Não acredito em espírito, mas tenho medo deles. E acho que é assim que funciona com muita gente. Uma coisa é falar sobre aparições ou coisa do tipo estando rodeado de amigos; outra é ficar pensando no assunto numa noite escura, chuvosa e você sozinho num casarão da Praia Grande. Mas as coisas estão mudando. O espiritismo ganhou canal de televisão, uma infinidade de livros doutrinários com jeitão de obras literárias, biografias de seus principais ícones e, de modo geral, nada parece haver nesse campo (talvez nem mesmo os espíritos obsessivos) que justifique as pessoas saírem correndo fazendo o sinal da cruz.
O fato é que outro dia, fuçando aqui e ali em prateleiras de uma livraria da cidade, descobri, imaginem, uma HISTÓRIA DO ESPIRITISMO escrita por ninguém menos que Arthur Conan Doyle, o famoso criador do Sherlock Holmes. Leitores que conhecem mais a fundo o autor talvez digam: elementar, meu caro Wilson. Mas pra mim a autoria foi completa surpresa, de modo que achei pertinente compartilhar aqui com os amigos. Publicado pela Editora Pensamento, a edição, com letras miúdas e diagramação precária não chega a ser exatamente estimulante para o leitor. No entanto, para quem se interessa pelo assunto, ler o tratado que foi fruto do labor intelectual de um dos nossos maiores escritores com certeza vale a pena. Sobre a obra, diz a orelha do livro: “A pena de um escritor de renome mundial foi fiel aos impulsos de um grande cérebro, que não podia ficar indiferente diante de uma doutrina que, de longa data, agitava os meios religiosos, literários e científicos da Europa e América”. Elementar, meu caro Arthur.