Assim como a carteira de identidade, de habilitação (para quem dirige) e de vacina, um outro documento deveria estar sempre à mão dos cidadãos: a carteirinha de uma biblioteca. Mas não para apresentar às autoridades sob pena de levar multa ou ter o veículo apreendido, e sim para ter acesso a um mundo que para ser visitado, o sujeito não precisa pagar taxas nem pedágios: o mundo dos livros e da leitura. Para quem mora em São Luís, esse documento, que dá ao portador a oportunidade de imunizar-se contra várias doenças provocadas pela desnutrição do espírito, pode ser adquirido com facilidade na Biblioteca Pública Benedito Leite. O serviço é rápido. No mesmo instante o leitor pode escolher, entre uma infinidade de títulos, algum para ler no sossego de casa, na fila do banco ou onde bem lhe aprouver. A Benedito Leite tem ainda a parte adulta e infantil, sendo uma boa dica do acervo destinado às crianças este “Contos e Poemas para ler na escola”, de Bartolomeu Campos de Queirós com seleção de Ninfa Parreiras. E, ops!, paga-se, sim, uma taxa para tirar a carteira. R$ 5,0 (cinco reais), ou seja, o preço de uma maçã argentina e menos que um maço de cigarros. Um valor simbólico, eu diria, mas que como forma de impulsionar a formação de novos leitores, bem poderia ser abolido.
Parabéns pela excelente escrita. Artigo muito bem feito.