língua espanhola do século XX”. São oito narrativas reunidas: El gato negro, La islã del hada, El corazón delator, La caída de la Casa Usher, El retrato oval, Morrella e Legeia. Segue ainda texto sobre vida e obras de Poe escritas (para fechar com chave de ouro), pelo poeta simbolista francês Charles Baudelaire. É de se dizer: enquanto trabalhos como esse forem publicados, o bom e velho livro de papel não perderá seu lugar.
Lançado em 1924 pela Companhia Editora Nacional, “O garimpeiro do rio das Garças” é um delicioso texto de Monteiro Lobato para crianças. E ainda que não tão conhecido quanto os que integram o universo do Sítio do Picapau Amarelo, é de leitura obrigatória para quem quer conhecer por inteiro a obra do mestre. O livro conta a história de João Nariz, que ouvindo falar do Rio das Garças e da enorme quantidade de diamantes que existia em seu leito, vende sua casinha de palha, compra uma picareta, uma lata, uma coleira para o seu cachorro Joli e parte para o sertão perseguindo seus sonhos de riqueza.