Será lançado dia 17, na Escola de Música do Maranhão, na Praia Grande, a partir das 18h, a biografia João Pedro Borges: violonista por excelência. Publicada pela Clara Editora, a obra traz a público a rica trajetória artística do violonista maranhense João Pedro Borges, o Sinhô, escrita pelo jornalista Wilson Marques. João Pedro Borges: violonista por excelência é o primeiro volume da série Perfis Maranhenses, que tem por objetivo compartilhar com os leitores, por meio de textos leves e acessíveis, a história de vida e, sobretudo, profissional, de personagens cujas produções tenham se mostrado significativas para a cultura do estado.
No caso de João Pedro Borges a homenagem é mais do que justa. Artista talentoso, João Pedro deixou São Luís ainda muito jovem para estudar no Rio de Janeiro. Ali, construiu uma sólida amizade com outra fera da música maranhense e nacional, o também violonista Turíbio Santos, e rapidamente envolveu-se com a nata do movimento da música instrumental carioca. João Pedro foi produtor musical. Participou de capítulos fundamentais da música no país, a exemplo do fenômeno conhecido como Camerata Carioca. Viajou o país inteiro pelo Projeto Pixinguinha e levou a música brasileira a outras paragens, aterrissando, por exemplo, nos Estados Unidos ao lado de outros grandes nomes, para um inesquecível espetáculo no Carnegie Hall.
Sentindo-se impelido a alçar novos voos, João Pedro lançou-se numa carreira internacional. Antes, ele já havia tido uma permanência no Senegal, na África, onde assumiu as funções de professor de violão no Conservatório de Música e Arte Dramática de Dakar. Agora, seu pouso seria a França, onde permaneceu, ininterruptamente, por cerca de dois anos, voltando em seguida àquele país para espetáculos ocasionais.
Olhos e coração voltados para São Luís
Artista do Brasil e do mundo, João Pedro não esqueceu, no entanto, sua terra natal. Pelo contrário, sempre que foi possível, se fez presente em São Luís para oferecer sua contribuição, mais marcadamente como o professor que sempre foi. Em 1974, regressando do continente africano, o músico instalou-se na capital para ensinar violão na então recém-criada Escola de Música da Fundação Cultural do Maranhão, mais tarde Escola de Música Lilah Lisboa. Desempenhando um papel vital no desenvolvimento musical das novas gerações da época, ele foi decisivo na formação de artistas como Josias Sobrinho, Giordano Mochel, César Teixeira, Sérgio Habibe, entre outros, que iriam ser os protagonistas de uma verdadeira revolução musical da qual emergiria a moderna música maranhense. Segundo Sérgio Habibe, “João Pedro lapidou esses artistas musicalmente, abrindo a cabeça da gente para a importância do estudo e do conhecimento”.
Foi ainda resultado de um esforço seu e da decisão política do então prefeito de São Luís, Tadeu Palácio, a criação da Escola Municipal de Música, um belo projeto baseado não apenas na importância da disseminação de uma cultura musical entre os jovens, mas também na oferta de oportunidades e inclusão social.
Aventurando-se em mais um voo de longo curso, em 2009 João Pedro cruzou o Brasil de ponta a ponta fazendo dupla com o violonista Daniel Wolff pelo programa Sonora Brasil, do SESC, que teve como tema O violão brasileiro. Aliás, no repertório que apresentou, João Pedro (violonista que respeita o clássico e ao mesmo tempo tem um domínio profundo do popular, nas palavras de Turíbio Santos), teve a oportunidade de mais uma vez levar a público peças dessa outra vertente em que ele transita tão bem: a da música popular brasileira. E que certamente o fizeram viajar no tempo para quando, na sua adolescência, tomou aulas memoráveis com um mítico violonista maranhense chamado Custodinho.
Ótima iniciativa. Espero que venha por aí novos títulos.
A arte maranhense sendo reconhecida. Parabéns à Clara pela publicação.
O Maranhão merece esse registro histórico, sem contar o maravilhoso violonista João Pedro Borges, cuja pessoa humana e humilde há muito tempo merecia ser reconhecido pelo seu talento e compromisso com a música e a cultura maranhense e brasileira. Parabéns Sinhô! porque sua história é muito linda!
Concordo, Edna. João Pedro merece nosso reconhecimento e sua brilhante trajetória registrada.
GRANDE VIOLONISTA TALENTOSO, SUA HUMILDADE QUE O FAZ O GRANDE ARTISTA QUE É.