O Farol da Educação do Renascença está caindo aos pedaços, literalmente. Depois de um longo período de abandono o prédio foi recuperado no final da administração passada, permaneceu fechado após a reforma e agora se encontra novamente em visível estado de degradação: o forro da entrada desabou, o capim tomou conta dos espaços onde deveria haver um jardim, e uma família de gatos, gentilmente alimentada pela vizinhança, se mudou para o local.
Vale lembrar que os Faróis se constituíram em um dos projetos de maior visibilidade do governo Roseana Sarney em seus primeiros mandatos, na área do livro e leitura. Ele permitiu que bibliotecas espalhadas em bairros de São Luís e em diversas cidades do interior se transformassem em referência para as comunidades, sobressaindo-se não apenas como espaços de pesquisas para os estudantes, como também como equipamentos vitais no sentido de se enfrentar o imenso desafio que é difundir a leitura entre jovens e adolescentes.
Com o tempo, porém, o que se verificou é que a luz que brilhou no início foi minguando. E os Faróis, aos poucos deixados de lado, foram lançados, mesmo no último governo da instituidora Roseana Sarney, numa espécie de orfandade, até chegarem ao ponto em que se encontram hoje: com suas instalações degradadas, acervos defasados e, em muitos casos (pois presumo que a situação do Renascença não é única), com suas portas fechadas.
É de se imaginar que o caso esteja sendo estudado pela administração de Flávio Dino. Mas a população tem urgência em saber, num momento em que lá se vão três meses de mandato, de que modo o governo pretende agir com relação a esse assunto que é da mais alta importância para a área da educação, do livro e da leitura. De qualquer modo uma coisa é certa: não será aceitável que os Faróis permaneçam fechados, negando, sobretudo, aos nossos jovens e crianças, mais um dos muitos direitos que lhe são subtraídos, que é o de acesso a esse bem cultural insubstituível que é o livro.