Tchick
A gente compra livros pelos mais diversos motivos. Por estarem na lista dos mais vendidos de Veja; pela indicação de um amigo cuja opinião a gente considera; por que na capa tem um selo com algo do tipo: mais de 3 milhões de exemplares vendidos, e (infelizmente isso é um tanto raro), porque percebemos com base em nossa própria percepção que o conteúdo tem algo profundo e construtivo a nos dizer. Comprei Tchick pela capa atraente, embora a arte seja voltada para conquistar leitores jovens e eu já passei longe disso. Comprei porque depois de pescar frases solta vi que o texto tinha algo a me dizer. Comprei pelo enigma do título, Tchick (que diabo é isso?!?!?). E por ser, segundo um comentário na última capa, trata-se de um livro inteligente e bem humorado (com ênfase no bem humorado) escrito em alemão.
E eis que Tchick correspondeu direitinho às expectativas. O livro é um típico romance de formação, voltado para jovens, como já disse. Mas jovens de todas as idades. Quer dizer, todo e qualquer leitor que sempre está aberto para encontrar inspiração nas descobertas. No caso, nas descobertas de Maik, um garoto meio nerd, de mãe dependente de álcool, pai ausente e popularidade sofrível na escola, e Tchick, um imigrante russo mais impopular ainda, que só angaria algum respeito (ou medo) entre os colegas, que o tem como alcoólatra e marginal, por fingir ser membro da máfia russa.
Juntos na mesma sala de aula, os dois terminam por se aproximar nas férias de verão. E num Lada roubado (por Tchick), com destino mais pra indefinido que qualquer outra coisa, envolvem-se numa sequência de aventuras pelas estradas da Alemanha. Retirado da orelha: Tchick é um romance premiado, que se tornou uma febre na Alemanha. Com narrativa ágil, inteligente, divertida e nada babaca, é um livro jovem, no melhor sentido da palavra.
Wolfgan Herrndorf nasceu em Hamburgo em 1665. Formado em pintura, desenhou para várias revistas alemães e é autor de livros infantis e romances juvenis. Tchick é seu primeiro livro publicado no Brasil.