Para quadrinhistas a internet representa uma porta para o mundo. É o que lembra o desenhista Iramir Araújo, da Dupla Criação e autor da HQ Balaiada – A Guerra do Maranhão, obra bem recepcionada por escolas de São Luís e que já se encontra em sua terceira reimpressão. Segundo Iramir, mesmo morando longe dos grandes centros, quem se aventura nos quadrinhos pode estudar em grandes escolas, que oferecem cursos online, a exemplo da Quanta, Casa dos Quadrinhos e Instituto dos Quadrinhos. E, num segundo momento, tendo o artista desenvolvido suas potencialidades, buscar um agente (profissional que vai fazer a ponte entre o quadrinhista e as editoras, seja no Brasil, seja nos Estados Unidos e Europa) a fim de conquistar seu lugarzinho ao sol. Hoje, um dos nomes brasileiros mais festejados nos Estados Unidos é o de José Edilbenes Bezerra, o Ed Benes, nascido em Limoeiro do Norte, em 1972, e onde tudo indica que ainda reside, e que sem ao menos falar inglês (os roteiros que recebem são traduzidos) trabalha para a DC Comics em títulos com Superman e Liga da Justiça.
No Maranhão também temos profissionais que conseguiram furar o cerco. Ronilson Freire, por exemplo, começou a publicar lá fora inicialmente em editoras pequenas, e hoje já tem contrato fixo com uma editora de médio porte, produzindo desenhos para uma série do Morcego Verde, personagem da era de ouro dos quadrinhos.
E em São Luís, já caberia uma escola de quadrinhos? Para Iramir Araujo, sim. Em Natal (RN), já existe uma, e também em Fortaleza, inclusive representando artistas brasileiros no exterior. Na avaliação de Iramir, hoje já contamos com gente capacitada para lecionar e, o que é muito importante, um público interessado. Falta agora alguém arregaçar as mangas e escrever esse roteiro.