O presidente da Fundação Municipal de Cultura (FUNC), Marlon Botão, bateu o martelo: a feira do livro de São Luís deste ano, em que pese opiniões contrárias, será na Praia Grande. No entender de Botão, o centro histórico é o espaço que, como nenhum outro, reúne as condições que fortalecem o caráter artístico e cultural do maior evento literário do Maranhão.
A outra opção, defendida, por exemplo, por Milton Lira, da Associação dos Livreiros do Estado do Maranhão (Alem), seria a praça Maria Aragão, onde aconteceram as duas primeiras versões da chamada Felis. Para Milton, o evento perde em função da descentralização que ocorre no centro histórico, com palestras sendo realizadas em locais distantes um do outro e que por isso, terminam esvaziadas. Milton chama a atenção ainda para a questão da acessibilidade da Praia Grande e para o “fator surpresa” que ronda o evento sempre que o centro histórico é o cenário escolhido. “Se o bairro precisar de uma intervenção, o evento já fica ameaçado de não ser realizado ali”, observa.
O proprietário da Livraria Poeme-se, José de Ribamar Silva, há vinte e sete anos instalado na Praia Grande, também defende a Maria Aragão como espaço ideal para a feira. Para o empresário, as melhores feiras que aconteceram até agora foram as duas primeiras, que tiveram lugar na Maria Aragão, e, diz ele, “as experiências boas é que devem ser repetidas neste país”. Segundo José de Ribamar, a justificativa pontual de usar a feira para atrair as pessoas para o centro história não se justifica. “Isso passa por um projeto muito maior, de revitalização de toda a região”, diz.
Veterano da Felis desde o seu lançamento, o escritor Antônio Guimarães de Oliveira diz preferir a Praia Grande. “É interessante para o turista, que ao visitar o Centro Histórico, se depara com a feira”, observa. De qualquer maneira, seja na Praia Grande ou na Maria Aragão, uma coisa é certa: a feira, que já foi realizada em quatro pontos diferentes, precisa ter um pouso fixo. Condição que parece fundamental para a consolidação definitiva do evento que já faz parte do calendário cultural do estado.